23 research outputs found

    Os desertos de Breaking Bad: sobre as novas séries televisivas e o mal-estar na cultura

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    As séries televisivas têm ocupado cada vez mais espaço na cultura, de forma que seus conteúdos incidem significativamente nas subjetividades. Este estudo aborda as séries dramáticas desta nova era da televisão, iniciada há aproximadamente duas décadas. Atenta-se para certo mal-estar evocado por essas obras, até então incomum na programação televisiva. Toma-se a série Breaking Bad como objeto de análise delimitado e utiliza-se como referencial a pesquisa psicanalítica, que olha para o cinema enquanto linguagem singular. Neste artigo são abordados os resultados obtidos a partir da articulação da série analisada ao conceito freudiano de mal-estar na cultura. Dessas reflexões, destaca-se a dimensão espacial, que é explorada em profusão pela obra audiovisual por meio de recursos formais e que aparece de forma propícia a evocar a questão do mal-estar.The role played by television series within culture have become increasingly prominent over the past two decades, with their contents significantly influencing subjectivities. This study addresses dramatic series of this new television era based on the discontents arose from these works – hitherto uncommon in television programming. For that, the show Breaking Bad was analyzed under the psychoanalytic interpretation that approaches the cinema as a singular language, articulating the TV show with the Freudian concept of Malaise in culture. Of these reflections, the audiovisual work intensively exploits the spatial dimension through formal resources, figuring in a way to evoke the issue of malaise

    O brincar e a linguagem: uma interface necessária à clínica psicanalítica

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    O presente trabalho tem como foco principal o brincar e a linguagem no espaço de atendimento clínico de crianças e sua importância para a constituição psíquica do sujeito. Para trabalhar a linguagem e o brincar na Psicanálise e verificar suas mútuas influências, utilizamos dois casos clínicos. Dividimos o trabalho em quatro tópicos: nascendo um “fala ser”; sopa de letrinhas: a linguagem na constituição; brincando a gente se entende; brincando com palavras. O brincar a linguagem são essenciais na construção de significantes na infância. Aos poucos a palavra se destaca do contexto imediato da necessidade de nomear e adquire caráter cada vez mais simbólico e representativo. Ao emprestar significantes a uma criança em atendimento clínico estamos inscrevendo nesta, nosso desejo que ela não sofra com seus problemas, mas sim, saiba conduzi-los e venha a se tornar um sujeito desejante. Esse trabalho é de grande relevância para uma escuta mais aguçada e um olhar mais sensível para a clínica psicanalítica da infância

    The work of poetry in the treatment of psychosis

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    O enlace entre psicanálise e poética é indagado em relação à clínica das psicoses. Inicialmente, o artigo discorre sobre o trabalho da poesia na escuta e leitura do sujeito do inconsciente, quer dizer, na instauração do Discurso da Psicanálise. A noção proposta por Lacan como lalangue subsidia tal articulação. A seguir, na busca do rastro do trabalho da poética (do inconsciente), discutem-se aspectos de três experiências célebres no campo das psicoses: Schreber, Marcelle e Wolfson. Por fim, a sonoridade poética (musicalidade) surge como possibilidade de intervenção na direção de um tratamento que não negligencie o sujeito do inconsciente nas psicoses.In this article, the link between psychoanalysis and poetics is questioned in relation to the treatment of psychoses. The work of poetry is investigated in the hearing and reading of the subject of the unconscious, that is, in the establishment of the Discourse of Psychoanalysis. The notion proposed by Lacan as lalangue subsidizes such articulation. Then, in the search for the traces of the work of poetry (of the unconscious), aspects of three famous experiences in the field of psychoses are discussed: Schreber, Marcelle and Wolfson. Finally, poetic sonority (musicality) emerges as a possibility of intervention in the direction of a treatment that does not neglect the subject of the unconscious in psychoses

    A montagem no cinema e a associação-livre na psicanálise

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    O Cinema e a Psicanálise são contemporâneos. Ao longo do ano de 1995 muitos eventos marcaram a comemoração do centenário de um e outro. Se ambos surgem no mesmo momento histórico, que outros elos poderiam ser estabelecidos? Algumas considerações preliminares marcam possibilidades de interseções entre um e outro campo, para logo fazer um recorte onde a escolha recai por estabelecer uma associação entre os temas da associação-livre na psicanálise e a montagem no cinema. A questão básica norteadora da pesquisa está dada pela busca de bases comuns entre o fazer do analista quando interpreta a cadeia associativa produzida por seus pacientes e o fazer do montador quando produz cortes e junções de trechos fílmicos justapondo-os em uma seqüência determinada. A metodologia que perpassa a presente pesquisa está constituída basicamente pelo referencial psicanalítico. Subsidiariamente os aportes postos pelo método clínico piagetiano, em suas origens, servem de guia e inspiração para alguns momentos do trabalho. Estudamos cadeias associativas produzidas em três contextos diferentes, configurando três fontes de coleta e análise de dados: trechos de falas de pacientes em análise, principalmente aqueles que fazem referências a relatos de sonhos e filmes; "montagens" de trechos de filmes produzidas por alunos para ilustrar trabalhos na disciplina de "Teoria e Técnicas Psicoterápicas" e cortes e transições numa seqüência fílmica digitalizada utilizando os recursos propiciados pelo software Adobe Premiere LE. Algumas conclusões apontam no sentido da possibilidade de ser profícuo o trabalho conjunto de cineastas e psicanalistas, especialmente na constituição de um laboratório de estudos para construção de conhecimentos e desenvolvimento das habilidades requeridas para a formação de profissionais das duas áreas. Muitas perspectivas para desdobramentos e continuidade são indicadas, visando constituir uma linha de pesquisa sistemática na interseção dos campos do cinema e da psicanális

    Tarkovski através d'O espelho

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    A montagem no cinema e a associação-livre na psicanálise

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    O Cinema e a Psicanálise são contemporâneos. Ao longo do ano de 1995 muitos eventos marcaram a comemoração do centenário de um e outro. Se ambos surgem no mesmo momento histórico, que outros elos poderiam ser estabelecidos? Algumas considerações preliminares marcam possibilidades de interseções entre um e outro campo, para logo fazer um recorte onde a escolha recai por estabelecer uma associação entre os temas da associação-livre na psicanálise e a montagem no cinema. A questão básica norteadora da pesquisa está dada pela busca de bases comuns entre o fazer do analista quando interpreta a cadeia associativa produzida por seus pacientes e o fazer do montador quando produz cortes e junções de trechos fílmicos justapondo-os em uma seqüência determinada. A metodologia que perpassa a presente pesquisa está constituída basicamente pelo referencial psicanalítico. Subsidiariamente os aportes postos pelo método clínico piagetiano, em suas origens, servem de guia e inspiração para alguns momentos do trabalho. Estudamos cadeias associativas produzidas em três contextos diferentes, configurando três fontes de coleta e análise de dados: trechos de falas de pacientes em análise, principalmente aqueles que fazem referências a relatos de sonhos e filmes; "montagens" de trechos de filmes produzidas por alunos para ilustrar trabalhos na disciplina de "Teoria e Técnicas Psicoterápicas" e cortes e transições numa seqüência fílmica digitalizada utilizando os recursos propiciados pelo software Adobe Premiere LE. Algumas conclusões apontam no sentido da possibilidade de ser profícuo o trabalho conjunto de cineastas e psicanalistas, especialmente na constituição de um laboratório de estudos para construção de conhecimentos e desenvolvimento das habilidades requeridas para a formação de profissionais das duas áreas. Muitas perspectivas para desdobramentos e continuidade são indicadas, visando constituir uma linha de pesquisa sistemática na interseção dos campos do cinema e da psicanális

    Tarkovski através d'O espelho

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    Melancolia como herança no filme Cidadão Kane

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    O texto propõe um estudo, com base na teoria Psicanalítica, sobre o filme Cidadão Kane, de Orson Welles, abordando alguns aspectos em relação à melancolia. Trata-se de considerar algumas partes do contexto fílmico (roteiro, música, montagem), assim como a biografia do autor e contexto social, como dispositivos que dão um certo relevo à idéia da impossibilidade de se fazer um luto pela perda de um objeto amado. Para além da sintomatologia clássica referida à melancolia, a ênfase é dada no processo da perda descrito por Freud em seu texto Luto e Melancolia de (1917 [1915]). O filme nos faz refletir sobre o quanto o que se herda pode estar paradoxalmente referido a uma perda. O personagem Kane, na sua infância, herda uma fortuna ao mesmo tempo em que perde o convívio com os pais; assim, o que ele não leva de sua casa (o trenó Rosebud) é o que o acompanha pelo resto da vida, enquanto significante, vinculado ao abandono. A montagem, um dos aspectos da análise fílmica, é mais detalhadamente analisada por ser considerada pelo próprio Welles como o elemento principal da obra de arte cinematográfica. Outra proposição que se apresenta, neste artigo, é a idéia de que também a montagem, neste filme, pode ser pensada como produtora de um efeito melancólico. Palavras-chave: Cidadão Kane, montagem, psicanálise, melancolia, significante
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