36 research outputs found

    L'Américanisme français au début du XXème siècle: projets politiques, muséologie et terrains brésiliens

    Get PDF
    Propomos avaliar a importância dos estudos americanistas e o papel dos pesquisadores franceses na constituição de uma rede de pesquisa internacional no início do séc. XX. Tentaremos entender como se formou este campo disciplinar especializado, centrado nas populações indígenas nas suas singularidades culturais e sociais. A análise dos fundamentos metodológicos na origem das coleções museais pode ser realizada à luz das condições nos quais apareceram as pesquisas empíricas : a coleta e o estudo da cultura material foram privilegiados por serem testemunhos da diversidade das sociedades humanas. Para isto, foram contratados jovens colaboradores encarregados de coletar objetos para o Musée de l’Homme e suprir a ausência de conhecimento sobre as “culturas indígenas da America”. As duas missões “Lévi-Strauss” (1935 e 1938) integram este projeto de inventário da cultura material e marcam o início de uma nova fase do Americanismo voltado agora para o estudo das estruturas sociais. Iremos avaliar a importância dessa mudança de foco para as pesquisas americanistas na Amazônia e a consolidação de uma rede de pesquisa internacional antes da Segunda Guerra Mundial. Um estudo documental desta natureza que questiona o objeto etnográfico museologizado se torna importante para reler a história da disciplina, sabendo da importância do contexto histórico, dos embates políticos e do lugar dos trabalhos americanistas no Brasil e na França. É ainda possível definir os limites de uma antropologia que se autonomisa, se repensa e toma posição frente aos estados coloniais e aos serviços de proteção aos índio

    MITO E MEMÓRIA NA CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE LOCAL

    Get PDF
    A partir des résultats de recherches menées au Rio Grande do Norte portant sur la mémoire etla tradition orale, nous traitons des aspects ethographiques de la création narrative à propos del'émergence d'une nouvelle histoire locale. Nous choisissons d'utiliser une perspective théorique etmethodologique pluridisciplinaire inspirée par le structuralisme qui, d'un côté, traite des récits, desidentités et des representations symboliques et, d'un autre, se propose d'analyser les aspects liés àl'historiographie, à la mémoire sociale et à la construction d'une réflexion autour du sens de l'histoirelocale. Les images relatives à un passé commun apparaissent régulièrement et d'une façon homogène et setrouvent inscrites dans des récits appartenant à un corpus important qui est rapidemment classé commefolklore. L'analyse comparée entre des textes oraux et des registres narratifs plus discrets, révèle descatégories natives qui organisent le monde social et naturel et permettent de comprendre comment lesacteurs réélaborent leur histoire et leur identité

    Destinos Migrantes: Representações Simbólicas, Histórias de Vida e Narrativas

    Get PDF
    Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 1995 sobre a memória e as produções narrativas de migrantes oriundos do interior do Rio Grande do Norte, atualmente residindo na Zona Norte da capital do Estado, Natal. O texto apresenta inicialmente o processo de formação da Zona Norte e os fenômenos migratórios existentes na região, para em seguida analisar as histórias contadas pelos migrantes. Se o corpus narrativo tradicional tende a desaparecer no contexto urbano, novas temáticas surgem. Assim, por meio da análise das produções narrativas dos migrantes, é possível avaliar as transformações da cultura tradicional. O artigo procura mostrar que a importância dada às chamadas histórias de antigamente e as referências a essas narrativas encontradas no discurso dependem da situação das pessoas no novo local de vida

    Visões e abusões: Patrimônio cultural e questões étnica no Rio Grande do Norte

    Get PDF
    Se o sertão do Rio Grande do Norte foi o cenário de uma importante resistência indígena da história colonial brasileira, encontramos, hoje raros grupos que se reivindicam como índios (Cascudo 1985; Lopes 1999; Puntoni 2002). Esse paradoxo é explicado, em parte, pela forma como foi escrita a historiografia local e pela ausência de estudos especializados na região. O mesmo acontece com os descendentes dos escravos trazidos da África desde o século XVII. Apesar da falta de uma síntese histórica geral e de dados empíricos completos, podemos pensar que as populações indígenas e afro-descendentes que povoaram a região foram bastante numerosas. O estudo dos grupos etnicamente diferenciados parece uma via fecunda a partir do momento em que, explicitando as mudanças ao longo do tempo, se recupera a versão da história contada pelos membros dos grupos e a análises de suas representações; registros narrativos de uma memória que foi preservada ao longo dos séculos de dominação. Assim, pensamos que é necessário reavaliar as perspectivas investigadas até então.   As pesquisas desenvolvidas por nós contemplam ao mesmo tempo o ‘patrimônio cultural’ – seja ele construído ou não - e a consciência étnica da população local ou, ao contrário a sua ausência. Para isso, é preciso antes abordar a representação das figuras esquecidas da história e da cultura do Rio Grande, pois os ‘índios’ e os ‘negros’ ocupam um lugar interessante nas representações do passado, no imaginário coletivo, sendo marginalizados do ponto de vista da sua atuação no espaço geográfico e social. Queremos avaliar a visão que estas comunidades têm de si enquanto grupo social, deixando um pouco de lado a questão da identidade étnica para nos dedicar ao estudo das representações simbólicas

    Les élections Au Rio Grande do Norte, une histoire de famille(s) ?

    Get PDF
    “João amava Tereza que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava lili.João foi para os Estados Unidos, Tereza para o convento,Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na História.” Carlos Drummond de Andrade, Quadrilha Si la vie politique nationale au Brésil est marquée par une certaine instabilité, en revanche on note une grande longévité des principales figures de la politique régionale, sp..

    Ensaios sobre a Antropologia da alimentação: saberes, dinâmicas e patrimônios

    Get PDF
    A coletânea "Ensaios de Antropologia da alimentação – Saberes, dinâmicas e patrimônios" se organiza em torno de três eixos principais: alimentação, patrimônio e dinâmicas sociais; sabores étnicos; produtos e mercados. Mais do que uma divisão temática, a escolha dos ensaios mostra a dinâmica, a riqueza e a multiplicidade das perspectivas na abordagem antropológica da alimentação

    Hinterland food: a reading of history and culture

    Get PDF
    A alimentação, que no Nordeste brasileiro é apresentada como um dos principais elementos de reivindicação de uma tradição histórica e de uma identidade regional, tem como referência a sociedade colonial que se estruturou no século XVI. A arte culinária, tal qual foi retratada por Gilberto Freyre na sua obra, seria uma resposta cultural à situação colonial: num sistema escravocrata determinado por constrangimentos históricos, econômicos e sociais, a comida teria sido um dos elementos que “adoçou” as relações entre os Mestres e os escravos e permitiu desenvolver uma sociedade supostamente harmoniosa. Segundo Câmara Cascudo, o sertão seria uma sociedade marcada pela escassez dos recursos naturais e com uma influência predominantemente europeia. Sendo assim, as tradições culinárias africanas teriam tido pouco importância para a organização social e o desenvolvimento da economia regional. Nessa linha de raciocínio, a alimentação é apresentada como um dos principais elementos de reivindicação de uma tradição histórica e de uma identidade regional. Os elementos culturais encenados pelos moradores do Seridó como sendo tradicionais correspondem a uma retórica passeísta: além de reproduzir fraturas sociais, as práticas e os saberes culinários são reflexos de uma dominação colonial ainda vigente. Para se tornarem produtos de consumo urbano, os “alimentos da terra” devem ser transformados em produtos gourmets e se tornarem uma bandeira da identidade cultural regional. Aqui os conflitos não aparecem, o campo é folclorizado e é associado a um passado exótico: os pratos típicos não seriam a materialização da versão colonial da história e a prova da existência das estruturas de dominação em vigor até hoje? Entende-se então porque as questões raciais, as desigualdades e os conflitos territoriais continuam no silêncio. No entanto, ao lado da narrativa colonial e desse modelo alimentar elitizado que tem como base alimentos “ricos” (leite, manteiga, queijo e carne), existe uma culinária elaborada a partir das vísceras, de ossos e de partes pouco valorizadas dos animais. As cozinheiras, geralmente negras e de extratos sociais inferiores, têm o saber-fazer dessas receitas adquiridas tanto nas “casas-grandes” quanto nas “senzalas”. Assim, ao lado da comida dos “ricos”, isto é, da carne e de seus derivados, existe uma culinária elaborada a partir das partes pouco valorizadas dos animais e de produtos mais comuns (milho, mandioca e açúcar). Apesar do estigma, observa-se uma revalorização relativamente recente dessas “comidas de raiz”, que são apresentadas como autênticas e que se popularizaram com a abertura do Nordeste ao turismo nacional e internacional, o sucesso do forró e o ciclo das festas juninas transplantado em meio urbano e a “gourmetização” da cozinha regional. Iremos mostrar como o sertão, que sempre foi o lugar do “atraso”, foi se tornando no imaginário urbano e nacional o lugar da autenticidade e da gastronomia, com a entrada de chefs que imprimiram refinamentos culinários aos produtos “da terra”. Em paralelo com as mudanças estruturais recentes da sociedade brasileira, verificamos que os detentores da cultura alimentar do sertão foram pouco a pouco levados a abandonar seu estilo de vida, e hoje são impossibilitados de consumir a “comida da terra” e os produtos que até pouco plantavam

    Pour une approche anthropologique des formes poétiques nordestines (Brésil)

    No full text
    O nordeste brasileiro é uma terra rica em poetas : improvisadores (cantadores de viola e emboladores) ou escritores de folhetos, eles compartilham a mesma cultura que é essencialmente oral. O estudo da literatura de cordel é uma das vias mais ricas para estudar a história, a realidade cotidiana e o imaginário dos habitantes do sertão. Essa literatura " popular " ainda viva, deixa aparecer as ligações que existem entre a escritura e a oralidade, a tradição e a criação, a ficção narrativa e a realidade social.Le nord-est brésilien est une terre riche en poètes : improvisateurs (cantadores de viola et emboladores) ou écrivains de folhetos, ils partagent une culture commune essentiellement orale. L'étude de la littérature de cordel est l'une des voies les plus fécondes pour aborder l'histoire, la réalité quotidienne et l'imaginaire des habitants du sertão. Cette littérature " populaire " toujours vivante laisse apparaître les liens complexes qu'entretiennent l'écriture avec l'oralité, la tradition avec la création, la fiction narrative avec la réalité sociale.Cavignac Julie. Pour une approche anthropologique des formes poétiques nordestines (Brésil). In: Caravelle, n°65, 1995. Les cultures populaires en Amérique latine. pp. 119-142
    corecore