21 research outputs found

    BLANCHOT E HÖLDERLIN: IMPULSO AO ABISMO E INFIDELIDADE DIVINA

    Get PDF
    The aim of this article is to connect Blanchot and Hölderlin with two moments of Hölderlins poetical itinerary: on the one hand, the texts from his youth, in which the poet seeks a feeling of unity or conciliation between nature and art that must occur within the tragic character, a conciliatory achievement that takes place in a tragic way in a kind of impulse to abyss impulse to death ; on the other hand, the texts from his maturity, in which the notion of divine infidelity comes up in relation to the presentation of the tragic, that is, a kind of impulse that remains only as fidelity to the earth after man experiences the night of parting from the gods. The organization of this article follows some of Blanchots ideas exposed in two texts in which he deals with the tragic in a systematic way: Hölderlins holy word, published in The Work of Fire and Hölderlins itinerary, included in The Space of Literature; these two texts deal with both of Hölderlins moments, respectively. In this way, Hölderlins tragic hero makes himself known also in Blanchots analyses of the poet and of his tragic existence. Both the poet and the tragic hero are seduced either by the Totality of holy pathos or by an unconditional fidelity to the earth; they are seduced by an impulse to abyss or by Circes divine infidelity.O objetivo desse texto é relacionar Blanchot e Hölderlin através do percurso de dois momentos do itinerário poético de Hölderlin: por um lado, os textos da juventude em que o poeta anseia por um sentimento de unidade ou conciliação entre natureza e arte, cuja unidade deve se realizar no personagem trágico, realização conciliatória que ocorre de forma trágica numa espécie de impulso ao abismo impulso à morte ; e, por outro lado, a noção de infidelidade divina que aparece na maturidade de Hölderlin a propósito da apresentação do trágico, quer dizer, uma espécie de impulso que resta ao homem apenas fidelidade à terra depois que o poeta experimenta a noite do afastamento dos deuses. O percurso do artigo é norteado pelas reflexões de Blanchot a partir de dois textos em que ele trata de modo mais sistemático a questão do trágico: A palavra sagrada de Hölderlin, publicado em A parte do fogo e O itinerário de Hölderlin que aparece em O espaço literário, textos em que, respectivamente, abordam os dois momentos distintos de Hölderlin. Assim, essa relação indica que o herói trágico de Hölderlin se faz reconhecer também nas reflexões de Blanchot sobre o poeta e sua existência trágica. Ambos são seduzidos ou pela Totalidade do pathos sagrado ou pela fidelidade incondicional à terra; seduzidos pelo impulso ao abismo ou pela Circe da infidelidade divina

    Formal and semantic structure of the self-genealogical argument in Nietzsche

    Get PDF
    This paper aims to analyze the formal and semantic structure of what I call as self-genealogical argument in Nietzsche, culminating with a brief outline of its form of communicability. From a formal point of view, the concept of genealogy must be understood from its critical register, in necessary connection to an interrogative praxis feeder of a methodical distancing; from a semantic point of view, my hypothesis is that precisely that which was elaborated by Nietzsche until 1887 in Zur Genealogie der Moral, thought especially in the view of culture, is realized in the 1888 texts, now in the view of himself. I finish with a brief and plausible sense of self-staging, insofar as Nietzsche converts himself into an argumentative instance, especially in Ecce homo.O objetivo do texto é analisar a estrutura formal e semântica daquilo que denomino de argumento autogenealógico em Nietzsche, culminando com um breve esboço das suas formas de comunicabilidade. Do ponto de vista formal, trata-se de compreender o conceito de genealogia em seu registro crítico, em estreita conexão com uma práxis interrogativa fomentadora de um distanciamento metódico; do ponto de vista semântico, trata-se de compreender que aquilo que era elaborado por Nietzsche até 1887 em Para genealogia da moral com vistas à cultura, realiza-se nos textos de 1888 com vistas a si mesmo. Finalizo com um breve e plausível sentido de autoencenação, na medida em que Nietzsche transforma a si mesmo em figura de pensamento, especialmente em Ecce homo

    Nietzsche and deleuze: on the art of transfiguring

    Get PDF
    O objetivo do artigo é articular o conceito de transfiguração, através do confronto teórico entre as filosofias de  Nietzsche e Deleuze, especialmente no tocante a ideia de uma filosofia do experimento. Partindo de uma seara  teórica em comum entre ambos os filósofos, vale dizer, o distanciamento de uma compreensibilidade  conceitual da existência, isto é, a tentativa de superar quaisquer anteparos morais, lógicos, metafísicos, etc. que se interponham entre o homem e a vida, nossa hipótese é que a noção de transfiguração se revela como o  horizonte com o qual Nietzsche e Deleuze deslocam a exigência conceitual a todo custo, em detrimento da  dialética e em proveito da experimentação com a vida.This article aims at articulating the concept of transfiguration through the theoretical confrontation between the philosophies of Nietzsche and Deleuze, especially regarding the idea of an experimental philosophy. This is  done from a theoretical common point between both philosophers, namely, the detachment of a conceptual  understanding of existence, i. e., the attempt to overcome any moral, logical, metaphysical shields, etc.  mechanism that stands as an interpreter between man and life. Our hypothesis is that the notion of  transfiguration is the horizon with which Nietzsche and Deleuze shift the conceptual requirement at all costs, to  the detriment of the dialectic and in favor of the experimentation with life

    Experiment and Erlebnis : the dimension of life as pathos

    Get PDF
    Orientador: Oswaldo Giacoia JuniorTese (doutorado) - - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar a fórmula nietzscheana 'tornar-se o que se é'. Ela é uma alteração da expressão de Píndaro feita por Nietzsche, que o preocupou desde os tempos de estudante até ser publicada como subtítulo de Ecce homo. Nossa hipótese é que a fórmula 'tornar-se o que se é' pode ser compreendida através do conceito de 'vivência' (Erlebnis). Vivência significa estar ainda presente na vida quando algo acontece, porém, nunca estamos conscientes da vivência quando ainda a atravessamos. Neste caso, a vivência é um contra-conceito da razão e, como tal, é compreendida como pathos. Trata-se de uma noção que, patheticamente, não pode ser conceitualmente sistematizada e nem sequer comunicada através de signos lingüísticos, pois tão logo a racionalizamos ou comunicamos, deixa de ser uma vivência. 'Tornar-se o que se é', porém, acontece unicamente na vida e precisamente através das Erlebnisse, de modo que 'tornar-se' se converte em um imenso processo de experimentação essencialmente fluido. Metodologicamente, a pesquisa está estruturada em três partes. No primeiro capítulo analisamos um conceito imediatamente relacionado à Erlebnis: a noção de experimento. Trata-se de um conceito essencialmente prático e que congrega em torno de si uma dimensão ético-estética no processo de 'tornar-se o que se é'. À base deste conceito, encontra-se o papel que a ciência ocupa em sua dupla variação semântica, sobretudo a partir de Humano, demasiado Humano até A Gaia Ciência: ciência como propedêutica - aquela que esvazia os erros ilusórios da razão e da ordenação moral do mundo - e como paixão do conhecimento - aquela em que o espírito livre aprende a considerar a si mesmo e o mundo esteticamente, em uma práxis efetiva de auto-formação. No segundo capítulo é abordado o conceito de vivência. Partimos da sua origem etimológica e a recepção feita por Nietzsche, passando pela desvinculação do seu caráter autobiográfico, em proveito da interpretação como genealogia das condições nas quais um pensamento emerge e se desenvolve, até sua interpretação como pathos. Vivenciar é atravessar patheticamente uma trajetória, cujo movimento é realizado para além da intencionalidade, mas que constrói no homem uma abundância de vida. A última parte da pesquisa trata da solução de dois problemas que se originaram das interpretações anteriores: um problema de linguagem e outro sobre a intencionalidade. Quanto à linguagem, trata-se de investigar como é possível resolver o problema da comunicação de uma vivência, através de três variantes: primeiro, a análise daquilo que denominamos como projeto crítico de inversão da compreensibilidade; depois uma interpretação do que Nietzsche nomeou como sua 'arte do estilo' e, por fim, em que medida Zaratustra corporifica as possibilidades de comunicação de uma tensão interna de pathos. Em relação à intencionalidade, trata-se de compreender o 'tornar-se o que se é' a partir de dois outros registros: por um lado, a idéia de destino, na medida em que, etimologicamente, também significa pathos; por outro lado, trata-se de compreender a fórmula 'tornar-se o que se é' sob o signo da fluidez (Fluktuanz).Abstract: The objective of this research is to analyze Nietzsche's formula 'become who you are'. It is an alteration of Pindaro's expression made by Nietzsche, which has worried him since he was a student until being published with the subtitle of Ecce homo. Our hypothesis is that 'become who you are' formula can be understood through the concept of 'experience' (Erlebnis). Experience means to still be present in life when something happens, however, we are never aware of experience when we are still crossing it. In this case, experience is reason's counter-concept and, as such, it is understood as pathos. It is about a notion which, pathetically, it can not be conceptually systematized and not even be communicated through linguistic signs, since as soon as we rationalize it or we communicate it, it is not an experience any longer. 'Become who you are', however, happens once in a lifetime and precisely through the experiences (Erlebnisse), in a way that 'to become' is converted into a huge experimentation process essentially fluid. Methodologically, the research is structured in three parts. In the first chapter we analyze a concept immediately related to Experience (Erlebnis): the notion of experiment. It is about a concept essentially practical and which congregates around oneself an ethicalaesthetic dimension in the process of 'become who you are'. Based on this concept, one finds the role that science occupies in its double semantic variation, specially from Human, All Too Human up to The Gay Science: science as propaedeutic - the one which empties the illusory errors from reason and from the world's moral ordination - and like knowledge's passion - the one which the free spirit learns to consider himself and the world in an aesthetically, in an effective praxis of self-formation. In the second chapter we approach the experience (Erlebnis) concept. We start from its etymologic origin and the reception given by Nietzsche, passing through the autobiographical character separation, taking into account the interpretation as the condition's genealogy in which a thought emerges and it develops, up to its interpretation as pathos. To experience is to pathetically cross a range, which movement is done far beyond the intentionality, but which builds in men life abundance. The last part of the research tackles the solution of two problems which were originated from previous interpretations: a language problem and the other one is about intentionality. Regarding the language, it is investigated how it is possible to resolve the experience communication problem, through three variants: first, the analysis of which we call as the comprehensibility's inversion critical project; after an interpretation of which Nietzsche named as his 'style's art' and, finally, in what measure does Zarathustra materializes the communication possibilities of a pathos internal tension. Regarding intentionality, it is a question of understanding 'how one becomes what one is' starting from two other registers: on one side, the idea of destiny, in so far as, etymologically, it also means pathos; on the other hand, it is about understanding the 'become who you are' under the fluency's signal (Fluktuanz).DoutoradoDoutor em Filosofi

    “Prudentia” and the practical use of reason by Schopenhauer

    Get PDF
    This article aims to analyze the specific status that the notion of prudentia receives by Schopenhauer, especially if analyzed within Aphorisms on the wisdom of life. It is the understanding about the practical use of reason in the strict sense of a wisdom of life or prudentia, that we define as differentiation of differentiation. Beside this main hypothesis, the article also contains other interpretative horizons regarding the Aphorisms, such as his literary strategy marked by plausibility, the term 'great pessimism' as well as the displacement from the stoic wisdom to some uses of the Aristotelian maxims

    “Cultivo” e vivência (Erlebnis): premissas à construção da tarefa de ‘tornar-se o que se é’ em Nietzsche

    Get PDF
    The article aims to offer a few hypotheses on an analysis of the phenomenologyof moral action in Nietzsche, especially in relation to Nietzsche’s formula “becomewho you are”, through two crucial concepts to the creation of man by the action:experience (Erlebnis) and ‘cultivation’. Man becomes what he is only in life and underthe concrete conditions of his existence, without the remote suspicion of, as Nietzschewrote, “what he is” and in this case, it is a process that unfolds through his experiences.Understood as pathos or counter-concept of reason, experience acts cultivating the manin a phenomenological process of human ‘cultivation’ toward ‘becoming what one is’.o objetivo do artigo é lançar algumas hipóteses de análise sobre uma fenomenologiada ação moral em Nietzsche, especialmente no que se refere à fórmula nietzscheana“tornar-se o que se é”, notadamente por meio de duas noções decisivas à constituiçãodo homem pela ação: vivência (Erlebnis) e ‘cultivo’. O homem se torna o que é exclusivamentena vida e sob as condições concretas de sua existência, sem que “suspeite”, comoescreve Nietzsche, “remotamente o que é” e, neste caso, trata-se de um processo que sedesdobra em meio às suas vivências. Compreendida como pathos ou contra-conceito darazão, toda vivência atua cultivando o homem, em um processo fenomenológico de ‘cultivo’humano rumo à trajetória de ‘tornar-se o que se é’

    NIETZSCHE E SADE: A PARÓDIA COMO ESTRATÉGIA LITERÁRIA NÔMADE

    Get PDF
    O texto tem por objetivo explorar a paródia enquanto estratégia literária nômade tanto em Nietzsche quanto em Sade. O primeiro movimento do texto explica em que medida a paródia é associada a uma estrutura literária “carnavalesca”, essencialmente subversiva, cuja “festa profana” traz um cortejo de apologias às máscaras, textualmente expressa num jogo que oculta e revela ao mesmo tempo. O segundo movimento do texto analisa o estilo literário paródico como aquele que exerce fundamental função político-social, pois uma vez que se trata de paródia subversiva, os textos exercem uma crítica corrosiva às estruturas culturais de suas respectivas épocas. Ora, é precisamente essa subversão paródica que torna tanto Nietzsche quanto Sade a má consciência do tempo: autênticos criadores

    Sobre o significado de uma genealogia de si no livro Aurora de Nietzsche (‘Si’ como o próprio Nietzsche e como filósofo)

    No full text
    Esse artigo objetiva analisar uma das primeiras tentativas bem sucedidas de Nietzsche de compreender genealogicamente a si mesmo e a si mesmo como fi lósofo, a partir do livro Aurora de 1881, por meio das noções de distanciamento e questionamento. A estratégia de distanciamento, compreendida como diferenciação da diferenciação, consiste em colocar a ‘questão do por quê?, do para quê?’, dirigida à ‘confi ança na moral’, aos seus leitores e, indiretamente, ao todo do próprio questionamento de Nietzsche. Assim, o distanciamento crítico é, simultaneamente, a tentativa de compreensão genealógica de si mesmo. Essa empresa crítica é conduzida pela estratégia argumentativa de distanciamento dos ‘erros da razão’, na medida em que essa confrontação exerce o papel de lente de aumento para o próprio Nietzsche que, em Aurora, é compreendida na análise do aforismo intitulado “A ilusão da ordem moral do mundo”. Uma fi gura de pensamento para essa autogenealogia foi referida por Nietzsche como Don Juan do conhecimento, que igualmente cumpre a função de lente de aumento para Nietzsche.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Fisio-psicologia e linguagem em Nietzsche: um viés de crí­tica í  racionalidade

    No full text
    Resumo: o objetivo do trabalho é analisar a crítica de Nietzsche à razáo ocidental bem como aos elementos epistemológicos que fornecem suporte à racionalidade. Através do mapeamento de alguns textos do último período de produçáo filosófica de Nietzsche, esse estudo parte da associaçáo entre razáo e décadence através de uma trajetória que começa com Sócrates e que se desdobra ao longo da modernidade, a fim de constatar a maneira pela qual um determinado processo decadencial resulta na "perversáo da razáo", isto é, numa dinâmica decadente da razáo que congrega duas grandes corrupções: a "fetichizaçáo" das categorias da razáo e o engano que os filósofos do conhecimento incorrem quando se emaranham nas "teias da gramática". As análises procuram indicar tanto um Nietzsche fisio-psicólogo quanto um Nietzsche linguista e filólogo. Palavras-chave   : Fisio-psicologia; Ilusáo gramatical; Racionalidad
    corecore