24 research outputs found

    Mudanças possivelmente antrópicas na cobertura vegetal na região de Búzios, Rio de Janeiro, identificadas através de análises de fitólitos

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    Com a finalidade de contribuir para a reconstituição paleoambiental da região de Búzios, RJ, foram escolhidos como indicadores de possíveis mudanças da vegetação os fitólitos, partículas de sílica amorfa que se acumulam em torno ou dentro das células vegetais. Foram analisadas amostras de um argissolo localizado no bairro de Tucuns, denominação vulgar de palmeiras que devem ter sido abundantes no local, mas que no presente quase não são mais encontradas, sendo a vegetação atual uma mata xeromórfica muito seca com predominância de cactáceas. Entretanto, entre os fitólitos presentes no solo predominam os de palmeiras. Como não há registro, no período de tempo estudado (5.800 anos), de climas mais úmidos, a diminuição da cobertura de palmeiras tem provavelmente origem antrópica, mostrando ser possível relacionar os resultados das análises fitolíticas com o histórico de ocupação e degradação da região

    RECONSTITUIÇÕES DA VEGETAÇÃO E INFERÊNCIAS DE PALEOCLIMAS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES FITÓLITOS E ISÓTOPOS DE CARBONO – EXEMPLOS DE ESTUDOS NO BRASIL

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    A compreensão de grande parte das formações vegetais primárias do Brasil necessita muitas vezes de estudos paleoambientais. Este trabalho apresenta dois estudos realizados em áreas do Estado do Rio de Janeiro e um em Minas Gerais, onde estão sendo feitas reconstituições da vegetação e inferência de paleoclimas utilizando como indicadores os fitólitos e os isótopos de Carbono. Fitólitos são partículas microscópicas de sílica que se formam como resultado da absorção pelas raízes das plantas de ácido silícico da solução do solo, precipitando-se depois, principalmente pela transpiração do vegetal, no interior ou entre as células vegetais. Estas partículas são importantes microfósseis, apresentando configurações típicas da vegetação de origem, já que a forma do fitólito recorda como um “molde” a célula vegetal em que foi formado. Os isótopos estáveis de Carbono são utilizados em estudos ambientais devido ao fato de que a composição isotópica varia de forma previsível conforme o elemento se move através dos diversos compartimentos de um ecossistema. Nas plantas, há a discriminação dos isótopos do carbono nos processos biológicos do ciclo da fotossíntese, com um fracionamento constante para as de mesmo ciclo fotossintético. A razão entre os isótopos estáveis de carbono pode indicar que tipo de vegetal deu origem ao material estudado, complementando de maneira eficaz os resultados das análises fitolíticas

    DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS VOÇOROCAS EM GOUVEIA - MG: FATORES ASSOCIADOS

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    Trata-se de pesquisa sobre o impacto antrópico na distribuição espacial de voçorocas no município de Gouveia, Serra do Espinhaço, MG. A área apresenta uma grande densidade dessas formas erosivas nos domínios das rochas do complexo granítico, nos xistos do Supergrupo Rio Paraúna e nas vertentes desenvolvidas sobre rochas básicas e metabásicas. Por apresentarem um substrato relativamente homogêneo do ponto de vista litológico, feições estruturais que em grande parte foram suavizadas pelo espesso manto de alteração e características climáticas muito semelhantes, a distribuição espacial e formas das voçorocas apontam para a influência de outros fatores. Foto-interpretação, utilizando foto-aéreas na esc 1:25.000, permitiu identificar a presença de voçorocas associadas à feições geomorfológicas côncavas (anfiteatros e alvéolos). A própria foto-interpretação revelou, no entanto, que fatores relacionados ao uso e ocupação do terreno respondem prioritariamente pela distribuição espacial das voçorocas, bem como por formas anômalas de alguns dos seus canais. Trabalhos de campos revelaram que os principais impactos encontram-se associados ao uso e ocupação do terreno para fins agro-pecuários, em especial a utilização de diferentes tipos de delimitações de propriedades, ou divisões dentro da mesma propriedade de áreas de usos diferenciados. Também a mineração a céu aberto contribui com o desenvolvimento dessas formas resultantes de erosão acelerada, mas com participação mais discreta em termos de densidade e extensão destas

    Considerações Paleoambientais do Holoceno Médio por Meio de Fitólitos na Serra do Cadeado, Paraná

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    A pesquisa analisou um testemunho sedimentar de 130 cm de profundidade contendo cerca de 30 cm de material turfoso em seu topo, obtido em uma lagoa sem nome situada no Morro da Pedra Branca no município de Ortigueira no estado do Paraná. Foram recuperados (via queima ácida), identificados e quantificados (em três transectos/ três lâminas analisadas em microscópio óptico com aumento de 40x) os fitólitos presentes no sedimento turfoso, totalizando 13 amostras, bem como se realizou uma datação 14C a 30 cm de profundidade (5.372 anos cal. AP). Também foram calculados índices fitolíticos de Densidade de Cobertura Arbórea, Estresse Hídrico e de Umidade. Os resultados mostraram que a lagoa teve taxa de sedimentação lenta (~1 cm/179 anos). Os morfotipos mais encontrados foram os característicos da família Poaceae (Rondel, Saddle, Bilobate), inferindo uma vegetação predominantemente campestre, com ausência da família Arecaceae (palmeiras), alta produtora de fitólitos do morfotipo Globular echinate. As assembleias fitolíticas encontradas na área indicam condições mais secas no Holoceno Médio, passando para condições climáticas mais úmidas na atualidade. As interpretações corroboram outros estudos paleoambientais já realizados para o estado do Paraná e Mato Grosso do Sul, nos quais a existência de um período mais seco no Holoceno Médio é evidenciada.This study analyzed a sedimentary core of 130 cm depth containing about 30 cm of peaty bulk at its top, obtained from an unnamed pond located at Morro da Pedra Branca, in the municipality of Ortigueira, Paraná. The phytoliths present in the peaty sediment were identified and quantified. Three transects on three different microscopy slides were analyzed using an optical microscope with 40x zoom in each sample, totaling 13 samples.  At 30 cm depth, the sedimentary bulk was dated at 5,372 years cal. BP using 14C.. The following phytolith indexes were calculated: Tree Cover Density, Water Stress and Humidity. The results enabled us to conclude that the pond had a slow sedimentation rate (~ 1 cm/179 years). The most frequent morphotypes were from the Poaceae family (Rondel, Saddle, Bilobate), inferring predominantly grassland vegetation, with absence of the Arecaceae family (palm trees), a high producer of phytoliths of the Globular echinate morphotype. The phytolith assemblages found in the area indicate drier conditions in the Middle Holocene, moving toward to more humid climate conditions today. The interpretations corroborate other paleoenvironmental studies already carried out in the states of Paraná and Mato Grosso do Sul, where the existence of a drier period in the Middle Holocene has been demonstrated

    Caracterização de fitólitos de plantas e assembleias modernas de solo da caatinga como referência para reconstituições paleoambientais

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    A Caatinga, quarto domínio fitogeográfico brasileiro em número de espécies de angiospermas, é composta por um mosaico de florestas secas e vegetação arbustiva, com enclaves de florestas úmidas montanas e cerrados. Entretanto, é o segundo bioma brasileiro com menos áreas protegidas e com poucos estudos paleoambientais. Buscando contribuir para a discussão sobre a evolução deste bioma durante o Quaternário, foram escolhidos como indicadores os fitólitos. Por ser um trabalho pioneiro com esse tipo de proxy na região, foi necessário investigar primeiro se as plantas da Caatinga produzem bastante fitólitos e se os mesmos se preservam nos solos. Foram coletadas na Depressão Sertaneja Setentrional amostras de 33 plantas de 16 famílias e 5 amostras superficiais de solo (Assembleias Modernas) sob diferentes formações vegetais (AM1 Caatinga Arbustiva Aberta, AM 2 Floresta de Caatinga Média, AM3 Floresta de Caatinga Alta, AM4 Floresta Ciliar e AM5 Caatinga Arbustiva Densa), para servir de referência para futuros trabalhos com assembleias fósseis. Constatamos que as plantas da Caatinga produzem uma grande quantidade e variedade de fitólitos, predominando os traqueídeos, poliédricos, globular granulate e tricomas. Foi encontrado um bom grau de preservação dos fitólitos, variando nos tipos e na quantidade de acordo com a vegetação sobrejacente e a granulometria do solo. A assembleia com maior quantidade de fitólitos classificáveis foi AM3 e a com menor porcentagem foi a AM1. Os maiores estoques de fitólitos foram encontrados nas AM 3, 2 e 5, e os menores nas 1 e 4. Os morfotipos fitolíticos predominantes foram o globular granulate, globular echinate e elongate, o que é esperado nesse tipo de vegetação. Os índices fitolíticos D/P (0,6 a 15), Bi (50 a 78%), Iph (53 a 87%) e Pa/P (0,1 a 8,9) são compatíveis com os tipos de formação vegetal analisados. Os fitólitos se mostraram ferramentas promissoras para o melhor conhecimento da vegetação da região, bem como para estudos paleoambientais no bioma

    RECONSTITUIÇÃO PALEOAMBIENTAL DE DUNAS VEGETADAS NA CAATINGA EM ARACATI, CEARÁ, ATRAVÉS DE BIOMINERALIZAÇÕES DE SÍLICA

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    Ce travail fait partie d'un projet qui étudie les sols et les plantes de Caatinga, en les reliant à la géomorphologie, au climat et au type de couverture végétale de l'écorégion de Dépression Sertaneja Setentrionelle. L'objectif est d'étudier les modifications de la végétation liées aux variations climatiques du Quaternaire par le biais de biominéralisations de silice, d'analyses pédologiques, d'isotopes de carbone et de relevés floristiques. Des échantillons ont été prélevés dans un profil de sol et de 8 familles de plantes à Aracati, Ceará. Toutes les plantes étudiées produisent des phytolithes sauf Poincianella bracteosa. L'analyse δ13C indique la présence de plantes C3. Des mégascleres de spicules marines ont été trouvées. Il existe une prédominance des grains grossiers mais les fractions fines augmentent avec la profondeur. Les phytolithes sont bien conservés, avec une prédominance de types bulliform, acicular et globular. La densité des arbres augmente entre environ 2300 et 700 ans cal. AP, indiquant des moments où l’environnement et le climat était relativement plus humides qu’au présent.Este trabalho faz parte de um projeto que estuda solos e plantas da Caatinga, relacionando-os com a geomorfologia, clima e tipo de cobertura vegetal na Ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional. O objetivo é estudar mudanças na vegetação ligadas a variações climáticas do Quaternário, através de biomineralizações de sílica, análises pedológicas, isótopos de carbono e levantamento florístico. Foram coletadas amostras em um perfil de solo e amostras de 8 famílias de plantas em Aracati, CE. Todas as plantas estudadas produzem fitólitos, exceto Poincianella bracteosa. O δ13C indica presença de plantas C3. Foram encontradas megascleras de espículas marinhas. Há predominância de granulometria grossa, porém aumentam as frações finas com a profundidade. Os fitólitos estão bem preservados, com predominância dos tipos bulliform, acicular e globular. A densidade arbórea aumenta nos períodos de cerca de 2300 e 700 anos cal AP, indicando momentos de ambiente e clima relativamente mais úmido que o atual

    CABO FRIO - AN ENCLAVE IN SEMI ARID COASTAL MOIST OF RIO DE JANEIRO STATE: INFLUENCES OF CLIMATE AND PRESENT PAST VEGETATION

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    Located on the northeast coast of the State of Rio de Janeiro, Brazil, Cabo Frio region has been considered a phytogeographical enclave, with a drier climate than the rest of this coast, a redoubt for the “caatinga” like vegetation, dominated by xeromorphic forests, Cactaceae and Bromeliaceae. In order to contribute to this discussion in a singular way, this work makes multivariate analysis of similarity of variables of the current climate, comparing Cabo Frio with its more humid surroundings and the “caatinga” of Brazilian northeast. We also analyze possible changes in regional palaeovegetation, using phytoliths as proxy. We conclude that Cabo Frio has a climate more similar to the “caatinga” than to its surrounding, and that the vegetation, from 13,000 years cal BP, did not present major changes.Localizada na costa NE do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, a região de Cabo Frio tem sido considerada um “enclave” fitogeográfico, com um clima mais seco que o restante do litoral fluminense, reduto de vegetação semelhante à caatinga, dominada por florestas xeromórficas, Cactaceae e Bromeliaceae. Objetivando contribuir para esta discussão de modo singular, este trabalho faz análises multivariadas de similaridade de variáveis do clima atual, comparando Cabo Frio com seu entorno mais úmido e com a caatinga do Nordeste brasileiro, e estuda possíveis variações da paleovegetação na região, utilizando como indicadores os fitólitos. Conclui-se que o clima de Cabo Frio se assemelha mais à caatinga que ao seu entorno, e que a vegetação, desde 13.000 anos cal AP, foi sempre de tipo pouco arbórea

    CABO FRIO - UM ENCLAVE SEMIÁRIDO NO LITORAL ÚMIDO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: RESPOSTAS DO CLIMA ATUAL E DA VEGETAÇÃO PRETÉRITA

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    Localizada na costa NE do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, a região de Cabo Frio tem sido considerada um “enclave” fitogeográfico, com um clima mais seco que o restante do litoral fluminense, reduto de vegetação semelhante à caatinga, dominada por florestas xeromórficas, Cactaceae e Bromeliaceae. Objetivando contribuir para esta discussão de modo singular, este trabalho faz análises multivariadas de similaridade de variáveis do clima atual, comparando Cabo Frio com seu entorno mais úmido e com a caatinga do Nordeste brasileiro, e estuda possíveis variações da paleovegetação na região, utilizando como indicadores os fitólitos. Conclui-se que o clima de Cabo Frio se assemelha mais à caatinga que ao seu entorno, e que a vegetação, desde 13.000 anos cal AP, foi sempre de tipo pouco arbórea
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