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    Spectroscopic techniques for characterizing portuguese glazed ceramics:a contribution to the study of ancient faiences of Coimbra

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    Tese de doutoramento, Física, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2013Polychrome glazed ceramics (faiences and wall-tiles) originally produced in the two main manufacturing centers between the XVI and XVIII centuries, Coimbra and Lisbon (Portugal), were object of study. In order to overcome mislabeling of objects which are not properly identified – e.g. by potters marks – this investigation addresses to gain knowledge concerning manufacturing technological aspects by a multianalytical (non-destructive) approach. Since no scientific data was found regarding faiences produced in Coimbra, this serves as a contribution for the classification of “Faience from Coimbra”. The samples are characterized by ceramic support, a glaze and surface decoration. Depending on the raw materials as well as the manufacturing process involved – e.g. firing temperature – these three main regions will interact with each other differently. Therefore, information obtained at the interface-areas is important. Considering the objectives of this work, the chosen analytical methods were: X-ray Fluorescence (XRF), X-ray diffraction (XRD), Scanning Electron Microscopy / Energy Dispersive Xray System (SEM/EDX) and X-ray Absorption Fine Structure (XAFS). It was shown that faiences are a unique kind of glazed ceramics and differences between the productions from Coimbra and Lisbon arose. Faiences have thinner glazes (max. 180 μm) than wall-tiles (max. 400 μm). Key elements are: Co for blue, Mn for purple, Cu for green, Sb for yellow, Pb for glaze. Elemental and morphological features have shown that Sn is mixed in the blue to lighten the final hue and Co-structures are in a Fe-rich environment in faiences and in a Ni-rich environment in wall-tiles. Regarding the yellows, the hexagonal shape found for wall-tiles from Lisbon indicates that a higher temperature was used (1100 C), in comparison to the samples from Coimbra (faiences and wall-tiles), which shape is irregular and triangular-like (from 950 C). Furthermore, the compound used for yellow pigments is different between Coimbra and Lisbon.Este estudo tem como objectivo principal a análise e caracterização de cerâmicas vidradas (antigas) produzidas entre os séculos XVI e XVIII em Coimbra e Lisboa. Para tal recorreu-se a uma metodologia multianalítica de modo a fornecer informação científica a vários níveis para se obter parâmetros identificadores destas produções. Paralelamente, este estudo surge como uma oportunidade para o apuramento do conhecimento e da reconstituição da tecnologia e do sistema de produção usado em Coimbra, particluarmente faianças. De um modo geral, cerâmicas vidradas policromas são caracterizadas por três zonas: corpo cerâmico, vidrado e superfície decorativa. A escolha das matérias-primas bem como o processo de manufactura (aplicação do vidrado, temperatura de cozedura, entre outros) são factores que influenciam a peça final. O corpo cerâmico é composto maioritariamente por minerais argilosos, oxidos de silício (Si) a Alumínio (Al) e inclusões não plásticas (têmpera). Os minerais argilosos comferem plasticidade à pasta; silica (SiO2) tem um papel estrutural e é refractário – ponto de fusão alto (1600 – 1725 °C); têmperas podem ser impurezas intrísecas aos minerais argilosos ou adicionadas pelo oleiro para conferir as propriedades desejadas. O vidrado é constituído por três (ou quatro) grupos de compostos: i) formadores de rede – maioritariamente silica (SiO2); ii) modificadores de rede (ou fluxos) – maioritariamento oxidos de chumbo (ex. PbO) e minerais argilosos (para baixar o ponto de fusão da estrutura silicatada); iii) intermediários - para repôr as propriedades perdidas pela introdução de fluxos; iv) agentes opacos – normalmente Cassiterite (SnO2). Os escassos estudos cerâmicos já desenvolvidos privilegiam as manufacturas de Lisboa em detrimento das de Coimbra, encaradas como mais periféricas e de menor qualidade. No entanto, este preconceito exige uma reflexão mais profunda, pois aspectos considerados pouco cuidados (tipo de vidrados, tonalidades mais densas dos óxidos, maior porosidade das pastas) poderão dever-se a constrangimentos na aquisição de matérias-primas e consequente improvisação do que havia disponível. O facto é que qualquer peça da produção de Coimbra é avidamente coleccionada, mesmo fora das fronteiras nacionais. Através de uma caracterização visual, têm vindo a ser intuídos pelos ceramólogos alguns aspectos potencialmente marcadores das cerâmicas de Coimbra, mas faltam critérios científicos que permitam confirmar estas hipóteses. Os objectos de estudo pertecem a dois grupos de cerâmica vidrada: faianças utilitárias (originais de Coimbra) e azulejos (originais de Coimbra e Lisboa). Os fragmentos de faianças foram recolhidos do espólio existente no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (Coimbra) através do Museu Machado de Castro (MMC) em Coimbra e os fragmentos de azulejos – quer de Coimbra e de Lisboa – foram obtidos através do Museu Nacional do Azulejos (MNAz) em Lisboa. Tendo em conta o objectivo principal proposto, este estudo assenta em duas grandes vias de investigação: caracterização composicional de peças com origem conhecida (Coimbra e Lisboa) e preparação e caracterização de modelos laboratoriais. Os modelos criados em laboratório servirão para obter informação sobre a origem da matéria-prima utilizada, dos processos de fabrico, nomeadamente da temperatura de cozedura, processo de aplicação do vidrado e aplicação dos pigmentos. Pretende-se assim com este trabalho o desenvolvimento de um extenso programa analítico, que permitirá a caracterização elementar, composicional, mineralógica e morfológica ao nível do corpo cerâmico, vidrado e pigmentos. Além disto, as zona de interface (pigmento/vidrado e vidrado/corpo cerâmico) serão também analisadas, pois a interacção pigmento/vidrado e vidrado/corpo cerâmico depende das matérias primas utilizadas bem como da temperatura de cozedura. Tendo em conta os objectivos propostos é necessário escolher técnicas espectroscópicas não destrutivas, isto é, que preservem a integridade física e química do objecto a analisar. As técnicas usadas neste trabalho são: espectroscopia por Fluorescência de Raios X (do inglês, XRF), Difracção de Raios X (do inglês, XRD), Microscopia por Varrimento Electrónico com sistema de espectroscopia por Fluorescência de Raios X acoplado (do inglês, SEM/EDX) e espectroscopia por Absorpção de Raios X (do inglês, XAFS). XRF permite a identificação simultânea bem como quantificação dos elementos presentes numa amostra, com número atómico superior a 9. O facto de esta técnica ser não destrutiva, faz dela um método de eleição para a análise de objects com valor histórico, artístico e arqueológico. Além do método convencional de XRF, foi também usada a vertente confocal (ou 3D) de XRF. Com esta vertente, consegue-se seleccionar volumes de amostra e efectuar varrimentos em profundidade, obtendo uma informação tri-dimensional elementar da amostra. XRD fornece informação ao nível mineralógico que constitui as amostras. Acedendo a esta informação consegue-se assim aceder directamente às matétrias-primas utilizada bem como a minerais que surgem como consequeência das transformações térmicas que ocorrem durante o processo de cozedura. SEM/EDX fornece informação ao nível morfológico, em que imagens dos cristais que pertencem à estrutura das matérias-primas são visualizados. Tendo esta informação disponível, conseguem-se estimar processos de cozedura utilizados, mais precisamente temperaturas utilizadas. O tamanho e a forma dos cristais é indício desta ultima propriedade. Por fim, XAFS, vem complementar a informação que é “perdida” com XRD. A alta sensibilidade química para especiação de um único átomo, vem colmatar as dificuldades impostas pelos artefactos experimentais em XRD. Com XAFS, consegue-se averiguar o estado e oxidação de um dado átomo bem como a distância a que se encontram os átomos vizinhos mais próximos desse átomo. Assim sendo, informação acerca da geometria da molécula em que o que átomo se encontra bem como tipos de ligação entre este e os seus vizinhos, consegue ser obtida. Estas propriedades tornam a técnica de XAFS bastante apelativa para estudos em objects ligados ao património cultural. A única dificuldade é ter que recorrer a um sincrotrão para poder efectuar tais medições. O facto de ser uma técnica altamente sensível a nível atómico requer o uso de fontes de radiação X com determinadas propriedades que não se encontram em laboratório, tais como, coerência, alto brilho e muito baixa divergência. Aplicando esta aproximação multianalítica aos objectos em estudo – e tendo em conta o objectivos propostos – foram obtidas diferenças entre as produções de Coimbra e Lisboa, destacando as faianças das demais. Resultados obtidos por XRF e XRD demosntram que o corpo cerâmico dos Azulejos é mais heretogéneo e mais poroso do que o das faianças. Mais ainda, foi obtido que os corpos cerâmicos de Azulejos terão sido submetidos a temperaturas de cozedura mais elevadas do que os de Faianças. Isto confirma-se pela presença de minerais metaestáveis que se formam a mais altas temperaturas, tais como a Cristobalite (um polimorfo da silica que se forma a alta temperatura). Foi também detectada a presença de chumbo (Pb) (principalmente em Azulejos) na parte de trás do corpo cerâmico. Isto deve-se à elevada porosidade no corpo cerâmico de Azulejos que favorece a penetração de Pb pelos poros até ao fundo do corpo cerâmico. Este fenómeno está de acordo com o processo de manufactura das peças. Faianças são produzidas ao torno oleiro enquanto que os Azulejos são produzidos em placas, conferindo assim maior heterogeneidade. Faianças têm um vidrado mais fino (espessura máx. 180 μm) do que os azulejos (espessura máx. 400 μm). Através de XRF foi possível identifcar elementos-chave para vidrado e cores usadas para a camada decorativa: Cobalto (Co) para o azul, Antimónio (Sb) para o amarelo, Manganês (Mn) para o púrpura, Cobre (Cu) para o verde e Chumbo (Pb) para o vidrado. Através de SEM/EDX foi possível obervar que Estanho (Sn) doi adicionado intencionalmente pelo oleiro à mistura do pigmento azul. Isto deve-se ao facto de o azul de Co ser muito escuro (quase preto) e não é esse o tom de côr que se observa a olho nú. Sendo SnO2 um composto que confere uma côr esbranquiçada, confere-se a adição de este ao pigmento azul. Uma das grandes contribuições deste estudo foi verificar Co está associado a uma corrente de 5 elementos: Fe-Co-Ni-As-Bi. Apesar de Bi ter sido detectado por XRF, este não foi detectado com estando associado à fonte de Co. Mais ainda, em faianças de Coimbra, as estruturas de Co são ricas em Ferro (Fe) enquanto que em Azulejos estas são ricas em Níquel (Ni). Outro resultado importante foi verificar diferenças na morfologia dos cristais que compõem o pigmento amarelo. Segundo fontes documentais, o pigmento amarelo mais usado e mais provável terá sido o Amarelo de Nápoles (Pb2Sb2O7). Através de SEM/EDX foi verificado que os cristais de amarelo de Nápoles em azulejos de Lisboa são hexagonos bem definidos – típico do pigmento em si e indicativo de uma temperatura de cozedura acima dos 1100 C. Nas faianças de Coimbra estes cristais têm formas mais irregulares (triângulares) em vez de hexagonais. De acordo com a literatura esta forma de cristais indica temperaturas de cozedura inferiores a 1000 C. Além do mais, através de XAFS obtiveram-se diferenças na própria estrutura cristalina do pigmento amarelo. Amostras de Coimbra (faianças e Azulejos) o composto na forma de Pb2Sb2O7 terá sido usado enquanto que nas amostras de Lisboa, uma mistura de compostos de Pb e Sb foi identificada. Este trabalho é pioneiro no estudo científico de tão valioso espólio e com a informação obtida surgiram 4 publicações em revistas internacionais científicas com um factor de impacto siginificativo na área de espectrosocpia. Foram fornececidas respostas acerca das matériasprimas e propriedades composicionais – ao nível mineralógico e morfológico. Assim sendo, o campo das artes em Portugal pode ser usado como base para desenvolver metodologias de conservação e restauro. Este trabalho proporcionou não só nova informação acerca das produções de Coimbra e Lisboa mas também a abertura de horizontes para dar continuidade a esta investigação. O universo de amostra aqui analisado seviu para extrair diferenças entre os centros de manufactura cerâmica mas há fica implicita a necessidade de analisar cerâmicas de outros centros, como por exemplo Porto ou Alcobaça.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT-DAAD: 2010/11

    Changes in Erythropoiesis and Transferrin Receptor 2 in Malaria-Induced Anemia

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    Tese de mestrado, Ciências Biofarmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2018One of the main features of severe malarial anemia (SMA) is the loss of an appropriate erythroid response. Erythropoiesis is regulated by the hormone erythropoietin (EPO), which upon binding to its receptor (EPOR), activates a signaling cascade that leads to an increased consumption of iron (Fe) for the production of red blood cells (RBCs). Recent investigations linked improved anemic conditions, through the activation of the EPO-EPOR pathway, to the selective loss of the second transferrin receptor (TfR2) in the bone marrow (BM). This study aimed to assess changes in erythropoiesis and expression of TfR2, in mice induced with three malaria models, namely Plasmodium chabaudi chabaudi (Pcc), Plasmodium berghei ANKA (Pb ANKA) and a reinfection model of Pcc followed by Pb ANKA. Flow cytometry analyses were used to show that BM and spleen of Pcc-infected mice regulate erythropoiesis in a complementary manner. Although an early response was observed in the spleen, this significantly decreases along with parasite load. As for the expression of TfR2 in the BM, a correlation between the level of this gene and the peak of parasitemia was found. Interestingly, the profile of Pb ANKA in BM and spleen was very different, in terms of both erythropoiesis and TfR2 expression. When Pcc-induced mice were reinfected with Pb ANKA, the data did not show significant differences in the hematopoietic response. Overall, our results show a complementarity between the two erythropoietic centers, that is, the spleen and BM. We also observed that the interplay between erythropoiesis and Fe metabolism correlates to the parasite load, as assessed by the increased expression of TfR2 or the other genes analysed throughout infection. Thus, our research provides new insights towards the discovery of new mechanisms underlying SMA and the importance of TfR2 during erythropoiesis.A perda de uma adequada eritropoiese é uma das características da anemia da malária grave (SMA). A eritropoiese é regulada pela eritropoietina (EPO) que, ao ligar-se ao seu recetor (EPOR), ativa a via que aumenta o consumo de ferro, para produção de glóbulos vermelhos. Estudos recentes correlacionaram a melhoria do estado de anemia, através da ativação da via EPO-EPOR, com a perda do segundo recetor da transferina (TFR2), na medula óssea. Este estudo tem como objetivo estudar alterações na eritropoiese e expressão do TfR2 através do desenvolvimento de três modelos de malaria em ratinhos, nomeadamente o modelo animal de Plasmodium chabaudi chabaudi (Pcc), Plasmodium berghei ANKA (Pb ANKA) e um modelo de reinfeção em que animais previamente infetados com Pcc foram infectados com Pb ANKA. Citometria de fluxo demonstrou que a medula e o baço de ratinhos infetados com Pcc, regulam a eritropoiese complementarmente. Apesar do baço apresentar uma resposta mais rápida, esta decresce com a diminuição dos níveis do parasita. Em termos de expressão medular do TfR2, observou-se uma correlação entre a expressão génica e o pico de parasitemia. O perfil da medula e do baço de animais infetados com Pb ANKA foi distinto, tanto ao nível da eritropoiese, como da expressão do TfR2. No modelo de reinfeção, os dados não mostraram diferenças significativas em termos de resposta hematopoiética. Em suma, os nossos resultados mostram que há uma complementaridade entre os dois centros eritropoéticos (baço e medula). Através da expressão do TfR2 e de outros genes analisados ao longo da infeção, observou-se que a relação entre eritropoiese e o metabolismo do ferro correlaciona-se com a parasitemia. Assim, este projeto trouxe novos dados para a descoberta de novos mecanismos subjacentes à SMA e a importância do TFR2 na eritropoiese

    Green IT Maturity: developing a framework based on practices and actions

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    In a society whose issues related to sustainability have become increasingly important, the IT area has been responsible for some of the environmental problems that society faces. In this context, Green IT appears as a way of combining available resources to sustainable and economic policies in organizations, generating benefits for the environment and business. The adoption of Green IT practices may create value for companies and society. This study aimed to develop and validate a tool which is able to assess the organizational maturity of Green IT, identifying the main practices adopted and the different components that influence the way organizations have addressed environmental sustainability in the IT field. The framework proposed in this study has suggested four constructs to assess the organizational maturity of Green IT: socio environmental awareness of the organization; sustainable actions applied to IT field; IT activities monitoring; and search and update of approaches regarding the use of IT. Results are expected to motivate not only students but also practitioners who study and implement different Green IT initiatives, so that organizations can become more efficient and effective and commit to the planet conservation, as well

    Coordenação entre decisões de investimento em saneamento e gestão de recursos hídricos

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    Water pollution affects water security, reducing water supply to economic water uses and threatening environmental preservation and human health. Controlling water pollution depends on efforts on two main sectors. One is water management, which provides regulatory instruments, including water quality standards, water abstraction and water discharge permits, as well as economic instruments, like water and wastewater charges. Another is sanitation, which is responsible for expansion of water and wastewater infrastructure and faces challenges in financing extensive infrastructure. While water management defines broader (watershed scale) strategies to address water quality, other decisions regarding infrastructure investment are made by the sanitation sector at the municipality scale, with limited perception of broader watershed context on water availability and pollution. When water management and sanitation decisions are not coordinated there are missed opportunities to (a) meet water quality standards at given river reaches due to lacking investment upstream and (b) find least cost investment solutions across municipalities, at the watershed scale. In this paper, we present methods and solutions to coordinate wastewater infrastructure expansion planning with water management instruments in the long-term planning to maximize economic returns and improve water quality. Our methods identify the regions where investments could be prioritized, coordinated with the distribution of water permits and definition of water quality targets. Results show that restricting water permits on some watershed regions results in a small water availability trade-off for economic uses but a significant reduction in costs to sanitation investments, while also meeting the water quality targets. We conclude that while there are several ways to reach predefined water quality targets, each way requires well-coordinated decisions from the water management perspective (where and when to allocate water permits) and the sanitation sector (where and when to concentrate investments in wastewater treatment). Thus, as important as the decisions to improve water management instruments and to increase investments in sanitation is their coordination towards a common watershed goalA poluição afeta a segurança hídrica ao reduzir a disponibilidade de água para usos econômicos, bem como ameaçar a preservação ambiental e a saúde humana. O controle da poluição hídrica depende de esforços em dois setores principais. Um deles é a gestão da água, que fornece instrumentos regulatórios, incluindo o enquadramento e a outorga, bem como instrumentos econômicos, como a cobrança pelo uso da água e lançamento de carga poluente. Outro é o saneamento, que é responsável pela expansão da infraestrutura de água e esgoto e enfrenta desafios diversos quanto ao seu financiamento. Enquanto a gestão da água define estratégias mais amplas (escala de bacia hidrográfica) para lidar com a qualidade da água, outras decisões relativas a investimentos em infraestrutura são tomadas pelo setor de saneamento na escala municipal, com percepção limitada do contexto mais amplo da bacia hidrográfica sobre a disponibilidade de água e poluição. Quando as decisões de gestão da água e saneamento não são coordenadas, perdem-se oportunidades de (a) atender aos padrões de qualidade da água em determinados trechos da bacia devido à falta de investimento à montante e (b) encontrar soluções de investimento de menor custo entre os municípios, na escala da bacia hidrográfica. Neste artigo, apresentamos métodos e soluções para coordenar o planejamento da expansão da infraestrutura de saneamento com instrumentos de gestão da água no planejamento de longo prazo, a fim de maximizar o retorno econômico e melhorar a qualidade da água. Nossos métodos identificam as regiões onde os investimentos podem ser priorizados de forma coordenada com a distribuição de outorgas e definição de metas de enquadramento. Os resultados mostram que a restrição das outorgas de água em algumas regiões da bacia hidrográfica resulta em um pequeno trade-off na disponibilidade de água para alguns usos econômicos, mas uma redução significativa nos custos de investimentos em saneamento, além de cumprir as metas de qualidade da água. Concluímos que, embora existam várias maneiras de atingir metas pré definidas de enquadramento, cada forma requer decisões bem coordenadas na perspectiva da gestão da água (onde e quando conceder uma outorga) e do setor de saneamento (onde e quando concentrar os investimentos em saneamento). Assim, tão importante quanto as decisões para melhorar os instrumentos de gestão da água e aumentar os investimentos em saneamento é sua coordenação em direção a um objetivo comum na bacia hidrográfica

    ASPECTS OF THE MAGNETITE CRYSTALLINE STRUCTURE - A BRIEF OVERVIEW OF NANOMAGNETISM

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    ABSTRACT This article aims to present briefly the relation of the origin of the magnetic behavior at nanoscale with the influence of the crystalline structure of the respective particulate material in question - [magnetite (Fe3O4)]. In general, we intend to give an insight into the understanding of the properties and fundamentals of the macroscopic interactions of magnetic solids in a microscopic picture. Keywords: Magnetite. Crystalline Structure. Magnetic Behavior. Nanomagnetism. RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar brevemente a relação da origem do comportamento magnético em nanoescala com a influência da estrutura cristalina do respectivo material particulado em questão - [magnetita (Fe3O4)]. De modo geral, pretendemos dar uma visão sobre a compreensão das propriedades e fundamentos das interações macroscópicas de sólidos magnéticos em um quadro microscópico. Palavras-chave: Magnetita. Estrutura Cristalina. Comportamento Magnético. Nanomagnetismo. REFERENCES CALLISTER, W. D. JR.; RETHWISCH, D. G. Materials Science and Engineering: An Introduction. New York: 8th ed. John Wiley & Sons. 2009. COWBURN, R. P.; KOLTSOV, D. K.; ADEYEYE, A. O.; WELLAND, M. E.; TRICKER, D. M. Single-Domain Circular Nanomagnets. Physical Review Letters, v. 83, n. 5, p. 1042-1045, 1999. ELLIOTT, S. R. The Physics and Chemistry of Solids. New York: 1st ed. John Wiley & Sons. 1998. FARIA, R. N.; LIMA, L. F. C. P. Introdução ao Magnetismo dos Materiais. São Paulo: 1 ed. Editora Livraria da Física. 2005. FIGUEIREDO, W.; SCHWARZACHER, W. Magnetic relaxation and thermal properties of a two-dimensional array of dipolar-coupled nanoparticles. Journal of Physics: Condensed Matter, v. 19, n. 27, p. 1-19, 2007. GUBIN, S. P. Magnetic Nanoparticles. Weinheim, Germany: 1st ed. Wiley-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA. 2009. GUIMARÃES, A. P. Propriedades Magnéticas de Sistemas Granulares. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 382-386, 2000. HOFMANN, P. Solid State Physics: An Introduction. Weinheim, Germany: 2nd ed. Wiley-VCH Verlag GmbH & Co. KGaA. 2015. KITTEL, C. Theory of the Structure of Ferromagnetic Domains in Films and Small Particles. Physical Review, v. 70, n. 11-12, p. 965-971, 1946. LANDAU, L.; LIFSHITS, E. On the Theory of the Dispersion of Magnetic Permeability in Ferromagnetic Bodies. Ukrainian Journal of Physics, Kharkov, v. 53, p. 14-22, 2008. SAFARIKOVA, M.; SAFARIK, I. The Application of Magnetic Techniques in Biosciences. Magnetic and Electrical Separation, v. 10, n. 4, p. 223-252, 2001. SCHULZ, M. J.; SHANOV, V. N.; YUN, Y. Nanomedicine Design of Particles, Sensors, Motors, Implants, Robots, and Devices. Boston: 1st ed. Artech House Publisher. 2009. SINNECKER, J. P. Materiais Magnéticos Doces e Materiais Ferromagnéticos Amorfos. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 396-405, 2000

    On the numerical convergence properties of the calculation of the flow around the KVLCC2 tanker in unstructured grids

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    This paper addresses the estimation of numerical errors in the calculation of the flow around the KVLCC2 tanker at model scale Reynolds number in unstructured grids. The flow solution is based on the Reynolds-Averaged Navier-Stokes equations supplemented by the k − ω SST two-equation eddy-viscosity model using the so-called double-body approach, i.e. free surface effects are neglected. Grid refinement studies are performed for sets of grids gener- ated with the open source code SnappyHexMesh and with the HEXPRESSTM grid generator. Definition of grid refinement ratio in unstructured grids and its consequences for the estima- tion of numerical errors is discussed. Friction and pressure resistance coefficients and mean velocity components at the propeller plane are compared with reference solutions obtained in nearly-orthogonal multi-block structured grids with the same flow solver ReFRESCO

    Relação entre a variabilidade climática e a produção de cereja

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    Estudos realizados por todo o mundo mostram evidências de que as mudanças climáticas estão já a afectar a ecologia e a persistência das espécies. Neste trabalho são apresentadas relações entre a produtividade dos pomares de cerejeira e a variabilidade climática. Os primeiros resultados indicam que a produtividade dos pomares é mais sensível às variações climáticas nos meses de Março e Abril, altura da polinização, e Maio, quando se forma o fruto. Os dados climáticos utilizados foram a temperatura, a precipitação, a altura geopotencial e o vento. A metodologia aplicada consistiu na análise de correlação, funções empíricas ortogonais e na composição de gráficos e mapas nos quais são apresentados sinais filtrados de variabilidade climática observados e a relação com a produtividade dos pomares de cerejeira. Deste modo é fornecida informação de como as cerejeiras respondem à variabilidade climática em Portugal, permitindo identificar as condições atmosféricas favoráveis à produção de cereja. Uma das aplicações potenciais deste estudo é deduzir as produções a partir dos regimes de tempo esperados, mediante modelos estatísticos ou dinâmicos.Studies from all over the world show that climate change is already affecting the ecology and behavior of various species. The aim of this particular study is to show the relation between cherry tree productivity and climate variability. The first results indicate that productivity is more prone to climate variability in March and April, months of pollination, and May, when the fruit is formed. The climate data that was used was the temperature, precipitation, geopotential height and the wind. The applied methodology consisted of correlation analysis, empirical orthogonal functions and the utilization of graphs and maps to show the relation between filtered climate variability signals and cherry tree productivity. This way we can observe how the cherry tree population reacts to climate variability in Portugal and determine the best atmospheric conditions for cherry production. One of the potential applications of this study is to predict cherry production by observing the weather pattern given to us by statistical or dynamic models. Keywords: cherry tree productivity, temperature, precipitation, climate variability, NAO, circulation indexes, agriculture, climate
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