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The impacts of the United Nations' Sustainable Development Goals on the European Union's ocean management policies
This paper aims to assess the impact of the SDGs on the EU’s ocean management policies. Therefore, the main subjects studied in this dissertation include International Environmental Law, European Union Law and the Law of the Sea. To assess this influence, the dissertation is divided into four parts. The first part analyses the evolution of the concept of sustainable development and the role of the SDGs in the global legal system. The selected SDG 14 concerns the conservation and the sustainable use of the oceans, comprised of targets that involve marine pollution, the prevention of harmful forms of fishing, the protection and adequate management of the marine environment, the reduction of the effects of ocean acidification and the support for Small Island Developing States. The second part will concentrate on the EU and its role in promoting sustainable development, protecting the environment and ocean management. The third part is dedicated to the EU's duty to protect the marine environment as part of the UNCLOS and a historical overview of the previously edited policies regarding ocean management, the areas of marine pollution, and the conservation of biodiversity and fisheries. The final part addresses the policies produced by the EU on the governance of the oceans in response to the SDGs. From this background analysis and the new edited policies, the specific targets of Goal 14 are thoroughly discussed. This study is complemented by the most recent reports on the implementation of SDG 14 in the EU, which concluded that the EU had made some progress towards its achievement. Nevertheless, there is still a long way to fulfil the SDGs by 2030, and the EU has all the necessary tools for achieving these goals. There is just the need to implement its existing policies fully.Os oceanos compreendem a maior área comumente compartilhada na Terra e são uma fonte significativa de recursos vivos e não vivos, como pesca e extração de petróleo, e muitas atividades econômicas, como a colocação de cabos submarinos e descarte de resíduos. Portanto, o uso sustentável e a conservação dos oceanos têm sido abordados por várias convenções e organizações internacionais. Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas para alcançá-los.
Estes objetivos são considerados as prioridades da comunidade internacional para os próximos anos, e são o produto de um de vários anos de progresso no sistema jurídico global, que colocaram o desenvolvimento sustentável no centro das ambições da comunidade internacional. O instrumento foi adotado em setembro de 2015 sob os auspícios da Assembleia Geral das Nações Unidas. Esta Agenda é responsável por estabelecer as metas de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, com o objetivo de equilibrar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento econômico e social. Este trabalho irá analisar o papel desta Agenda na comunidade internacional, mais especificamente na União Europeia, com base no ODS 14, que trata do uso sustentável e da conservação dos oceanos. Esta foi a primeira vez que estes tópicos foram destacados em uma agenda de desenvolvimento internacional. Por outro lado, a obrigação dos Estados de proteger o ambiente marinho já está prevista no Artigo 197 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982. O Objetivo 14 trata especificamente da proteção da vida abaixo da água, reconhecendo a importância da proteção dos oceanos para o desenvolvimento da humanidade e do planeta. O ODS 14 é composto por sete metas, abrangendo a redução da poluição marinha; a gestão sustentável dos ecossistemas costeiros; a diminuição da acidificação dos oceanos; a regulamentação da pesca para a prevenção da pesca excessiva e irregular e a redução dos subsídios à pesca; o aumento das áreas marinhas protegidas; e o aumento do apoio
econômico aos Pequenos Estados Insulares em desenvolvimento. Estas metas são acompanhadas por três meios de implementação: o apoio ao desenvolvimento do conhecimento científico; a promoção da pesca artesanal de pequena escala; e, por fim, o fortalecimento da implementação das medidas da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar para o uso sustentável dos recursos oceânicos. Ademais, a União
Europeia, considerada uma organização internacional de integração econômica e política, tem o desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente como um de seus principais objetivos, principalmente para estabelecer seu mercado interno. As aspirações externas da União Europeia também envolvem a contribuição para o desenvolvimento sustentável global. A Comissão Europeia, enquanto principal
instituição responsável por assegurar o cumprimento dos objetivos ambientais e sustentáveis da União Europeia, apoiou plenamente a Agenda 2030 e comprometeu-se a integrar estes objetivos em todas as políticas e ações da União. Sendo assim, esta dissertação de mestrado visa avaliar o impacto dos ODS nas políticas de gestão dos oceanos da União Europeia. Para abordar essas questões, a dissertação será dividida em quatro partes. A primeira parte analisará a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável e os instrumentos internacionais que levam à adoção da Agenda 2030. Além disso, será analisado o papel dos ODS no sistema jurídico global. Sendo assim, resta destacar que a Agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030 não é um instrumento internacional que vincula diretamente os Estados, mas um plano de ação
para o futuro. Mesmo que não haja vinculatividade da Agenda para 2030, este instrumento pode ser considerado uma norma de soft law, o que assegura um certo peso legal para este. Por fim, serão apresentados os ODS, com atenção especial ao Objetivo 14. A segunda parte focará na União Europeia e no seu papel na promoção do desenvolvimento sustentável, na protecção do ambiente e na gestão dos oceanos. Para melhor compreender o funcionamento da União Europeia, é necessário analisar as suas instituições e atos, e um estudo do funcionamento da organização, centrado principalmente na edição de políticas ambientais. A terceira parte é dedicada à obrigação da União Europeia de proteger o ambiente marinho como parte da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e uma visão histórica das políticas editadas
anteriormente em relação à gestão dos oceanos. Estes esforços traduzem-se nas políticas de protecção do ambiente, poluição marinha e pescas da União Europeia, no âmbito das competências atribuídas pelos seus tratados fundadores a cada uma destas áreas. O quarto e último capítulo abordará as políticas elaboradas pela União Europeia sobre a governança dos oceanos em resposta aos ODS. A partir desta análise de antecedentes e das novas políticas editadas, as metas específicas do Objetivo 14 serão amplamente
discutidas, relativas à poluição dos oceanos, proteção da vida marinha e gestão da pesca, e o uso sustentável do oceano. Tais metas e seus mecanismos de monitoramento e avaliação correspondentes serão analisados no contexto dos progressos realizados pela União Europeia e suas políticas. Sendo assim, esta dissertação pretende abordar a influência e eficácia do direito internacional na adoção de políticas regionais, através da
relação entre os ODS e a comunidade internacional, especificamente com a União Europeia. Além disso, a influência do Direito Internacional do Mar e de outros instrumentos internacionais sobre o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente será fundamental para entender a evolução desse conceito e o desenvolvimento da governação dos oceanos globalmente. A parte final aborda as políticas elaboradas pela
União Europeia sobre a governança dos oceanos em resposta aos ODS. A partir dessa análise de antecedentes e das novas políticas editadas, as metas específicas do ODS 14 são amplamente discutidas. Além do progresso da União Europeia na implementação da Agenda para 2030, também é essencial enfatizar que as políticas ambientais da União se justificam pelos efeitos positivos que a proteção do meio ambiente e a conservação da biodiversidade têm na economia. Portanto, o aspecto ecológico do desenvolvimento sustentável está subordinado às demais dimensões do conceito. No entanto, é importante destacar que o cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030 está agora codificado no 8º Programa Ambiental da União Europeia. Este programa é definido por uma decisão vinculativa do Parlamento Europeu e do Conselho sobre os Estados Membros da União, o que o torna vinculativo para os Estados Membros da
União. Este desenvolvimento ilustra a ampla influência da Agenda para 2030 e do desenvolvimento sustentável na ordem jurídica da União Europeia. Por fim, a dissertação foi concluída com os resultados trazidos pelos mais recentes relatórios sobre os progressos realizados para alcançar a Agenda 2030. Embora a União Europeia tenha avançado e ampliado significativamente seus esforços para cumprir esses objetivos,
ainda há muito a ser feito para alcançar plenamente os ODS. Portanto, em relação ao ODS 14, há uma série de políticas e planos de ação que podem garantir seu cumprimento. As ferramentas de ação e o conhecimento sobre esses objetivos já estão disponíveis e nas mãos da União. Assim, o passo mais importante agora é implementar plenamente essas políticas, ampliando ainda mais o impacto da Agenda 2030 nos esforços da União Europeia para alcançar o desenvolvimento sustentável. Estes relatórios também concluíram que a União Europeia dispõe de todas as ferramentas necessárias para atingir esses objetivos. Há apenas a necessidade de implementar plenamente suas políticas existentes
Minimizers and the syntax of negation: a diachronic and comparative approach from european portuguese
A sintaxe da negação, o fenómeno de concordância negativa e a legitimação de itens de polaridade negativa (IPNs) têm sido tópicos amplamente estudados na literatura nas décadas mais recentes. Os minimizadores são um subtipo de IPNs que designam pontos mínimos em escalas de dimensão ou de valor (cf. Hoeksema 2001) e cuja frequência e diversidade sofreu alterações desde o Português Antigo até aos dias de hoje. O presente trabalho pretende caraterizar os minimizadores existentes em estádios mais antigos da língua e avançar uma possível explicação para o seu desenvolvimento incipiente na história do português, ao contrário do que se verifica em outras línguas românicas como o francês ou o italiano.
O Português Antigo (PA) dispunha de dois grandes grupos de minimizadores que, embora diferentes, se comportavam como IPNs fracos, sendo legitimados em contextos negativos e modais, mas não ocorrendo em contextos afirmativos. Por um lado, existia o grupo dos minimizadores partitivos e valorativos onde se incluíam elementos com traços escalares que designam pontos mínimos em escalas de dimensão (os partitivos), mas também de valor (os valorativos). Embora com pouca expressão nos dados do PA, este grupo permanece no Português Europeu Contemporâneo (PEC), apresentando variação nos elementos que o constituem, com o desaparecimento de alguns itens e a inclusão de novos elementos. Por seu turno, é possível encontrar no PA um segundo grupo: os minimizadores indefinidos. Neste grupo incluem-se os itens al, cousa, pessoa, homem e rem cuja ocorrência era bastante produtiva nos dados do PA, sendo a sua frequência, até determinada altura, superior à dos indefinidos negativos nada, nenhum e ninguém. Apesar da frequência com que se registam no PA, nenhum dos elementos deste grupo sobrevive para além do século XVI.
O desaparecimento de todos os minimizadores indefinidos acompanha a progressiva generalização dos indefinidos negativos, sugerindo um processo semelhante à competição entre gramáticas como proposto por Kroch (1989, 1994). Os dados analisados sugerem que os minimizadores indefinidos terão competido diretamente com os indefinidos negativos nada e nenhum [+humano] (e eventualmente ninguém), no mesmo tipo de contextos, estando estes últimos em melhores condições de ganhar a competição. Na verdade, o que parece verificar-se é a competição entre duas famílias construcionais, no sentido de Smet et al. (2018). A família construcional dos minimizadores indefinidos reunia elementos com diferentes níveis de gramaticalização, não apresentando uniformidade e coesão. Pelo contrário, a família construcional dos indefinidos negativos era coesa e composta por elementos com graus semelhantes de gramaticalização. Além disso, todos os seus membros beneficiavam do fator (que sugeria negação), favorecendo a sua transformação em IPNs fortes (cf. Martins, 1997, 2000). É possível considerar a existência de uma terceira família construcional composta pelos minimizadores partitivos/valorativos, mas cuja competição é pouco significativa. Apenas o seu elemento mais gramaticalizado, nomeadamente o item nemigalha, se apresentava como um competidor com significativa expressividade.
Embora a competição entre famílias construcionais possa explicar, em parte, o desaparecimento dos minimizadores indefinidos, não permite explicar a gramaticalização incipiente de outros minimizadores e a mudança na configuração de minimizadores menos gramaticalizados que passam a ocorrer antecedidos do numeral cardinal UM, passando a ser esse o padrão observado para a generalidade dos minimizadores do PEC.
A grande maioria dos minimizadores do PA manteve as suas propriedades nominais, exibindo marcas de género e número, conservando o valor semântico do nome comum que lhes deu origem e admitindo modificação. Por esta razão, considero que permaneceram núcleos nominais, diretamente inseridos como núcleos de NP. No entanto, contrariamente ao que se verifica em PEC, os minimizadores nominais do PA ocorriam como bare nouns. Por exemplo, os minimizadores partitivos ocorrem exclusivamente sob a forma de bare nouns no século XIII, havendo os primeiros registos de ocorrência com numeral cardinal UM apenas no século XIV e de forma mais sistemática a partir do século XVI. Esta ocorrência coincide também com a generalização do uso de determinante indefinido a partir do século XIV, conforme afirma Ledgeway (2012). Tal como está descrito para línguas como o Francês, também o Português parece ter sofrido uma alteração no sistema D, perdendo a possibilidade de ter um D nulo e passando a ter de preencher essa posição com um elemento lexicalmente realizado. Os minimizadores partitivos passam, a partir de certa altura, a ocorrer com o numeral cardinal UM, tal como já sucedia com a maioria dos minimizadores valorativos. Por um lado, a presença do numeral cardinal passa a permitir satisfazer o requisito de ter um D lexicalmente preenchido. Por outro, codifica positivamente um traço [quantificação], podendo ser o único elemento a verificar positivamente esse traço, quando precede minimizadores sem o traço [+quantificação] ou estabelecendo concordância quando o próprio minimizador contém o traço [+quantificação], verificando-se assim concordância de traços entre os dois elementos. Sendo o numeral cardinal gerado como núcleo da projeção NumP, esta posição deixa de estar disponível para acomodar minimizadores, impedindo a sua reanálise como quantificadores.
O PA regista, contudo, alguns exemplos de gramaticalização bem sucedida, com os itens ponto, rem e nemigalha. Estes itens encontram-se atestados com função de quantificadores nominais com um Sintagma Preposicional partitivo e também como quantificadores intransitivos. Nestes casos, verifica-se um processo semelhante ao que se encontra documentado para outros itens de diferentes línguas românicas, com a passagem de um item nominal, gerado como núcleo de NP, para um item mais funcional que projeta um Sintagma Quantificador, obedecendo ao processo de gramaticalização postulado por Roberts & Roussou (2003). Um elemento em N seleciona um complemento preposicional. Posteriormente, o elemento em N move-se para o núcleo de NumP. À medida que a gramaticalização avança, passa a ser diretamente inserido em Num, deixando de haver movimento de N para Num (N-to-Num movement). Finalmente, o minimizador é reinterpretado como núcleo do seu próprio sintagma quantificador. Num momento posterior, o quantificador pode tornar-se intransitivo, passando a ser ambíguo entre quantificador ou partícula de reforço da negação, com estatuto adverbial, em contextos específicos como, por exemplo, em frases com verbos opcionalmente transitivos (cf. Lucas 2007, Breitbarth et al. 2020, a.o.). Estes contextos gerados de ambiguidade são encontrados para alguns itens no PA, sobretudo para nemigalha que ocorre inclusivamente em contextos pressuposicionais e em estruturas de tópico-comentário.
A comparação dos dados do PA com dados do PEC parece confirmar a ideia de que a generalização do numeral cardinal à esquerda do minimizador condicionou a gramaticalização de minimizadores nominais. Embora o PEC apresente minimizadores com um grau avançado de gramaticalização, não há evidência de que estes tenham passado por um estádio em que fossem antecedidos pelo numeral cardinal UM. Na verdade, minimizadores como puto, bola ou peva são relativamente recentes, mas apresentam um comportamento de quantificador e ocorrem inclusivamente como únicos elementos negativos na frase. Não há, contudo, estádios intermédios destes itens em que se registe a presença do numeral cardinal, o que sugere que foram recrutados sob uma forma bare, tendo rapidamente gramaticalizado com estatuto de quantificador. Além disso, minimizadores como um boi e um caraças, que se afastam de um comportamento nominal, também parecem não conter um numeral cardinal, mas antes um determinante expletivo, provavelmente gerado diretamente em D.
Em todo o caso, a comparação entre os dados do PA e do PEC mostra que a sintaxe dos minimizadores permanece idêntica, sendo candidatos a um estatuto mais gramaticalizado os elementos com condições para abandonarem o núcleo de NP e subirem para uma posição mais à esquerda, nomeadamente Num. Por outro lado, a configuração NUMERAL CARDINAL+MINIMIZADOR passa a ser a configuração por defeito, como consequência da perda de bare nouns em português. Os dados do PA permitem contribuir para o estudo dos fenómenos associados à sintaxe da negação, numa perspetiva diacrónica, ilustrando aquilo a que Breitbarth et al. (2013) convencionaram chamar Ciclo de Jespersen Incipiente, dando conta de que a gramaticalização de minimizadores pode parar em qualquer momento, sendo este o cenário mais frequente.Minimizers and their interaction with the syntax of negation seem to be an inexhaustible topic of research, due to the richness of these items and the unexpected paths of evolution found for counterpart items across languages. The present work aimed at providing some insights from European Portuguese, in particular from early stages of the language.
Old Portuguese (OP) displayed two main groups of minimizers which behaved as weak negative polarity items (NPIs). On the one hand, there was the partitive/evaluative group which included items with a partitive reading and referring to low endpoints in a scale of size, but also items with an evaluative reading, originating from nouns associated to low endpoints in a scale of value. Partitive/evaluative minimizers manage to survive until nowadays. On the other hand, there was the group of indefinite minimizers, which included the items al ‘other thing/person’, cousa ‘thing’, pessoa ´person’, homem ‘man’ and rem ‘thing’ which were very productive in OP. Contrary to expectations, all indefinite minimizers disappeared from the language until the end of the 16th century, including items which had reached the status of a quantifier element, as was the case of rem.
The disappearance of all indefinite minimizers until the 16th century can be explained under the hypothesis of grammar competition as proposed by Kroch (1989, 1994). Indefinite minimizers directly competed against the negative indefinites nada ‘nothing’, nenhum [+hum] ‘no one’ which were in a better position to win the competition. Indefinite minimizers on the one hand, and negative indefinites, on the other, constituted two different constructional families, in the sense of Smet et al. (2018). While the family of indefinite minimizers was unstable and contained items with different behaviour and different levels of grammaticalization, the family of negative indefinites was cohese and consistent, benefiting from the so-called factor, which allowed these items to, eventually, become strong NPIs. A third constructional family also competed against indefinite minimizers and negative indefinites, in particular through the item nemigalha, which originated as a member of the partitive/evaluative family.
Nevertheless, competition between constructional families does not fully explain the incipient grammaticalization of most items, since competition occurred mainly between the most grammaticalized forms of each constructional family. The OP data show that most minimizers in OP maintained their nominal properties, allowing modification and exhibiting gender and number features. For this reason, they are analysed as base-generated in N, as nominal heads. In any case, OP registers a few cases of minimizers that have reached more advanced stages of grammaticalization, behaving as quantifier-like elements, namely, adnominal quantifiers taking a partitive PP and intransitive bare quantifiers, both projecting their own Quantifier Phrase. (QP) Items such as rem, ponto and nemigalha constitute examples of minimizers originating from common nouns which have become heads of a QP. They follow the grammaticalization path described for other minimizers in Romance, starting as heads of NP and moving leftward to become heads of NumP (cf. Roberts & Roussou 2003). They eventually start being directly merged as NumP heads, being reinterpreted as quantifiers. Additionally, they may start appearing as intransitive QPs, leading to ambiguity between a quantifier or a negation reinforcement particle in specific contexts.
Parallel to the disappearance of the more grammaticalized items, in the 16th century there seems to emerge a new configuration for minimizers which were still nominal heads. Partitive minimizers occurred exclusively under a bare form in the 13th century. The first examples of partitive minimizers occurring with a cardinal numeral to their left coincides with what is argued to be the period of widespread of the indefinite determiner (the 14th century). There seems to have been a change in the D system that resulted in the disappearance of bare nouns and in the need to have a lexically filled D. Partitive minimizers progressively start occurring with a cardinal numeral at their left. This, I proposed, allowed to fulfil the need to have a lexical D, with the numeral rising from the head of NumP, to the head of DP. The cardinal numeral also encoded a [+quantification] feature that agreed with the [+quantification] feature present in some minimizers; in the cases where the minimizer did not display a [+quantification] feature, the cardinal numeral alone encoded that feature. However, the insertion of the cardinal numeral blocked the rise of minimizers to Num, a position where they could be reinterpreted as quantifier elements. An argument in favour of this hypothesis is the fact that there are no registers of minimizers going from a CARDINAL NUMERAL+MINIMIZER configuration into a quantifier configuration. CEP shows us that minimizers behaving as adnominal and intransitive bare quantifiers are, in general, directly recruited under a bare form. In the few cases displaying a configuration UM+MINIMIZER, the minimizer exhibits a more advanced stage of grammaticalization and the element UM seems to be an expletive element, sitting in D, rather than a cardinal numeral.
All in all, Old Portuguese seems to illustrate quite well the functioning of an Incipient Jespersen Cycle (cf. Breitbarth et al. 2013), since it presented a few promising candidates to becoming independent negation markers but none of them remained in the language, despite displaying advanced stages of grammaticalization
Investigating the role of the mercapturate pathway in kideney function for the identification of an early indicator tubular dysfunction
The general objective of this project was to respond to a pressing need in clinical practice, which is the diagnosis of tubular dysfunction. This knowledge would not only allow the prediction of the early onset and progression of tubular dysfunction, but also the management of strategies to stop the progression of renal disease, which at present are non-existent. On the other hand, it would be of significant importance in the development of strategies to minimize tubular toxicity induced by drugs and substances used in diagnostic methods that pose a major challenge in clinical practice. It would also have added value in the preclinical tests in drug development.
There is a good correlation between the degree of damage to the tubulo-interstitial compartment and the deterioration of renal function. Moreover, the primary role of kidney as a detoxification organ renders it vulnerable to develop various forms of injury. Motivated by the relevant detoxification activity and its main expression in kidney proximal tubular cells, the mercapturate pathway was chosen as a starting point of this mechanistic-based investigation for a reliable biomarker reflective of tubular dysfunction. We were particularly interested in N-acetyltransferase 8 (NAT8), the last enzyme of the mercapturate pathway, that acetylates cysteine-S-conjugates (Cys-S-conjugates), rendering their urinary elimination. Cys-S-conjugates can be more toxic than the parent compounds. The formation of Cys-S-conjugates have been reported in inflammatory diseases and a hypothesis-based review of their contribution and the contribution of NAT8 as a balancer of their availability was built up exemplified by a tubular view of diabetic nephropathy.
As the kidney is highly susceptible to oxidative conditions and is exposed to relatively high concentrations of cysteine (Cys), which becomes easily oxidized, promoting the accumulation of its disulfides (in both the free and protein forms), we though that the measurement of Cys-S-conjugates which are disulfides could be a starting point for the identification of new markers of tubular dysfunction.
With the general goal of non-invasively evaluate kidney tubular dysfunction, it was first needed to develop a method that allowed to phenotype patients as higher or lower Cys-Sconjugates detoxifiers inspired on the activity of NAT8, which has been recognized as a nephroprotective factor mainly expressed in proximal tubular cells. This method quantifies the mercapturates of Cys-S-conjugates that are disulfides (CysSSX). We measured the N-acetylcysteine moiety of these mercapturates, that we named uNAC, as a surrogate of detoxification of CysSSX. In Chapter I, the rationale for the mercapturates of CysSSX as indicators of tubular dysfunction and for method development and validation is presented. The developed method was validated and applied to urine from individuals with healthy kidney and kidney disease as well as to urine from mice and rats. We have shown that CysSSX are acetylated and eliminated in urine as mercapturates. Rats and mice showed higher levels of uNAC than man. No intra-individual variability was found for uNAC levels in urine samples from rats and mice. In addition, lower levels of uNAC were found in urine of four patients that progressed to chronic kidney disease (CKD) after an episode of acute kidney injury (AKI) in comparison with volunteers.
In order to evaluate the potential of uNAC as an early indicator of AKI, we measured uNAC concentrations in two animal models of drug-induced AKI (Chapter II). Cisplatin (CISP) was chosen because is a tubular toxicant that undergoes the mercapturate pathway and gentamicin (G) also promotes tubular dysfunction, but it does not undergo this metabolic circuitry. For this, male Wistar rats were allocated in individual metabolic cages and randomly divided into three groups: (1) control group (CTL), receiving daily vehicle intraperitoneal for 6 days; (2) cisplatin group (CISP), receiving a single intraperitoneal dose of cisplatin (5 mg/kg); and (3) gentamicin group (G), receiving gentamicin intraperitoneal (150 mg/kg) for 6 days. The levels of uNAC decreased prior to the increase in pCr, particularly in CISP model (p < 0.001). This tendency was also observed for rats treated with G, despite only reaching significance belatedly than CISP (p = 0.044).
Next, we were interested to know the inter-individual variability of uNAC in man and factors that could influence it. For that, uNAC was measured in a population of humanimmunodeficiency virus (HIV)-infected patients as a proof-of-principle (Chapter III). The levels of uNAC varied highly (59%) among 242 HIV-infected patients. A multivariable analysis showed that the levels of uNAC were positively associated with estimated glomerular filtration rate (eGFR) (p = 0.020) and negatively associated with lamivudine use (3TC) (p = 0.019) and Black race (p < 0.001). Notably, a prospective analysis of uNAC in 118 HIV-infected patients allowed to discriminate patients on kidney disease progression from those that maintained a stable renal function, that might imply changes in cysteine disulfides availability and dynamics in kidney disease progression.
Thus, the next step was to evaluate the temporal changes of cysteine disulfides dynamics and uNAC in models of chronic diseases that affect the kidney, aiming to evaluate if they are prior to kidney dysfunction and also its relation to disease development (e.g. hypertension, insulin resistance). For that, we selected animal models associated with metabolic inflammation, namely two pre-diabetic mice models induced by high fructose (HFruct) or hypercaloric (HFat) diet for 15 weeks (Chapter IV); and a rat model of hypertension and insulin resistance induced by chronic intermittent hypoxia (CIH) to a maximum of 60 days (Chapter V). In the three models the disease progression and severity diseases are mild, being appropriated to study temporal changes of kidney tubular dysfunction and its relation to the development of hypertension and insulin resistance. HFat animals presented lower uNAC right after 1 week of exposure to the diet while the HFruct group presented a mild increase. Nevertheless, the increment on the chronicity of exposure to the diets decreased uNAC until the end of the study, that was particularly evident for HFat model (45% lower than Chow group, p = 0.005). Moreover, Cys availability and protein cysteinylation (CysSSP) increased in HFruct (p = 0.046, p = 0.045 and p = 0.017, respectively for total, free total and CysSSP); while HFat diet induced an overall decrease (p = 0.028, p = 0.065 and p = 0.049, respectively for total, free total and CysSSP fractions). Although no clear renal pathology was observed in both pre-diabetic groups at the end of the study, changes in urinary albumin-to-creatinine ratio (uACR) were earlier and more evident in the HFat, comparing with the HFruct group. HFat mice also presented higher renal expression of NAT8 (p = 0.001), fibrotic markers and enzymes of glucose and lipid metabolism. Both diets induced increases in the renal expression of inflammatory, epithelial to mesenchymal transition and endoplasmic reticulum stress markers.
In the first day of exposure to CIH, there was an acute increase of almost 100% in uNAC in comparison with normoxic (Nx) animals. Afterwards, its levels decreased overtime, reaching a difference of -80% in CIH versus Nx group (p < 0.001). Kidney NAT8 gene expression initially decreased at days 1 (p = 0.006 for renal cortex – RC; p = 0.041 for renal medulla – RM) and 7 (p = 0.021 for RC and p = 0.024 for RM) of CIH exposure, further increasing at 21 days when hypertension is established but prior to the establishment of insulin resistance, and decreased at 60 days (p = 0.037 for RC and p = 0.024 for RM), coincident with the previously reported increase in renal fibronectin expression. At 7 days of CIH exposure, an increase in renal total Cys (p = 0.003 for RC and p = 0.001 for RM) and CysSSP (p = 0.041 for RC and p = 0.028 for RM) was observed, further decreasing with the chronicity of exposure to CIH (p < 0.001). An increase was also observed in the ratio of free Cys by CysSSX at day 7 (p = 0.008 for RC and p = 0.017 for RM), indicative of a more reduced state of Cys, decreasing from day 14 to 21 (p < 0.001) and returning to values closer to control conditions by the end of the experiment. Nevertheless, at the end of the study, no histological alterations were observed neither changes in uACR, despite there was a tendency to increase in CIH animals.
Herein, we provided evidence in order to respond to a lack of tubular dysfunction markers, a necessity that is mostly driven due to the need to better understand the pathophysiological mechanisms underlying it. Secondly, a method was developed to evaluate tubular dysfunction in a non-invasive manner. Lastly and although still very preliminary, new knowledge was herein provided based on a hypothesis that, as far as the author knowledge, is an innovative and never addressed issue that could pave the way for the identification of new mechanisms of inflammatory diseases through a tubulocentric perspective.
The preliminary data herein reported supports uNAC as an indicator of tubular dysfunction progression. Our approach shows that Cys-S-conjugate’s dynamics changes throughout disease progression. The results support that this dynamic might be associated not only to adaptive mechanism, with increases in CysSSP and uNAC, but also to mechanisms of disease progression with the chronicity of injury, characterized by opposite changes on this dynamic. The translation of these results together with the deepening of this study might lead to the identification of new therapeutic targets to slow down or stop disease progression and to establish preventive strategies achieved through early diagnosis. Furthermore, the identification of a new marker could also help to evaluate the success of preventive/management strategies.O objetivo geral deste projeto visou dar resposta a uma necessidade premente na prática clínica, que é o diagnóstico da disfunção tubular. Este conhecimento não só permitirá o diagnóstico precoce desta disfunção, como também o desenvolvimento de estratégicas terapêuticas que permitiam travar a progressão da doença renal, que neste momento são inexistentes. Por outro lado, teria uma importância significativa no desenvolvimento de estratégias para minimizar a toxicidade tubular induzida por fármacos e por substâncias utilizadas nos métodos de diagnóstico, que representam um desafio major na prática clínica. Por último, este conhecimento teria também valor acrescentado nos testes préclínicos do desenvolvimento de novos fármacos.
Existe uma forte correlação entre o grau de dano no compartimento túbulo-intersticial e o decréscimo da função renal. Além disso, o papel principal do rim como órgão de destoxificação torna-o vulnerável ao desenvolvimento de várias formas de lesão. Motivados pela actividade destoxificante relevante e pela sua principal expressão nas células tubulares proximais, a via dos mercapturatos foi escolhida como ponto de partida para esta investigação baseada no mecanismo para a identificação de um biomarcador fidedigno que reflita a disfunção tubular. O nosso interesse recaiu particularmente sobre a N-acetiltransferase 8 (NAT8), a última enzima da via do mercapturatos, que acetila os S-conjugados da cisteína (Cis-S-conjugados), possibilitando a sua eliminação urinária. Os Cis-S-conjugados podem ser mais tóxicos do que os seus compostos de origem. A formação dos Cis-S-conjugados já foi reportada em doenças inflamatórias e o nosso grupo escreveu uma revisão baseada numa hipótese da sua contribuição e da contribuição da NAT8 como um balanceador da sua disponibilidade, exemplificada por uma visão tubulocêntrica da nefropatia diabética.
Tendo em conta que o rim é altamente suscetível à oxidação e é exposto a concentrações relativamente altas de cisteína (Cis), que se torna facilmente oxidada promovendo a acumulação dos seus dissulfetos (nas suas formas livre e ligada a proteínas), considerámos que a quantificação dos dissulfetos poderia ser um ponto de partida para a identificação de novos marcadores de disfunção tubular.
Numa primeira etapa, foi desenvolvido um método não invasivo que permitiu fenotipar os doentes como menores ou maiores destoxificadores de Cis-S-conjugados, tendo por base a atividade da NAT8, que foi reconhecida como um fator nefroprotetor, expressa principalmente nas células tubulares proximais. Este método quantifica os mercapturatos dos Cis-S-conjugados que são dissulfetos (CisSSX). A fração de N-acetilcisteína destes mercapturatos foi quantificada, que denominamos de uNAC, como um equivalente da destoxificação dos CisSSX. No Capítulo I, é apresentado a justificação para os mercapturatos de CisSSX serem considerados indicadores de disfunção tubular e para o desenvolvimento e validação do método. O método desenvolvido foi validado e aplicado em urinas de indivíduos com rim saudável e com doença renal, bem como em urinas de murganhos e ratos. Neste capítulo foi demonstrado que os CisSSX são acetilados e eliminados na urina como mercapturatos. Tanto os ratos como os murganhos apresentaram níveis mais elevados de uNAC do que o homem. Não foi observada qualquer variabilidade intra-individual para os níveis de uNAC nas amostras de urina de ratos e murganhos. Além disso, foram observados níveis mais baixos de uNAC na urina de quatro doentes que progrediram para doença renal crónica (DRC) após um episódio de lesão renal aguda (LRA), em comparação com voluntários.
Com o intuito de avaliar o potencial do uNAC como indicador precoce de LRA, as concentrações de uNAC foram avaliadas em dois modelos animais de LRA induzida por fármacos (Capítulo II). A cisplatina (CISP) foi escolhida porque é uma toxina tubular que é metabolizada pela via dos mercapturatos. No caso da gentamicina (G), este fármaco também promove disfunção tubular, mas não é substrato da via dos mercapturatos. Para isso, ratos Wistar machos foram colocados em gaiolas metabólicas individuais e divididos aleatoriamente em três grupos: (1) grupo controlo (CTL), expostos ao veículo diariamente via intraperitoneal durante 6 dias; (2) grupo CISP, expostos a uma única dose (via intraperitoneal) de CISP (5 mg/kg); e (3) grupo G, expostos diariamente a uma dose de G (150 mg/kg) por via intraperitoneal durante 6 dias. Os níveis de uNAC diminuíram antes do aumento da pCr, particularmente no modelo da CISP (p < 0.001). Esta tendência também foi observada em ratos tratados com G, apesar de só atingir significância mais tardiamente que a CISP (p = 0.044).
De seguida, considerámos interessante avaliar a variabilidade inter-individual do uNAC e os fatores que poderiam influenciar os seus níveis. Para isso, os níveis de uNAC foram medidos numa população de doentes infetados pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) como prova de conceito (Capítulo III). Os níveis de uNAC variaram muito (59%) entre 242 doentes infetados pelo VIH. Através de uma análise multivariada foi demonstrado que os níveis de uNAC estavam associados positivamente com a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) (p = 0.020) e negativamente associada ao uso de lamivudina (3TC) (p = 0.019) e à raça negra (p < 0.001). Além disto, a análise prospetiva do uNAC em 118 doentes infetados pelo HIV permitiu discriminar doentes com progressão da doença renal daqueles que mantiveram uma função renal estável, o que pode implicar alterações na disponibilidade e dinâmica dos dissulfetos de cisteína na progressão da doença renal.
De seguida, fomos avaliar as alterações temporais da dinâmica dos dissulfetos de cisteína e do uNAC em modelos de doenças crónicas que afectam o rim, com o objectivo de avaliar se estas alterações precedem a disfunção renal e a sua relação com o desenvolvimento da doença (ex: hipertensão e resistência à insulina). Assim, foram selecionamos modelos animais associados à inflamação metabólica, dois modelos de murganho com pré-diabetes induzida por dieta rica em frutose (HFruct) e por dieta hipercalórica (HFat) durante 15 semanas (Capítulo IV); e um modelo de hipertensão e resistência à insulina induzido por hipoxia crónica intermitente (HCI) até um máximo de 60 dias (Capítulo V). Nos três modelos, a progressão e severidade da doença são moderadas, o que é apropriado para estudar alterações temporais da disfunção tubular renal e a sua relação com o desenvolvimento de hipertensão e resistência à insulina. Os animais HFat apresentaram menor eliminação de uNAC imediatamente após 1 semana de exposição à dieta, enquanto que o grupo HFruct apresentou um ligeiro aumento. No entanto, a cronicidade da exposição às dietas diminuiu os níveis de uNAC até ao final do estudo, que foi particularmente evidente para o modelo HFat (45% menor que o grupo controlo – Chow; p = 0.005). Além disso, as frações de Cis aumentaram no grupo HFruct (p = 0.046, p = 0.045 e p = 0.017, respetivamente para as formas total, livre total e ligada a proteínas da Cis), enquanto que a dieta HFat provocou uma diminuição geral (p = 0.028, p = 0.065 e p = 0.049, respetivamente, para as formas total, livre total e ligada a proteínas da Cis). Embora não tenha sido observada uma patologia renal clara nos grupos prédiabéticos, alterações na relação albumina/creatinina na urina (uACR) foram observadas mais cedo e mais evidentes no grupo HFat em comparação com o grupo HFruct. O grupo
HFat também apresentou maior expressão renal de NAT8 (p = 0.001), de marcadores fibróticos e de enzimas do metabolismo da glucose e de lípidos. Ambas as dietas induziram aumentos na expressão renal de marcadores de inflamação, de transição epitelial para mesenquimal e de stress do retículo endoplasmático.
No primeiro dia de exposição à HCI, houve um aumento agudo de quase 100% de uNAC em comparação com animais normóxicos (Nx). Posteriormente, os níveis de uNAC diminuíram ao longo do tempo, atingindo uma diferença de -80% no grupo HCI versus Nx (p < 0.001). A expressão renal da NAT8 diminuiu inicialmente nos dias 1 (p = 0.006 para o córtex renal – CR; p = 0.041 para a medula renal – MR) e 7 (p = 0.021 para o CR e p = 0.024 para a MR) de exposição à HCI, aumentando aos 21 dias, quando a hipertensão foi estabelecida, mas antes do estabelecimento da resistência à insulina. Os níveis de uNAC voltaram a diminuir aos 60 dias (p = 0.037 para o CR e p = 0.024 para a MR), coincidente com o aumento mencionado anteriormente da expressão de fibronectina renal. Aos 7 dias de exposição à HCI, observou-se no rim um aumento da Cis total (p = 0.003 para o CR e p = 0.001 para a MR) e CisSSP (p = 0.041 para o CR e p = 0.028 para a MR), diminuindo ainda mais com a cronicidade da exposição à HCI (p < 0.001). Foi também observado um aumento do rácio de Cis livre/CisSSX no dia 7 (p = 0.008 para o CR e p = 0.017 para a MR), indicativo de um estado mais reduzido da Cis, diminuindo do dia 14 para 21 (p < 0.001) e regressando a valores mais próximos das condições de controlo no final do ensaio. No entanto, no fim do estudo não foram observadas alterações histológicas nem alterações nos níveis de uACR, apesar de haver uma tendência de aumento nos animais exposto à HIC.
Este trabalho forneceu provas para responder à falta de marcadores de disfunção tubular, uma necessidade que deriva maioritariamente ao facto de ser importante compreender melhor os mecanismos patofisológicos inerentes a esta condição. Em segundo lugar, foi desenvolvido um método para avaliar a disfunção tubular de forma não invasiva. Por fim, e apesar de serem ainda dados preliminares, este trabalho gerou conhecimentos novos baseados numa hipótese que, tanto quanto sabemos, é um assunto inovador e que nunca antes foi abordado, e que pode guiar na identificação de novos mecanismos de doenças inflamatórias através de uma perspetiva tubulocêntrica.
Os dados preliminares aqui reportados suportam o uNAC como um indicador de progressão de disfunção tubular. A nossa abordagem mostra que a dinâmica dos Cis-Sconjugados está alterada ao longo da progressão da doença. Os resultados sugerem que esta dinâmica pode estar associada não só a mecanismos de adaptação, com aumentos na CisSSP e uNAC, mas também a mecanismos de progressão de doença que a cronicidade da lesão, caracterizado por alterações opostas nesta dinâmica. A translação destes resultados juntamente com o aprofundamento deste estudo pode levar à identificação de novos alvos terapêuticos para desacelerar ou parar a progressão da doença e para estabelecer estratégicas preventivas alcançadas pelo diagnóstico precoce. Além disso, a identificação de um novo marcador pode também ajudar a avaliar o sucesso das estratégias de prevenção e gestão
"Breaking the cage" : tradition and innovation in Marcos Novak’s architecture-music relationship
Tradition and innovation / edited by Maria do Rosário Monteiro, Mário S. Ming Kong. - London : Routledge, 2021. - ISBN 9780367277666.This paper discusses how tradition and innovation cross and confront each in the thought of Marcos Novak and in his ideas for a new architecture - liquid architecture - which is conceived as a hybrid discipline, which he calls archimusic and which emerges from the fusion of architecture and music
"A thing of beauty is a joy forever" : a transdisciplinary reading on creativity
Creating through mind and emotions / coordenação de Mário S. Ming Kong, Maria do Rosário Monteiro, Maria João Pereira Neto. - Londres : CRC Press, 2022. - P. 357-363.Art and science, and emotion and reason, are two sides of a common discussion in academic circles and are frequently swapped out, one for the other. The discussion also includes the concepts of creativity and the beautiful. The concept of the sublime, which is closely linked to that of beauty, is also proposed here as part of the debate. This paper aims to contribute to the reflection on how these concepts are interconnected in separate disciplines and how, at the same time, they are elements of interdisciplinary connection. And how, in reality, they are transdisciplinary concepts
Stress and burnout in health professionals
Occupational stress and burnout are a global epidemic that can cause
severe negative effects on workers’ physical and emotional health. Health professionals
working in a hospital setting are especially at risk, due to the inherent
characteristics of their work. Consequently, this study aimed to analyse the relationships
between stress and burnout in health professionals working in a hospital
in the North of Portugal. A convenience sample of 221 health professionals
participated in this cross-sectional study and answered two instruments to assess
stress and burnout at work. Results showed that stress dimensions, such as
the precariousness of the contractual status, the intention to change services,
work overload, stress from the work-home interface, relationships at work,
leading training activities, and dealing with patients predicted the three dimensions
of burnout – physical fatigue, cognitive weariness, and emotional exhaustion.
Therefore, these findings contribute to increase the knowledge of health
professional’s mental conditions, and can be used to design and implement interventions
to mitigate the effects of stress and burnout on these professionals.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
EVANESCENT SURFACES: THE WINDOW AS SCREEN
Relationship between cinema and architecture rooted in the very deviations of the passage from a century in full acceleration to a century already in post-acceleration, in which time is a decisive factor. Decisive in the material abstraction in our lives; decisive in virtuality as a pivotal factor in our lives. Our argument is centred on the possibility of us understanding two parallel courses and finding, on these courses, a single path leading to two-fold action: the opening of the cinematographic screen and the abstraction of the architectural span. As the last century progressed, both the screen and the window were starched to a limit: the first limit is abstraction – abstraction of the window and abstraction of the cinema screen, open and reclined –; the second limit is the consummation of the abstraction
t-words: playing with sounds and creating narratives
We present t-words an interface for children to playful explore
sounds, words and sentences while developing pre-literate skills. The interface
consists of rectangular blocks in which children can record and then play the
recorded audio. Additionally children can personalize the blocks by drawing on
their surface. Children can engage in different literacy related activities such as
building rhymes, playing with sounds and words as well as trying out different
combinations of sentences while engaging in storytelling. Since the interface
targets audio skills it may foster the development of phonological awareness
and sensitiveness, helping to promote children’s early literacy.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) - PTDC/CPE-CED /110417/2009 ; SFRH/BD/62531/200
Revisiting Qorpo Santo’s dramaturgy in its original context
Este artigo visa apresentar algumas informações sobre o contexto cultural no qual se desenvolveu o escritor José Joaquim de Campos Leão Qorpo Santo (1829-1883), traçando uma correspondência entre a cena teatral gaúcha e sua dramaturgia. Os periódicos gaúchos oitocentistas são uma importante ferramenta para compreender quais espetáculos foram encenados em Porto Alegre e que juízos estéticos eram defendidos pelos letrados da época. Ao compreender o movimento teatral do contexto de Qorpo Santo, por meio de anúncios de espetáculos, críticas e crônicas, pode-se estabelecer uma nova leitura sobre a dramaturgia do escritor e assim analisar seu teatro alinhado ao seu ambiente histórico.This article aims to provide some information about the cultural context in which José Joaquim de Campos Leão Qorpo Santo (1829-1883) developed his work, tracing connections between the local theatrical scene and the writer’s dramaturgy. Local journals of the 19th century are valuable tools to know which shows were staged in Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brazil), and what kind of aesthetic judgments were sustained by the scholars at that time. In comprehending the theatrical movement in Qorpo Santo’s context, through show, critics, and chronicles ads, a new reading of his dramaturgy can be established, thus analyzing his production in the light of his historical environment
NOVOS OLHARES PARA ANTIGAS QUESTÕES: APRECIAÇÕES SOBRE A VIDA E A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE JOSÉ JOAQUIM DE CAMPOS LEÃO QORPO-SANTO (1829-1883)
O escritor gaúcho José Joaquim de Campos Leão (129-1883) produziu entre os anos de 1843 a 1877 um conjunto de variados escritos. Reunidos em 1877, a Ensiqlopédia ou Seis Mezes de uma Enfermidade se estabelece como o projeto literário do escritor, em que constam diversos assuntos transpostos nos mais variados gêneros textuais (poesia, teatro, máximas, etc.). Na obra composta por nove volumes (dos quais apenas seis são conhecidos) percebe-se que Qorpo-Santo procurou criar uma espécie de diário-literário revelador dessa persona santificada e iluminada. O artigo explora a literariedade dessa obra, traçando uma relação entre fatos biográficos de Qorpo-Santo, colhidos de diversos documentos, e as escolhas estéticas que utilizou. Dessa maneira, pretende-se trazer novas reflexões para que seja possível compreender de forma mais ampla as singularidades que permeiam a Ensiqlopédia e a própria figura do escritor.
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