49 research outputs found

    Representational structure of intensive care for professionals working in mobile intensive care units

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    This qualitative study was performed based on the Social Representations Theory, using a structured approach. The objective was to analyze the social representations of intensive care for professionals who work in mobile intensive care units, given the determination of the central nucleus and the peripheral system. This study included the participation of 73 health care professionals from an Emergency Mobile Care Service. Data collection was performed through free association with the inducing term care for people in a lifethreatening situation, and analyzed using EVOC software. It is observed that a nucleus is structured in knowledge and responsibility, while contrasting elements present lexicons such as agility, care, stress, and humanization. The representational structure revealed by participants in this study refer particularly to the functionality of intensive care, distinguishing itself by the challenges and encouragements provided to anyone working in this area.O presente trabalho trata-se de pesquisa qualitativa baseada na Teoria das Representações Sociais em sua abordagem estrutural, que objetivou analisar as representações sociais do cuidado intensivo para profissionais que atuam em Unidade de Terapia intensiva móvel mediante a determinação do núcleo central e do sistema periférico. Envolveu 73 profissionais de saúde de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Os dados foram coletados através de evocações livres ao termo indutor cuidado a pessoa em risco de vida e tratados pelo software EVOC. Observa-se um núcleo estruturado no conhecimento e na responsabilidade, ao mesmo tempo que os elementos de contraste apresentam léxicos como agilidade, atenção, estresse e humanização. A estrutura representacional revelada pelos participantes refere-se especialmente à funcionalidade do cuidado intensivo, distinguindo-o pelos desafios e estímulos que proporciona a quem desempenha funções nessa área.Investigación cualitativa basada en la Teoría de las Representaciones Sociales en su abordaje estructural, que objetivó analizar las representaciones sociales del cuidado intensivo para profesionales que se desempeñan en unidades de terapia intensiva móviles, mediante la determinación del núcleo central y del sistema periférico. Involucró a 73 profesionales de salud de un Servicio de Atención Móvil de Urgencias. Datos recolectados mediante evocaciones libres al término inductor cuidado a la persona en riesgo de vida y tratados con software EVOC. Se observa un núcleo estructurado en el conocimiento y en la responsabilidad, al mismo tiempo en que los elementos de contraste presentan vocablos como agilidad, atención, estrés y humanización. La estructura representacional revelada por los participantes se refiere especialmente a la funcionalidad del cuidado intensivo, distinguiéndolo por los desafíos y estímulos que proporciona a quienes desempeñan funciones en dicha área

    The theory of social representations and quality of life\hiv\aids: integrative literature review

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    Objective: to draw the profile of scientific productions developed with the theory of social representations that address the quality of life in the context of people living with HIV/ aids. Method: integrative literature review in 2014 in virtual portals of Capes, Bireme, Bdenf, USP, UFRJ and UERJ. Results: three publications were found available in full online, a summary of a monograph and a thesis in print form and area studies was the predominance of social psychology. Conclusion: it is concluded that the bio-psychosocial consequences leads us to consider the influence of aids on the quality of life and its power of social representation will be built in a newer representation anchored in pre-existing representation of aids

    THE FUNDAMENTAL RIGHT TO PRIVACY IN BRAZIL AND THE INTERNET PRIVACY RIGHTS IN REGULATING PERSONAL DATA PROTECTION

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    The Brazilian Constitution, Article 5, paragraph X, ensure the inviolability of privacy, intimacy and honour as a fundamental right. The Brazilian Internet Bill of Rights, called ‘Marco Civil da Internet’, instituted in Brazil diversity of principles and parameters for regulation of internet in the country. The existence of the gap in the Brazilian legal system, around laws and infrastructure for the effective guarantee to the right to data protection on the Internet, as identified in other countries, coupled with the absence of specific conceptual precision to privacy on the internet, justifies the adoption in this research, the innovative concept of ‘Internet Privacy Rights’, based on Bernal (2014), composed of four rights-based: a right to roam the internet with privacy; a right to monitor those who monitor us; a right to delete personal data; a right to an online identity. This research has the overall objective to propose a conceptual incorporation, explicit and expressed, of Internet Privacy Rights as one of the pillars to ensure greater extent on the effectiveness of the fundamental right to privacy, particularly in Brazilian process of creation of laws, related to the protection of personal data on the internet. This research uses the methods of comparative and historical procedure in order to establish relationships and analysis within the historicity linked to aspects of the internet and Law, the evolution of fundamental rights to the effective recognition of privacy as a right. The research uses the hypothetical-deductive method of approach, with theoretical evidence, ranging from general aspects to the most specific, building the theoretical framework that allowed and confirm or refute the preliminary hypotheses and presented as the problem solving possibilities. The type of developed research was qualitative and exploratory nature, associated with the technical of review and literature analysis, covering the query varied references, allowed the construction of the results presented in the research, particularly the proposed conceptual incorporation. The study concludes that the express reception of Internet Privacy Rights by the laws that deal and also will address related topics in Brazil, especially those which regulate or will regulate the protection of personal data in the country, allows the recovery of the core of the fundamental right to privacy that, according to the theories presented in this research, only the protection of private life, honour, intimacy and image are considered. The research embodies a theoretical and conceptual construction to support the premise that the Internet Privacy Rights are included in the core of the fundamental right to privacy, which is why they deserve the explicit and express incorporation into legal rules, that in one imminent way, will regulate, in the context of the Internet, the fundamental right to privacy and protection of personal data in Brazil

    A família da criança soropositiva: um estudo de representações sociais de enfermeiros

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    A soropositividade e o desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida –  AIDS – na criança pode promover sérios danos à estrutura familiar. Este trabalho objetiva analisar as representações sociais de enfermeiros acerca da família da criança soropositiva. Trata-se de um estudo qualitativo, fundamentado na Teoria das Representações Sociais. Os dados foram coletados entre janeiro e maio de 2008 em dois hospitais públicos da cidade do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas semiestruturadas com vinte enfermeiros. A partir da análise de conteúdo temática, seis categorias emergiram. Neste artigo aprofunda-se a categoria cinco: "A família da criança com HIV/Aids". Foram identificados conteúdos relativos à presença ou ausência da família, sua importância para adesão e sucesso terapêutico, suas condições socioeconômicas, desestruturação, desconhecimento, estresse, entre outros. Conclui-se que as representações sociais acerca da família da criança são multifacetadas e influenciam no cuidado implementado e nas relações humanas estabelecidas. Descritores: Criança; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Cuidados de Enfermagem; Enfermeiras; Relações Profissional-Família

    SITUAÇÕES DE VULNERABILIDADES EM SAÚDE VIVENCIADAS POR TRABALHADORAS SEXUAIS EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19

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    Objetivo: refletir sobre as situações de vulnerabilidades em saúde vivenciadas por trabalhadoras sexuais durante a pandemia decorrente da infecção pelo SARS-CoV-2. Método: trata-se de estudo reflexivo, fundamentado no referencial teórico conceitual da vulnerabilidade em quatro dimensões: ontológica, epidemiológica, simbólica e político-programática. Resultado: a saúde das profissionais do sexo, na experiência cotidiana do trabalho sexual, tem sido um desafio para os governos entre todos os grupos associados a estigmas e populações vulneráveis, justamente por serem marginalizados socialmente. Isso se configura como importante para a compreensão desse fenômeno em meio à crise financeira, econômica e de saúde que pessoas de diferentes nações sofrem diante do progresso da SARS-CoV-2. Conclusão: as situações de vulnerabilidade em saúde decorrente da infecção pelo SARS-CoV-2 que expõem as profissionais do sexo são consolidadas, principalmente, pela ausência do Estado na proteção sócio legal e na garantia dos direitos humanos, para que essas mulheres adquiram condições de enfrentamento e prevenção.Descritores: Trabalhadoras Sexuais. COVID-19. Coronavírus. Vulnerabilidade em Saúde. Populações Vulneráveis

    Representações sociais elaboradas por pessoas idosas sobre ser idoso ou envelhecido: abordagens estrutural e processual

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    Objective: to discuss the social representations of people aged ≥65 years about being elderly or aged. Method: research outlined in the Theory of Social Representations. Elderly people from Minas Gerais Basic Health Unit participated. Sociodemographic characterization data were collected and evocation technique and recorded interviews were applied in 2015, with prototypical and content analyzes, supported by softwares. Results: 93 elderly people participated, mostly women (62.4%), aged 72 years on average and with ≤8 years of education (88.15%). Nuclear contents were identified - common: “evaluates-being-old” and distinct: “age-arrives” and “experience” (being elderly) and “difficult-bad” (being aged). In the procedural approach, engagement to deal with new demands was identified, despite the recognition of secondary limitations to the aging process. Conclusion: there was an absence of objective nuclear contents, with behaviors and thoughts anchored in one’s experiences and in other people’s, linked to the level of (in)dependency, living conditions and support networks, carrying similarities and distinctions.Resumo: Objetivo: discutir as representações sociais de pessoas com idade ≥65 anos sobre ser idoso ou envelhecido. Método: pesquisa delineada na Teoria das Representações Sociais. Participaram idosos de uma Unidade Básica de Saúde mineira. Coletaram-se dados de caracterização sociodemográfica e foram aplicadas técnica de evocação e entrevistas gravadas, em 2015, com análises prototípica e de conteúdo, apoiadas por softwares. Resultados: participaram 93 idosos, maioria mulheres (62,4%), com 72 anos em média e escolaridade ≤8 anos (88,15%). Identificaram-se conteúdos nucleares - comum: “avalia-ser-velho” e distintos: “idade-chega” e “experiência” (ser idosa) e “difícil-ruim” (ser envelhecida). Na abordagem processual, identificou-se engajamento para lidar com novas demandas, apesar do reconhecimento de limitações secundárias ao processo de envelhecimento. Conclusão: verificou-se ausência de conteúdos nucleares objetivados, sendo os comportamentos e pensamentos ancorados em experiências próprias e com terceiros, vinculados ao nível de (in)dependência, condições de vida e redes de apoio, carreando semelhanças e distinções

    OS ANTIRETROVIRAIS NO COTIDIANO DE IDOSOS SOROPOSITIVOS: UM ESTUDO A PARTIR DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

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    Descritores: HIV na Terceira Idade; Antiretrovirais; HIV/AIDS; INTRODUÇÃO Este estudo é integrante do projeto de pesquisa “As transformações do cuidado de saúde e de enfermagem em tempos de aids: representações sociais e memórias de enfermeiros e profissionais de saúde no Brasil”. A aids se trata de um fenômeno biológico e psicossocial impactante nos princípios morais, religiosos e éticos; na formulação de políticas públicas de saúde, nas relações interpessoais, nas questões relativas à sexualidade e na moralidade conjugal (SEFFNER, 2005). O estudo intitulado: “Atitudes sociais sobre aids e velhice” reflete a prevalência de concepções divergentes acerca do comportamento de idosos frente à sua soropositividade. Entre as crenças sociais destacam-se aquelas que correlacionam, automaticamente, a senilidade ao decréscimo da libido e atribuem heterossexualidade e monogamia a todo e qualquer tipo de relação sexual entre idosos, bem como desacreditam em qualquer em possibilidade de uso de drogas neste grupo populacional. OBJETIVO         Analisar a apreensão do diagnóstico de soropositividade para o HIV em idosos e sua interface com as representações sociais da Aids, mediante o convívio com o vírus e as dificuldades em potencial para a adesão ao tratamento com antiretrovirais. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo qualitativo, realizada sob o arcabouço teórico e metodológico das Representações Sociais. Participaram da pesquisa 20 idosos atendidos no ambulatório de Imunologia e de Doenças Infecto-parasitárias de um hospital universitário do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e foi realizada Análise de Conteúdo proposta por Bardin sistematizada por Oliveira (2008). Esta pesquisa foi submetida à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPq) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), atendendo a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS A aids e a condição de soropositivo para o HIV foram incorporados à vida dos sujeitos do estudo de formas distintas e, contudo, afetando-os profundamente. Para alguns deles, parece não ter havido mudanças drásticas no estilo de vida. A condição de estar com HIV/Aids é incorporada como mais um aspecto a ser vivenciado, não se modificando em comparação ao modo de vida anterior ao diagnóstico. Apesar dos medos e das dificuldades de convivência com alguns elementos estressores do dia-a-dia e da própria doença, o desejo de viver e de aproveitar a vida ainda são preservados, originando sentimentos de esperança. Estes idosos parecem aproveitar o tempo com ocupações e distrações, além de construir uma forma particular de conviver com o HIV/Aids. Já para outros indivíduos pesquisados também pertencentes à terceira idade, o cotidiano com a doença se mostra elaborado a partir das mudanças impostas pela necessidade de voltar à condição de “normalidade” existente antes do diagnóstico. As mudanças neste cotidiano, concebidas como obrigatórias, giram em torno do tratamento e do enfrentamento da situação. Por isso, estes idosos encaram a doença como um ritual, afirmando ser necessário se tratar muito bem para evitar a progressão da doença. O tratamento médico, neste caso, passa a ser visto como um recurso indispensável à sobrevivência e, somado aos medicamentos, inserem mudanças nos hábitos de vida no dia-a-dia destes indivíduos, cujo objetivo é a melhoria na qualidade de vida (PROVINCIALI, 2005). O número e apresentação de comprimidos a ingerir, a diminuição do metabolismo orgânico, bem como outros fatores, representam algumas das dificuldades de adesão ao tratamento com antiretrovirais entre os sujeitos da pesquisa. Logo, verificou-se a necessidade de criação de equipes interdisciplinares, treinadas para proporcionar cuidados especializados dirigidos à terceira idade, de forma a se evitar a assistência baseada em modelos de saúde exclusivamente medicalizantes. O atendimento psicossocial também se mostrou imprescindível, uma vez que o atendimento médico e a prescrição dos medicamentos parecem não serem suficientes para promover a adesão ao tratamento, já que percepções negativas por parte dos indivíduos estudados parecem ser responsáveis por suspensões voluntárias do tratamento ou ingestões indevidamente controladas das doses dos antiretrovirais. Segundo Strombeck e Levy (1998), em comparação com os jovens, eles experimentam um sentimento maior de isolamento, vergonha e culpa e ainda convivem com doenças e problemas que já são característicos dessa fase da vida. CONCLUSÕES Concluiu-se que apesar do enfrentamento da condição de soropositividade entre idosos apresentar certas divergências, o diagnóstico do HIV e a representação social da síndrome para eles apresentam-se como fatores que causam uma série de alterações relacionadas às perdas físicas, psicológicas e sociais diferenciadas que são características desse grupo, visto que os idosos possuem necessidades médicas e psicossociais peculiares à sua faixa etária. Os resultados encontrados expressam que as representações do conviver com HIV na terceira idade estruturam-se na interface da pluralidade e complexidade do funcionamento de elementos comportamentais em busca de viver com qualidade mesmo diante da cronicidade do diagnóstico. Os idosos se mostram afetados profundamente com a descoberta da doença através do diagnóstico médico, uma vez que o processo de envelhecimento associado a uma patologia associada implica na necessidade de manejo do medicamento e seus efeitos colaterais, o que causa, frequentemente, resistência ou desistência do tratamento. A compreensão do modo de enfrentamento dessa doença, assim como da identificação das mudanças causadas nos hábitos de vida dos membros desse grupo populacional, contribui para que ações possam ser elaboradas e executadas para uma adaptação mais efetiva dos idosos à nova realidade vivida após o diagnóstico da doença, o que pode auxiliar o processo de redução da mortalidade por aids na terceira idade. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, D.C. Análise de conteúdo temático-categorial: uma proposta de operacionalização.  R. Enferm. UERJ [online] v. 16, n. 4, p.569-76, out./dez. 2008. Disponível em: . Acesso em: 01 ago. 2010. PROVINCIALI, R.M. O convívio com HIV/Aids em pessoas da terceira idade e suas representações: vulnerabilidade e enfrentamento. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, 2005 126p. SEFFNER, F. O conceito de vulnerabilidade: uma ferramenta útil em seu consultório. Site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. [online] Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2010. STROMBECK, R.; LEVY, J. A. Educational strategies and interventions targeting adults age 50 and older for HIV/Aids prevention. Research on agin. [online] v.20, n.6, p.912-936, 1998. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2010.  

    Representações sociais acerca dos riscos de acidentes de trabalho

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    Objetivo: Analisar as representações sociais de profissionais de enfermagem acerca dos riscos de acidentes de trabalho. Métodos: Estudo do tipo qualitativo, com eixo teórico na teoria das representações sociais, realizado com 70 profissionais de enfermagem (enfermeiros e técnicos) em regime de plantão noturno em um Hospital Regional do Município de Guanambi, Bahia, Brasil, no período de março e abril de 2017. Utilizou-se como técnica de coleta de dados a associação livre de palavras e a entrevista em profundidade. As evocações foram analisadas mediante a análise de conteúdo. Resultados: As palavras evocadas pelos entrevistados, com maior significação e frequência, para o termo indutor riscos ocupacionais, foram: acidente, segurança e bactéria. Para o outro termo indutor, riscos biológicos, foram: sangue, bactéria, secreção e contaminação. As representações sociais acerca dos riscos de acidentes de trabalho demonstram que o conhecimento científico é difundido no grupo, reforçando o quanto o assunto faz parte do cotidiano de trabalho, uma vez que é propagado e compartilhado entre eles. Os participantes representam os riscos e os acidentes como algo distante de suas realidades laborais, ou seja, pensam que não correm o risco de se contaminarem ou de sofrerem outro tipo de acidente. Conclusão: Os resultados demonstraram, através das representações sociais, que os profissionais de enfermagem sabem da existência dos riscos para os acidentes de trabalho, como os riscos ocupacionais e os riscos biológicos, reconhecendo o perigo, mas com o outro, não consigo, o que sugere uma dificuldade em distinguir a própria insegurança

    AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA CRIANÇA SOROPOSITIVA: UMA ANÁLISE DO PENSAMENTO SOCIAL DE ENFERMEIROS HOSPITALARES

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    INTRODUÇÃOO presente resumo integra o Projeto de pesquisa intitulado: Análise do cuidado de enfermagem no contexto do HIV/Aids: Representações sociais e memórias de enfermeiros e portadores nos 25 anos da síndrome. A Aids apresentou-se, desde o seu início, como uma síndrome que se enraizou no imaginário social e cultural de diversas maneiras, construindo imagens, atitudes, conhecimentos e práticas, em que os saberes do senso comum e científicos se entrecruzaram. De uma morbidade ligada a atitudes socialmente condenáveis passou a ser considerada como uma síndrome presente naqueles que podem ser considerados como vítimas, especialmente as crianças que possuem alto grau de vulnerabilidade.OBJETIVOSNeste sentido, adotou-se, como objetivo, analisar a representação social da criança soropositiva para o HIV, especialmente em sua dimensão imagética, e sua relação com a assistência de enfermagem.METODOLOGIATrata-se de um estudo de natureza qualitativa fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS) em sua abordagem processual (MOSCOVICI, 1978, 291; JODELET, 2001, p. 17-44) desenvolvido com 20 enfermeiros que trabalham no contexto de dois hospitais universitários do Rio de Janeiro, na atenção direta às crianças soropositivas para o HIV e seus familiares. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e analisados através da análise de conteúdo temática norteada pelos preceitos de Bardin (BARDIN, 1977, p. 221) sistematizada por Oliveira (OLIVEIRA, 2008, p. 569-576). A análise do conjunto das entrevistas gerou seis categorias a partir do recorte de 2.070 UR, representando 100% do material analisado. As categorias foram denominadas da seguinte maneira: Aspectos sociais, temporais, biológicos e culturais que envolvem o universo da Aids (284 UR, equivalendo a 13,7% do material), a imagem da criança e o futuro que a Aids lhe aparenta reservar (253, 12,3%), o processo de cuidar e sentimentos que a criança com Aids reserva (514, 24,8%), Tratamento e adesão da criança com Aids na perspectiva do enfermeiro (176, 8,5%), a família da criança com HIV/Aids (555, 26,8%) e práticas e atitudes profissionais: as condições existentes no manuseio da AIDS (285, 13,7%). Nesse estudo, será aprofundada a segunda categoria que diz respeito a imagem da criança e o futuro que a Aids aparenta reservar.RESULTADOSA Aids pediátrica trouxe uma nova representação da patologia devido a inserção de uma nova clientela soropositiva em seu contexto, uma vez que há uma diminuição do processo de culpabilização do portador, embora este fato ainda exista no que tange ao responsável pela inserção do vírus no seio familiar. Evidencia-se, nos profissionais que cuidam desta criança soropositiva, certa particularidade na ânsia de um trabalho mais complexo ou mesmo no despertar de sentimentos e emoções oriundos deste cuidado, já que a recuperação clínica desta criança muitas vezes é dificultada por seu estado. Ao mesmo tempo, empenhado na melhora do quadro clinico desta criança soropositiva, o profissional sofre um impacto significativo que pode influenciar seu trabalho ao sentir dificuldades em lidar com a morbidade e mortalidade da criança, uma vez que possui uma imagem sempre ligada a futuro, causando uma sensação de desconforto nesse profissional. Este relacionamento entre profissional e criança ainda sofre uma maior complexidade pela figura do familiar-cuidador, normalmente a mãe. Por isso, ao citarmos a criança com Aids não podemos esquecer deste familiar e suas vivências, pois este compreende toda a estigmatização enfrentada, bem como a gravidade e a letalidade da Aids. A hospitalização altera de forma significativa a vida de uma criança e a dinâmica familiar que, por sua vez, é levada a reorganizar seu cotidiano e suas atividades. A hospitalização promove sentimentos de angústias, impotência, preocupação e incerteza, além de instaurar o sofrimento a ambas as partes, devido à íntima ligação família-criança que se tem neste período (OLIVEIRA, I. ANGELO, M. 2000, p. 202-204). Observou-se, ainda, que a expectativa de melhora do quadro clínico da criança é modificada quando o profissional se depara com a Aids e suas peculiaridades, vivenciando, em seu imaginário, uma representação simultânea de vida e morte. A vida geralmente está associada à infância e ao futuro e a morte à velhice e ao passado. As internações e reinternações carregam consigo toda uma cooperação coletiva tanto da criança, como da família e da equipe de saúde. Sendo a Aids até então incurável, os comprometimentos causados por ela impõem limitações de funções ao indivíduo e envolvem todos os obstáculos e desvios da fisiologia normal (SILVA, F. M. CORREIA, I. 2006. p. 18-23). As incertezas a cada reinternação são muitas, pois a criança encontra-se num território onde o próximo passo sempre será uma incógnita. Esta dificuldade de conviver com a Aids se dá a cada novos sintomas e exames. Os profissionais, ao longo dos mais de 20 anos da síndrome no Brasil, referiram à imagem da Aids semelhante à do Cazuza na década de 80, exposta na mídia. Ao mesmo tempo, classificam como negativa a imagem que fazem da criança com Aids (como aquela sem expectativa de futuro) e utilizam adjetivos como sofrida e sentida em relação à sua restrição ao leito, quando esta encontra-se em estado grave. O sentimento de pesar é notório nos enfermeiros devido não só à incapacidade de deambular de algumas crianças, mas pela própria estrutura física da enfermaria que muitas das vezes se faz precária. Uma nomenclatura utilizada pelos depoentes foi o termo isolamento infantil, que faz referência a um local onde os leitos são fechados e formam quartos que abrigam somente a criança e seus familiares, sem o contato com as demais. A solidão devido ao isolamento desta criança no ambiente hospitalar é nítida durante a fase aguda da doença, em função da ausência da intensa atividade de uma criança saudável. Mas observa-se, como pontuou alguns autores, a construção de uma nova identidade nessas crianças, qual seja, ligada ao processo de hospitalização e de adoecimento, assim como à dependência tecnológica. Destaca-se que a Aids traçou uma nova forma de ser criança em que, em alguns momentos de sua história, permanece tempo considerável internada em hospitais, longe da escola, dos amigos, de diversões e, muitas vezes, da própria família (GOMES, A. M. T. 2005). Mas levando em consideração que esta criança não é associada à imagem de futuro, hoje, com o advento dos anti-retrovirais e tecnologias em saúde, nota-se uma tímida transformação nesta representação, englobando a possibilidade de sobrevivência à adolescência em alguns casos e para alguns profissionais. CONCLUSÃOConclui-se que a Aids ainda permeia num contexto de forte influência imaginária, de sofrimento,  de ausência de um futuro e muito atrelado à morte. Os profissionais, principalmente os enfermeiros, lidam com a criança com muito pesar, tristeza e com significativa percepção de abandono e solidão. Estes profissionais ainda encontram muita dificuldade de criar uma relação de confiança e aceitação com a criança soropositiva que apresenta maior confiança nos familiares por conta do convívio extra-hospitalar mais intenso. Contudo, graças à ao desenvolvimento da tecnologia em saúde e do tratamento medicamentoso, já se pode notar uma pequena evolução no discurso desses profissionais

    AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA CRIANÇA SOROPOSITIVA: UMA ANÁLISE DO PENSAMENTO SOCIAL DE ENFERMEIROS HOSPITALARES

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    INTRODUÇÃO O presente resumo integra o Projeto de pesquisa intitulado: Análise do cuidado de enfermagem no contexto do HIV/Aids: Representações sociais e memórias de enfermeiros e portadores nos 25 anos da síndrome. A Aids apresentou-se, desde o seu início, como uma síndrome que se enraizou no imaginário social e cultural de diversas maneiras, construindo imagens, atitudes, conhecimentos e práticas, em que os saberes do senso comum e científicos se entrecruzaram. De uma morbidade ligada a atitudes socialmente condenáveis passou a ser considerada como uma síndrome presente naqueles que podem ser considerados como vítimas, especialmente as crianças que possuem alto grau de vulnerabilidade. OBJETIVOS Neste sentido, adotou-se, como objetivo, analisar a representação social da criança soropositiva para o HIV, especialmente em sua dimensão imagética, e sua relação com a assistência de enfermagem. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de natureza qualitativa fundamentado na Teoria das Representações Sociais (TRS) em sua abordagem processual (MOSCOVICI, 1978, 291; JODELET, 2001, p. 17-44) desenvolvido com 20 enfermeiros que trabalham no contexto de dois hospitais universitários do Rio de Janeiro, na atenção direta às crianças soropositivas para o HIV e seus familiares. Os dados foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e analisados através da análise de conteúdo temática norteada pelos preceitos de Bardin (BARDIN, 1977, p. 221) sistematizada por Oliveira (OLIVEIRA, 2008, p. 569-576). A análise do conjunto das entrevistas gerou seis categorias a partir do recorte de 2.070 UR, representando 100% do material analisado. As categorias foram denominadas da seguinte maneira: Aspectos sociais, temporais, biológicos e culturais que envolvem o universo da Aids (284 UR, equivalendo a 13,7% do material), a imagem da criança e o futuro que a Aids lhe aparenta reservar (253, 12,3%), o processo de cuidar e sentimentos que a criança com Aids reserva (514, 24,8%), Tratamento e adesão da criança com Aids na perspectiva do enfermeiro (176, 8,5%), a família da criança com HIV/Aids (555, 26,8%) e práticas e atitudes profissionais: as condições existentes no manuseio da AIDS (285, 13,7%). Nesse estudo, será aprofundada a segunda categoria que diz respeito a imagem da criança e o futuro que a Aids aparenta reservar. RESULTADOS A Aids pediátrica trouxe uma nova representação da patologia devido a inserção de uma nova clientela soropositiva em seu contexto, uma vez que há uma diminuição do processo de culpabilização do portador, embora este fato ainda exista no que tange ao responsável pela inserção do vírus no seio familiar. Evidencia-se, nos profissionais que cuidam desta criança soropositiva, certa particularidade na ânsia de um trabalho mais complexo ou mesmo no despertar de sentimentos e emoções oriundos deste cuidado, já que a recuperação clínica desta criança muitas vezes é dificultada por seu estado. Ao mesmo tempo, empenhado na melhora do quadro clinico desta criança soropositiva, o profissional sofre um impacto significativo que pode influenciar seu trabalho ao sentir dificuldades em lidar com a morbidade e mortalidade da criança, uma vez que possui uma imagem sempre ligada a futuro, causando uma sensação de desconforto nesse profissional. Este relacionamento entre profissional e criança ainda sofre uma maior complexidade pela figura do familiar-cuidador, normalmente a mãe. Por isso, ao citarmos a criança com Aids não podemos esquecer deste familiar e suas vivências, pois este compreende toda a estigmatização enfrentada, bem como a gravidade e a letalidade da Aids. A hospitalização altera de forma significativa a vida de uma criança e a dinâmica familiar que, por sua vez, é levada a reorganizar seu cotidiano e suas atividades. A hospitalização promove sentimentos de angústias, impotência, preocupação e incerteza, além de instaurar o sofrimento a ambas as partes, devido à íntima ligação família-criança que se tem neste período (OLIVEIRA, I. ANGELO, M. 2000, p. 202-204). Observou-se, ainda, que a expectativa de melhora do quadro clínico da criança é modificada quando o profissional se depara com a Aids e suas peculiaridades, vivenciando, em seu imaginário, uma representação simultânea de vida e morte. A vida geralmente está associada à infância e ao futuro e a morte à velhice e ao passado. As internações e reinternações carregam consigo toda uma cooperação coletiva tanto da criança, como da família e da equipe de saúde. Sendo a Aids até então incurável, os comprometimentos causados por ela impõem limitações de funções ao indivíduo e envolvem todos os obstáculos e desvios da fisiologia normal (SILVA, F. M. CORREIA, I. 2006. p. 18-23). As incertezas a cada reinternação são muitas, pois a criança encontra-se num território onde o próximo passo sempre será uma incógnita. Esta dificuldade de conviver com a Aids se dá a cada novos sintomas e exames. Os profissionais, ao longo dos mais de 20 anos da síndrome no Brasil, referiram à imagem da Aids semelhante à do Cazuza na década de 80, exposta na mídia. Ao mesmo tempo, classificam como negativa a imagem que fazem da criança com Aids (como aquela sem expectativa de futuro) e utilizam adjetivos como sofrida e sentida em relação à sua restrição ao leito, quando esta encontra-se em estado grave. O sentimento de pesar é notório nos enfermeiros devido não só à incapacidade de deambular de algumas crianças, mas pela própria estrutura física da enfermaria que muitas das vezes se faz precária. Uma nomenclatura utilizada pelos depoentes foi o termo isolamento infantil, que faz referência a um local onde os leitos são fechados e formam quartos que abrigam somente a criança e seus familiares, sem o contato com as demais. A solidão devido ao isolamento desta criança no ambiente hospitalar é nítida durante a fase aguda da doença, em função da ausência da intensa atividade de uma criança saudável. Mas observa-se, como pontuou alguns autores, a construção de uma nova identidade nessas crianças, qual seja, ligada ao processo de hospitalização e de adoecimento, assim como à dependência tecnológica. Destaca-se que a Aids traçou uma nova forma de ser criança em que, em alguns momentos de sua história, permanece tempo considerável internada em hospitais, longe da escola, dos amigos, de diversões e, muitas vezes, da própria família (GOMES, A. M. T. 2005). Mas levando em consideração que esta criança não é associada à imagem de futuro, hoje, com o advento dos anti-retrovirais e tecnologias em saúde, nota-se uma tímida transformação nesta representação, englobando a possibilidade de sobrevivência à adolescência em alguns casos e para alguns profissionais. CONCLUSÃO Conclui-se que a Aids ainda permeia num contexto de forte influência imaginária, de sofrimento,  de ausência de um futuro e muito atrelado à morte. Os profissionais, principalmente os enfermeiros, lidam com a criança com muito pesar, tristeza e com significativa percepção de abandono e solidão. Estes profissionais ainda encontram muita dificuldade de criar uma relação de confiança e aceitação com a criança soropositiva que apresenta maior confiança nos familiares por conta do convívio extra-hospitalar mais intenso. Contudo, graças à ao desenvolvimento da tecnologia em saúde e do tratamento medicamentoso, já se pode notar uma pequena evolução no discurso desses profissionais
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