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A literatura infantil entre a experiência estética e a educação moral = The children’s literature between the aesthetic experience and moral education = La literatura infantil entre la experiencia estética y la educación moral
O presente artigo tem por finalidade propor uma problematização acerca da dimensão moral abordada pela literatura infantil na educação escolar, entrecruzada com a formação do leitor, enquanto sujeito no ato pedagógico. Interroga-se aqui a intensificação da moral nas práticas educativas em que a literatura infantil perde sua potência ética-estética para alinhar-se com uma proposição de doutrina moral. Por meio de uma pesquisa teórico-bibliográfica, de cunho filosófico, a argumentação é estruturada pela perspectiva de Walter Benjamin – pela referência ao conceito de experiência – e Michel Foucault – no que tange à compreensão de moral como contraponto à ética e à conjugação com a noção de tecnologias do eu, bem como a apropriação de Jorge Larrosa do mesmo conceit
Paulo Freire e a revivificação da Educação Popular = Paulo Freire and the revival of Popular Education
O presente texto busca (re) descobrir categorias freirianas para destacar a distinção que adquire a Educação Popular, refletindo-as ante as denominadas instabilidades epistemológicas e políticas do nosso tempo. Para tanto, proponho partir de um princípio: Freire é uma boa referência para revivificar a Educação Popular. Premissa aceita, a tarefa é destacar categorias com as quais Freire reforça e amplia a natureza da Educação Popular. Os desafios do nosso tempo, apresentados à educação, aparecem como balizas, tanto para pautar a seleção das categorias, como para refleti-las à luz do que está posto à educação em geral e, particularmente, à escola como situação-limite, ante os exigentes desdobramentos que decorrem, particularmente, em relação à transformação social. Das estratégias de abordagem aqui eleitas, brotam achados. Freire foi um homem que acreditou profundamente no ser humano. Inconclusos, homens e mulheres podem ser sujeitos da história. Para dar conta de tal tarefa, Freire tornou-se pensador que viveu marcado pela coerência política postada a favor dos oprimidos, coerência esta pautada pela capacidade de sonhar e ter esperança, a partir do que é possível entender como atitudes de resistência que ajudou a construir no Brasil e no exterior. Freire depositou crença profunda (não exclusiva ou messiânica) na capacidade do povo de educar-se (preparar-se) e transformar a realidade, e aplicou os conhecimentos de que dispunha para alfabetizar gente, particularmente para ajudar pessoas a lerem e a escreverem o mundo. A tarefa, então, é ensaiar respostas à seguinte questão: por que Freire para revivificar Educação Popular
MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO: ENSAIANDO QUESTIONAMENTOS
Os conflitos socioculturais do nosso tempo demandam decifração e crítica para que possamos entender as condições em que se encontram as escolas e seus trabalhos pedagógicos. A crítica aqui proposta situa-se a favor da necessária inconformidade em relação ao ato totalitário da imposição de universais, sem referência histórica, e da ditadura do fragmento como solução aos problemas enfrentados, em que se explicita tensa relação entre universalidade e identidade. A presente proposta é, sim, exagerar na provocação, buscando engajamento em processos de mudança da escola, espaço que tem sido mais lugar de construção e fabricação de adultos à reprodução e ao consumo, ante a formação crítica e criativa de novos provocadores sociais. Nesse sentido, coloca-se uma das questões centrais à educação escolarizada no atual mundo da indústria da informação: ante a ideologia que é veiculada pelos meios de comunicação - centralmente – como assenta a função da escola e do professor? Estará posta na tarefa de fundamentar o reforço de individualização das pessoas na luta por espaços econômicos, políticos e afetivos que o mundo da cultura capitalista tanto preza? Aqui, então, a proposta é apresentar, desde o mundo da educação, questionamentos acerca das atuais discussões que envolvem multiculturalidade, diferença, igualdade, educação..., tomando, para tanto, referências da biobibliografia freiriana e autores que dão suporte a debates que considerem insuficientes as idéias que apontam, tão-só, para a explicitação das diferenças.Palavras-chave: multiculturalismo e educação; universais e fragmentos; autoridade docente
A pedagogia da autoridade a serviço da liberdade : (ou) escrituras do óbvio por ensaios convocativos à defesa política da autoridade e da educação para a liberdade : diálogos com Paulo Freire e professores em formação : superações teóricas e paradoxos do cotidiano
Este texto discute a pedagogia da autoridade a serviço da liberdade, dialogando com Freire, professores em formação, a minha própria história e pensadores diversos. A baliza metodológica é o diálogo, como direção cientifica e política. Tomando como central a obra de Freire, o texto apresenta fragmentos de minha história de vida, destacando relações entre autoridade e liberdade; sustenta justificativas que refutam atitudes autoritárias analisando os absurdos sofrimentos/silêncios humanos; advoga que a autoridade institui-se pelo trabalho solidário, formação permanente e capacidade de desvelamento de regimes conceituais instituídos; sistematiza reflexões acerca de referências teóricas que auxiliam na compreensão das descobertas de Freire e dos movimentos que identifiquei no cotidiano do trabalho formativo, presentes no exercício docente; e traz a teoria freireana em particular diálogo com professoras-alunas do Curso de Pedagogia/PFPL para apoiar a compreensão do problema aqui exposto. Dos professores e professoras com quem dialoguei durante a investigação, especialmente alunas/docentes do PFPL, concluo que a assunção à condição de autoridade torna se imperativa tendo por solo a base social que enraíza-se em produção simbólico material qualificada aos que detêm estrutura e instrumentos de formação que lhes garantem competências e vantagens adicionais, o que, por dever de coerência, justifica a formação para a geração de condições de possibilidades visando mudanças da ordem estabelecida. As professoras sentem-se seguras sem autoritarismos e licenciosidades quando, admitindo ignorância, aceitam processos de formação desafiadas por outras autoridades, a partir do que passaram a sentir-se autorizadas à tarefa da formação para a vida social que garanta humanidade às pessoas para criar o mundo. Desafiadas pelo diálogo, as professoras tornam curricular a cultura dos alunos, gerando alternativas à violência pela negação à negação da cultura de Origem dos envolvidos, tirando da clandestinidade impulsos reprimidos. As professoras falam dos programas de formação que, somados aos processos de pesquisa-formação, transformaram-se em instrumentos conceituais de análise da prática; não se deixam enganar pelo banalizante jogo de linguagem e assumem-se autoridade que ajudam a "simbolizar o mundo das crianças". Para situar historicamente descobertas anunciadas, retomo rastos que auxiliam no desvelamento do cotidiano escolar, porque falam de práticas conceituadas. Das conclusões, ratifico hipóteses que orientaram esta pesquisa: autoridade é conceito com o qual Freira busca demarcação pedagógica, epistemológica, ética e política, com o que, em diálogos formativos códigos do capitalismo, quando ensina solidariedade e quando prestigio e domínio cultural amplo estão desautorizados à constituição da autoridade.This work discusses the pedagogy of authority in the service of freedom, through dialogues with Paulo Freire, with teachers in formation, with my own history and with various thinkers. Its methodological mark is dialogue as scietific and political direction. Having Freiire's work as central, this text shows highlighting of my story of life, highlighting the relationships between authority and freedom; it defends justifications that reject authoritarian atitudes, analyzing the absurd human sufferings/silences; it claims that authority is constituted by solidary work, permanent formation, and ability for unveiling the conceptual regimes established; it systematizes reflections about theoretical references that help understand Freire's findings as well as the movements I have identified in the quotidian of the formative work and which are present in the teaching practice; and it brings the Freirean theory in a special dialogue with teachers-students of the Pedagogy Course/PFPL, in order to support the understanding of the problem exposed here. From my dialogue with teachers during the investigation, especially the PFPL students-teachers, I concluded that it becomes imperative to ascend to the condition of authority. This ascension is grounded on the social basis which, in turn, is rooted in qualified symbolic-material production to those who hold formation tools and structures that vouch for additional benefits and competences. And this, coherently, justifies a formation geared towards the generation of conditions of possibility for changes in the established order. Teachers feel self-assured without both authoritarianism and licentiousness when they admit ignorance and accept formation processes, challenged by, other authorities, feeling authorized to the task of forming for social life, in a way that guarantees humanity for people to create the world. Challenged by dialogue, teachers make students' culture into curriculum, producing alternatives to violence by denying the denial of their students' original culture, rescuing repressed impulses from clandestinity. The teachers talk about üe programs of formation which, being added to the processos of research-formation, have changed into conceptual tools of analysis of the practice; the teachers are not misled by the banalizing games of language and assume themselves as authorities that help "symbolize children’s world". In order to hystorically place announced discoveries, I resume tracks that help unveil the everyday of schools, for they speak of conceptualized practices. In the conclusions, I ratify hypotheses that have oriented this research: authority is the concept with which Freire seeks pedagogical, epistemological, ethical and politicas delimitation by which, in formative dialogues, transgresses the codes of capitalism when teaches solidarity and desauthorizes prestige and cultural domination as constitutive of authority
LEVINAS E A EDUCAÇÃO:: DA PEDAGOGIA DO MESMO À PEDAGOGIA DA ALTERIDADE
Objetivamos, neste texto, estabelecer uma aproximação entre ética e educação, a partir do pensamento de Levinas. Apresentaremos uma (re) avaliação crítica da pedagogia da Totalidade, fundada no saber técnico-instrumental, ensinada pela maestria do Mesmo. Demonstraremos que Levinas não é só um crítico da filosofia e pedagogia tradicional, mas que sua reflexão abre vias para se pensar os desafios da educação contemporânea, recolocando a urgência do resgate de um outro-modo-de-ser pedagógico, fundamentalmente, Ético. Defenderemos que a grande contribuição de Levinas para a educação, consiste na (re)significação de um outro modo de Ensino, agora fecundamente baseado e fundado no ensinamento proveniente do Outro, enquanto condição ético-crítica de todo o saber.  
Ética e cultura dialogal: transitividade crítico-reflexiva em educação
This paper shows that there is not ethically neutral education. In the process of forming an individual it becomes impossible to separate the issue of education from a set of ethical attributes. This paper examines the issue of (co) relation between ethics and education, in order to discuss the nature and function of the educational act, considering the implications and results in the formation of the individual. It argues that it is up to the educator to develop critical-reflexive dimension, exploring themes of motivation and proximity to the real conditions of existential and experiential learners, prompt the mentality of the research and the pursuit of knowledge autonomously, demonstrate the causes and reasons of oppression, motivate dialogue and hear what the students have to say and take their ethical responsibility to citizenship clarified.http://dx.doi.org/10.5902/198464446706 O artigo mostra que não há educação eticamente isenta e ideologicamente neutra. No processo de formação de um indivíduo torna-se impossível dissociar a questão educacional do um conjunto de atributos éticos. Examina a temática da (co)relação entre ética e educação, a fim de se discutir a natureza e a função do ato educativo, tendo em vista as implicações e os resultados na formação do indivíduo. Defende que cabe ao educador a função de desenvolver no educando a dimensão crítico-reflexiva, explorar temas de motivação e proximidade com as reais condições vivenciais e existenciais do educando, instigar a mentalidade da pesquisa e da busca autônoma do saber, demonstrar as causas e as razões da opressão, motivar o diálogo e ouvir o que o educando tem a dizer e assumir eticamente sua responsabilidade para com a cidadania esclarecida
O QUE A FILOSOFIA TEM A VER COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL? REFLEXÕES FILOSÓFICAS
http://dx.doi.org/10.5902/223611703294El propósito de este artículo es presentar los aspectos histórico filosófico de la relaciónentre el hombre y la naturaleza con el fin de aclarar la necesidad de un cambio en el medioambiente en que vivimos. Si estamos viviendo un cambio de paradigma sea posible, rodeado porlos restos de una ética antropocéntrica, incapaz de satisfacer las necesidades de nuestro tiempo,tenemos que pensar sobre los problemas ambientales en la educación, que requieren unainvestigación filosófica, crítica y reflexiva.http://dx.doi.org/10.5902/223611703294A pretensão deste artigo, visa apresentar aspectos filosóficos históricos acerca da relação do Homem com a Natureza, afim de explicitar a necessidade de uma mudança sobre o meio em que vivemos. Se estamos vivendo uma possível mudança paradigmática; cercados de resquícios de uma ética antropocêntrica, incapaz de satisfazer as necessidades do nosso tempo, precisamos pensar sobre a problemática ambiental no âmbito educacional, necessitando de uma investigação filosófica, critica, e reflexiva
Reflexões contemporâneas para uma educação ética e responsável
São muitos os argumentos e possibilidades de poder entrelaçar a Ética com a Educação. Porém, essa tentativa já repercutiu em muitas áreas do conhecimento. Mas como é possível aproximar e interligar a Ética da Educação em pleno auge do desenvolvimento tecnológico do século XXI? Pensar nesta aproximação é compromisso de todas as áreas do saber, pois vivemos em um cenário globalizado, em que tudo gira em torno da técnica e das novas demandas do mercado. Porém, a Educação poderá estar em sintonia com as mudanças de paradigmas, evitando a formação de identidades e mentalidades que podem levar mais uma vez o ser humano ao utilitarismo. A Ética inserida na Educação desenvolve no indivíduo a capacidade de estabelecer relações de responsabilidade, habilidades e criticidade nas ações. Desta forma, argumentaremos a respeito da importância em abordar a Ética de forma universal e não de forma reducionista. Hans Jonas e Paulo Freire contribuíram com seus escritos sobre a importância em educar com princípios éticos universais, priorizando a vida em todas as esferas planetárias
ATUALIDADE DE PAULO FREIRE: há razões para retomar o seu legado e comemorar o seu centenário?
Paulo Freire completa em 2021 o seu centenário. Neste mesmo ano, a Faculdade de Educação da UFPel comemora 45 anos de história. E tomando os tempos atuais como base para pensar a educação, a vida e o diálogo, em contraponto à morte e à intolerância, algo resta para celebrar? E por que Freire como fonte principal para o diálogo ante os desafios contemporâneos
CONVERSAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO POPULAR E EDUCAÇÃO PERMANENTE – PROPOSTAS CONCORRENTES E COMPLEMENTARES?
O objetivo desse artigo é aproximar os conceitos de educação popular e educação permanente discutindo-os sob determinadas bases epistemológicas. A ciência entendida como um produto social histórico também evolui por meio de conversações entre educadores. Nesse sentido, buscamos estabelecer alguns parâmetros entre essas duas concepções em busca de uma discussão que seja relevante para a educação ao tomar nossa prática como objeto de reflexão. No entrecruzamento de várias opiniões e ideias é possível descobrir novas dimensões concorrentes e complementares nas propostas de educação popular e de educação permanente