14 research outputs found

    Quando perco o mundo, aparece a Terra. Cosmopolítica da escrita com Maria Gabriela Llansol

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    No final de 1965, Maria Gabriela Llansol e seu marido, Augusto Joaquim partem exilados de Portugal em direção a Bélgica. Em Louvain, fundam a Escola da Rua Namur com o objetivo de acolher filhos de exilados políticos de diversas nacionalidades e também crianças com necessidades especiais. Durante este período, Llansol dá início a sua primeira trilogia, Geografia de Rebeldes, e escreve diversas notas a respeito da experiência vivida naquele período. Os Apontamentos da Escola da Rua Namur são uma reunião destas notas que Llansol havia pensado em publicar como livro, mas que permanece como um projeto inacabado. Esta dissertação toma uma frase colhida destes apontamentos, “Quando perco o mundo, aparece a terra”, como cifra de entrada e leitura para um pensamento da Terra com Llansol. Desdobramos esta proposta em três capítulos. O primeiro explora a tese de Manuel Gusmão de que a escrita de Llansol se apresenta como uma reconfiguração aberta do humano e buscamos pensa-la diante da perda do mundo; o segundo procura pensar a escrita diante do aparecimento da terra, aliados à leitura de Silvina Rodrigues Lopes de que Llansol jamais se ocupou da invenção de mundos, mas da habitação da terra. Formulamos assim uma pergunta: de que maneira a escrita participa da habitação da terra quando se perde o mundo? Por fim, no terceiro capítulo, propusemos a ideia das cosmopolíticas da escrita como um conceito capaz de abarcar a radicalidade de uma política alargada, para além do humano e também de uma escrita atravessada pelas forças e movimentos da terra. Com Llansol, propomos que as cosmopolíticas da escrita se multiplicam em três: 1) a escrita como cuidado; 2) a escrita como criação de refúgios; 3) a escrita como contrafeitiço da LiteraturaÀ la fin de 1965, Maria Gabriela Llansol et son mari, Augusto Joaquim, partent en exil de Portugal vers la Belgique. À Louvain, ils fondent l’École de la Rue Namur pour accueillir les enfants des exilés politiques de pluisieurs nationalités et aussi des enfants ayant des besoins particuliers. Pendant cette période, Llansol commence sa première trilogie, Géographie des Rebelles, et écrit plusieurs notes sur l’expérience vécue à cette époque. Les Notes de l’École de la Rue Namur sont une réunion de ces notes que Llansol avait pensé à publier comme livre, mais qui reste un projet inachevé. Ce mémoire de recherche prend une phrase tirée de ces notes, "Quand je perds le monde, apparaît la terre", comme un code d’entrée et de lecture pour une pensée de la Terre avec Llansol. Nous décomposons cette proposition en trois chapitres. Le premier explore la thèse de Manuel Gusmão selon laquelle l’écriture de Llansol se présente comme une reconfiguration ouverte de l’humain et nous cherchons à la penser face à la perte du monde; le second cherche à penser l’écriture face à l’apparition de la terre, toute en considérant la lecture de Silvina Rodrigues Lopes sellon laquelle Llansol ne s’est jamais occupé de l’invention des mondes, mais de la demeure de la terre. Nous posons ainsi une question : comment l’écriture participe-t-elle au logement de la terre quand on perd le monde? Enfin, dans le troisième chapitre, nous avons proposé l’idée des cosmopolitiques de l’écriture comme un concept capable d’embrasser la radicalité d’une politique élargie, au-delà de l’humain et aussi d’une écriture traversée par les forces et mouvements de la terre. Avec Llansol, nous proposons que les cosmopolitiques de l’écriture se multiplient en trois : 1) l’ écriture comme soin ; 2) l’ écriture comme création de refuges ; 3) l’ écriture comme contre-sort de la littérature

    Occupying hope: notes from a university Occupy experience in Brazil

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    This article proposes a reflection on the Occupy movements that took place in Brazilian universities over the last months of 2016 from a perspective inspired by pragmatic sociology and utopian studies. Based upon the texts "Styles" by Marielle Macé and Ernst Bloch's "The Principle of Hope", the article proposes a reflection on the occupation experience and the way in which its formal aspects (gestures, organization, style) produce new forms of resistance expression. We argue that such practices relaunch social transformation utopias and, in doing so, renew the repertoire of criticism to the current forms of life. Thereby, this reflection is based on the idea that a combined approach between pragmatic sociology and utopian studies makes it possible to thematize the Occupy movement from its "style". On the one hand, we seek to approach forms of experience in their potential to accomplish values from which the very ways of life are in question. On the other hand, we intend to (re)open the question of “how” in life (its performances, its rhythms, its use of time) to sew the critical connection of the multiple points of refusal therein expressed.

    O movimento das nuvens : montagem, imaginação e mistério na poesia de Roberto Bolaño

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    Este trabalho tem como proposição girar ao redor de alguns motivos encontrados na obra de poesia do escritor chileno Roberto Bolaño. Muito conhecido por seus livros de ficção, a poesia de Bolaño ainda não foi traduzida para o português, dificultando, assim, sua recepção no Brasil. Apostamos, todavia, na relevância de sua obra para a paisagem e o pensamento da poesia contemporânea na América Latina. A partir de alguns conceitos como o de atrito , proposto por Silvina Rodrigues Lopes, e os de montagem e imaginação , por Georges Didi-Huberman e Walter Benjamin, este texto procura produzir uma “ fala aventura ”, utilizando-se da força de um ensaio montado em fragmentos. Entendemos que, dessa maneira, a experiência de leitura e de tradução dos poemas de Bolaño possa produzir atrito com a língua deste texto. Portanto, não se trata de um ensaio que fale sobre a poesia de Bolaño, mas com ela. O trabalho é composto de quatro partes: a primeira, A estrutura mínima para dançar , é uma introdução metodológica do gesto de aproximação e fricção com a poesia de Bolaño; a segunda, O movimento das nuvens , uma coleção de fragmentos escritos em um limiar com os poemas de Bolaño; a terceira, Prolongamentos, é uma tentativa de apresentar algumas das imagens de pensamento surgidas a partir da escrita dos fragmentos, ou seja, um tempo posterior à metabolização dos textos no corpo de um leitor/escritor; e a quarta, os poemas traduzidos como anexos para a leitura

    O movimento das nuvens : montagem, imaginação e mistério na poesia de Roberto Bolaño

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    Este trabalho tem como proposição girar ao redor de alguns motivos encontrados na obra de poesia do escritor chileno Roberto Bolaño. Muito conhecido por seus livros de ficção, a poesia de Bolaño ainda não foi traduzida para o português, dificultando, assim, sua recepção no Brasil. Apostamos, todavia, na relevância de sua obra para a paisagem e o pensamento da poesia contemporânea na América Latina. A partir de alguns conceitos como o de atrito , proposto por Silvina Rodrigues Lopes, e os de montagem e imaginação , por Georges Didi-Huberman e Walter Benjamin, este texto procura produzir uma “ fala aventura ”, utilizando-se da força de um ensaio montado em fragmentos. Entendemos que, dessa maneira, a experiência de leitura e de tradução dos poemas de Bolaño possa produzir atrito com a língua deste texto. Portanto, não se trata de um ensaio que fale sobre a poesia de Bolaño, mas com ela. O trabalho é composto de quatro partes: a primeira, A estrutura mínima para dançar , é uma introdução metodológica do gesto de aproximação e fricção com a poesia de Bolaño; a segunda, O movimento das nuvens , uma coleção de fragmentos escritos em um limiar com os poemas de Bolaño; a terceira, Prolongamentos, é uma tentativa de apresentar algumas das imagens de pensamento surgidas a partir da escrita dos fragmentos, ou seja, um tempo posterior à metabolização dos textos no corpo de um leitor/escritor; e a quarta, os poemas traduzidos como anexos para a leitura
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