19 research outputs found

    JORNALISMO INVESTIGATIVO E LITERATURA: O LIVRO-REPORTAGEM ATUANDO NA DENÚNCIA SOCIAL

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    É notável a relevância da investigação para matérias jornalísticas. Porém, reportagens com conteúdo aprofundado são cada vez mais raras nos veículos de comunicação convencionais. Uma alternativa à superficialidade e ao estilo de escrita da pirâmide investida é o desenvolvimento da reportagem em livro. Com um enfoque diversificado, estrutura literária e investigação profunda, acontecimentos ganham caráter humano e criativo nas páginas do livro, tornando-se além de um documento jornalístico, uma obra literária. Por meio da análise do livro-reportagem de Caco Barcellos, Rota 66, busca-se identificar o método utilizado pelo jornalista na investigação e os elementos empregados na narrativa da denúncia social

    Mestiçagem: uma categoria teórico-política para os feminismos latino-americanos – entrevista com María Luisa Femenías

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    No primeiro quadrimestre de 2007, a filósofa feminista argentina María Luisa Femenías publicava o artigo Esbozo de un feminismo latinoamericano, onde constava o seguinte questionamento: existe um feminismo latino-americano? Dez anos depois, encontramos a filósofa durante o 13º Mundo de Mulheres & Seminário Internacional Fazendo Gênero 11, que aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, entre os dias 30 de julho e 04 de agosto de 2017, onde ela aceitou nos conceder esta entrevista. Nossa conversa versou sobre a atualidade de seu texto publicado em 2007, a importância de um pensamento e ação localizados e os desafios dos movimentos e das teorias feministas frente ao contexto de crise econômica e avanço de valores conservadores, principalmente nos países latino-americanos e caribenhos na contemporaneidade. Na conversa, Femenías retoma a potência da categoria mestiçagem como recurso teórico-político de coalisão entre as mulheres num momento em que a defesa dos processos democráticos exige a união. A filósofa também tratou sobre a importância dos saberes situados na construção de teorias feministas ancoradas nas múltiplas realidades. Além disso, falou das dificuldades de circulação das teorias feministas e dos estudos de gênero produzidos em contextos “do Sul” onde, pela geopolítica do conhecimento, estes campos e saberes ainda são subalternizados

    A(s) Guerra(s) dos Meninos: Uma Adaptação, Vários Sentidos

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    Este artigo se propõe a realizar a análise da adaptação do livro-reportagem A Guerra dos Meninos, do jornalista Gilberto Dimenstein (1994), para o documentário homônimo dirigido por Sandra Werneck (1991). A proposta de Dimenstein de investigar e denunciar o número de mortes de meninos de rua em seis capitais brasileiras é mantida pelo documentário. No entanto, ao considerar as especificidades de cada meio, faz-se necessário perceber as estratégias cinematográficas utilizadas como forma de sensibilizar a quem assiste. Muito além de dados jornalísticos, os recursos, como montagem, trilha sonora, narrador em voice over, e as próprias imagens compõem um discurso diferenciado daquele do texto verbal do livro-reportagem, capaz de instigar e, até mesmo, emocionar o espectador

    “Trans-historizar” o espaço público dentro e fora da academia: Desafios para a historiografia e para o feminismo?

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    Embora ainda lidem quotidianamente com preconceitos e com visões estereotipadas que os reforçam, homossexuais e pessoas trans implodem, por fim, o “muro” de isolamento que os afastava do convívio social, ganhando as ruas, os cinemas, os mercados alternativo e formal de trabalho, chegando às universidades, como estudantes, professoras ou professores e aos cargos públicos, como os legislativos ou as representações de conselhos e associações. O que parecia ser irremediavelmente abjeto agora afasta-se do espaço habitual das margens. Para o debate, traremos alguns casos de pessoas trans como professoras/es e estudantes e da formação de coletivos que agregam sujeitos em situação de margem dentro de universidades. Abordaremos também a entrada na vida pública, na última década, quando passam a ser eleitos ou eleitas para cargos políticos e aparecem como representantes populares, assumindo posições de liderança. Pensando a trajetória entre a abjeção e o protagonismo, buscaremos nos aproximar da transformação ocorrida na autoestima de não-sujeitos que passaram a “acontecer” no mundo e a existir dentro de outra gama de possibilidades. Entendemos o fenômeno trans dos anos 2000 e 2010 como um acontecimento. Como se deram esses movimentos e como ocorre o empoderamento de sujeitos em situação de margem, é o que este artigo pretende discutir

    O genocídio em Ruanda: intersecções entre jornalismo, história e cinema

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    To tell stories is a common exercise in Jornalism, History and also Cinema. However, the way these stories are told can be different according to the method used by the professionals and the fictional dose that one’s allowed to print in their reports. Either in Journalism or in History, the professionals must research and analyze their source in order to build a report with verisimilitude and credibility. Based on historical and journalistic theories and on analysis of the images of the Ruanda’s genocide on the book We Wish to Inform You That Tomorrow We Will Be Killed With Our Families, it is possible to consider that beyond social denunciation, journalism can also be considered an historical document. On the movies, when talking about a true story, as it was the genocide’s case, it is necessary to attempt the way it is done, mainly since there is no need of verisimilitude and they are allowed to have fictional and sentimental appeal to reach the public and stimulate emotions. By the means of cinema theories and analysis of the movie Hotel Rwanda (2004), this article aims to identify the movie focus opposing it to the book, and identify cinema as a wide-ranging mean of social criticism and awareness.Retratar histórias é um exercício comum do jornalismo, da história e também do cinema. Entretanto, a maneira como essas histórias são contadas pode diferir de acordo com o método utilizado pelos profissionais e da dose ficcional que se permite imprimir nos relatos. Tanto no jornalismo quanto na história, os profissionais precisam pesquisar e analisar suas fontes de forma a construir um relato verossímil e de credibilidade. Com base em algumas teorias da história e do jornalismo e da análise dos retratos do genocídio em Ruanda no livro-reportagem Gostaríamos de Informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, é possível considerar que além de denúncia social, o jornalismo também pode ser considerado documento histórico. Já no cinema, quando se trata de contar uma história real, como no caso do genocídio, é necessário atentar para a maneira como isso será feito, principalmente por que não há obrigatoriedade da verossimilhança e se permite uma boa dose de ficção e um apelo ao sentimental para conseguir atingir ao público e incitar emoções. Por meio de teorias do cinema e da análise do filme Hotel Ruanda (2004), busca-se identificar o enfoque dado pelo filme em contraposição ao livro-reportagem, e identificar o cinema como um meio abrangente de crítica social e conscientização

    O Olho, a voz e a imagem da Rua: o documentário “Mais um...” como instrumento de denúncia e empoderamento

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    The Center for Communication and Popular Culture Olho da Rua is an organization that developed culture and popular/community communication projects from 2007 to 2013. Like the other products developed in this organization, the video documentary “Mais um...” raises questions and denounces prejudice and racial discrimination while it aims at (re)forming the subjectivity and the representations of black youth - a marginalized social group. Using the testimonies from several young people who experience the reality of prejudice and discrimination, the documentary is a political speech of resistance and denunciation used as a tool to give visibility to voices often silenced by the press and by the “framing” given by the contents scatt ered about this social minority. Likewise, this audiovisual product operates to rescue self-esteem and to struggle for a discourse that refute the standards of the media and the society.Keywords: community communication, documentary, black youth.O Centro de Comunicação e Cultura Popular Olho da Rua é uma entidade que desenvolveu projetos de comunicação e cultura popular e comunitária de 2007 a 2013. Assim como os outros produtos desenvolvidos nessa organização, o vídeo-documentário “Mais um...” busca problematizar e denunciar o preconceito e a discriminação racial, ao mesmo tempo em que busca (re)formar as subjetividades e as representações sobre a juventude negra, um grupo social marginalizado. Utilizando de depoimentos de diversos jovens que vivenciam a realidade do preconceito e da discriminação, o documentário constitui um discurso político de resistência e denúncia, usado como instrumento para dar visibilidade às vozes geralmente silenciadas pela grande imprensa e pelos enquadramentos dados pelos conteúdos disseminados a respeito dessa minoria social. Da mesma forma, esse produto audiovisual busca resgatar a autoestima e lutar por um discurso que refute os conteúdos e os padrões compartilhados pela mídia e pela sociedade.Palavras-chave: comunicação comunitária, documentário, juventude negra

    Corpos e campos plurais: os feminismos das marchas das vadias no Brasil

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas, Florianópolis, 2019.Esta pesquisa analisou o processo de construção e realização das Marchas das Vadias no Brasil no período de 2011 a 2017, com base nas experiências das organizadoras de Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis. Com uma perspectiva interdisciplinar e feminista, buscamos perceber como se deu o interesse das organizadoras pela construção deste espaço e reconhecer as diferentes formas em que os afetos são mobilizados tanto nos processos de organização quanto na própria marcha na rua, quando participantes e observadoras/es são afetados pela estética das Marchas das Vadias. Como ferramentas para a produção de informações, utilizamos a observação participante em trabalhos de campo feitos em Florianópolis, Fortaleza e Salvador; entrevistas realizadas com organizadoras das cinco marchas, além de coleta e da análise de materiais produzidos e divulgados pelas Marchas nos blogs e páginas do Facebook. Como resultados, reconhecemos que as Marchas das Vadias se constituíram como coalisões contingentes, cuja estratégia estética deu visibilidade à luta contra a ordem moral cristã ligada ao corpo e à feminilidade e cuja estratégia política organizativa estruturou novos campos feministas pautados pela autonomia e horizontalidade. Nestes dois âmbitos ato de rua e organização os afetos são potencializadores do engajamento e da formação política feminista, e o dissenso e os embates potencializam a reflexão e as mudança nos posicionamentos, resultando em posições mais críticas ao protagonismo e ao essencialismo das sujeitas no feminismo e forjando uma postura interseccional e transfeminista antagonista , isto é, que se opõe ao capitalismo, ao racismo, ao colonialismo, ao partidarismo e ao sistema de gênero cis e heteropatriarcal.Abstract : This research analized the process of construction and realization of the Marchas das Vadias (SlutWalks) in Brazil from 2011 to 2017, based on the experiences of the organizers of cities of Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis. Based on a interdisciplinary and feminis perspective, we seek to understand what are the organizers' interest in the construction os this space and to recognize the different ways in which the affects are mobilized both in the organization processes and in the street march iself, when participants and obervers are affected by the aesthetic of the Marchas das Vadias. The tools used for the production of the information were participant observation in fieldwork done in Florianópolis, Fortaleza e Salvador; interviews with organizers of the five marches; as well as collection and analysis of materials produced and disseminated by the Marchas das Vadias in blogs and fanpages in Facebook. As result, we recognize the Marchas das Vadias as contingent coalitions, whose aesthetic strategy gave visibility to the struggle against the Christian moral ordem linked to the body and to femininity and whose organizational political strategy structured new feminist fields guided by autonomy and horizontality. In these two spheres - street march and organization - the affects are potentialtors of feminist political engagement and formation, and the dissent are also potentialtors of the refletion and the change in position, that results in critical positions about the \"protagonism\" and the essencialism of the feminism's \"subject\", forging an intersectional and \"antagonist transfeminism\" stance, that is opposed of capitalism, racism, colonialism, partisanship, and the cis and heteropatriarcal gender system

    Feminismos y herida colonial: una propuesta para el rescate de los cuerpos secuestrados en Brasil

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    Con base en la reflexión acerca de los procesos de explotación/dominación fundados en el período colonial en territorio brasilero, buscamos relacionar la institución del sistema capitalista moderno colonial con las marcas visibles e invisibles de la colonialidad de género (Lugones, 2008) sobre los cuerpos de mujeres brasileras (indígenas, negras, mestizas y blancas) en la actualidad. Por medio de la revisión de la producción intelectual de feministas brasileñas (Gonzalez, 1984; Carneiro, 2003; Ribeiro, 2017) y latinoamericanas (Lugones, 2008; 2014; Anzaldúa, 1987) y de la idea de locus fracturado, presentamos una propuesta feminista decolonial que permita, al mismo tiempo, la superación de la perspectiva identitaria fundada en las jerarquías y dicotomías del Sistema Moderno/Colonial de Género heteropatriarcal, racista y capitalista; y la articulación entre movimientos feministas y de mujeres basados en la escucha radical de las múltiples experiencias de sujetas marcadas de forma desigual por la colonialidad de género

    Direito, gênero e feminismo: uma conversa com Ela Wiecko Volkmer de Castilho

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