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    Projeto editorial e o debate educacional: origens da Revista Educação & Sociedade (1978 – 1988)

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    O artigo tem por objetivo discutir o projeto editorial da Revista Educação & Sociedade (1978-1988) em suas origens. São utilizadas fontes periódicas, entrevistas e material bibliográfico. Entende-se a Revista Educação & Sociedade como força ativa no debate educacional no período de transição à “Nova República”. Na primeira parte, aborda-se a concepção da publicação e o grupo produtor, há também uma incursão nas características da revista francesa Esprit, uma referência para o projeto editorial da Educação & Sociedade. Na segunda parte, estuda-se a inserção do periódico no debate educacional, de modo a identificar os principais temas tratados e as visões sobre o papel da escola na construção da democracia. Foi possível notar as visões particulares dos partícipes do projeto editorial. A revista traz a riqueza das divergências intelectuais no âmbito da educação no repúdio às políticas da ditadura militar

    Educação e Reforma Agrária no Movimento dos Trabalhadore s Rurais Sem Terra (MST) sob as políticas neoliberais no Brasil, na década de 1990

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    Este artigo traz uma reflexão sobre a luta pela educação e pela Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos anos em que o ideário neoliberal passou a constituir diretriz das políticas governamentais. Se de um lado, a ofensiva neoliberal foi decisiva para intensificar os conflitos pela terra, ela também foi responsável por dotar a luta pela educação no MST de características com alto teor subversivo. Pretende-se levantar alguns aspectos para a discussão sobre como a luta pela Reforma Agrária condicionava as diretrizes educacionais do MST. A luta do Movimento centrou-se nas ocupações que se tornaram sua matriz organizativa e educacional. Enfocamos a década de 1990, apresentando nexos entre as lutas pela terra e a proposta educacional do MST, a partir das principais ideias que compõem a sua pedagogia, conforme sistematizada pela educadora Roseli Caldart

    Education and struggle for land in Brazil: political formation in the landless workers’ movement

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    Nos movimentos que se colocam contra a ordem estabelecida, faz-se necessária uma formação que dê conta de compreender as circunstâncias vividas a partir de suas contradições sociais, numa visão que privilegie a transformação da realidade por aqueles que se colocam em luta. No caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao mesmo tempo em que o conflito imediato se dá pela terra, as lutas expressam a permanência da questão agrária como fundamento da elevada exploração do trabalho no Brasil. A questão que se coloca é se os que estão na frente de combate possuem uma visão capaz de articular o olhar sobre as ocupações das quais participam, com a totalidade das relações que determinam a questão agrária em nosso país. Discute-se que a compreensão da totalidade das relações que estão na base da exploração do trabalho não advém espontaneamente da luta, mas de um trabalho sistemático de formação política articulada com o desenvolvimento da teoria e da prática relativas ao avançar dos embates entre as classes. Sendo assim, neste texto apresentamos nosso entendimento sobre formação política; em seguida, traçamos uma discussão sobre a formação política na pedagogia do MST e, por fim, realizamos uma reflexão crítica a esse respeito.Nos movimentos que se colocam contra a ordem estabelecida, faz-se necessária uma formação que dê conta de compreender as circunstâncias vividas a partir de suas contradições sociais, numa visão que privilegie a transformação da realidade por aqueles que s381382744In the movements that arise against the established order, it is necessary a political formation that is able to understand the circumstances experienced from its social contradictions, in a vision that favors the transformation of reality by those who p

    O papel da questão agraria no desenvolvimento do capitalismo nacional, entre 1950 e 1964, em Caio Prado Junior, Celso Furtado, Ignacio Rangel e autores pecebistas

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    Orientador: Plinio Soares de Arruda Sampaio JuniorDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de EconomiaResumo: O objetivo desse trabalho foi pesquisar o papel da questão agrária no desenvolvimento do capitalismo em bases nacionais, no período de intensificação da industrialização brasileira, entre 1951 e 1964, através do debate entre os principais intelectuais que a pensaram nesse momento histórico. Para efetuá-lo a dissertação foi dividida em dois capítulos, no primeiro realizamos uma contextualização do debate, através da discussão das linhas gerais sobre as políticas econômicas do período juntamente com os limites, relativos à questão agrária, do crescimento econômico. Foram tratados dois aspectos relevantes para compreender de que forma essa questão impunha obstáculos ao desenvolvimento nacional. O primeiro deles, diz respeito ao desequilíbrio existente nas relações estabelecidas entre capital e trabalho no processo de industrialização, que deflagravam a intensa exploração da força de trabalho rural e urbana. O segundo aspecto refere-se à forma como o campo respondia às novas demandas decorrentes da industrialização e da urbanização. Nesse item foi mostrado que o aumento da produção agrícola se dava sem alteração na estrutura fundiária, gerando um agravamento nas condições de vida dos trabalhadores rurais e deflagrando uma série de conflitos, que ganharam grande repercussão nesse período. Foram citados alguns desses conflitos, indicando as causas que os deflagraram e a forma por eles assumida. No segundo capítulo foram tratadas as idéias de Caio Prado Jr., Celso Furtado, Ignácio Rangel e Alberto Passos Guimarães sobre a questão agrária no Brasil. Em primeiro lugar, foi verificado de que forma eles interpretam a questão agrária na realidade brasileira, ou seja, o que significava a questão agrária para cada um deles. Em seguida foram discutidos, a partir da interpretação desses autores, os problemas decorrentes dessa questão, responsáveis por criar obstáculos ao desenvolvimento do capitalismo nacional. E por fim, foram analisadas as propostas de cada um deles para resolver a questão agrária. O objetivo último desse trabalho foi mostrar, através do debate dos autores, que a resolução da questão agrária nos anos da pesquisa era condição imprescindível para a constituição do capitalismo que tivesse um mínimo de conteúdo democrático e nacionalMestradoHistoria EconomicaMestre em Ciências Econômica

    A educação básica sob o ensino remoto na pandemia: aprofundamento das desigualdades educacionais e reconfiguração do “fracasso escolar”?

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    La realidad brasileña es que la escuela ni siquiera se había universalizado al final de los años 70. Existía una enorme selectividad que excluía de la escuela a gran parte de los niños y niñas que iniciaban sus primeros años de estudios, además de haber una flagrante distancia entre la expansión escolar y la formación humana que esta proveía. Este ensayo realiza, em suprimera parte, una retomada histórica del debate educativo durante la crisis de la dictadura civil-militar, cuando el tema del “fracaso escolar” se convirtió en uno de los principales asuntos em atraer la atención de los educadores preocupados com la redemocratización. Seguidamente se aborda la manera en que, cuatro décadas después em um gobierno de extrema derecha, la educación a distancia durante la pandemia de la Covid-19, retomo las cuestiones relativas al “fracaso escolar” em algunas de sus dimensiones, como: acceso, permanencia, desempeño académico y formación humana crítica. Quedó patente que la crisis educativa como proyecto estaba explícita em la manera en que el Estado, en sus diferentes niveles de gobierno, abordo los desafíos de la escuela pública em el escenario pandémico. A través del análisis estadístico del acceso a la escuela a partir del momento de la suspensión de las clases presenciales, pudo observarse que ninguna de las propuestas llevadas a cabo para evitar el “fracaso escolar” de la mayoría de los menores brasileños considerólas desigualdades raciales y sociales, ni siquiera las condiciones de vivienda, acceso a medios tecnológicos y a espacios mínimamente adecuados en que estos se encontraban. El desastre educativo que las estadísticas de acceso a la escuela en este período demuestran es que la realidad específica vivida por el público atendido por la escuela no fue considerado com el objetivo de ser provisto, de hecho, de condiciones de acceso y permanencia.Na realidade brasileira, a escola nem ao menos havia se universalizado ao final dos anos de 1970, existia uma enorme seletividade que excluía da escola parte das crianças que a adentravam já em seus primeiros anos de estudo, além de haver de uma flagrante distância entre a expansão escolar e a formação humana que ela provia. Este ensaio realiza, em sua primeira parte, uma retomada histórica sobre o debate educacional durante a crise da ditadura civil-militar, quando o tema do “fracasso escolar” se tornou um dos principais assuntos a tomar as atenções dos educadores preocupados com a “redemocratização”.  Em seguida, aborda-se a maneira como, quatro décadas depois, em um governo de extrema direita, o ensino remoto sob a pandemia de Covid-19 recolocou as questões que dizem respeito ao “fracasso escolar” em algumas de suas dimensões, tais como: acesso, permanência, desempenho acadêmico e formação humana crítica. Constatou-se que a crise educacional como projeto explicitou-se na forma como o Estado, em seus diferentes níveis de governo, abordou os desafios das escolas públicas no cenário pandêmico. Por meio da análise de estatísticas de acesso à escola, a partir da suspensão das atividades presenciais, o que se viu foi que nenhuma das propostas efetuadas para evitar o “fracasso escolar” da maioria das crianças brasileiras considerou as desigualdades raciais e sociais, nem mesmo sob quais condições de moradia, de acesso à equipamentos e se elas se encontravam em espaços minimamente adequados. O desastre educacional que as estatísticas de acesso à escola demonstram, neste período, é que a realidade concreta vivenciada pelo público atendido pela escola não foi considerada de modo a prover, de fato, as condições de acesso e permanência

    Imperialismo total e educação na revolução burguesa no Brasil (1946-1985)

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    O artigo tem por objetivo tratar das relações entre a educação no Brasil e as determinações advindas do que o sociólogo Florestan Fernandes chamou de “Imperialismo Total”. As ideias deste autor sobre os dilemas educacionais na consolidação da revolução burguesa no Brasil são a referência principal utilizada para a realização desta análise. Primeiramente discutiremos a forma “total” do imperialismo e suas relações com a contrarrevolução brasileira, evidenciando como se organiza a dominação externa a partir de dentro em todos os níveis da ordem social, com destaque para sua manifestação na área educacional. Na segunda parte do artigo, apresentamos o dilema educacional brasileiro que se expressa fortemente no pós-Segunda Guerra Mundial e os encaminhamentos dados a esta questão na ditadura instalada a partir de 1964. Concluímos que a educação brasileira sob o “imperialismo total” foi conduzida mediante um controle ideológico externo, sob a inspiração da teoria do capital humano, constituindo uma superestrutura que consolidou a precarização do ensino público, a dissociação da educação e os interesses de autonomia e soberania nacional, além da transformação crescente da educação em mercadoria

    Profile of deaths from respiratory diseases in the state of Rio Grande do Sul, from 2006 to 2015

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    Justificativa: As doenças respiratórias atingem indivíduos de todas as faixas etárias, são responsáveis por elevados números de morbidade e mortalidade gerando uma grande demanda dos serviços de saúde. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil dos óbitos por doenças respiratórias na 9ª Coordenadoria de Saúde, entre 2006 e 2015, com base no banco de dados do Datasus gerenciado pelo Ministério da Saúde do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, observacional, descritivo. A coleta de dados foi realizada em novembro de 2017, abrangendo os últimos 10 anos. A seleção das causas de óbitos por doenças respiratórias foi estimada através do Código Internacional de Doenças 10ª revisão (CID 10), Capítulo X (Doenças do aparelho respiratório), estatísticas vitais, mortalidade de 1996 a 2015. As variáveis para esta pesquisa foram coletadas através do Tabnet, de acordo com distribuição cronológica, sexo, idade e período do ano do óbito. Resultados: Do total de 1.471 óbitos por doença respiratória, observou-se que 52% acometeram homens (767) e 48% mulheres (704), na maioria idosos, com baixa renda e pouca escolaridade. As principais causas de óbitos foram as doenças crônicas das vias aéreas inferiores e pneumonia, equivalendo a 56% (826 casos) e 29% (421 casos) respectivamente, 34% dos óbitos durante o inverno. Conclusão: As principais causas de mortalidade por doenças respiratórias ocorridas na 9ª Coordenadoria de Saúde nos 10 anos estudados foram doenças crônicas das vias aéreas inferiores e pneumonia, com maior ocorrência nos meses mais frios, acometendo mais homens idosos e com menor nível escolar

    OCORRÊNCIA DE SÍFILIS EM GESTANTES NAS MACRORREGIÕES DE SAÚDE DO ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL, DE 2014 A 2018

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    A sífilis é uma doença infectocontagiosa de distribuição mundial causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão desse agente patológico pode ocorrer de várias maneiras, sendo que as mais conhecidas são relações sexuais sem proteção, de forma congênita, por meio da amamentação e também por transfusões sanguíneas. Apesar de apresentar diagnóstico rápido e tratamento de baixo custo, ainda é considerado um grave problema de saúde pública, sendo categorizada como uma Infecção Sexualmente Transmissível. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a situação epidemiológica da sífilis entre gestantes da Paraíba. Esse é um estudo transversal, quantitativo, realizado com dados secundários obtidos através do SINAN DATASUS/Tabnet. Foram incluídos todos os registros notificados no período de 2014 a 2018. A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2019. As informações obtidas na base de dados foram: casos notificados e confirmados de sífilis em gestantes em todas as macrorregiões do estado da Paraíba (I - João Pessoa; II - Campina Grande; III-Sertão/Alto Sertão). Para a macrorregião de João Pessoa a incidência foi de 61,5 casos a cada 100.000 habitantes; para Campina Grande foi de 79,4 e para o Sertão/Alto Sertão foi de 43,7. Considerando-se que o número de casos vem aumentando gradativamente nos últimos anos, no estado da Paraíba, o ano de 2018 apresentou uma taxa de 21,2 casos a cada 100.000 habitantes. Já que em 2014 este número foi de 9,3, houve um incremento de mais de 125% nas taxas de infecção do estado. A ocorrência da sífilis ainda apresenta níveis preocupantes e constitui um desafio para todas as esferas de governo, profissionais de saúde e população em geral. O controle da sífilis é essencial para prevenção de novos casos e de suas consequências. A detecção precoce, o aconselhamento, a conscientização do uso de preservativos são métodos viáveis e acessíveis para o declínio da doença

    Apresentação

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    O Dossiê Temático Sociedade, educação e pandemia: retrocessos, resistências e reconfigurações do fazer educativo é resultado do esforço coletivo de professores e pesquisadores de diferentes instituições de ensino interessados em contextualizar e discutir, por um viés crítico, ancorado em diversos campos de conhecimento e referenciais científicos, os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre a educação e sobre os processos de formação de estudantes no Brasil. Trata-se de uma coletânea de estudos e reflexões que visam corroborar e aprofundar debates e análises dos atravessamentos sociais, econômicos, políticos, culturaise pedagógicos que caracterizam o contexto atual de calamidade sanitária e de urgências historicamente situadas
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