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O ensino pre-escolar no SESI/SC - um estudo de caso
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciencias da EducaçãoA presente dissertação aborda o ensino pré-escolar, tendo por opção metodológica um estudo de caso sobre o "Programa de Desenvolvimento Infantil" - PDI, desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria - SESI, no Estado de Santa Catarina, que desde a sua implantação (no ano de 1977 em Florianópolis) adota o referencial teórico piagetiano. Trata-se de uma análise qualitativa nos registros encontrados no período que inicia em 1977 e se estende até 1989, tendo por objetivo a verificação e a discussão da interpretação teórico conceitual e das diretrizes pedagógicas assumidas pelo referido programa. Inicialmente explicita-se o referencial teórico assumido, passando-se a seguir para a descrição do conteúdo encontrado nos registros e para um enfoque crítico acerca deste conteúdo. Nas considerações finais encontra-se um breve apanhado sobre a situação atual do PDI, suas ações e as novas perguntas decorrentes desta pesquisa
JEAN-JACQUES ROUSSEAU POR ENTRE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO E IMAGENS LITERÁRIAS
Dependeria a felicidade do gênero humano do progresso das ciências e das artes? Ou, ao contrário, de um retorno aos primeiros tempos nos quais o homem da natureza, bom e solitário, vivia na tranquilidade das paixões e na ignorância dos vícios? São estas questões que este texto pretende responder.Depend on the happiness of mankind's progress of the sciences and the arts? Or, rather, a return to the early days in which the man of nature, good and lonely, living in the tranquility of the passions and vices of ignorance? These are questions that this paper intends to answer
Jean-Jacques Rousseau between a poetics of the surface and the idea of childhood
This essay aims to indicate the intertwinement operated by Jean-Jacques Rousseau of philosophy, literature and painting in some of his writings to establish a genre of poetics which, among other impressions, suggests the aesthetic principles for understanding and conducting childhood. In other words, it examines whether Rousseau – by offering us a simultaneously intellectual, sensitive and plastic experience of certain concepts – suggests the basic elements for creating a pedagogy which combines the intelligible and the sensible in its way of theorizing and working on children. To illustrate this possibility, I take passages from Julie, or the New Heloise and Reveries of the Solitary Walker, as well as brief references to Emile and examine them by means of two different heuristic devices, namely: the praise of Eros expressed by Agathon in The Banquet, by Plato, and the painting “The Embarkation for Cythera”, by French painter Antoine Watteau. The text concludes that there is a poetics of the surface, which is simultaneously formative and formed, as it challenges and lets itself be manufactured by the one who feels it and thinks about it.O propósito desse ensaio é o de indicar o entrelaçamento operado por Jean-Jacques Rousseau entre filosofia, literatura e pintura em alguns de seus escritos para estabelecer um gênero de poética que, entre outras impressões, sugere os princípios estéticos para a compreensão e a condução da infância. Noutras palavras, trata-se de examinar se Rousseau – ao nos oferecer uma experiência ao mesmo tempo intelectual, sensível e plástica de certos conceitos – sugere os elementos basilares para a criação de uma pedagogia que alie o inteligível ao sensível em seu modo de teorizar e de atuar sobre crianças. A fim de ilustrar essa possibilidade, tomo aqui passagens de Júlia ou a nova Heloísa, de Os devaneios do caminhante solitário e breves remissões ao Emílio, a serem examinadas mediante dois artifícios heurísticos, a saber: o elogio de Eros feito por Agatão no “Banquete” (Platão) e o quadro “O embarque para a ilha de Citera”, do pintor francês Antoine Watteau. O texto conclui por uma poética da superfície, ao mesmo tempo formativa e formada, uma vez que interpela e se deixa fabricar por aquele que a sente e a pensa
Memórias Escolares: sem ressentimentos
O presente trabalho convida a pensar - de um outro modo - as memórias escolares que uma parte considerável da literatura ajudou a cristalizar no ideário pedagógico moderno e contemporâneo. Não são incomuns imagens que reeditam, para os autores artistas que a compõem, uma experiência escolar dolorosa, descrita sob o signo da mágoa, sombra permanente sobre as instituições de ensino situadas num passado que não se quer repetir. Mas, seriam tais imagens, de fato, tão unânimes quando se trata, em linguagem literária, de escrever sobre a escola e, o ressentimento, a categoria central para lembrar esse tempo? Não é o que a obra Balão Cativo, do memorialista brasileiro Nava (1903-1984), evoca: negando-se ao cultivo do ressentimento, o autor nos dá a conhecer o seu tempo de escola pela via do humor, do perdão e de um delicado sentimento de gratidão.
A face pedagógica de Eros
The present work seeks to uncover the pedagogical face of Eros. As a starting point, there is the fact that the figure of the educator/teacher is commonly represented by someone whose occupation does not elicit desires of any kind. It is not unusual to see literary representations and televised or cinema images in which the teacher appears comically as a caricature that talks continuously and monotonically to pupils whose countenances oscillate between boredom and scorn. But what is truly frightening is that, more and more, the images that show up in the discourse of the younger generations, in an attempt to oppose the caricature just mentioned, associate the figure of the teacher to that of a presenter of a talk show: theatrical, amusing, an expert in cathartic group dynamics, with no content and equally caricatured. Seeking to steer clear of both caricatures and to reflect upon the specific genre of the pedagogical "libido" - understood as spiritual force or strength for the moral, intellectual and bodily progress - the text rescues the illustrative power of the myth, thinks about the power of the imaginary in the constitution of model parameters for education and for the exercise of teaching (to this end it proposes Socratic, sophistic and scholastic notes with emphasis on language) and points to the importance of this discussion in view of the problems that populate the contemporary educational spheres.O presente trabalho busca descobrir a face pedagógica de Eros. Como ponto de partida, está o fato de a figura do educador/professor ser comumente representado por alguém cuja ocupação não suscita desejos de qualquer espécie. Não raras vezes assistimos a representações literárias e imagens televisivas ou cinematográficas nas quais o professor aparece comicamente como uma caricatura que fala, de modo monótono e sem parar, a alunos cujos rostos oscilam entre o tédio e o escárnio. No entanto, o que é de fato assustador é que, cada vez mais, as imagens que aparecem no discurso das novas gerações, numa tentativa de oposição à caricatura supracitada, associam a figura do professor à de um animador de auditório, performático, divertido, especialista em dinâmicas grupais catárticas, sem conteúdo e igualmente caricatural. Procurando, então, desviar-se de ambas as caricaturas e refletir sobre o gênero específico de libido pedagógica - compreendido como força ou energia espiritual para o progresso moral, intelectual e sensível -, o texto recupera o poder ilustrativo do mito, pensa sobre a força do imaginário na constituição de parâmetros modelares para a Educação e para o exercício da mestria (para isso, propõe notas socráticas, sofísticas e escolásticas com ênfase na linguagem) e aponta para a importância dessa discussão diante dos problemas que habitam os espaços educativos contemporâneos
A força da natureza nos devaneios poéticos de Rousseau
Neste artigo pretendemos demonstrar como Rousseau recupera uma forma de expressão que opera uma fusão entre os gêneros filosófico e literário, estetizando a própria filosofia, a natureza, o mundo e a si mesmo pelo uso que faz de uma linguagem que, podemos definir, por uma “retórica da sensibilidade”. Quer o teórico-artista que tal linguagem se abra para a “força” da natureza e com ela movimentar a alma de seus leitores, levando a uma reforma de nível moral. Entre os textos que reabrem caminho para essa fusão, destacaremos aqui Os Devaneios do Caminhante Solitário, mais especificamente sua Quinta Caminhada, texto em que o autor explora todo o seu lirismo, sendo considerado por muitos como o mais “romântico” de seus escritos
Rousseau and the Philosophy of Landscape
ROUSSEAU E UMA FILOSOFIA DA PAISAGEM
Resumo: o propósito do presente ensaio é o de contornar uma filosofia da paisagem em Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) mediante uma descrição poética que funde a natureza e um “eu” que, em toda a sua inteireza, projeta-se sobre a primeira ao mesmo tempo em que é alterado por ela. Tal fusão, para o caso de uma prosa filosófico-literária que esmaece as fronteiras entre o exterior e o interior, sugere uma especulação a respeito do potencial formativo e autoformativo das coisas que habitam a camada mais epidérmica do mundo: até onde elas “formam” o expectador e se deixam “formar” por ele?
Palavras-chave: Rousseau. Filosofia da paisagem. Formação.
Abstract: the purpose of this essay is to go around a Philosophy of Landscape in Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) through a poetic description that merges nature and a "self" that, in its entireness, projects itself over the former as it is altered by it. Such fusion, in the case of a philosophical-literary prose which fades the frontiers between the exterior and the interior, suggests a speculation regarding the formative and auto-formative potential of things that reside in the world's most epidermal layer: to what extent do they "form" the spectator and to what extent do they allow themselves to be "formed" by them?
Keywords: Rousseau. Philosophy of landscape. Formation
A face pedagógica de Eros
The present work seeks to uncover the pedagogical face of Eros. As a starting point, there is the fact that the figure of the educator/teacher is commonly represented by someone whose occupation does not elicit desires of any kind. It is not unusual to see literary representations and televised or cinema images in which the teacher appears comically as a caricature that talks continuously and monotonically to pupils whose countenances oscillate between boredom and scorn. But what is truly frightening is that, more and more, the images that show up in the discourse of the younger generations, in an attempt to oppose the caricature just mentioned, associate the figure of the teacher to that of a presenter of a talk show: theatrical, amusing, an expert in cathartic group dynamics, with no content and equally caricatured. Seeking to steer clear of both caricatures and to reflect upon the specific genre of the pedagogical "libido" - understood as spiritual force or strength for the moral, intellectual and bodily progress - the text rescues the illustrative power of the myth, thinks about the power of the imaginary in the constitution of model parameters for education and for the exercise of teaching (to this end it proposes Socratic, sophistic and scholastic notes with emphasis on language) and points to the importance of this discussion in view of the problems that populate the contemporary educational spheres.O presente trabalho busca descobrir a face pedagógica de Eros. Como ponto de partida, está o fato de a figura do educador/professor ser comumente representado por alguém cuja ocupação não suscita desejos de qualquer espécie. Não raras vezes assistimos a representações literárias e imagens televisivas ou cinematográficas nas quais o professor aparece comicamente como uma caricatura que fala, de modo monótono e sem parar, a alunos cujos rostos oscilam entre o tédio e o escárnio. No entanto, o que é de fato assustador é que, cada vez mais, as imagens que aparecem no discurso das novas gerações, numa tentativa de oposição à caricatura supracitada, associam a figura do professor à de um animador de auditório, performático, divertido, especialista em dinâmicas grupais catárticas, sem conteúdo e igualmente caricatural. Procurando, então, desviar-se de ambas as caricaturas e refletir sobre o gênero específico de libido pedagógica - compreendido como força ou energia espiritual para o progresso moral, intelectual e sensível -, o texto recupera o poder ilustrativo do mito, pensa sobre a força do imaginário na constituição de parâmetros modelares para a Educação e para o exercício da mestria (para isso, propõe notas socráticas, sofísticas e escolásticas com ênfase na linguagem) e aponta para a importância dessa discussão diante dos problemas que habitam os espaços educativos contemporâneos
Jean-Jacques Rousseau entre uma poética da superfície e a ideia de infância
This essay aims to indicate the intertwinement operated by JeanJacques Rousseau of philosophy, literature and painting in some
of his writings to establish a genre of poetics which, among other
impressions, suggests the aesthetic principles for understanding
and conducting childhood. In other words, it examines whether
Rousseau – by offering us a simultaneously intellectual, sensitive
and plastic experience of certain concepts – suggests the basic
elements for creating a pedagogy which combines the intelligible
and the sensible in its way of theorizing and working on children.
To illustrate this possibility, I take passages from Julie, or the
New Heloise and Reveries of the Solitary Walker, as well as
brief references to Emile and examine them by means of two
different heuristic devices, namely: the praise of Eros expressed
by Agathon in The Banquet, by Plato, and the painting “The
Embarkation for Cythera”, by French painter Antoine Watteau.
The text concludes that there is a poetics of the surface, which
is simultaneously formative and formed, as it challenges and lets
itself be manufactured by the one who feels it and thinks about itO propósito desse ensaio é o de indicar o entrelaçamento operado
por Jean-Jacques Rousseau entre filosofia, literatura e pintura
em alguns de seus escritos para estabelecer um gênero de poética
que, entre outras impressões, sugere os princípios estéticos para a
compreensão e a condução da infância. Noutras palavras, trata-se de
examinar se Rousseau – ao nos oferecer uma experiência ao mesmo
tempo intelectual, sensível e plástica de certos conceitos – sugere
os elementos basilares para a criação de uma pedagogia que alie
o inteligível ao sensível em seu modo de teorizar e de atuar sobre
crianças. A fim de ilustrar essa possibilidade, tomo aqui passagens
de Júlia ou a nova Heloísa, de Os devaneios do caminhante solitário
e breves remissões ao Emílio, a serem examinadas mediante dois
artifícios heurísticos, a saber: o elogio de Eros feito por Agatão no
“Banquete” (Platão) e o quadro “O embarque para a ilha de Citera”,
do pintor francês Antoine Watteau. O texto conclui por uma poética
da superfície, ao mesmo tempo formativa e formada, uma vez que
interpela e se deixa fabricar por aquele que a sente e a pensa