32 research outputs found

    As condições de trabalho dos professores de educação infantil em Santa Catarina, Brasil

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    Este artigo tem por objetivo compreender as condições de trabalho dos professores de educação infantil em oito municípios do Estado de Santa Catarina, Brasil. Ele decorre do projeto de pesquisa intitulado “As múltiplas determinações da formação continuada de professores de educação infantil em Santa Catarina: trabalho, gênero e formação”, que busca compreender as dificuldades dos docentes da educação infantil em frequentarem e permanecerem matriculados no Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil (CEDEI) da UFSC.  Parte de problemática constatada durante as primeiras semanas de aula do curso quando um grande número de desistências ocorreram. Em termos metodológicos, foi aplicado um questionário com 80 profissionais da educação infantil e recolhidos depoimentos de 14 professores desistentes do curso. Entre os principais resultados, destacamos que as condições de trabalho dos professores de educação infantil são um dos aspectos que inviabilizam a formação continuada docente e tornam a desistência uma consequência

    Trabalho coletivo transmutado em ajuda: a contribuição da criança à sobrevivência familiar na atualidade

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    Esta pesquisa é sobre a exploração infantil no trabalho, na atualidade, e procura caracterizá-la e mapeá-la por meio de pesquisa realizada junto ao Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG). Nosso objetivo é problematizar investigações atuais sobre o objeto em questão e indicar direções para trabalhos futuros. A investigação foi realizada com entrevistas semiestruturadas feitas a 106 responsáveis imediatos por crianças, entre cinco e 15 anos, atendidas na emergência do HIJG. A apreensão do fenômeno exigiu que ultrapassássemos sua aparência imediata, localizando a criança no contexto das relações sociais capitalistas. Não foi perguntando diretamentesobre o trabalho que descobrimos o trabalho infantil, mas caracterizando a ajuda infantil familiar. Concluímos que a exploração da criança no trabalho ocorre em espaços pulverizados integrando o trabalho social abstrato,qualitativamente diferente do que ocorria nos primórdios da Revolução Industrial.Palavras-chave: Exploração infantil no trabalho. Trabalho social abstrato. Trabalho ajuda

    A criança migrante que trabalha nos EUA: correlações entre classe, educação e cultura

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    Este artigo discute o trabalho da criança na agricultura norte-americana a partir da problematização da cultura do trabalho como algo que educa e dignifica as crianças da classe trabalhadora migrante. É parte de pesquisa de pós-doutorado desenvolvida entre março de 2020 e fevereiro de 2021 no Graduate Center da City University of New York. A pesquisa foi realizada por meio da análise de relatórios da Human Rights Watch e de pesquisa de campo nos estados da Carolina do Norte e da Virginia durante a colheita de tabaco (julho/agosto, 2020). A análise foi realizada a partir do materialismo histórico-dialético (MARX, 2013; WILLIAMS, 1958; 1980) e do Posicionamento Ativista Transformador, desenvolvido por Stetsenko (2016; 2017; 2019) como um desdobramento da Teoria Histórico-Cultural e da filosofia da práxis. Denunciamos que a cultura do trabalho precoce não é uma característica inata, tampouco educativa ou dignificante, como liberais e conservadores afirmam. Decorre do contexto/classe social em que o ser humano está inserido e, portanto, das necessidades e formas de produção da existência. Nesse sentido, a cultura e a educação não são fixas/inertes/ inatas, mas surgem tanto dos contextos e das necessidades quanto de nossas agências e intencionalidades, que podem ser transformadoras e direcionadas contra toda exploração e opressão social que atinge crianças e adultos migrantes nessa sociedade

    A escola e a exploração do trabalho infantil na fumicultura catarinense

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em EducaçãoEsta tese tem por objetivo analisar as circunstâncias em que a exploração do trabalho infantil e da ajuda da criança ocorrem na fumicultura catarinense e se relacionam com a escolarização, considerando as particularidades e os aspectos universais, históricos e sociais aos quais os trabalhadores do campo estão submetidos. Com base no materialismo histórico dialético, lançamos mão das seguintes categorias: trabalho infantil; escola e trabalho; e trabalho infantil no campo. Em termos metodológicos, realizamos: estudo bibliográfico, análise documental de relatórios de fiscalização do trabalho infantil, das legislações e das políticas destinadas à solucionar o problema. Fizemos entrevistas com fiscais do Ministério do Trabalho, trabalhadores rurais, professores, crianças, adolescentes, secretários municipais de educação e de agricultura. Também foram analisados desenhos e depoimentos, coletados por meio de redações, de 1080 crianças e adolescentes residentes em localidades fumicultoras dos municípios catarinenses de São Bonifácio, Canoinhas e Imbuia. Procuramos dar vez e voz às crianças, uma vez que a participação nos assuntos que lhes dizem respeito é comumente negada. Concluímos que as crianças e os adolescentes do campo realizam inúmeros trabalhos rurais e domésticos, combinados em formas familiares e não familiares. Questionamos o fato do trabalho da criança estar relacionado às formas de aprendizagem familiar, pois na atualidade ele faz parte de uma cadeia produtiva ampla, cujo objetivo não é a produção de valores de uso à família, mas de mercadorias para troca. As soluções da sociedade capitalista ao problema do trabalho infantil colocam na escola, na legislação e nas políticas públicas o papel de erradicação da exploração de crianças. Mas, se por um lado, a escola é um meio estratégico de amenizar a degeneração precoce e oportunizar aos filhos dos trabalhadores o acesso ao ensino letrado, ela não é capaz de solucionar os problemas cuja origem está entranhada nas contraditórias relações que submetem o trabalho ao capital.This thesis researchs the circumstances in which the exploitation of child labor and help occur in the tobacco factory in the state of Santa Catarina and relate to schooling considering the historical and social particularities and the universal aspects in which rural workers are subject. Based on historical and dialectical materialism, we used the following categories: child labor, scholl and work, and child labor in the countryside. In methodological terms, we held: bibliographic, documental analysis of inspection reports of child labor, of the laws and policies to solve the problem. We interviewed inspectors from the Ministry of Labour, farm workers, teachers, children, adolescents, municipal education and agriculture secretaries. Also drawings and statements were collected and analyzed, through essays of 1080 children and adolescents living intowns of tobacco culture in the cities of St. Bonifácio, Canoinhas and Imbuia. Opportunities have been created for the participation of children, as it comments on the subject is commonly denied. We conclude that children and adolescents of the rural work carried out numerous and domestic, combined in ways familiar and unfamiliar. We question the fact that the child`s work that child´s work be related to familial forms of learning, because today it is part of a broader supply chain, whose goal is not the production of use values to family, but for the exchange of goods. The solutions of capitalist society to the problem of child labor put in school, in law and public policy role for the eradication of child exploitation. But, on the one hand, the school is a strategic means to mitigate early degeneration and create opportunities for employees´ children access to education scholar, it's not able to solve problems whose origin is deeply rooted in contradictory relations submitting the work to capital

    A persistência do trabalho infantil no Brasil e em Portugal e a questão da educação

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    Este artigo aborda a persistência do problema do trabalho infantil em Brasil e em Portugal e a relação com a educação. Percorre as legislações existentes sobre a temática, as políticas e os dados estatísticos nos dois países. Com base em referencial teórico crítico, percebe que embora legislações, políticas sociais e educacionais tentem resolver o problema por meio da escolarização, a sua persistência indica os limites das reformas frente às contradições inerentes ao sistema capitalista.

    Trabalho invisível

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política

    Persistência do trabalho infantil ou da exploração do trabalho infantil

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    The article aimed to problematize the relations between the process of human formation of the working class childhood and the problem of the “exploitation of child labor”, in turn so wrapped up in myths, controversies and misconceptions, object of a certain common sense by the researchers, non-governmental institutions and official bodies, the media and the general population. In this sense, the wording of the article aims to bring to the discussion theoretical and conceptual elements about the problem in question, in which the synthesis question/problem-question: “child labor or exploitation of child labor?”, Circumscribed in the historical perspective of the capitalist system of production. Both academic literature and official and even non-governmental (third sector) documents and data privilege the term “child labor” rather than “exploitation of child labor”. From this point of view, the idea is, from a methodological point of view, to reflect from the existing literature and statistical data. We understand that the concealment of the word “exploitation” is part of the political and discursive strategy that seeks to divert the social focus from the central element of capitalist society: the exploitation of surplus value. Thus, we can say that conceptual, etymological, epistemological and ideological confusions about the theme are part of the apparent political-ideological discursive game and, dealing with superficial aspects of the problem, contribute to the weakening of the struggle for another society, persisting the problem before of the insoluble contradictions and crises of capital, which has the central element of its production / reproduction in the misery arising from the exploitation of labor.El artículo ha pretendido problematizar las relaciones entre el proceso de formación humana de la infancia de la clase trabajadora y el problema de la “explotación del trabajo infantil”, a su vez envuelto en mitos, controversias y conceptos erróneos, objeto de un cierto sentido común por parte de la academia, instituciones no gubernamentales y organismos oficiales, los medios de comunicación y la población en general. En este sentido, la redacción del artículo tiene como objetivo traer a la discusión elementos teóricos y conceptuales sobre el problema en cuestión, en el que la pregunta de síntesis/problema-pregunta: “¿trabajo infantil o explotación del trabajo infantil?”, circunscrito a la perspectiva histórica del tema. sistema de producción capitalista. Tanto la literatura académica como los documentos y datos oficiales e incluso no gubernamentales (tercer sector) privilegian el término “trabajo infantil” en lugar de “explotación del trabajo infantil”. Desde este punto de vista, la idea es, desde un punto de vista metodológico, reflexionar a partir de la literatura existente y los datos estadísticos. Entendemos que el ocultamiento de la palabra “explotación” es parte de la estrategia política y discursiva que busca desviar el enfoque social del elemento central de la sociedad capitalista: la explotación de la plusvalía. Por lo tanto, podemos decir que las confusiones conceptuales, etimológicas, epistemológicas e ideológicas sobre el tema son parte del aparente juego discursivo político-ideológico y, al abordar aspectos superficiales del problema, contribuyen al debilitamiento de la lucha por otra sociedad, persistiendo el problema antes de las contradicciones y crisis insolubles del capital, que tiene el elemento central de su producción/reproducción en la miseria que surge de la explotación del trabajo.O artigo visou problematizar as relações entre o processo de formação humana da infância da classe trabalhadora e a problemática da “exploração do trabalho infantil”, por sua vez tão envolta em mitos, polêmicas e equívocos, objeto de um certo senso comum por parte da academia, de instituições não governamentais e órgãos oficiais, da mídia e da população em geral. Nesse sentido, o enunciado do artigo objetiva trazer à discussão elementos teórico-conceituais acerca da problemática em questão, nos quais ganha centralidade a pergunta-síntese/pergunta-problema: “trabalho infantil ou exploração do trabalho infantil?”, circunscrita à perspectiva histórica do sistema capitalista de produção. Tanto a literatura acadêmica quanto os documentos e dados oficiais e mesmo os não governamentais (terceiro setor) privilegiam a expressão “trabalho infantil”, ao invés de “exploração do trabalho infantil”. Nesse viés, a ideia é, do ponto de vista metodológico, refletir a partir da literatura existente e dos dados estatísticos. Entendemos que o escamoteamento da palavra “exploração” é parte da estratégia política e discursiva que busca desviar o foco social do elemento central da sociedade capitalista: a exploração da mais-valia. Desse modo, podemos afirmar que confusões conceituais, etimológicas, epistemológicas e ideológicas a respeito do tema são parte do jogo discursivo político-ideológico aparente e, tratando de aspectos superficiais do problema, contribuem para o enfraquecimento da luta por outra sociedade, persistindo o problema diante das contradições e crises insolúveis do capital, que têm na miséria oriunda da exploração do trabalho o elemento central de sua produção/reprodução

    A AUTO-ORGANIZAÇÃO INFANTIL COMO POTENCIALIDADE PARA A FORMAÇÃO HUMANA

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    Este artigo aborda as potencialidades de auto-organização no processo formativo das crianças estudantes da Escola Itinerante Caminhos do Saber, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST. A escola localiza-se no acampamento Maila Sabrina, no estado do Paraná, e fundamentase nos princípios teóricos e práticos da Pedagogia Soviética. Realizamos estudos bibliográficos e de documentos da escola; entrevistas semiestruturadas com crianças, estudantes, professoras e coordenação pedagógica; participação nos Núcleos Setoriais, em reuniões e observações diretas em sala de aula. Concluímos que as crianças e os demais estudantes pesquisados ainda não se autoorganizam, mas aprendem e desenvolvem habilidades, comportamentos, valores e hábitos de organização fundamentados em princípios socialistas

    Controvérsias sobre a anunciada redução da exploração do trabalho infantil no Brasil e em Santa Catarina

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    O objetivo deste texto é problematizar a redução de 42% no número de crianças trabalhadoras no Brasil, anunciada pelo governo federal entre os anos 1995 a 2002, segundo o Mapa de Indicativos do Trabalho da Criança e do Adolescente no Brasil (2005), fazendo o seguinte percurso: descrição das características do trabalho infantil no Brasil e em Santa Catarina, apresentação de argumentos que demonstram que a redução propagada é enganosa e aparente; problematização dos procedimentos metodológicos utilizados e dos limites da fiscalização do Ministério do Trabalho. Apresentamos detalhadamente as atividades realizadas por crianças e os municípios onde elas acontecem, concluindo que alardear a redução sem considerar o aumento da diversificação das atividades desenvolvidas pelas crianças na atualidade, coerentemente com as atuais transformações no mundo do trabalho, é questão controversa. As crianças não estão mais no chão da grande indústria, mas têm trabalhado em inúmeras atividades invisíveis à fiscalização, decorrentes das novas formas do trabalho coletivo.

    Escolarização e trabalho infantojuvenil no Maciço do Morro da Cruz – Florianópolis, Santa Catarina, Brasil

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    A relação entre o trabalho precoce e a escolarização ainda é um tema central para pensar a equidade e a permanência de jovens no processo de escolarização no Brasil. Este artigo tem por objetivo refletir sobre a relação entre o trabalho infantojuvenil e a escolarização de estudantes matriculados em 10 escolaslocalizadas no Maciço do Morro da Cruz, território precário e periférico da ilha de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Foi realizada análise documental dos Projetos Políticos Pedagógicos e Planos de Gestão das escolas participantes e, para isso, utilizamos os seguintes instrumentos de coleta de dados: questionário, entrevistas com grupos focais com crianças, adolescentes e jovens que começaram a trabalhar precocemente e observações diretas registradas em diário de campo. Os dados foram tabulados e analisados à luz das seguintes categorias: escolarização, trabalho, classe social, infância e juventude. Considera-se que parte dos estudantes abandonam ou se afastam sazonalmente da escola em função da necessidade precoce de trabalhar, fato esse que está entre os principais fatores que geram evasão e abandono escolar
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