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    Fitólitos como indicadores de mudanças ambientais durante o Holoceno na costa norte do estado do Espírito Santo (Brasil)

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    Um testemunho de 12 metros de profundidade e idade de ~47260 anos cal AP na sua base foi coletado na planície deltaica do litoral norte do estado do Espírito Santo. Esse trabalho teve como principal objetivo a caracterização do conjunto de fitólitos, auxiliado pelas fácies sedimentares, dados isotópicos (C e N) e datações 14C para reconstituir o paleoambiente. Os valores de carbono orgânico total - COT (0,16% a 3,28%), nitrogênio total - N total (0,01% a 0,09%), δ13C (-4,25‰ a -28,06‰), δ15N (-6,19‰ a 15,75‰) e da razão C/N (7,8 a 99) mostraram em linhas gerais que a matéria orgânica sedimentar foi originada a partir de fitoplâncton, e da mistura de plantas C3 e C4. A análise de fitólitos foi efetuada ao longo de 1,50 metros do perfil, e a partir dos agrupamentos por similaridade foi possível o estabelecimento de três intervalos que refletem mudanças na vegetação e provavelmente no clima a partir de ~7589 anos cal AP. No intervalo 1 (~7589 anos cal AP a ~5441 anos AP – idade interpolada), a assembléia fitolítica e os índices estatísticos de fitólitos calculados refletem uma vegetação composta pela mistura de árvores e gramíneas C3 e C4, semelhante e/ou comparável à vegetação de restinga, provavelmente sob clima quente e úmido. A análise de fitólitos do intervalo 2 (~5441 anos AP – idade interpolada a ~143 anos cal AP) sugeriu a presença de uma vegetação em mosaico provavelmente constituída por diferentes formações da restinga, sob influência de clima quente e sazonal, com períodos de estresse hídrico. A diminuição da densidade arbórea, assinalada pelo índice D/P, e a formação da vegetação semelhante à atual, herbácea e com sinais de antropização, ocorreu nos últimos ~200 anos (Intervalo 3), sob clima quente e úmido. Os dados de fitólitos são inéditos para a costa do Espírito Santo e mostram o potencial destes bioindicadores em estudos de reconstituição paleoambiental
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