26 research outputs found

    O que é que a Bahia tem?

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    Resenha da obra ICKES, Scott. African-Brazilian culture and regional identity in Bahia, Brazil. University Press of Florida, 2013, 322 p

    Foi lá no Candeal que plantei a minha mata. Um culto familiar a Ogum. Salvador c. 1813-c.1970

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    No Candeal Pequeno, bairro popular da cidade do Salvador, há um altar dedicado ao orixá Ogum, que, segundo a memória oral, foi estabelecido por um próspero casal de africanos, senhores de muitas terras e fundadores do bairro. O presente texto reconstrói a trajetória da família e do seu envolvimento no culto a Ogum, identificando influências étnicas heterogêneas que variaram ao longo do tempo. Depois, o texto discute o papel desse orixá entre diferentes povos da região do Golfo do Benim e sua importância para lavradores, atividade principal do casal e de várias gerações de seus descendentes. O caso individual da família fornece insumos importantes sobre o envolvimento de africanos libertos na lavoura e sobre as influências mútuas entre grupos étnicos africanos no âmbito religioso no Brasil e na África

    A fotografia e seus usos no candomblé da bahia 1

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    ResumoA fotografia nos terreiros é frequentemente entendida apenas como uma prática externamente imposta, o que teria dado origem às conhecidas restrições sobre a fotografia que se encontram em muitas casas. Este artigo examina os usos da fotografia no candomblé, mostrando que apesar de existirem receios reais, alguns gêneros específicos de imagens são valorizados nos terreiros desde o século XIX. As diversas atitudes sobre a fotografia e as práticas envolvendo elas são marcadas por uma epistemologia híbrida, influenciada tanto por valores africanos quanto pelo contexto social no qual o candomblé surgiu no Brasil.Palavras-chaveFotografia, Religiões afro-brasileiras, Candomblé–Bahia, Antropologia visual.

    Social networks and historical ethnography of the Gantois terreiro in the nineteenth century

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    The terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassé, located in the city of Salvador and better known as the Gantois, is one of the oldest candomblé houses in the city of Salvador, Bahia. In Afro-Brazilian studies, the terreiro has been commented on since the early works of Nina Rodrigues and in 2002 it gained national historic landmark status. However, little is known about its early days, aside from oral traditions that its founder was involved in a legendary temple located in the Barroquinha district. This paper analyzes oral traditions in conjunction with ethnographic and archival data in reconstructing the lives of the founding priestess, Maria Júlia da Conceição and her husband, Francisco Nazareth d’Etra, from capitivity to freedom. Although the founder was a Yoruba speaker, her husband was Jeje and the evidence suggests that Jeje influences were important in the religious community’s early days. The paper also reflects over the nature of the Gantois’s ties to Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca), offering a new chronology for the moment of separation between the two communities.O Ilê Iyá Omi Axé Iyamassé, localizado na cidade de Salvador e mais conhecido como o Terreiro do Gantois, é um dos mais antigos candomblés da Bahia, comentado nos estudos afro-brasileiros desde os tempos de Nina Rodrigues e reconhecido como patrimônio histórico do Brasil desde 2002. Contudo, pouco se sabe sobre seus primeiros tempos, além de tradições orais sobre o envolvimento da fundadora no legendário Candomblé da Barroquinha. Este texto cruza dados das tradições orais com pesquisa documental e etnográfica, reconstruindo assim as histórias de vida da fundadora, Maria Júlia da Conceição, e de seu marido, Francisco Nazareth d’Etra, desde o cativeiro até a liberdade. A fundadora era de nação nagô, mas seu marido era jeje e as evidências sobre os primeiros tempos da comunidade religiosa apontam para a importância de influências jejes. O texto ainda traz novas reflexões sobre a antiga relação entre o Gantois e o Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca), sugerindo uma nova cronologia para a cisão entre as duas comunidades

    Em busca dos agudás da Bahia: trajetórias individuais e mudanças demográficas no século XIX

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    Este texto analisa o movimento oitocentista de africanos que voltaram ao continente de nascimento. São identificadas três etapas principais de migração. A primeira e mais intensa foi entre 1835-37, na esteira da revolta dos Malês em Salvador. Nos anos 1840, números menores de africanos viajaram à África, geralmente empregados no comércio atlântico. Uma terceira fase surgiu depois do fim da importação de novos cativos africanos ao Brasil em 1850. Essas informações, complementadas por dados demográficos sobre gênero e nação, formam um pano de fundo para uma análise micro-histórica de trajetórias individuais. Na primeira e na terceira fases, os viajantes eram de ambos os sexos e frequentemente embarcavam em grupos ligados por diversos laços sociais, desde parentesco consanguíneo até relação senhorial, enquanto na segunda fase a maioria eram homens que voltaram posteriormente ao Brasil. Os dados aqui apresentados proporcionam novas reflexões sobre os variados motivos que impulsionaram africanos egressos do cativeiro a deixar o Brasil e levantam questionamentos sobre a permanência da instituição da escravidão nas suas vidas depois de libertos
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