34 research outputs found

    Enxertos Atlânticos: Apontamentos sobre Tropicalidade e Circulação de Plantas na Guiana Francesa à Época da Restauração Bourbon (C. 1815 – C. 1830)

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    This article addresses circulation of plants within French colonial space at the time of constitutional monarchy by using French Navy journals and written correspondence exchanged between colonial and metropolitan actors as historical sources. It is focused on letters regarding the debate on the practice of grafting in French Guiana coffee plantations. Its main conclusion is that horticultural techniques were continuously updated due to communication kept within the French Ministry of Marine and Colonies. Therefore, it shows to which extent the cultural appropriation of intertropical regions by European States took place through situated practices in specific ecologies, which have been outlined by a wide range of actors. These practices made the “tropics” increasingly complex as a conceptual space.O artigo aborda a circulação de plantas no espaço colonial francês à época da monarquia parlamentar, utilizando como fonte publicações produzidas pela Marinha francesa e registros da comunicação mantida entre atores baseados tanto em espaços coloniais quanto em espaços metropolitanos. Analisam-se principalmente cartas referentes ao debate sobre a prática da enxertia em plantações de café na Guiana francesa. Conclui-se que práticas de cultivo foram continuamente atualizadas em função da comunicação estabelecida no interior do Ministério da Marinha e das Colônias francês. Assim, demonstra-se em que medida a apropriação cultural de regiões intertropicais por parte de Estados centralizados europeus se deu mediante práticas situadas em ecologias específicas, para as quais colaboraram, em rede, tanto atores em espaços coloniais como em espaços metropolitanos, e em função das quais os “trópicos”, enquanto espaço conceitual, tornaram-se cada vez mais complexos.O artigo aborda a circulação de plantas no espaço colonial francês à época da monarquia parlamentar, utilizando como fonte publicações produzidas pela Marinha francesa e registros da comunicação mantida entre atores baseados tanto em espaços coloniais quanto em espaços metropolitanos. Analisam-se principalmente cartas referentes ao debate sobre a prática da enxertia em plantações de café na Guiana francesa. Conclui-se que práticas de cultivo foram continuamente atualizadas em função da comunicação estabelecida no interior do Ministério da Marinha e das Colônias francês. Assim, demonstra-se em que medida a apropriação cultural de regiões intertropicais por parte de Estados centralizados europeus se deu mediante práticas situadas em ecologias específicas, para as quais colaboraram, em rede, tanto atores em espaços coloniais como em espaços metropolitanos, e em função das quais os “trópicos”, enquanto espaço conceitual, tornaram-se cada vez mais complexos

    UMA EXCEÇÃO NO SISTEMA ECONÔMICO INTERNACIONAL? ENSAIO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E MERCADO NA DEMOCRACIA FRANCESA AO LONGO DO SÉCULO XX

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    A França, enquanto democracia ocidental, é frequentemente reconhecida como uma exceção, sobretudo na Europa, em função do papel desempenhado pelo Estado na vida social do país. Tal raciocínio por vezes conduz à representação do Estado francês como exemplo eficaz ou persistente de Estado de Bem-estar social e reitera a imagem de um país que manteria um Estado consideravelmente autônomo perante o mercado. Entretanto, o presente ensaio, por meio das reflexões de autores como Karl Polanyi (1886-1964), Eric Hobsbawm (1917-2012), Robert Castel (1933-2013), Claus Offe e Pierre Rosanvalon, demonstra que o caso francês caracteriza-se por uma interseção eficaz entre Estado e mercado, e não por uma oposição entre ambos. Não haveria resistência de um Estado a um mercado global estruturante de um capitalismo financeiro, mas sim reiteração desse quadro global por meio do próprio Estado. A experiência francesa ressalta, na verdade, contradições políticas inerentes ao Estado de bem-estar social

    “Observações que merecem a maior confiança”

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    O artigo analisa a coleta, os usos e a produção de mapas pela Marinha francesa em função de expedições e estações navais organizadas durante o regime monárquico parlamentar. Ressalta-se o uso de mapas junto a relatos de viagens e publicações de cunho astronômico, bem como os circuitos editoriais posteriores às viagens, com ênfase nas experiências e produções referentes ao litoral brasileiro.This article analyses how French Navy officers collected, used and made maps in expeditions and naval stations throughout the restored monarchy. It highlights how maps, travel accounts and astronomy journals were used simultaneously and in a critical way, as well as how publishing circuits were mobilized after travels, by focusing on experiences regarding the Brazilian coast.Cet article analyse les manières dont des cartes ont été rassemblées, utilisées et produites pendant des expéditions scientifiques et dans les stations navales organisées par la Marine française pendant la période de la monarchie parlementaire. L’usage réflexif des cartes, des périodiques astronomiques et des récits de voyages, ainsi que leurs circuits de publications, sont analysés. L’accent est mis sur les activités de la Marine dans la zone côtière brésilienne.El artículo analiza la colecta, los usos y la producción de mapas por la Marina francesa en función de expediciones y estaciones navales organizadas durante el régimen monárquico parlamentário. Se resalta el uso de mapas junto a relatos de viajes y publicaciones de cuño astronómico, bien como los circuitos editoriales posteriores a los viajes, con énfasis en las experiencias y producciones referentes al litoral brasilero

    Fístula arteriovenosa dural intracraniana da junção craniocervical com drenagem venosa perimedular espinhal: um raro relato de caso

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    Fístulas arteriovenosas durais (FAVDs) são lesões adquiridas, que consistem em uma ou mais conexões fistulosas no interior dos folhetos da dura-máter, com envolvimento das paredes de um seio venoso dural ou então das veias leptomeníngeas adjacentes. Sua incidência é de difícil determinação, no entanto, segundo estudos, ela é estimada em 10% a 15% de todas as malformações cerebrovasculares diagnosticadas por angiografia. Os fatores predisponentes ao desenvolvimento das FAVDs são o traumatismo cranioencefálico, tromboflebite cerebral, neurocirurgia prévia e infecções. O objetivo deste estudo é apresentar um caso de Fístula Arteriovenosa Dural Intracraniana em um paciente de 58 anos, ressaltando os aspectos imagenológicos, etiológicos, fisiopatológicos e, sobretudo, os tipos de classificação da doença e a terapia utilizada. W.S.D., sexo masculino, 58 anos, natural e procedente de São Paulo – SP, deu entrada no pronto-socorro de um hospital de referência da capital paulista queixando-se de parestesia de membros superiores (MMSS) há 3 meses. Foi realizado exame físico e anamnese de forma minuciosa, na qual o paciente negou cefaleia e outros sintomas associados. Foi submetido à investigação com uma ressonância magnética (RNM) da região cerebral e medular em ponderações T1 e T2, as quais demonstraram efeito tumefativo que comprometia a transição bulbo-medular e a medula cervical de C2, as quais encontravam-se edemaciadas. Além disso, estavam proeminentes os vasos leptomeníngeos nos hemisférios cerebelares, estes patognomônicos da FAVD. Ademais, foi observado hipersinal em T2, com padrão estriado/tigroide, típico de degeneração mielínica progressiva. O paciente apresentava agressivo refluxo venoso cortical com drenagem perimedular espinhal na veia cortical e, dessa forma, enquadrou-se na Classificação de Cognard tipo V, sendo considerado um paciente portador de FAVD maligna. Foi então realizado tratamento endovascular com embolização transarterial, o qual proporcionou fechamento completo da fístula e, dessa forma, o paciente obteve um prognóstico favorável. As fístulas arteriovenosas durais, por serem uma condição rara e com variadas manifestações clínicas, podem passar despercebidas pelo profissional médico. Dessa forma, é de fundamental importância o conhecimento da doença, com o intuito de proporcionar ao paciente um diagnóstico precoce e uma terapia eficaz

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost
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