16 research outputs found

    MÁRIO DE ANDRADE E MANUEL BANDEIRA: UM PROCESSO DE CRIAÇÃO COMPARTILHADO

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     Resumo:  Durante vinte e dois anos de troca epistolar, Mário de Andrade e Manuel Bandeira discutiram inúmeros tópicos que são essenciais para os estudos de teoria literária, especialmente para aos estudos de teoria da poesia. O poeta Mário costumava submeter seus poemas ao parecer crítico do amigo e poeta pernambucano, discutiam sobre o fazer poético e demonstraram, em seus comentários, como é árduo escrever poesia.  Embora os dois escritores pertençam historicamente ao movimento modernista, os dois epistológrafos se declararam, em suas cartas, poetas modernos. Nesse sentido, a leitura da correspondência trocada entre os dois escritores evidencia um processo de criação compartilhada, suas cartas configuram-se  em textos exemplares para estudarmos não apenas a teoria da poesia modernista mas para os estudos críticos de poesia no Brasil. 

    La herencia jesuita resignificada en el gran proyeto de la ilustración

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    Como temos notícia, muitos dos filósofos da ilustração estudaram em colégios jesuítas, são herdeiros de uma formação intelectual inaciana. Os enciclopedistas não apenas refutaram as lições do ex-professores, mas procuram ressignificá-las no grande projeto da ilustração. Em outras palavras, não houve apenas uma ruptura com o passado e sua tradição, mas, em certos aspectos, uma continuidade das ideias jesuítas adaptadas às transformações que ocorreram no contexto social e político da França do século XVIII. Se no passado os jesuítas se declararam inimigos dos filósofos da ilustração, hoje o Papa Francisco parece ter conciliado antigos adversários pois tem defendido, em seus discursos, um “jesuitismo mais iluminado”, recuperando muitas das ideias defendidas pelos filósofos da ilustração, um discurso mais em sintonia com as expectativas dos fiéis do mundo contemporâneo.As we know, many of the Enlightenment philosophers studied in Jesuit colleges, they are heirs of an Ignatian intellectual formation. Encyclopedists not only refuted their ex-teachers’ lessons, but sought to re-signify them in the great project of the Enlightenment. In other words, there was not only a rupture with the past and its tradition, but, in some aspects, a continuity of Jesuit´s ideas adapted to the transformations that occurred in the social and political context of the Eighteenth-century France. If in the past, the Jesuits declared themselves enemies of the philosophers of the Enlightenment, today Pope Francis seems to have reconciled old adversaries because he has defended, in his speeches, a more “enlightened Jesuitism”, recovering many ideas advocated by the philosophers of illustration, a speech more in tune with expectations of the believers of the contemporary world.Como tenemos noticias, muchos de los filósofos de la ilustración que estudiaron en colegios jesuitas son herederos de una formación intelectual ignaciana. Los enciclopedistas no sólo refutaron las lecciones de los ex-profesores, pero buscan resignificarlas en el gran proyecto de la ilustración. En otras palabras, no hubo sólo una ruptura con el pasado y la tradición, pero, en cierto modo, una continuación de las ideas jesuitas adaptadas a los cambios que se han producido en el contexto social y político de la Francia del siglo XVIII. Si en el pasado los jesuitas expresaron ser enemigos de los filósofos de la ilustración, hoy el Papa Francisco parece haber reconciliado adversarios antiguos puesto que ha defendido, en sus discursos, un “jesuitismo más ilustrado”, recuperando muchas ideas defendidas por los filósofos de la ilustración, un discurso más acorde con las expectativas de los fieles del mundo contemporáneo.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Os estudos culturais : o espaço da insatisfação do sujeito

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    Cet essai porte sur le changement épistémologique provoqué par la théorie des études culturelles (cultural studies) en prenant en compte certaines implications pédagogiques de ce changement au sein de l´enseignement universitaire. Les études culturelles ne sont pas présentées ici comme une menace mais comme une forme de pédagogie alternative qui doit être ajoutée aux savoirs déjà établis. En somme, une pédagogie qui doit être entendue comme espace d´ouverture de nouvelles énonciations

    El antifrancesismo en Brasil

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    Se revisitarmos a História do Brasil, os franceses estiveram conosco desde os primórdios da nossa colonização, inegavelmente marcaram presença na vida brasileira, ainda que essa participação tenha sido de forma pontual, isto é, no século XIX através da Missão Artística (1816) e no século XX através da fundação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (1934) em São Paulo. A França protagonizou um papel de destaque em nossas artes e em nossa formação intelectual e teve, portanto, a sua participação em nossa história. Ao consultarmos os nossos documentos históricos, percebemos nitidamente a forma ambivalente que os brasileiros sempre reagiram em relação à cultura francesa: ora assimilando-a de forma acrítica, tentando implementá-la em território nacional sem uma reflexão mais profunda da nossa realidade, ora rejeitando-a de uma forma um pouco caricatural, ou seja, desvalorizando completamente o legado deixado pela França ao nosso país. Esse grande debate ideológico que mobilizou políticos e intelectuais, brasileiros e estrangeiros durante mais de um século, polarizou-se em duas correntes: uma adepta ao francesismo e outra, ao antifrancesismo. Em sendo assim, ao estudarmos as origens do antifrancesismo em nosso país, defrontamo-nos com um discurso que paradoxalmente sempre coexistiu com a apologia ao francesismo em suas expressões sociais, culturais, políticas e literárias, mas que, no início no século XX, tomou outros rumos dentro de uma nova configuração internacional.If we revisit the history of Brazil, French people have been with us since the dawn of our colonization. They undeniably marked presence in Brazilian life. Even though this participation had been in a timely manner, like in the nineteenth century through Arts Mission (1816) and in the twentieth century by the foundation of Faculty of Philosophy, Letters and Human Sciences (1934) in São Paulo. France staged a major role in our arts and our intellectual training and, therefore, had their participation in our history. When we consult our historical documents, we clearly perceive the ambivalent way that Brazilians always reacted in relation to French culture: sometimes assimilating it uncritically, trying to implement it in national territory without a deeper reflection of our reality, sometimes rejecting that somewhat caricatured, i.e. completely devaluating the legacy left by France to our country. This big ideological debate that mobilized politicians and intellectuals, Brazilians and foreigners for more than a century, became polarized into two streams: an adept to Frenchism and another to Anti-Frenchism. That being so, as we study the origins of anti-Frenchism in our country, we are faced with a speech that paradoxically always coexisted with the advocacy of Frenchness in their social, cultural, political and literary expression, but that in the early twentieth century took other paths within a new international configuration.Al revisitar la historia de Brasil, los franceses han estado con nosotros desde los albores de nuestra colonización, sin lugar a dudas marcaron presencia en la vida brasileña, aunque dicha participación ha sido tan puntual, esto es, en el siglo XIX a través de la Misión Artística (1816) y en el siglo XX a través de la fundación de la Facultad de Filosofía, Letras y Ciencias Humanas (1934) en São Paulo. Francia protagonizó un papel destacado en nuestras artes y nuestra formación intelectual y tuve, por lo tanto, su participación en nuestra historia. Al consultar nuestros documentos históricos, percibimos claramente la forma ambivalente que los brasileños siempre reaccionaron en relación con la cultura francesa: sea asimilándola de manera acrítica, intentando implementarla en el territorio nacional sin una reflexión más profunda de nuestra realidad, ya sea rechazándola de forma un tanto caricaturizado, es decir, menospreciando el legado dejado por Francia a nuestro país. Ese gran debate ideológico que movilizó a los políticos e intelectuales, brasileños y extranjeros por más de un siglo, se polarizó en dos corrientes: una adepta al francesismo y otra al antifrancesismo. De ser así, mientras estudiamos los orígenes de la antifrancesismo en nuestro país, nos enfrentamos a un discurso que paradójicamente siempre coexistieron con la apología al francesismo en sus expresiones sociales, culturales, políticas y literarias, pero que, al principio del siglo XX, tomó otras direcciones dentro de una nueva configuración internacional.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    O COLECIONADOR MÁRIO DE ANDRADE E A DEFESA DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO NACIONAL

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      RESUMO: Neste trabalho exploramos mais uma entre as tantas facetas do escritor Mário de Andrade: a de colecionador. Mário de Andrade é um dos maiores colecionadores de arte do Brasil, escreveu seu nome não apenas na História da Arte Brasileira  mas também foi um dos pioneiros da História do Colecionismo no Brasil. A experiência do colecionador  Mário de Andrade foi fundamental para a formulação do seu conceito de patrimônio que foi a base para a criação de políticas culturais para o nosso país, políticas estas articuladas com os diversos interesses da nossa sociedade. A coleção marioandralina retrata a cultura brasileira em seus múltiplos aspectos,uma coleção que deverá ser conhecida por todos  aqueles que estudam a  nossa cultura. PALAVRAS-CHAVE:  Coleção; Patrimônio Artístico; Cultura Brasileira.

    Os estudos culturais: o espaço da insatisfação do sujeito

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    Este ensaio aborda a mudança epistemológica provocada pela teoria dos estudos culturais (cultural studies) levando em conta certas implicações pedagógicas desta mudança em meio ao ensino universitário. Os estudos culturais não são apresentados aqui como uma ameaça mas como uma forma de pedagogia alternativa que deve se juntar aos conhecimentos já estabelecidos. Em suma, uma pedagogia que deve ser entendida comoespaço de abertura de novas enunciações

    Mário de Andrade e a especificidade do gênero epistolar: o esboço de uma teoria

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    The correspondence of writer Mario de Andrade was the most representative of the twentieth century, in his epistolary exercise. Rather, in his mediation between theory and practice, even in hisnot very systematic manner, the author outlines a theory on the epistolary genre, discusses the specificity of the genre, its transit through the literary sphere and also advises the young Brazilian writers to step into the world of letters by the epistolary text. The Andrade’s design of the epistolary genre is part of a broader notion that understands the epistolary as a hybrid genre conducive to the outbreak of other literaryforms. It must therefore be practiced by all our writers and also thought as a genre of vital importance to understand the process of formationof Brazilian literature.The correspondence of writer Mario de Andrade was the most representative of the twentieth century, in his epistolary exercise. Rather, in his mediation between theory and practice, even in hisnot very systematic manner, the author outlines a theory on the epistolary genre, discusses the specificity of the genre, its transit through the literary sphere and also advises the young Brazilian writers to step into the world of letters by the epistolary text. The Andrade’s design of the epistolary genre is part of a broader notion that understands the epistolary as a hybrid genre conducive to the outbreak of other literaryforms. It must therefore be practiced by all our writers and also thought as a genre of vital importance to understand the process of formationof Brazilian literature.A correspondência do escritor Mário de Andrade foi a mais representativa do século XX. Mário em seu exercício epistolar ou, melhor dizendo, em sua intermediação entre teoria e práxis, mesmo de forma pouco sistematizada, esboça os contornos de uma teoria sobre o gênero epistolar, discute a especificidade do gênero, o seu trânsito pela esfera do literário e aconselha ainda os jovens escritores brasileiros a começar o seu ingresso no mundo das letras pelo texto epistolar. A concepção de gênero epistolar de Andrade se inscreve numa noção mais ampla que entende o epistolar como um gênerohíbrido propício à eclosão de outras formas literárias devendo, portanto, ser praticado por todos os nossos escritores e pensado igualmente como um gênero de vital importância para compreendermos o processo de formação da Literatura Brasileira

    DA NARRATIVA AO CINEMA: O RETORNO TRIUNFAL DE JAY GATSBY

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    Neste colóquio, cujo tema central é o estudo da personagem como categoria fundamental do discurso literário, propomo-nos a revisitar a personagem Gatsby, personagem principal do romance The Great Gatsby publicado em 1925 pelo escritor norte-americano Francis Scott Key Fitzgerald. Gatsby encanta gerações de leitores há décadas, tornou-se uma personagem ícone não apenas na Literatura dos Estados Unidos mas uma personagem emblemática no panorama dos estudos literários pelos debates que suscitou e, ainda suscita, a respeito de valores individuais e coletivos, uma personagem que desafiou o mito do sonho americano e que conquistou notoriedade internacional imprimindo o seu nome na galeria das grandes personagens. A popularidade de Gatsby rompeu as fronteiras do literário migrando para outros espaços mediáticos, entre eles: o cinema, a televisão, o teatro, a banda desenhada, os jogos de computador, o balé e a ópera, apenas para citarmos alguns exemplos dessas produtivas relações intertextuais e interdisciplinares que emergiram a partir da leitura do romance de Fitzgerald. Em sendo assim, este ensaio baseado nas teorias da narratologia pós-clássica – especialmente a desenvolvida por Henriette Heidbrink que estuda as personagens em diferentes media – tem como objeto de estudo a reconfiguração da personagem Gatsby das páginas da literatura para as telas do cinema demonstrando que a sobrevida da personagem, e sua excelente receção junto ao público, deve-se, em boa parte, pela sua imensa capacidade de reconfiguração em diferentes media, fator este que explica os 88 anos de um esplendoroso sucesso de uma personagem que literalmente sobreviveu à morte do autor
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