21 research outputs found

    A IDEOLOGIA DA INCLUSÃO SOCIAL NO PLANO NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO (PNQ)

    Get PDF
    Discute-se, neste artigo, a concepção de inclusão social na política pública de qualificação profissional veiculada pelo Plano Nacional de Qualificação (PNQ 2003-2012). No PNQ, a dimensão ‘social’ tem destaque se comparado com o plano anterior, com intuito de superar as críticas do plano anterior e contemplar a minimização da pobreza como estratégia de governabilidade. Para apreendermos a contradição no discurso oficial e confrontarmos aparência e essência, realizamos a pesquisa documental e empírica que permitiu o cotejamento entre os dados coletados. Identificamos que, embora no PNQ apregoe a universalização da política de qualificação, o que se materializa é a focalização em público prioritário como, por exemplo, os pertencentes a Economia Solidária. IDEOLOGY OF SOCIAL INCLUSION IN THE NATIONAL QUALIFICATION PLAN (NQP)Abstract: This article discussed the concept of social inclusion in the public policy of professional qualification disclosed by the National Qualification Plan (NQP-2003- 2012). In the NQP, the 'social' dimension stands out if compared with the previous plan, with the intention of overcoming the criticisms of the previous plan and, contemplate minimizing poverty as a governability strategy. To apprehend the contradiction in official speech and to confront appearance and essence, we have realized an empirical and documentary research that allowed collating between the data collected. We have identified that although the NQP proclaims the universalization of qualification policy, what is materialized is the targeting on priority public, as for instance, those belonging to the Solidarity Economy.Keywords: Professional qualification. National Qualification Plan. Social inclusion policy. Solidarity economy.LA IDEOLOGÍA DE LA INCLUSIÓN SOCIAL EN EL PLAN NACIONAL DE CALIFICACIÓN (PNQ)Resumen: Se discute, en este artículo, la concepción de inclusión social en la política pública de calificación profesional transmitida por el Plan Nacional de Calificación (PNQ-2003-2012). En el PNQ, la dimensión social se destaca en comparación con el plan anterior, con el fin de superar las críticas del plan anterior y contemplar la minimización de la pobreza como estrategia de gobernabilidad. Para aprender la contradicción en el discurso oficial y confrontar apariencia y esencia, realizamos la investigación documental y empírica que permitió el cotejo entre los datos recolectados. Identificamos que, aunque en el PNQ pregona la universalización de la política de calificación, lo que se materializa es la focalización en público prioritario, como por ejemplo, los pertenecientes a la Economía SolidariaPalabras clave: Calificación Profesional. Plan Nacional de Calificación. Política de inclusión social. Economía solidaria

    INTERFACES ENTRE A EDUCAÇÃO DO CAMPO E A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

    Get PDF
    Through literature review, we sought to understand how the proposition and practice of the Field Education occasioned by peasant social movements have impacted the theoretical production in the training of Physical Education teachers. We attempted to discuss the training of teachers to work in this area has considered the specificity that requires the educational work in the field. For both proceeded to the survey of scientific articles produced in the period 2004-2014 in the databases of Scielo and Lilacs. The results indicate an incipient literature on the subject, particularly in view of models of teacher training in the area of Physical Education, which are linked increasingly to the market logic and a biologicist conception of man. There are too many gaps that need to be met in training in physical education, so that future teachers are able to realize their role in dealing with the manifestations of body culture in the field of Education.literatura sobre el tema, sobre todo en vista de los modelos de formación del profesorado en el ámbito de la Educación Física, que están vinculados cada vez más a la lógica del mercado y una concepción biologicista del hombre. Hay demasiadas lagunas que deben cumplirse en la formación en la Educación Física, de modo que los futuros docentes sean capaces de darse cuenta de su papel en el tratamiento de las manifestaciones de la cultura del cuerpo en el campo de la Educación.Por meio da revisão de literatura, buscou-se compreender como a proposição e prática da Educação do campo ensejada pelos movimentos sociais camponeses têm impactado a produção teórica na área da formação de professores de Educação Física. Buscou-se discutir se a formação de professores para atuar nessa área tem considerado a especificidade que requer o trabalho educativo no campo. Para tanto procedeu-se pelo levantamento de artigos científicos, produzidos no período entre 2004-2014 nas bases de dados do Scielo e do Lilacs. Os resultados encontrados apontam uma produção incipiente sobre o tema, sobretudo diante dos modelos de formação de professores da área de Educação Física, os quais estão atrelados cada vez mais à lógica do mercado e a uma concepção biologicista de homem. Há um excesso de lacunas que necessitam ser preenchidas na formação em Educação Física, a fim de que os futuros professores consigam perceber o seu papel no trato com as manifestações da cultura corporal na Educação do campo

    O PROGRAMA SÃO PAULO FAZ ESCOLA E OS DESDOBRAMENTOS NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

    Get PDF
    A Proposta Curricular do Estado de São Paulo, intitulada “São Paulo Faz Escola” ocorreu no contexto das reformas educacionais de caráter neoliberal implementadas a partir de meados dos anos de 1990. A pesquisa tem como objetivo analisar a implementação do programa São Paulo Faz Escola e os desdobramentos na organização do trabalho escolar na educação do campo. Para tanto, o estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e análise documental. Os resultados da pesquisa apontam que ao fragmentar os passos e as ações dos atores das escolas através de materiais padronizados e implantação de um currículo único para todas as escolas públicas e do campo, restringe a autonomia escolar e docente, sobretudo, desconsidera as especificidades dos sujeitos que vivem do/no campo. Concluímos que, o campo é um lugar de possibilidades e por uma educação do campo, pretende-se uma educação voltada para a vida real desses sujeitos

    A educação para o trabalho nos sistemas prisionais paulistas

    Get PDF
    We discuss, in this article, the materialization of PET developed by FUNAP. It is an empirical research, with bibliographical and documentary analysis, carried out in three units of the penitentiary system located in a municipality of the interior of the State of São Paulo. Systematic observations were made in the institutions and semi-structured interviews with the managers and monitors involved in PET planning and implementation. The analysis showed that the professional training offered is not effective in the prison units due to the reduced hours of classes, the lack of infrastructure for classes, and the reduced number of prisoners attended.Discutimos, en este artículo, la materialización del PET desarrollado por FUNAP. Se trata de una investigación empírica, con análisis bibliográfico y documental, realizada en tres unidades del sistema penitenciário, ubicadas en un municipio del interior del Estado de São Paulo. Se realizaron observaciones sistemáticas en las instituciones y entrevistas semiestructuradas con los gestores y monitores que actúan en la planificación y la implementación del PET. El análisis evidenció que la formación profesional propuesta no se efectúa en las unidades carcelarias debido a circuntancias determinadas, como la reducida carga horaria de los cursos, la ausencia de infraestructura para clases, y el reducido número de detenidos atendidos.Discutimos, neste artigo, a materialização do PET (Programa de Educação para o Trabalho) desenvolvido pela FUNAP. Trata-se de uma pesquisa empírica, com análise bibliográfica e documental, realizada em três unidades do sistema penitenciário, localizadas em um município do interior do Estado de São Paulo. Foram realizadas observações sistemáticas nas instituições e entrevistas semiestruturadas com os gestores e monitores que atuam no planejamento e na implementação do PET. A análise evidenciou que a formação profissional proposta não se efetiva nas unidades carcerárias devido à determinadas circunstâncias, como a reduzida carga horária dos cursos, a ausência de infraestrutura para aulas, e o reduzido número de detentos atendidos

    Education, work and vocational training in the MST: the experience of the Course of Agroecology of the Milton Santos School

    Get PDF
    No processo de ocupação e conquista de assentamentos da reforma agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) implanta inúmeras experiências educacionais em diferentes níveis e modalidades de ensino para atender o direito à educação e a necessidade de formação política e técnica das crianças e jovens. Este artigo traz uma reflexão sobre o significado da educação para e no trabalho na pedagogia do MST, em especial em um curso técnico em Agroecologia. Buscamos apreender o sentido do trabalho como princípio educativo efetivado pela escola, bem como identificar a imbricação entre a dimensão técnica e política no processo formativo. Trata-se de pesquisa empírica realizada na Escola Milton Santos, Paraná, por meio de observação e entrevistas semiestruturadas com dirigentes e educandos. Os resultados apontaram que os educandos formam-se por meio do trabalho real vivenciado na escola e nos assentamentos enquanto momentos complementares e voltados para a luta social. Palavras-chave: Educação do Campo, Movimento Social, Educação e Trabalho, Agroecologia.   Education, work and vocational training in the MST: the experience of the Course of Agroecology of the Milton Santos School                           ABSTRACT. In the process of occupation and conquest of agrarian reform settlements, the Movement of Landless Workers implants innumerable educational experiences at different levels and modalities of education to meet the right to education and the need for political and technical training children and youth. This article presents a reflection on the meaning of education and work in the technical course in Agroecology in a school of MST. We look for attempted to grasp the meaning of work as an educational principle effected by the school, as well as identifying the overlap between the technical and political dimension in the training process. It is empirical research conducted at the School Milton Santos, Paraná, through observation and semi-structured interviews with leaders and students. The findings showed that the students are formed through real work experienced in school and in the settlements as complementary moments, aimed at social struggle. Keywords: Rural Education, Social Movement, Education and Work, Agroecology.   Educación, trabajo y formación profesional en el MST: la experiencia del Curso de Agroecología de la Escuela Milton Santos RESUMEN. En el proceso de ocupación y conquista de asentamientos de la reforma agraria, el Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) implanta innumerables experiencias educativas en diferentes niveles y modalidades de enseñanza para atender el derecho a la educación y la necesidad de formación política y técnica de los niños y jóvenes. Este artículo trae una reflexión sobre el significado de la educación para y en el trabajo en la pedagogía del MST, en especial en un curso técnico en Agroecología. Buscamos aprehender el sentido del trabajo como principio educativo efectuado por la escuela, así como identificar la imbricación entre la dimensión técnica y política en el proceso formativo. Se trata de una investigación empírica realizada en la Escuela Milton Santos, Paraná, por medio de observación y entrevistas semiestructuradas con dirigentes y educandos. Los resultados apuntaron que los educandos se forman por medio del trabajo real vivido en la escuela y en los asentamientos como momentos complementarios y dirigidos a la lucha social. Palabras clave: Educación del Campo, Movimiento Social, Educación y Trabajo, Agroecología.ABSTRACT. In the process of occupation and conquest of agrarian reform settlements, the Movement of Landless Workers implants innumerable educational experiences at different levels and modalities of education to meet the right to education and the need for political and technical training children and youth. This article presents a reflection on the meaning of education and work in the technical course in Agroecology in a school of MST. We look for attempted to grasp the meaning of work as an educational principle effected by the school, as well as identifying the overlap between the technical and political dimension in the training process. It is empirical research conducted at the School Milton Santos, Paraná, through observation and semi-structured interviews with leaders and students. The findings showed that the students are formed through real work experienced in school and in the settlements as complementary .moments, aimed at social struggleABSTRACT. In the process of occupation and conquest of agrarian reform settlements, the Movement of Landless Workers implants innumerable educational experiences at different levels and modalities of education to meet the right to education and the need for political and technical training children and youth. This article presents a reflection on the meaning of education and work in the technical course in Agroecology in a school of MST. We look for attempted to grasp the meaning of work as an educational principle effected by the school, as well as identifying the overlap between the technical and political dimension in the training process. It is empirical research conducted at the School Milton Santos, Paraná, through observation and semi-structured interviews with leaders and students. The findings showed that the students are formed through real work experienced in school and in the settlements as complementary moments, aimed at social struggle.RESUMEN. En el proceso de ocupación y conquista de asentamientos de la reforma agraria, el Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) implanta innumerables experiencias educativas en diferentes niveles y modalidades de enseñanza para atender el derecho a la educación y la necesidad de formación política y técnica de los niños y jóvenes. Este artículo trae una reflexión sobre el significado de la educación para y en el trabajo en la pedagogía del MST, en especial en un curso técnico en Agroecología. Buscamos aprehender el sentido del trabajo como principio educativo efectuado por la escuela, así como identificar la imbricación entre la dimensión técnica y política en el proceso formativo. Se trata de una investigación empírica realizada en la Escuela Milton Santos, Paraná, por medio de observación y entrevistas semiestructuradas con dirigentes y educandos. Los resultados apuntaron que los educandos se forman por medio del trabajo real vivido en la escuela y en los asentamientos como momentos complementarios y dirigidos a la lucha social.ABSTRACT. In the process of occupation and conquest of agrarian reform settlements, the Movement of Landless Workers implants innumerable educational experiences at different levels and modalities of education to meet the right to education and the need for political and technical training children and youth. This article presents a reflection on the meaning of education and work in the technical course in Agroecology in a school of MST. We look for attempted to grasp the meaning of work as an educational principle effected by the school, as well as identifying the overlap between the technical and political dimension in the training process. It is empirical research conducted at the School Milton Santos, Paraná, through observation and semi-structured interviews with leaders and students. The findings showed that the students are formed through real work experienced in school and in the settlements as complementary moments, aimed at social struggle

    OS CONTEÚDOS ESCOLARES E A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS: CONTRIBUIÇÃO À TEORIA HISTÓRICO-CRÍTICA DO CURRÍCULO

    Get PDF
    A resenha do livro “Os Conteúdos Escolares e a Ressureição dos Mortos” objetiva sistematizar e analisar as contribuições da obra para explicitar o significado dos conteúdos escolares na formação do psiquismo humano na abordagem da pedagogia histórico-crítica. Sintetiza-se os principais conceitos abordados pelo autor com base no materialismo histórico dialético, quais sejam: a dimensão criadora da concepção de reprodução do saber historicamente acumulado; a contraposição à lógica adaptativa de desenvolvimento humano ao se referir a um processo dialético e catártico no qual o sujeito transforma a natureza e o seu psiquismo; a ideia de que os conteúdos escolares, enquanto atividade humana da prática social objetivada, não podem ser considerados obsoletos, como apregoado pelas pedagogias do “aprender a aprender”. A contribuição da obra está em considerar que o indivíduo se constitui com base nas múltiplas mediações de natureza política, histórica e social, bem como corrobora com o conjunto da produção científica no âmbito do materialismo histórico dialético que identifica a educação como uma mediação necessária à superação da sociedade capitalista e construção da revolução socialista

    A política pública de formação para economia solidária no Brasil (2003-2011): análise de um projeto PROESQ/PNQ executado pela Rede Abelha/RN e do CFES nacional

    Get PDF
    Este estudo trata da análise da política pública de formação para Economia Solidária implementada a partir da criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), em 2003. O objeto de análise compreende dois programas de formação para Economia solidária: o projeto PROESQ/ PNQ (2003-2007) desenvolvido pela Rede Abelha-RN e o Centro de Formação em Economia Solidária Nacional (CFES Nacional) destinado à formação de formadores. Os objetivos desta pesquisa eram identificar a proposta de formação para Economia Solidária na política pública federal, assim como apontar os principais condicionantes dessa ação formativa. As experiências de trabalho associado tornaram-se expressivas no Brasil a partir de meados da década de 1980, em um contexto de retração dos empregos, precarização das relações de trabalho, acentuação da pobreza e fortes contestações dos trabalhadores. As estratégias de sobrevivência dos trabalhadores não inseridos nas relações formais de trabalho culminaram na emergência de diferentes formas de trabalho associado, sendo uma delas a vertente da Economia Solidária. Tais iniciativas para se desenvolverem em direção ao fortalecimento da organização democrática, às formas alternativas e autônomas de organização da vida social precisam do processo educativo. Entretanto, a educação deve orientar-se para processos de internalização opostos à lógica do sistema capitalista. Por isso, buscamos questionar em que medida as orientações destinadas à formação para a Economia Solidária contribuem para o aprofundamento das práticas de autogestão e subsidiam as organizações a desenvolverem ações concretas de enfrentamento do capitalismo. Os dados foram coletados com base em pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas aplicadas a: membros da Rede Abelha de Natal-RN; gestores(as) públicos da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária); coordenadores(as) do CFES nacional (Centro de Formação Nacional em Economia Solidária); membros do FBES (Fórum Brasileiro de Economia Solidária); e participantes do CFES. Os resultados obtidos indicaram que, tanto nas experiências do CFES como nas da Rede Abelha, as lutas vislumbradas encerram-se na conquista por política pública. Embora exista inovação nas metodologias de ensino, elas não estão atreladas à constituição das tecnologias sociais e a um processo de formação permanente, pois sequer essa formação consegue articular-se com a ampliação da escolaridade, ainda que apenas esse fator, por si só, não sinalize para o aprofundamento dos mecanismos autogestionários. Entre as razões que determinam a materialização da proposta de formação para Economia Solidária estão: a inserção na estrutura do Estado; os mecanismos de funcionamento da política da pública em questão; a atuação das entidades sociais que incidem sobre a política; e a insuficiente destinação orçamentária para formação. ====ABSTRACT==== Este estudo trata da análise da política pública de formação para Economia Solidária implementada a partir da criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), em 2003. O objeto de análise compreende dois programas de formação para Economia solidária: o projeto PROESQ/ PNQ (2003-2007) desenvolvido pela Rede Abelha-RN e o Centro de Formação em Economia Solidária Nacional (CFES Nacional) destinado à formação de formadores. Os objetivos desta pesquisa eram identificar a proposta de formação para Economia Solidária na política pública federal, assim como apontar os principais condicionantes dessa ação formativa. As experiências de trabalho associado tornaram-se expressivas no Brasil a partir de meados da década de 1980, em um contexto de retração dos empregos, precarização das relações de trabalho, acentuação da pobreza e fortes contestações dos trabalhadores. As estratégias de sobrevivência dos trabalhadores não inseridos nas relações formais de trabalho culminaram na emergência de diferentes formas de trabalho associado, sendo uma delas a vertente da Economia Solidária. Tais iniciativas para se desenvolverem em direção ao fortalecimento da organização democrática, às formas alternativas e autônomas de organização da vida social precisam do processo educativo. Entretanto, a educação deve orientar-se para processos de internalização opostos à lógica do sistema capitalista. Por isso, buscamos questionar em que medida as orientações destinadas à formação para a Economia Solidária contribuem para o aprofundamento das práticas de autogestão e subsidiam as organizações a desenvolverem ações concretas de enfrentamento do capitalismo. Os dados foram coletados com base em pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas aplicadas a: membros da Rede Abelha de Natal-RN; gestores(as) públicos da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária); coordenadores(as) do CFES nacional (Centro de Formação Nacional em Economia Solidária); membros do FBES (Fórum Brasileiro de Economia Solidária); e participantes do CFES. Os resultados obtidos indicaram que, tanto nas experiências do CFES como nas da Rede Abelha, as lutas vislumbradas encerram-se na conquista por política pública. Embora exista inovação nas metodologias de ensino, elas não estão atreladas à constituição das tecnologias sociais e a um processo de formação permanente, pois sequer essa formação consegue articular-se com a ampliação da escolaridade, ainda que apenas esse fator, por si só, não sinalize para o aprofundamento dos mecanismos autogestionários. Entre as razões que determinam a materialização da proposta de formação para Economia Solidária estão: a inserção na estrutura do Estado; os mecanismos de funcionamento da política da pública em questão; a atuação das entidades sociais que incidem sobre a política; e a insuficiente destinação orçamentária para formação

    CONTROVÉRSIAS NO DISCURSO DA QUALIDADE DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

    No full text
    O objetivo deste artigo é problematizar alguns aspectos da terminologia qualidade no discurso da Secretaria da Educação do governo do Estado de São Paulo (SEE-SP) na gestão da secretária da educação Maria Helena Guimarães de Castro, a partir do discurso proferido em videoconferência direcionada às escolas da rede pública. Para analisar o conceito, partimos da teoria crítica de Debord (1997) em uma tentativa de apreender as contradições do discurso e obter subsídios para pensar as transformações ocorridas no capitalismo contemporâneo. Observamos que todo o processo de produção, consumo e reprodução dos conteúdos da videoconferência está atrelado ao processo de reprodução da força de trabalho docente e, ainda, que o discurso da qualidade, da forma como tem sido difundido pela política meritocrática de instituições e profissionais, é veiculador de um tipo de qualificação docente. Com isso, pode-se perceber a característica de espetáculo que assume a política de qualidade da SEE-SP que propaga a aparência e demonstra-se insuficiente para processar mudanças significativas nas condições educacionais vigentes

    O pedagogo e a qualificação profissional

    Get PDF
    Os setores produtivos vêm sofrendo profundas modificações no âmbito da organização do trabalho, devido a própria necessidade de manutenção do capitalismo e, sobretudo, aos avanços tecnológicos que são condições essenciais para as empresas sobreviverem e competirem no mercado. Levando em consideração esses fatores e, também, a substituição do trabalho parcelarizado pelo trabalho em equipe, tudo indica que a necessidade do mercado não se encontra no profissional que apenas executa tarefas, entretanto, naquele que preconize soluções e inove. O pedagogo enquanto profissional da educação pode contribuir nos processos produtivos, não somente elaborando projetos instrucionais para serem aplicados, mas compondo uma equipe interdisciplinar que auxilie na aquisição de conhecimento por parte do sujeito, o qual deverá participar da elaboração, execução do trabalho que realiza. PALAVRAS- CHAVE: Pedagogo; qualificação profissional; reestruturação produtiva

    The public policy to provide background acquisition in solidarity-based economy in Brazil (2003-2011): analysis of a PROESQ/PNQ project developed by Rede Abelha/RN and the national CFES

    No full text
    Este estudo trata da análise da política pública de formação para Economia Solidária implementada a partir da criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), em 2003. O objeto de análise compreende dois programas de formação para Economia solidária: o projeto PROESQ/ PNQ (2003-2007) desenvolvido pela Rede Abelha-RN e o Centro de Formação em Economia Solidária Nacional (CFES Nacional) destinado à formação de formadores. Os objetivos desta pesquisa eram identificar a proposta de formação para Economia Solidária na política pública federal, assim como apontar os principais condicionantes dessa ação formativa. As experiências de trabalho associado tornaram-se expressivas no Brasil a partir de meados da década de 1980, em um contexto de retração dos empregos, precarização das relações de trabalho, acentuação da pobreza e fortes contestações dos trabalhadores. As estratégias de sobrevivência dos trabalhadores não inseridos nas relações formais de trabalho culminaram na emergência de diferentes formas de trabalho associado, sendo uma delas a vertente da Economia Solidária. Tais iniciativas para se desenvolverem em direção ao fortalecimento da organização democrática, às formas alternativas e autônomas de organização da vida social precisam do processo educativo. Entretanto, a educação deve orientar-se para processos de internalização opostos à lógica do sistema capitalista. Por isso, buscamos questionar em que medida as orientações destinadas à formação para a Economia Solidária contribuem para o aprofundamento das práticas de autogestão e subsidiam as organizações a desenvolverem ações concretas de enfrentamento do capitalismo. Os dados foram coletados com base em pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas aplicadas a: membros da Rede Abelha de Natal-RN; gestores(as) públicos da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária); coordenadores(as) do CFES nacional (Centro de Formação Nacional em Economia Solidária); membros do FBES (Fórum Brasileiro de Economia Solidária); e participantes do CFES. Os resultados obtidos indicaram que, tanto nas experiências do CFES como nas da Rede Abelha, as lutas vislumbradas encerram-se na conquista por política pública. Embora exista inovação nas metodologias de ensino, elas não estão atreladas à constituição das tecnologias sociais e a um processo de formação permanente, pois sequer essa formação consegue articular-se com a ampliação da escolaridade, ainda que apenas esse fator, por si só, não sinalize para o aprofundamento dos mecanismos autogestionários. Entre as razões que determinam a materialização da proposta de formação para Economia Solidária estão: a inserção na estrutura do Estado; os mecanismos de funcionamento da política da pública em questão; a atuação das entidades sociais que incidem sobre a política; e a insuficiente destinação orçamentária para formação.This study was carried out to analyze public policies for providing background in solidarity-based Economy implemented from the creation of the National Secretary of Solidarity Economy (SENAES) in 2003. The subject of our analysis were two programs for providing background in solidarity-based Economy, one of them in the project PROESQ developed by Rede Abelha; the other one is the Center for Providing Background in the National Solidarity-based Economy (National CFES) meant for providing background for specialists in the field. The research was carried out to identify the proposal for providing background in solidarity Economy within federal public policy, as well as for pointing out the main conditioning factors of that background developing action. Experiments with associated labor became outstanding in Brazil from the early 1980s on, within a context of job recession, unstable labor relationships, widespread poverty, and workers strong contestation. The survival strategies of those workers not included in formal labor relationships will culminate in the emergence of different forms of associated labor, one of them the side of Solidarity-based Economy. Such enterprises meant for development with the purpose of strengthening the democratic organization, the alternative and autonomous forms of organizing social life need of the education process. However, it is necessary that education is oriented to internalization process opposed to the logic of the capitalist system. Therefore, we aim at questioning to what extent directions meant for providing background for solidarity-based Economy contribute to the deepening of self-management practices and subsidize such organizations in the development of concrete actions to confront capitalism. The data were collected based on documental research and semi-structured interviews held with members of the Rede Abelha branch in Natal-RN; with SENAES public managers; with coordinators of the national CEFS; with FBES members and CFES participants. The results achieved in it show that both in the CFES experiments and in Rede Abelha, the glimpsed fights come to an end in the achievement of public policy. Although there is innovation in the teaching approaches, they are not linked to the constitution of social technologies and to a process of permanent background acquisition since such acquisition can hardly be articulated with schooling enlargement, although this factor, by itself, does not signal the deepening of self-managerial mechanisms. Among the reasons which determine the materialization of proposals meant for providing background in solidarity-based economy, we mention: the insertion into the structure of the State, the design and the mechanisms for putting into operation the public policy of Solidarity-based Economy, the operation of social entities which fall on such a policy, and the insufficient destination of budget meant for such a background acquisition
    corecore