977 research outputs found

    Dos preceitos da beleza e da beleza dos preceitos

    Get PDF
    Ultrapassado o paradigma do suposto informalismo do urbanismo colonial português, importa estudar as suas fontes metodológicas: as práticas – os procedimentos tradicionais da criação urbana; e as teóricas – os discursos sobre o urbano que, desde sempre, acompanharam as acções sobre o espaço da cidade. Na rica conjuntura do século xvii, quando muitas novas vilas foram criadas no Brasil, a diversidade e mescla destas fontes é evidente. São sobretudo significativas, nesta época, as cartas régias de fundação de vilas cuja fórmula textual se expressa sinteticamente no famoso parágrafo que determina que se deveria conservar sempre a “formosura da vila”. A intenção do artigo vai no sentido de questionar os conceitos e valores urbanos expressos nestas cartas e, muito especialmente, a dita “formosura” implícita e explícita no texto e, consequentemente, nas próprias vilas.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Fundação Millennium bcp, Imprensa Nacional-Casa da Moed

    Os Mapas do Mato Grosso

    Get PDF
    O estabelecimento da capitania do Mato Grosso, em 1748, é indissociável da conjuntura que antecede a assinatura do Tratado de Madrid, em 1750. O novo espaço administrativo foi criado especialmente para garantir o controle do território naquela área de fronteira com os domínios espanhóis. Todos os governadores do Mato Grosso na segunda metade do século XVIII investiram no levantamento da região e na consequente produção de mapas. O conjunto é dos mais ricos da cartografia brasileira do período colonial. A intenção da comunicação é, por um lado, abordar o processo tendo em conta o carácter evolutivo que ele representa desde os esboços dos primeiros desbravadores às cartas dos engenheiros militares. Por outro lado, importa ver, sobretudo, o conjunto da produção cartográfica realizada durante o governo de Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, posto que os mapas representam ali a efectiva construção de um discurso sobre o território que pretende dar a ver não apenas a fronteira e a capitania, mas todo o “vasto continente do Brasil”. Neste sentido, a questão que aqui se coloca em discussão é perguntar até que ponto a cartografia do Mato Grosso no final do século XVIII pode ser lida como agente e reflexo de uma nova consciência do território. Ou mais propriamente, em que medida a construção da fronteira ocidental do Brasil pode ser entendida como síntese desta nova consciência no universo português.El establecimiento de la Capitanía de Mato Grosso, en 1748, es inseparable de la situación anterior a la firma del Tratado de Madrid en 1750. El nuevo espacio administrativo fue creado especialmente para asegurar el control del territorio en la zona fronteriza con los dominios españoles. Todos los gobernadores de la Capitanía de Mato Grosso en la segunda mitad del siglo XVIII han invertido en el estudio de la región y la consiguiente producción de mapas. El conjunto es uno de los más ricos de la cartografía brasileña de la época colonial. La intención es, por un lado, abordar el proceso de producción cartográfica teniendo en cuenta su carácter evolutivo desde los bocetos de los primeros conquistadores hasta los mapas de los ingenieros militares. Por otro lado, es importante ver, especialmente, el conjunto de la producción cartográfica realizada durante el gobierno de Luís de Albuquerque de Mello Pereira y Cáceres, puesto que, en este período, los mapas representan la construcción efectiva de un discurso sobre el territorio que desea dar el punto de vista no sólo de la frontera y de la Capitanía, sino de todo el “vasto continente de Brasil ". En este sentido, la cuestión aquí en discusión es preguntar hasta qué punto la cartografía de Mato Grosso a finales del siglo XVIII se puede leer como un agente y reflejo de una nueva conciencia del territorio.The establishment of the captaincy of Mato Grosso, in 1748, is inseparable from the situation preceding the signing of the Treaty of Madrid in 1750. The new administrative space was specially created to ensure control of the territory in the border area with the Spanish domains. All Governors of the captaincy of Mato Grosso in the second half of the 18th century invested in the survey of the region and the consequent production of maps, that is one of the richest Brazilian cartography of the colonial period. The intention of this paper is, on the one hand, to addressing the cartography process taking into account the progressive character it represents from the sketches of the first Pathfinders to the maps of military engineers. On the other hand, it is important to see, especially, the set of cartographic production held during the Government of Luís de Albuquerque de Mello Pereira and Cáceres, since the maps represent there the effective construction of a discourse on the territory that intends to give the view not only of the border and the captaincy, but the entire “vast continent of Brazil ". In this sense, the question here arises in discussion is to ask to what extent the cartography of Mato Grosso at the end of the 18th century can be read as an agent and reflection of a new awareness of the territory

    Digital Ecosystems to Support the Open and Collaborative Government Systems

    Get PDF
    This article discusses the open and collaborative government systems such as digital ecosystems, building a conceptual framework to define, specify and develop computational solutions aimed at supporting the operating dynamics and expand relations of access to information, participation, knowledge management, innovation, and education in citizen-government relations

    As moedas falsas de André Gide

    Get PDF
    Les Faux-monnayeurs, published in 1925, is the only novel written by André Gide. Many critics considered the book a failure, but it poses very interesting questions about the novel as a genre and literature in general. This paper analyses four aspects emphasized by the author: social values and their representation in texts, the literary work as a truth revealer, the writer, and the narrator. We want to show the importance of a book that questions, by an atypical construction, literature’s basis.Les Faux-monnayeurs, publicado em 1925, é o único romance escrito por André Gide (1869-1951). Considerado por muitos como um livro mal sucedido, a obra apresenta questionamentos muito interessantes com relação ao gênero romanesco e à literatura em geral. Neste artigo, analisaremos quatro aspectos destacados pelo autor: os valores sociais e sua representação nos textos, as obras literárias como reveladoras de verdades, a figura do escritor e a do narrador. Queremos com isso mostrar a importância de uma obra que, por conta de sua construção atípica, põe em xeque as bases da literatura

    André Gide e o « fim » do Simbolismo

    Get PDF
    After his first trip to Africa and the discovery of a new world of sensations, the French writer André Gide publishes Paludes with the aim of leaving behind the Symbolist period of his work. But Gide has never completely abandoned certain Symbolist characteristics, which are manifest even in his nonfiction works. More than merely a literary trend, Symbolism harmonized with his personality, and with his desire to write texts dedicated to sensations, suggestions and especially to the freedom of the reader.Após sua primeira viagem pela África e a descoberta de um novo mundo de sensações, o escritor André Gide publica Paludes com o objetivo de deixar para trás o período simbolista de sua obra. Apesar da vontade aparente, Gide nunca abandonou totalmente certas características simbolistas, e que se manifestam até mesmo em suas obras não ficcionais. Mais que uma simples moda literária, o Simbolismo se ajustava ao temperamento de Gide, e a seu desejo de escrever textos voltados para as sensações, a sugestão e, acima de tudo, para a liberdade do leitor

    La fausse monnaie de la littérature dans L’Immoraliste D'André Gide

    Get PDF
    André Gide (1869-1951) sempre se interessou pelos mecanismos de construção do texto literário e de sua recepção. Ao longo de toda sua obra ficcional, pôs em cena personagens de escritores e leitores através dos quais temos acesso não apenas aos bastidores do texto, mas também a determinados usos do discurso literário. Gide cria personagens para os quais os textos são a mera extensão de seus pensamentos, e que os citam para justificar seus atos e palavras. Contrário à visão de literatura como espelho da realidade, o escritor nos mostra como esses personagens erram ao empregar a literatura como justificação para suas condutas. Neste artigo, tentaremos estudar o engano ao qual se submete Michel, o protagonista de L’Immoraliste, ao exigir dos textos ensinamentos aplicáveis a seu comportamento

    GIDE E PEREC: OS DIÁLOGOS POSSÍVEIS

    Get PDF
    RESUMO: Esta pesquisa visa o estabelecimento de pontos de contato entre dois escritores franceses do século XX, André Gide e Geroges Perec, por meio da análise de duas obras, Les Faux-monnayeurs e 53 jours. O estudo dividir-se-á em três partes: a primeira traçará um breve histórico da chamada crise do romance francês, centrando-se em três momentos importantes – o Surrealismo, o Existencialismo e o Nouveau Roman – e buscará mostrar como alguns de seus reflexos estão presentes na obra dos dois autores. O segundo capítulo será, basicamente, um estudo teórico sobre dois conceitos aparentemente divergentes, mas que se encontram interligados nos textos de Gide e Perec: a intertextualidade e a influência. Por fim, passaremos à análise de três “pontos em comum” dos livros analisados: a mise en abyme, a questão do falso e o papel do leitor no texto. O objetivo é mostrar como motivos presentes nas obras de Gide reaparecem modificados na produção literária de Perec, e de estudar o modo como se dá essa releitura/reescritura. RÉSUMÉ: Cette recherche a pour but l’analyse des liens entre les oeuvres d’André Gide et Georges Perec. En nous servant de deux de ses livres (Les Faux-monnayeurs de Gide et 53 Jours de Perec), nous voulons étudier la façon dont chacun envisageait non seulement son écriture littéraire, mais aussi la littérature d’une manière générale et la présence de la tradition dans ses écrits, les quelques éléments qui ont été transmis de l’un auteur à l’autre et comment ces mêmes éléments ont été reinterprétés et retravaillés

    O realismo e Sade

    Get PDF
    This paper aims to analyze how Sade’s texts, through the use of certain elements employed by literary Realism such as detailed description and the proposal to organize reality by a different point of view, seem to be aimed at getting the reader to rethink what he considers absolute truth, even if the Marquis is considered a writer far from intending to give his work any reality effect.Neste artigo, através do uso de certos elementos empregados pela literatura de cunho realista, como a descrição minuciosa e a proposta de organizar a realidade por um viés diferente, pretendemos analisar os textos de Sade, o qual parece ter como objetivo fazer com que o leitor repense aquilo que considera verdades absolutas, mesmo que o marquês seja considerado um escritor distante de qualquer intenção de conferir à sua obra qualquer efeito de real

    La (re)lecture du mythe chez Thésée d’André Gide

    Get PDF
    Cet article a pour but l’étude de l’une des nombreuses réécritures faites par André Gide, celle du mythe de Thésée. Dans ce livre Gide propose une manière différente de lire un texte bien connu et lui accorde aussi son interprétation personnelle, tout en invitant son lecteur à faire de même et pas seulement avec les mythes. Le lecteur gidien doit être préparé à faire partie activement de ce qu’il lit et à ne pas accepter un rôle passif
    corecore