11 research outputs found

    A escrita culinária em Minas Gerais nos séculos XIX e XX

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    Este artigo analisa o caderno de receitas culinárias da senhora Plautina Nunes Horta, moradora o interior de Minas Gerais, que começou a ser redigido no ano de 1896. Descortina o universo de uma mulher que alcançou protagonismo no núcleo social em que vivia por meio das suas quitandas caseiras. Esse tipo de manuscrito doméstico e de caráter privado apresenta narrativas de experiências pessoais femininas e sem pretensão à publicação, distinguindo-se pela construção livre do texto e com ausência das convenções formais da escrita. Nesse ato biográfico elas dotam o mundo que as rodeia de significados particulares, conectados com suas próprias vidas, que de forma alguma necessitam ter qualquer atributo excepcional para serem dignas de serem lembradas

    Entre pai e filho: análise das riquezas em duas gerações de uma família da elite agrária do município de Varginha (MG) no início do século XX

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    Varginha emancipou-se da municipalidade de Três Pontas no ano de 1882. O novo município do Sul mineiro foi formado pela cidade de Varginha e pelos distritos de Pontal e Carmo da Cachoeira. Sendo assim, o objetivo deste artigo é o de analisar a composição das riquezas de duas gerações de uma das famílias da elite agrária varginhense, bem como suas opções de investimentos. As gerações são a de um pai e um filho, ambos do distrito de Carmo da Cachoeira. O pai (Gabriel dos Reis Silva) faleceu em 1907 e, o filho (coronel Antônio Justiniano dos Reis), ao final do ano de 1918. As principais fontes utilizadas para cumprimento de tal objetivo foram inventários post-mortem. Foi possível notar que os investimentos de pai e filho foram parecidos na maioria das categorias de bens presentes nos inventários

    Compadrio e família escrava em Palmas, Província do Paraná (1843-1888)

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    Orientador : Prof. Dr. Sergio Odilon NadalinAutor não autorizou a divulgação do arquivo digitalDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa: Curitiba,13/09/2010Bibliografia: fls. 128-135Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar as possibilidades de formação e manutenção das famílias escravas e as relações que mantinham por via do compadrio em Palmas, na Província do Paraná, no período de 1843 a 1888. Os Campos de Palmas se localizavam em fronteiras internacionais e provinciais, sua colonização foi incentivada pelo governo Imperial devido às ameaças de ocupação dessas terras pelos argentinos. Durante fins da década de 1830 chegaram a essa região estancieiros vindos principalmente de Guarapuava e Palmeira; ali estabeleceram fazendas voltadas a atividades ligadas à pecuária utilizando escravos como mão de obra. Tendo em vista esse contexto de fronteira e a decadência do regime escravista, observamos por meio dos Inventários de bens dos senhores a estrutura de posse escrava e o perfil sexo-etário dos cativos, com o objetivo de investigar as possibilidades de formação de famílias no interior das fazendas. Por meio dos registros paroquiais de batismo e casamento constatamos que as possibilidades de uniões legítimas foram limitadas para o local e apresentaram índices elevados de filhos de pais incógnitos entre os escravos. Esse quadro aponta para as dificuldades da população cativa em contrair matrimônio e deve sua configuração ao perfil das escravarias, em sua totalidade de pequeno porte, dificultando uniões internas nos plantéis do local. O porte das escravarias também influiu nas tendências das escolhas dos padrinhos para os cativos, a maior parte dos escravos e seus filhos recebem padrinhos livres e em muitos casos também senhores de escravos. A partir da análise quantitativa dos dados levantamos as tendências para o local e assinalamos trajetórias individuais a fim de acompanhar o percurso de alguns escravos, observando o perfil dos compadres que escolhiam e a reincidência na escolha como estratégias de ligação a uma rede social que tinha o parentesco como base.Abstract: The present study aims to analyze the possibilities of formation and maintenance of the slave families and the relations they would maintain through the compadrio in Palmas, in the Province of Paraná, within the period from 1843 to 1888. The region of the Fields of Palmas was located at international and provincial borders, its colonization was stimulated by the Imperial Government due to threats of occupation of those lands by Argentine people. In the late 1830's, landholders mainly from Guarapuava and Palmeira arrived at that region; they established farms focused on activities related to animal husbandry, using slaves as work force. Considering this context of border and the decadence of the slave regime, we observed the structure of slave ownership and the gender and age profiles of the slaves through the slaveholders’ Assets Inventories, aiming to investigate the possibilities of formation of families inside the farms. Through the parish records of marriages and baptisms we found that the possibilities of legitimate unions were limited to the local and presented high rates of children of unknown fathers among the slaves. This scenario points out the difficulties faced by the slave population in getting married, and its configuration is due to the slaveries profile, in its small-sized totality, making the internal unions difficult at the local herds. The size of the slaveries also influenced the tendencies of choices of the godparents for the slaves, most of the slaves and their children would receive free godparents and even slaveholders. From the quantitative analysis of the data we surveyed the tendencies for the local and pointed out individual trajectories in order to track the course of some slaves, observing the profile of the godparents that they would choose and the recurrence of the choice as strategies of connection to a social network which would have the kinship as the basis

    Reprodução e famílias escravas em Mariana - 1850-1888.

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    Criar Laços para Viver Juntos: a Constituição de Famílias Entre Os Escravos de Vitória, 1850-1871.

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    A dissertação discute as relações familiares entre os cativos na cidade de Vitória, capital da Província do Espírito Santo, no decorrer do período compreendido entre 1850 e 1871. Trata-se de uma região voltada para o abastecimento interno e caracterizada pelo predomínio de pequenas e médias escravarias, cuja reposição realizou-se principalmente via reprodução endógena. Nesse contexto, analisa-se a família escrava em suas múltiplas faces, para além das relações consanguíneas, incluindo os laços estabelecidos por meio do matrimônio e do compadrio cristão. Busca-se também compreender o universo das relações ilícitas (constituídas à margem das normas eclesiásticas) construídas na convivência cotidiana entre escravos, livres pobres e até mesmo senhores. Se, por um lado, o matrimônio foi o recurso mais utilizado para estabelecer alianças dentro do cativeiro, o compadrio, por sua vez, permitiu aos cativos estenderem seus laços de solidariedade para fora do cativeiro, abarcando escravos de outros plantéis, forros e livres. Para os casais caracterizados por desigualdades sociais e raciais a ilegitimidade constituiu o lugar por excelência para o desenvolvimento de suas relações familiares e sexuais. Voltamos a atenção ainda para as atitudes dos senhores em relação a seus escravos especialmente no que respeita aos seus laços familiares num momento muito particular: diante da morte. Além disso, discute-se a estabilidade familiar cativa por meio do acompanhamento do destino desses núcleos familiares após a morte do senhor e a consequente partilha de seus bens. Foram utilizadas como fontes desta dissertação os inventários post-mortem, os testamentos, os registros eclesiásticos (de batismo, casamento e óbito), os diários de visitas pastorais e os relatórios provinciais. Nesses documentos buscou-se compreender de que modo os escravos em suas múltiplas relações sociais traçaram estratégias as mais diversas, com o intuito de forjaram melhores condições de existência

    Às vésperas da abolição um estudo sobre a estrutura da posse de escravos em São Cristóvão (RJ), 1870

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    The first part of this paper shows the slaveholding structure in São Cristóvão in 1870, when that parish already belonged to the urban perimeter of the capital city of Rio de Janeiro. Thus that structure can be seen on the eve of Abolition in one of the most dynamic urban centers of the Empire. The results validate the pattern of Brazilian slavery determined by historiography: a great weight of the small slaveholders, the institution of slavery was relatively widespread and slaveholding was not strongly concentrated. The case in focus shows the same basic characteristics of slavery seen since the early 1700s in different parts of Brazil. In the second part, our results are compared to those of several other studies of various localities examined in different moments, showing the similarities and differences observed. On the one hand, São Cristóvão is situated in the universe of Brazilian slavery; on the other, we seek a more wide and profound knowledge of the demo-economic structures of our slave society.A primeira parte deste artigo revela a estrutura da posse de escravos de São Cristóvão em 1870, quando essa freguesia já integrava o perímetro urbano do município neutro. Assim, mostramos tal estrutura às vésperas da Abolição em um centro urbano dos mais dinâmicos do Império. É corroborado o padrão estabelecido pela historiografia acerca do escravismo brasileiro: forte presença de escravistas de porte modesto, difusão relativamente ampla da instituição e inexistência de grande concentração na posse de cativos. O escravismo apresenta, no caso analisado, o mesmo perfil básico identificado desde inícios do Setecentos, nos mais diversos pontos do Brasil. Na segunda parte, confrontamos nossos resultados com os de vários outros estudos, respeitantes a diversas localidades brasileiras consideradas em diferentes momentos, apontando as semelhanças e disparidades observadas. De um lado, situamos São Cristóvão no universo do escravismo brasileiro; de outro, perseguimos o conhecimento mais largo e profundo das estruturas demo-econômicas de nossa sociedade escravista
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