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Nova doutrina militar da Rússia
Este artigo visa esclarecer alguns pontos-chave constantes na nova doutrina militar da Federação da Rússia, aprovada por Decreto-Lei de 5 de Fevereiro de 2010, do Presidente da Rússia, Dmitriy Medvedev
Crimean Crisis: Analysis of Russia´s Legitimacy Discourse
This dissertation critically interprets the international dimension of the Ukrainian crisis
in 2013, crisis that intensified in the 2014 and resulted in an armed conflict between
Ukraine and Russia in eastern part of Ukraine and occupation of Crimea. It argues this
crisis to be simultaneously the result and the intensification of the collision of antagonist
and foreign policies towards the contested borders of Ukraine between NATO and
Russia.
Notwithstanding Ukrainian domestic dimension related to recent and incomplete
transition of the country after Soviet Union collapse and its independence, Ukrainian
crisis has an inseparable international dimension to it. Analyzed from an international
perspective, the events that started in Kiev in November of 2013 can be linked to the
competition between the NATO and Russia for security in their shared neighborhood.
After Soviet Union collapse in 1991, Russia fell into complex crisis in political, social,
economic and national identity domains. In the foreign policy sphere, an internal
debate started on what role Russia should perform, at regional or on global level in the
post-Cold War background. In this context, Ukraine is inseparable ally and shield for
Russia from West pressure near Russia borders, from EU enlargement and NATO
expansion, which is considered as treat for Russian security.
Russia combined a whole range of arguments to protect its borders, sphere of influence
and its citizens in Ukraine. Vladimir Putin in 2014 presented those arguments in his
address to the State Duma. This research intends to provide a contribution to the
literature on Crimean crisis, Russian foreign policy and political discourse.A presente dissertação interpreta criticamente a dimensão internacional da crise
ucraniana começada em 2013, crise que se intensificou em 2014, e que resultou em
conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia na parte leste da Ucrânia e a ocupação da
Crimeia. A dissertação argumenta também que esta crise é simultaneamente o resultado
e a intensificação da colisão entre duas políticas externas antagónicas em relação às
contestadas fronteiras da Ucrânia, entre a NATO e a Rússia.
Quanto à esfera doméstica e interna da política ucraniana relacionada com a transição
recente e incompleta do país após o colapso da União Soviética em 1991 e da sua
independência no mesmo ano, lidando ainda hoje o país com problemas como
nepotismo, oligarquismo, abuso de poder, corrupção e violação dos direitos humanos, a
crise ucraniana tem uma dimensão internacional inseparável. Na perspetiva
internacional, os eventos que ocorreram em Kiev em novembro de 2013 podem ser
vinculados à competição entre o expansionismo e alargamento do Ocidente para junto
das fronteiras Russas.
O colapso da União Soviética mergulhou a Rússia na profunda crise nos domínios da
identidade nacional, nas esferas da política interna e externa, económica e social. A
Rússia enfrentou uma das maiores depressões económicas da sua história. A nivel
geopolítico a Rússia enfrentou uma grande mudança na sua história recente, após perder
asua influência sobre a esferea de influência tradicional da Europa Leste e nos países
Bálticos, bem como o fracasso das políticas económicas de Mikhail Gorbachev. As
mudanças geopolíticas transformaram o antigo espaço de influência da então União
Soviética em um espaço completamente integrado nas organizações supranacionais
ocidentais, nomeadamente a NATO e a União Europeia, organizações que continuam as
suas políticas expansionsistas na região vital para a segurança Russa.
Apesar disso, a Rússia, exercia os atributos de uma potência mundial, com um assento
permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, e o segundo maior arsenal
nuclear, mas o seu status económico enfraquecido abriu uma contradição entre a
aspiração e capacidade do país. Na esfera da política externa, iniciou-se um debate
interno sobre que posição e papel a Rússia deveria desempenhar, a nível regional e global
no cenário da pós-Guerra Fria. Neste contexto, a Ucrânia é inseparável aliada e escudo,
ainda que alguns autores considerem a Ucrânia como um estado buffer ou uma espécie
de “ponte” para a Rússia das pressões ocidentais próximas das suas fronteiras, que impede assim o alargamento e expansão da União Europeia e da NATO para o leste
europeu, questões essas que são consideradas essenciais na segurança Russa.
A discussão acerca da identidade nacional russa remonta ao século XIX, um período de
grandes mudanças na Rússia, também conhecido como período renascentista Russo, no
qual o país eslavo testemunhou grandes mudanças sobretudo na literatura e na filosofia,
com grande influência dos autores como Leo Tolstoy e Fyodor Dostoevsky. A elite e a
nobreza russa começaram a separar duas escolas distintas, eslavófilia e ocidentalismo.
Por um lado, o ocidentalismo incentivava o desenvolvimento do país de acordo com os
princípios e valores europeus e ocidentais. Por outro lado, os eslavófilos argumentavam
que a Rússia tinha uma missão histórica e cultural e só poderiam desenvolver-se de
acordo com as suas tradições inerentes, sem influência do ocidente. A discussão ainda
permanece nos dias de hoje, sobre se a Rússia é única nas suas tradições e deve continuar
no seu próprio caminho com distanciamento para com o ocidente ou se o país devia
seguir o resto do mundo com uma maior aproximação ao ocidente. Vladimir Putin
pretende um posicionamento reconhecível e prestigiado da Rússia no sistema
internacional, caracterizado por uma identidade russa única, com base na sua história,
legado, língua, cultura, tamanho e obrigação de proteger as suas fronteiras e a sua
população. Essa identidade revelase em interesses específicos e no reconhecimento de
particular valor à independência e soberania do país como uma grande potência. Essa
tentativa de afirmação da Rússia como uma grande potência começou logo após a
Segunda Guerra Mundial, época na qual a Rússia, cercada pelo medo e pela incerteza que
o mundo atravessava, foi obrigada a reagir, porque havia um sentimento e expectativa
de que a guerra realmente não tinha terminado e que a qualquer momento poderia
começar outra Guerra. Joseph Stalin impressionado com o poder destrutivo das
primeiras bombas atômicas dos Estados Unidos da América, nos bombardeamentos
atômicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão, evento que ditou fim a Seguda
Grande Guerra, ordenou o seu rápido desenvolvimento no território soviético, com
ansiedade de que os EUA pudessem realmente utilizar as bombas contra o espaço da
União Soviética.
A identidade russa não é suficientemente forte para triunfar e ser reconhecida, está em
processo de constante mutação, no qual os interesses internos misturam-se com
externos.
A Rússia tal como a Ucrânia são países de democracias recentes. Após a dissolução da
antiga União Soviética, a Ucrânia procurou um novo caminho e uma maior aproximação com o ocidente, a União Europeia e NATO, o expansionismo e alargamento ao leste
europeu dos mesmos eram vistos para o país Ucraniano como uma oportunidade de se
“afastar” da Rússia, que assombrava e exercia um poder e uma influência enormes sobre
o país desde a formação da antiga União Soviética até aos dias de hoje. O que a Ucrânia
mais desejava, era o que a Rússia mais temia, ambições antagónicas dos dois países.
Em 2013, o expansionismo e alargamento da União Europeia, sobretudo depois de 2004
contava com vários países a leste europeu, inclusive alguns ex-membros da União
Soviética , a Ucrânia ambicionava assinar o Acordo de Associação, que colocaria o país a
um passo de se tornar um membro da mesma. Víktor Yanukóvytch, ex-presidente
Ucraniano entre 2010-2014, ponderou assinar o acordo, apesar da vontade do povo e do
país que ambicionavam um futuro com novos parceiros europeus. No entanto, Víktor
Yanukóvytch não chegou a assinar nenhum acordo com União Europeia. De referir que
um outro acordo estava nas mãos do Víktor Yanukóvytch, o da União Económica
Eurasiática (UEE), Rússia expectava que Ucrânia resistisse e trocasse a União Europeia
e a NATO por antigos membros e os seus aliados, nomeadamente voltar a ser um parceiro
da Rússia.
Após varias tentativas de resistência do Víktor Yanukóvytch para assinar o Acordo de
Associação, Kiev começou a testemunhar vários protestos que se intensificavam a cada
dia. Um dos protestos e movimentos mais marcantes ficou conhecido como Euromaidan,
que simbolizava a “sede” dos Ucranianos para o país se tornar membro da União
Europeia. A Ucrânia transformou-se num “tabuleiro” geopolítico e estratégico.
A Rússia vê-se obrigada a agir, através das causas externas como a controvérsia
geopolítica entre Ocidente e Rússia, a contínua expansão da União Europeia e a NATO
nos Bálticos, são dos fatores fulcrais que levaram a Rússia a procurar pontos estratégicos
para conter esta aproximação nas suas fronteiras. A intervenção na Crimeia é uma
disputa assente na preocupação de Moscovo com os cidadãos da etnia russa na Crimeia
(estes constituem mais de metade da população da Crimeia 58,5%), constituíndo um dos
argumentos principais do discurso do Vladimir Putin ao tentar legalizar a intervenção na
Ucrânia.
Assim, o conceito de Mundo Russo, constitui uma figura de imaginação geopolítica,
servindo de ferramenta que o Moscovo, sob representação de Vladimir Putin há mais de
vinte anos, utiliza para tomar as medidas necessárias para proteger os seus cidadãos fora
do país, uma vez que milhões de russos encontravam-se fora do alcance de Moscovo. A literatura considera que a promoção do conceito de Mundo Russo constitui um elemento
da ideia de sonho da restauração da Rússia ou da sua influência nas fronteiras da exUnião Soviética. O conceito serve também para a Rússia como um instrumento para
projetar o seu soft power. No caso da Ucrânia, a promoção do Mundo Russo tornou-se
associada à intervenção militar russa na parte leste da Ucrânia nas cidades de Donetsk e
Lugansk, que fazem fronteira com a Rússia, passando assim de soft power a hard power.
Assim a Rússia continua em busca de implementar a sua influência no espaço póssoviético, usando a diaspora como justificação, onde as relações linguísticas e culturais
entre os seus cidadãos no exterior desempenham papel central e, quando necessário, a
intervenção pode estar associada ao uso da força (Geórgia 2008, Ucrânia 2014). É
imperativo referir que, na influência da política soviética de domínio da língua russa,
ainda está presente na Ucrânia. Após a independência em 1991, a língua ucraniana teve
a oportunidade de se tornar a língua oficial e de pleno direito. No entanto,
territorialmente, a lingua ucraniana é asimétrica, o que se reflete nas zonas onde a língua
russa predomina e consequente bipolaridade da língua ucraniana. Estas circunstâncias
estavam entre os principais fatores da erupção de um conflito armado no leste da Ucrânia
e da anexação da Península da Criméia pela Federação Russa em 2014.
Numa perspetiva histórica, a Crimeia foi conquistada pelo Império Russo durante o
reinado de Catarina, a Grande, em 1783, e permaneceu como parte da Rússia até ao ano
de 1954, sob o commando e ordem de então líder da União Soviética Nikita Khrushchev
foi transferida para a Ucrânia. As razões que levaram para tal acordo de transferência da
Crimeia sob commando da Rússia para a Ucrânia ainda não são claras e justificadas,
continuam a causar polêmica e discussão aberta entre os historiadores. No entanto,
contrariamente aos mitos russos difundidos nos últimos anos, esse ato, em primeiro
lugar, não foi um "presente" solidário de Nikita Khrushchev. A transferência da Crimeia
em 1954 para a República Soviética da Ucrânia não teve relevância geopolítica enquanto
a URSS existisse.
O Mar Negro é uma região e componente essencial da nova política russa e a sua tentativa
de combater a crescente influência que a NATO tem vindo a exercer nas últimas duas
décadas. Os principais objetivos da Rússia não são apenas reforçar a sua fronteira a sul,
mas também intimidar os seus vizinhos mais desprotegidos e "bloquear" o acesso e
aproximação da NATO a países como Ucrânia e Moldávia e toda a região do Cáucaso.
Para a Rússia, a longo prazo, parece que a intenção será, em primeiro lugar, garantir que
o Mar Negro seja controlado predominantemente pela Rússia. A Rússia reuniu os argumentos para proteger suas fronteiras, esfera de influência e os
seus cidadãos na Ucrânia. Os argumentos foram apresentados no discurso do presidente
da Federação Russa, Vladimir Putin, a 18 de Março de 2014. Discutir os conceitos de
anexação, reunificação, autodeterminação dos povos e príncipio da integridade
territorial torna-se imprescindível para compreender a perspetiva russa. O argumento
de Moscovo refere que a Crimeia foi reunificada com a Rússia, e pode ser visível nos
discursos politicos e meios de comunicação, pois a reunificação é vista como algo
aceitável e uma ação legal, uma perspectiva diferente da ucraniana. Por sua vez, os
argumentos dos pró-ucranianos referem-se às ações da Rússia na Crimeia como
anexação, uma ação de violação de soberania e integridade territorial ucraniana; os prórussos, por sua vez, consideram que o território foi reunificado. Essa divisão e uso de
palavras e conceitos é importante porque faz com que se perceba qual é a posição adotada
quando se discutem as ações da Rússia na Crimeia em 2014.
A decisão do governo da Crimeia, apoiada maioritariamente pelos resultados do
referendo de 2014, de solicitar a reunificação com a Federação Russa foi considerada
lícita no discurso de Putin. Com a desordem política em Kiev, tanto as forças militares
como os cidadãos pró-Russos na Crimeia decidiram agir e organizaram um referendo em
16 de março de 2014, contanto com grande suporte por parte da Rússia, que se
encaregava de conduzir e monitorizar o referendo. O conteúdo dos boletins era muito
controverso, pois oferecia aos eleitores apenas duas opções que tanto a opção 1 como a
opção 2 beneficiavam uma maior aproximação da Crimeia a Rússia. Apesar do resultado
avassalador de (96.77%) segundo fontes oficiais, dos eleitores terem optado por opção 1
que permitia a Crimeia reunificar com Rússia, o referendo ocorrido na Crimeia é
considerado illegal. Por sua vez, os resultados do mesmo são considerados legais por
parte da Rússia.
Através da aplicação da metodogloia de análise crítica do discurso, que melhor se
enquadra para a presente investigação, torna-se possível e crucial fragmentar e
desconstruir o discurso de legitimização de Vladimir Putin e apresentar os resultados sob
uma ótica critica e reflexiva do mesmo.
A Rússia reuniu os argumentos para proteger suas fronteiras, esfera de influência e os
seus cidadãos na Ucrânia. Os argumentos foram apresentados no discurso do presidente
da Federação Russa, Vladimir Putin, a 18 de Março de 2014. Discutir os conceitos de
anexação, reunificação, autodeterminação dos povos e príncipio da integridade
territorial torna-se imprescindível para compreender a perspetiva russa. O argumento de Moscovo refere que a Crimeia foi reunificada com a Rússia, e pode ser visível nos
discursos politicos e meios de comunicação, pois a reunificação é vista como algo
aceitável e uma ação legal, uma perspectiva diferente da ucraniana. Por sua vez, os
argumentos dos pró-ucranianos referem-se às ações da Rússia na Crimeia como
anexação, uma ação de violação de soberania e integridade territorial ucraniana; os prórussos, por sua vez, consideram que o território foi reunificado. Essa divisão e uso de
palavras e conceitos é importante porque faz com que se perceba qual é a posição adotada
quando se discutem as ações da Rússia na Crimeia em 2014.
O lugar da Rússia na ordem internacional mudou significativamente, não apenas devido
às ações de 2014 na Ucrânia, mas também ao discurso de criar um novo posicionamento
para o país no sistema internacional. Abordar uma Europa pós-Crimeia como realidade
social radicalmente diferente devido à intervenção da Rússia na Crimeia é, muito
provavelmente, um exagero. Porém, ajuda perceber a estratégia russa no espaço póssoviético que, perante a impossibilidade de controlar Kiev, opta pela divisão formal (com
recurso ao soft e hard power) da Ucrânia em esferas de influência.
Este estudo pretende assim contribuir com a literatura sobre a crise da Crimeia de 2014,
a política externa da Rússia e o discurso político
Kremlin-Assad relations : history and propaganda 1970-2016
The relationship between Russia and Syria is a strategic partnership with the
purpose of strengthening the Russian sphere of influence and power projection in the
Near East, an area of vital Russian geopolitical interest. For Syria it is a relationship that
furnishes military, economic and diplomatic support from a powerful ally. This analysis
seeks to shed light on how history has shaped the relationship between Russia and Syria
and how propaganda has been utilized as an apparatus in service of these two actors
especially between the years of the Syrian Assad administration from 1970 and 2016.A relação entre a Rússia e a Síria é uma parceria estratégica com o fim de
fortalecer a esfera de influência Rússia e a sua projecção de poder no Médio Oriente,
uma área de interesse geo-estratégico vital para a Rússia. Relativamente à Síria, esta
relação fornece-lhe apoio militar, económico, e diplomático de um poder de ordem
superior. Esta análise procura compreender a amizade histórica entre a Rússia e a Síria e
como a propaganda tem sido utilizada como um aparelho em serviço destes dois actores,
especialmente durante anos da administração Assad na Síria entre 1970 e 2016
Putin's strategy: stabilization through subordination to the US
La posició de Rússia en el món ve determinada per les seves relacions amb els Estats Units.
Després de la seva derrota a la guerra freda, tant els demòcrates com els comunistes esperen alguna
forma de paritat, però els Estats Units no havien derrotat Rússia per concedir la paritat.
Els Estats Units es van retirar unilateralment del Tractat ABMel 2001, l'inici de les negociacions
va perdre el seu sentit, l'OTAN s'ha expandit gradualment malgrat les objeccions de Rússia i
Rússia ha acceptat les bases dels Estats Units a l'Àsia Central. Rússia pot buscar consol en el fet
que el NMD no és tecnològicament convincent, que l'OTAN és massa feble per a l'accióRússia
també forma part de l'OTAN, en l'eliminació de l'amenaça terrorista talibana i en l'absència
d'un enfrontament directe amb els Estats Units. Per tal de protegir-se de les amenaces com la insurgència
txetxena, Rússia ha fixat la seva atenció a reformar l'exèrcit i en la capacitat convencional.
Avui els tractes de Rússia amb Líbia, l'Iraq, l'Iran i Corea del Nord tenen més a veure
amb càlculs comercials que no pas amb desafiaments als Estats Units. Les seves relacions especials
amb la Xina i l'Índiaque són realment independents dels Estats Unitstambé tenen motius
comercials, com ara la venda d'armes a gran escala, i no motius estratègics, tot i que aquests
últims sempre es mantenen a la reserva per si són necessaris.Russias position in the world is determined by its relations with the US. After its defeat in the
ColdWar, both democrats and communists hoped for some form of parity but the US had not defeated
Russia to concede parity. The US unilaterally withdrew from the ABM Treaty in 2001, the
START negotiations lost all meaning, NATO has steadily expanded despite Russias objections
and Russia has accepted US bases in Central Asia. Russia can seek solace in the NMD not being
technologically convincing, in NATO being too flabby for action (and Russia itself being a part of
NATO), in the terrorist threat of the Taliban being eliminated, and in the absence of direct confrontation
with the US. In order to ward off threats like the Chechen insurgency, Russia has
turned its attention to reforming the army and to conventional capability. Today, Russias dealings
with Libya, Iraq, Iran, and North Korea have more to do with commercial calculations than
challenges to the US. Its special relationships with China and India that are genuinely independent
of the US are likewise driven by commercial issues, such as large scale arms sales, rather
than strategic considerations, although the latter are always kept in reserve should they be
needed
A democratização e os militares russos
As relações civis-militares na Rússia pautaram-se por uma especificidade
que as distancia das experiências argentina e espanhola no que respeita à
transição para a democracia. Na era soviética o controlo exercido pelas
forças de segurança interna diminuiu as possibilidades dos militares
intervirem na política nacional, pelo que as forças armadas não foram um
pólo de resistência ao processo democrático. A Rússia pós comunista
herdou uma tradição de subordinação das forças armadas às autoridades
civis. Actualmente, a presença de cisões internas, cortes orçamentais e
redução do número de conscritos afectou seriamente a capacidade de
intervenção dos militares na política interna russa
Contenção, projecção e envolvimento : a política externa russa para o grande Médio Oriente
Este artigo analisa a política externa russa
face ao denominado Grande Médio Oriente. O
texto identifica duas dimensões analíticas: a
da gestão da conflitualidade e participação
da Rússia no Quarteto negocial para a resolução
do conflito Israelo-Palestiniano; e a de
um contexto securitário denso, onde a luta
contra o terrorismo e o ressurgimento do radicalismo
islâmico, a questão armamentista e a
gestão energética, assumem prioridade.
Olhando os desafios e obstáculos subjacentes
à projecção das políticas russas na área, o
texto argumenta que a crescente relevância do
Médio Oriente nas políticas de Moscovo é
reflexo da projecção de poder e influência que
a Rússia prossegue no sistema internacional.
Nesta linha, o artigo conclui que a Rússia joga
um jogo difícil, onde procura conciliar interesses
com oportunidades, num cenário onde
políticas de contenção, projecção e envolvimento
se conjugam na delineação do que Moscovo
pretende sejam contornos favoráveis às
suas opções e acções. Deste modo, a política
externa russa pragmática, assertiva e multi-
-vectorial afirma-se no Grande Médio Oriente
em todas as suas componentes, com o objectivo
subjacente de afirmação russa no cenário
internacional
Influence of sanctions on the external trade of Russia
The impact of the sanctions imposed by the Western countries on Russia since March 2014,
given their influence on the economy of Russia and other countries, has been the subject of
much interest and discussion. The sanctions have an impact on international trade, economic
stability and relationship between the countries. This thesis estimates the influence of sanctions
on the economy of Russia resorting to multiple regression analysis. I find that, although, the
sanctions affected heavily the Russian economy, the relationship between the explanatory
variables in Russian exports and imports did not change due to the sanctions. I also find
compelling statistical evidence that the external trade of Russia strongly depends on the Brent
oil price. Diagnostic tests exhibit quite good model fits.O impacto das sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia desde março de 2014, dada a
sua influência na economia da Rússia e de outros países, tem sido objeto de muito interesse e
discussão. As sanções têm impacto no comércio internacional, na estabilidade económica e nas
relações entre os países. Esta tese estima a influência das sanções na economia da Rússia
recorrendo à análise de regressão múltipla. Descubro que, embora as sanções tenham afetado
fortemente a economia russa, a relação entre as variáveis explicativas nas exportações e
importações russas não mudou devido às sanções. Também encontro evidências estatísticas
convincentes de que o comércio externo da Rússia depende fortemente do preço do petróleo
Brent. Os testes de diagnóstico mostram modelos corretamente especificados
Russia’s Policy towards the Asia-Pacifc: Russia-Japan Relations
Num quadro em que a região Ásia‑Pacífico assume crescente importância na agenda de política externa russa, este texto analisa as implicações do maior empenho das políticas de Moscovo face a este espaço alargado e como estas se refletem na relação Rússia‑Japão. O artigo argumenta que o regresso da Rússia à Ásia‑Pacífico reflete um entendimento abrangente das mudanças atuais que o sistema internacional experimenta, e face às quais a Rússia mantém uma postura proactiva através das políticas que desenvolve e promove, e que se têm revelado ora de integração nesta área, ora de retração face a desenvolvimentos entendidos como potenciando relações de dependência. Ambivalências que o texto analisa e exemplifica através do caso das relações com o Japão.In a context of growing relevance of the Asia-Pacifc region in Russia’s foreign policy, this paper analyses the implication of the greater attention of policies in Moscow towards this enlarged space and how these have reflex in the Russian-Japanese relationship. The article argues that the return of Russia to the Asia-Pacifc demonstrates a broad understanding of the current changes in the international system, in face of which Russia maintains a proactive posture through the politics it develops and promotes, and that have revealed both of integration in the area, and of retraction in face of developments it sees as allowing dependency relations. These ambivalences are analyzed and exemplifed through the relationship with Japan
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