Este artigo analisa a política externa russa
face ao denominado Grande Médio Oriente. O
texto identifica duas dimensões analíticas: a
da gestão da conflitualidade e participação
da Rússia no Quarteto negocial para a resolução
do conflito Israelo-Palestiniano; e a de
um contexto securitário denso, onde a luta
contra o terrorismo e o ressurgimento do radicalismo
islâmico, a questão armamentista e a
gestão energética, assumem prioridade.
Olhando os desafios e obstáculos subjacentes
à projecção das políticas russas na área, o
texto argumenta que a crescente relevância do
Médio Oriente nas políticas de Moscovo é
reflexo da projecção de poder e influência que
a Rússia prossegue no sistema internacional.
Nesta linha, o artigo conclui que a Rússia joga
um jogo difícil, onde procura conciliar interesses
com oportunidades, num cenário onde
políticas de contenção, projecção e envolvimento
se conjugam na delineação do que Moscovo
pretende sejam contornos favoráveis às
suas opções e acções. Deste modo, a política
externa russa pragmática, assertiva e multi-
-vectorial afirma-se no Grande Médio Oriente
em todas as suas componentes, com o objectivo
subjacente de afirmação russa no cenário
internacional