31 research outputs found

    A via extralógica da pesquisa pela verdade nos diálogos platônicos

    Get PDF
    No artigo nos damos à tarefa de mostrar e demarcar a presença de uma via extralógica nos diálogos socráticos. É frequente no texto platônico a recorrência a essa via, sendo de fato uma dimensão que se soma ao percurso lógico-racional de uma conversação filosófica, tal como Sócrates tipicamente a empreendia conforme seu método, a maiêutica. O modo como realizamos isso foi o de percorrer algumas obras, principalmente Êutifron e Hípias menor, Lísis e O Banquete, de forma a ressaltar a atuação de elementos humano-afetivos sobre o discurso, que ora incitam ora desfavorecem o diálogo. Essa via aporta então pela perspicácia de abordar, simultaneamente ao desenrolar da pesquisa filosófica pela verdade, a influência de aspectos emocionais, psicológicos, morais e até institucionais. Concluímos que a via extralógica se registra textualmente, e recebe de Platão um reconhecimento equitativo ao plano discursivo dos argumentos, sendo,portanto igualmente valorizada na busca pela verdade. Trata-se de uma via mais sutil, eminentemente filosófica em suas raízes, e que se constitui ao longo da articulação metodológica.AbstractThis paper aims at showing and marking the presence of an extra logic route in the Socratic dialogues. In the Platonic text the recurrence of this pathway is frequent. It is indeed a dimension that adds to the logical-rational way of a philosophical conversation, such as Socrates typically undertook it according to his method, the maieutic. We accomplished this by going over some works, especially Euthyphro and Hippias minor, Lysis and The Banquet in order to emphasize the role of humanaffective elements on the discourse, which sometimes incite and other times harm the dialogue. This way contributes by the perspicacity of addressing, simultaneously the unfolding of philosophical search for truth, the influence of emotional,psychological, moral and even institutional aspects. We conclude that an extra logic route is registered textually, and it receives equal recognition at the discursive level of the arguments. It is constituted during the course of the methodological articulation and it is eminently philosophical in its roots.No artigo nos damos à tarefa de mostrar e demarcar a presença de uma via extralógica nos diálogos socráticos. É frequente no texto platônico a recorrência a essa via, sendo de fato uma dimensão que se soma ao percurso lógico-racional de uma conversação filosófica, tal como Sócrates tipicamente a empreendia conforme seu método, a maiêutica. O modo como realizamos isso foi o de percorrer algumas obras, principalmente Êutifron e Hípias menor, Lísis e O Banquete, de forma a ressaltar a atuação de elementos humano-afetivos sobre o discurso, que ora incitam ora desfavorecem o diálogo. Essa via aporta então pela perspicácia de abordar, simultaneamente ao desenrolar da pesquisa filosófica pela verdade, a influência de aspectos emocionais, psicológicos, morais e até institucionais. Concluímos que a via extralógica se registra textualmente, e recebe de Platão um reconhecimento equitativo ao plano discursivo dos argumentos, sendo,portanto igualmente valorizada na busca pela verdade. Trata-se de uma via mais sutil, eminentemente filosófica em suas raízes, e que se constitui ao longo da articulação metodológica.AbstractThis paper aims at showing and marking the presence of an extra logic route in the Socratic dialogues. In the Platonic text the recurrence of this pathway is frequent. It is indeed a dimension that adds to the logical-rational way of a philosophical conversation, such as Socrates typically undertook it according to his method, the maieutic. We accomplished this by going over some works, especially Euthyphro and Hippias minor, Lysis and The Banquet in order to emphasize the role of humanaffective elements on the discourse, which sometimes incite and other times harm the dialogue. This way contributes by the perspicacity of addressing, simultaneously the unfolding of philosophical search for truth, the influence of emotional,psychological, moral and even institutional aspects. We conclude that an extra logic route is registered textually, and it receives equal recognition at the discursive level of the arguments. It is constituted during the course of the methodological articulation and it is eminently philosophical in its roots

    A argumentação platônica

    Get PDF
    Este trabalho pretende indagar quais seriam os limites da argumentação filosófica estabelecidos por Platão e a distância destes mesmos limites em relação ao pensamento de Aristóteles e pensadores posteriores conhecidos como desconstrutivistas. A suposição aqui defendida concerne ao fato de que, para Platão, o que realmente muda na argumentação é que a definição se torna delimitação, que a lógica substitui a retórica, que a demonstração se transforma na persuasão, se assumidos os vínculos hermenêuticos a que estão sujeitos o pensamento e a linguagem.Este trabalho pretende indagar quais seriam os limites da argumentação filosófica estabelecidos por Platão e a distância destes mesmos limites em relação ao pensamento de Aristóteles e pensadores posteriores conhecidos como desconstrutivistas. A suposição aqui defendida concerne ao fato de que, para Platão, o que realmente muda na argumentação é que a definição se torna delimitação, que a lógica substitui a retórica, que a demonstração se transforma na persuasão, se assumidos os vínculos hermenêuticos a que estão sujeitos o pensamento e a linguagem.Este trabalho pretende indagar quais seriam os limites da argumentação filosófica estabelecidos por Platão e a distância destes mesmos limites em relação ao pensamento de Aristóteles e pensadores posteriores conhecidos como desconstrutivistas. A suposição aqui defendida concerne ao fato de que, para Platão, o que realmente muda na argumentação é que a definição se torna delimitação, que a lógica substitui a retórica, que a demonstração se transforma na persuasão, se assumidos os vínculos hermenêuticos a que estão sujeitos o pensamento e a linguagem.Este trabalho pretende indagar quais seriam os limites da argumentação filosófica estabelecidos por Platão e a distância destes mesmos limites em relação ao pensamento de Aristóteles e pensadores posteriores conhecidos como desconstrutivistas. A suposição aqui defendida concerne ao fato de que, para Platão, o que realmente muda na argumentação é que a definição se torna delimitação, que a lógica substitui a retórica, que a demonstração se transforma na persuasão, se assumidos os vínculos hermenêuticos a que estão sujeitos o pensamento e a linguagem

    Amor e amizade : em...

    Get PDF

    A filosofia na área de competências de cidadania e profissionalidade. Da reflexão sobre a prática de ensino supervisionada aos cursos de educação e formação de adultos

    Get PDF
    Relatório apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ensino da Filosofia no Ensino SecundárioEste relatório incide sobre a Prática de Ensino Supervisionada (P.E.S.) na Escola Secundária Quinta do Marquês, durante o ano lectivo de 2010/2011. A descrição e respectiva reflexão crítica centrar-se-ão na prática lectiva referente aos níveis de décimo e décimo primeiro anos da disciplina de Filosofia e no modo como as competências adquiridas neste contexto podem ser uma mais valia quando mobilizadas para os cursos de educação e formação de adultos

    Tó thaumázein: a experiência de maravilhamento e o princípio da filosofia em Platão

    Get PDF
    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Florianópolis, 2011Esta dissertação é motivada por uma frase do Teeteto, de acordo com a qual a filosofia começa com a admiração. Nesse diálogo, Platão descreve uma cena em que o jovem Teeteto fica admirado quando compreende um dos argumentos sobre a sensibilidade apresentado por Sócrates. A fim de explicar o sentimento de Teeteto, Sócrates diz que o princípio da filosofia é a experiência de admiração. No primeiro capítulo, assim, tratamos do contexto do Teeteto e do significado da assertiva de Sócrates. No segundo capítulo, estudamos o conceito de páthos e alguns dos epifenômenos da admiração, a saber, a aporia, a passividade e a sensação de estranhamento. No terceiro capítulo, mostramos que, quando a filosofia começa na alma de alguém, há a atuação de uma dialética triplamente patética que pode conduzir o futuro filósofo para região intermediária entre o humano e o divino. No quarto capítulo, argumentamos que Sócrates usava a admiração como uma parte de seu método pedagógico, e que ele era visto por Platão e por seus contemporâneos como algo admirável em si mesmo. Por fim, no último capítulo interpretamos a alegoria da caverna como uma representação plástica e paradigmática dos principais momentos envolvidos na admiração filosófica.This dissertation is motivated by a phrase of Theaetetus, according to which philosophy begins with wonder. In this dialogue, Plato depicts a scene wherein the young Theaetetus becomes astonished when he understands one of the arguments about sensibility presented by Socrates. In order to explain Theaetetus' feeling, Socrates says that the beginning of philosophy (arché) is the experience (páthos) of wonder (tò thaumázein). In the first chapter, then, we deal with the Theaetetus' context and the meaning of Socrates' assertion. In the second one, we study the concept of pathos and some epiphenomena of wonder, namely, aporia, passivity and the feeling of estrangement. In the third chapter, we show that, when the philosophy begins in someone's soul, there is the performance of a triply pathetical dialectics which can lead the future philosopher to the intermediary region between the human and the divine. In the fourth chapter, we argue that Socrates uses admiration as a part of his pedagogical method and that he was seen by Plato and his contemporaries as something wonderful in itself. Finally, in the last chapter we interpret the cave's analogy as a plastic and paradigmatic representation of the main moments involved in the philosophic wonder

    A alma em Platão

    Get PDF
    Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília,Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2018.O presente trabalho pretende investigar a noção de alma (ψυχή) em Platão, a partir de diferentes diálogos em que esse conceito aparece, especialmente o Fédon, a República, o Fedro, as Leis e o Timeu. Pretende-se, com essa análise, não apenas apontar as definições de alma que o filósofo apresenta em cada uma dessas obras, mas principalmente estabelecer relações entre os textos, a fim de perceber se há mudanças na noção de alma em Platão ao longo de sua produção. Nesse sentido, no primeiro capítulo desta dissertação, analisa-se questões introdutórias importantes para o estudo dos diálogos, a respeito da cronologia dos mesmos e de influências que a tradição órfica e Homero exerceram na obra platônica. É no segundo capítulo que tem início o exame dos diálogos mesmos, incialmente pelo Fédon, que apresenta uma noção de alma muito ligada a concepções socráticas e a tradições anteriores a Platão. No terceiro capítulo, analisa-se a célebre tese da tripartição da alma, a partir da República e do Fedro, destacando as diferenças existentes entre os diálogos. O quarto e último capítulo é dedicado ao estudo das Leis, do Timeu e de um trecho diferente do Fedro, visando expor a tese da alma como princípio de todo movimento, bem como a noção da alma do mundo, não mencionadas nas obras anteriormente estudadas. Após analisar os referidos diálogos, relaciona-se todos eles, considerando o tema da alma, a fim de responder ao questionamento inicial, a saber, se é possível defender uma noção unívoca de alma em Platão.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).The present work intends to investigate the notion of soul (ψυχή) in Plato, from different dialogues in which this concept appears, especially the Phaedo, the Republic, the Phaedrus, the Laws and the Timaeus. It is intended, with this analysis, not only to point out the definitions of soul that the philosopher presents in each of these works, but mainly to establish relations between the texts, in order to realize if there are changes in the notion of soul in Plato throughout his production. In this sense, in the first chapter of this dissertation, important introductory questions are analyzed for the study of the dialogues, their chronology and the influences that the Orphic tradition and Homer exercised in the Platonic work. It is in the second chapter that begins the examination of the dialogues, initially by the Phaedo, which presents a notion of soul closely linked to Socratic conceptions and traditions prior to Plato. In the third chapter, we analyze the famous thesis of the tripartition of the soul, from the Republic and the Phaedrus, highlighting the differences between the dialogues. The fourth and last chapter is dedicated to the study of the Laws, the Timaeus, and of a different passage of the Phaedrus, in order to expose the thesis of the soul as the principle of all movement, as well as the notion of the soul of the world, not mentioned in the works previously studied. After analyzing these dialogues, they are all related, considering the theme of the soul, in order to answer the initial questioning, namely, if it is possible to defend a univocal notion of soul in Plato

    The dramatic context of Laches and its relation to Plato's Apology

    Get PDF
    Orientador: Alcides Hector Rodriguez BenoitDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: Conforme retrata Platão na Apologia, o plano de defesa (p???est?) executado por Sócrates possui como núcleo a refutação (??e????) de antigas calúnias (dtaß??a?) contra ele proferidas, em detrimento das acusações que o conduziram a juízo; uma vez que não somente confere o filósofo um maior grau de temeridade àquelas calúnias ¿ em detrimento da ??aF? (acusação escrita) imposta por Meleto ¿ como lhes credita o resultado do julgamento (Apologia 35e-36b). Mas, qual seria a razão para semelhante alusão? Isto é, por que estaria Sócrates convicto de haver refutado a ??aF? que lhe fora imposta e não as antigas acusações? A presente dissertação sustenta que a principal causa desse ¿fracasso¿ assenta-se na impossibilidade de aplicação do ??e????, visto que a ausência de um interlocutor impede a realização da ???t?s?? (processo dialógico), procedimento sem o qual o método utilizado por Sócrates naquele texto faz-se inócuo. Destarte, posteriormente, Platão encontrar-se-ia na iminência de refutar aquelas acusações, contudo, sem utilizar-se para tanto do ??e????. Porém, como dar cabo de semelhante tarefa? Sugere-se que uma tentativa de solução apresentase no Laques, no processo de dramatização que engloba o diálogo. De modo que a ¿contextualização dramática¿ presente nesse texto, longe de constituir-se como reflexo de uma suposta genialidade literária de Platão, seja uma extensão da defesa apresentada na Apologia. Procedimento que possibilitaria uma reabilitação paulatina e propedêutica para Sócrates, e que se fundaria na exaltação ¿ por cidadãos distinguidos de Atenas ¿ das diversas a??ta? (virtudes) do mestre, assim como na crítica ao sistema jurídico vigente (Laques 184d-e). O que permitiu a Platão, em único tempo, ora refutar as calúnias postas na Apologia ¿ suprimindo a carência metodológica do ??e???? ¿ ora reabilitar, perante à pólis, a imagem do mestre injustiçadoAbstract: According to what states Plato in his Apology, the defense plan ((p???est?) executed by Socrates possess as its nucleus the refutation (??e????) of old slanders pronounced against him, to the detriment of the accusations that led him to court. Since it not only grants the philosopher a higher degree of temerity to those slanders ¿ because of the ??aF? (written accusation) imposed by Meletus ¿ but also credits them for the result of the trial (Apology 35e-36b). But what would be the reason for similar allusion? In other words, why would Socrates be convinced of having refuted the ??aF? that had been imposed to him and not the old accusations? This dissertation supports that the main cause of this ¿failure¿ lays on the impossibility of applying the ??e????. Therefore, the absence of a speaker prevents from carrying out the ???t?s?? (dialogic process), procedure without which the method used by Socrates in that text becomes innocuous. Thereby, later on, Plato would find himself in the imminence of refuting those accusations, however, without making any use for that matter of the ??e????. But how to do away with similar task? Is suggested that an attempt of solution presents itself in the Laches, in the process of dramatization that involves the dialogue. In that way, the ¿dramatic context¿ present in the text, far from constituting itself as a reflex of a supposed literary geniality of Plato, is an extension of the defense presented in the Apology. Procedure that would allow a slow and propaedeutic rehabilitation to Socrates, and that would be founded in the exaltation ¿ by distinguished Athens citizens ¿ of the many a??ta? of the master, as well as in the critic to the current legal system (Laches 184d-e). That is what allowed Plato, in a single time, one moment refute those slanders presented in the Apology, suppressing the methodological lack of the ??e????, the next rehabilitate, before the pólis, the image of his injusticed masterMestradoMestre em Filosofi

    Criatividade, filosofia e emaravilhamento: (Técnicas de criatividade aplicadas a comunidade de investigação em Filosofia com crianças)

    Get PDF
    O projeto de investigação “Criatividade, filosofia e emaravilhamento” foi desenvolvido com um grupo de crianças do ensino pré-primário e duas turmas do 1º ciclo de escolaridade. A investigação decorreu em Comunidades de Investigação Filosófica, através da aplicação da metodologia de Filosofia Para Crianças, de Mathew Lipman. Sendo a matriz deste projeto holística, a dimensão cognitiva integrou a corporalidade e fê-la dialogar dialeticamente com os conceitos de sensibilidade estética (aisthésis) e razão prática (phronésis), através de uma poiésis orientada para o desenvolvimento cognitivo, ético e estético. O recurso às técnicas de criatividade de David Prado Diez, nomeadamente a Analogia Inusual, o Torvelinho de Ideias e o Relaxamento Criativo, permitiu estabelecer o diálogo entre a imaginação, a cinestesia, a criatividade e o discurso argumentativo. A cooperação, a intersubjetividade, a comunicação autêntica, a vivência imagética da beleza, da harmonia e da paz, visaram a formação de um ethos comum e de uma consciência em simbiosinergia com as comunidades bióticas e com o cosmos.The research project "Creativity, philosophy and Amazement" was developed with a group of preschool children and two classes of the 1st cycle: from the 1st and the 2nd year, respectively. The research took place in communities of Philosophical Research, through the application of the methodology laid out in Philosophy for Children, by Matthew Lipman. The matrix of this project was holistic, and thus the cognitive dimension included corporeality aspects, in conjunction with the concepts of aesthetic sensitivity (aisthésis) and practical reason (phronésis) through a poiésis oriented towards a cognitive, ethical and aesthetic development. The use of the creative techniques of David Prado Diez, notably the Unusual Analogy, the Whirlwind of Ideas and Creative Relaxation, allowed for a dialogue between imagination, kinesthesia, creativity and argumentative discourse. Cooperation, intersubjectivity, authentic communication, the visual experience of beauty, harmony and peace, aimed at the formation of a common ethos and a conscience in symbiosynergy with the biotic communities and with the cosmos
    corecore