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    A INVERSÃO DO RELATO TRADICIONAL DE GUERRA NO ROMANCE PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO

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    The contemporary Portuguese novel which presents reports of wars, predominantly, demythifies the historical fact, removes all traces of dignity and praise from the warlike event, and reduces it to the level of human degradation. With the intention of discussing this issue, the present article analyses the image of the colonial conflict between Portugal and Mozambique in A costa dos murmúrios (1988) by Lídia Jorge, using Homers Iliad for comparison.O romance contemporâneo português, que transfigura as guerras colônias do período salazarista, tende a desmitificar o feito histórico, afastar do acontecimento guerreiro traços de dignidade e louvor, rebaixando-o ao campo do humano degradado. Com o intuito de exemplificar tal questão, o presente artigo analisa a imagem do conflito colonial entre Portugal e Moçambique construída em A costa dos murmúrios (1988) de Lídia Jorge, tendo como pressuposto comparativo o relato clássico da Ilíada

    As guerras de independência no romance histórico brasileiro contemporâneo: conflitos, fissuras, dissenções

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    Setores tradicionais da historiografia brasileira, na linha da famosa cordialidade dessepovo, tão mentada por importantes setores da intelectualidade nacional, costumam apresentar oprocesso de independência do país como pacífico. No dia sete de setembro de 1822, o Príncipeherdeiro português proclamou a independência do novo país e instaurou o regime monárquicoque durou até 1889. Manteve, com esse ato, sob sua coroa o imenso território que hoje constituio Brasil. Na verdade, o processo de construção do estado brasileiro não foi tão pacífico comocostumam contar em muitos livros escolares de história nem tampouco deixou de colecionarconflitos ao longo de cerca de um século. Nas últimas décadas, historiadores e romancistas vêmse encarregando de apontar as fissuras e dissenções desse processo. A história, desse modo,aparece reescrita em vários romances com diferentes paradigmas textuais. Nesse contexto, opresente trabalho aponta como três escritores contemporâneos trataram de aspectos das guerrasde independência. Assim, a leitura de Viva o povo brasileiro (1984), de João Ubaldo Ribeiro;Lealdade (1997), de Márcio Souza e Anita (1999), de Flávio Aguiar, demonstra como a literaturapode ler de modo privilegiado os signos da história

    POST-MODERNISMO: O FUTURO DO PASSADO NO ROMANCE PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO

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    DEPOIS DE UMA BREVE REFERÊNCIA ÀS DIFICULDADES LEVANTADAS PELO TERMO E PELO CONCEITO POST-MODERNISMO, APRESENTAREMOS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA NOVA LITERATURA E, A PARTIR DA MÁXIMA NON NOVA, SED NOVE, VERIFICAREMOS COMO ELAS SE ACTUALIZAM EM ALGUNS ROMANCES PORTUGUESES

    O MOVIMENTO CONTRA REPUBLICANO DE PASTO (1820-1825), COLÔMBIA

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    As narrativas produzidas ao redor do movimento independentista colombiano estendem-se pelos mais variados géneros discursivos da história e da ficção. Tais construções discursivas do passado se tornam ainda mais complexas quando se trata de situações históricas obscuras e contraditórias, não resolvidas nos discursos assertivos da historiografia. É o caso dos episódios acontecidos no sul da Colômbia, com foco principal na Província de Pasto, durante a guerra independentista, liderada por Simón Bolívar e seus generais. O presente trabalho visa a contribuir com os estudos sobre o movimento insurgente do sul colombiano, com foco na cidade de San Juan de Pasto, a partir da análise de algumas narrativas sobre a temática, produzidas em obras históricas e ficcionais

    Congresso Internacional “O conto: o cânone e as margens”: livro de resumos

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    A Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade Católica de Lovaina (KU Leuven), realiza, nos dias 17, 18 e 19 de maio de 2017, um Congresso Internacional dedicado ao tema O conto: o cânone e as margens. As áreas temáticas das comunicações são as seguintes: História do conto, Hibridismo genológico, Poéticas da brevidade, Teorias do conto, O cânone contístico, Nas fronteiras do cânone, Da oratura ao cânone

    Terra sonâmbula and O outro pé da sereia: two important novels in the work of Mia Couto

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    O presente ensaio tece considerações sobre a obra do escritor moçambicano Mia Couto, com ênfase para as questões tratadas em dois de seus romances mais representativos: Terra sonâmbula (1992) e O outro pé da sereia (2006). O ensaio mostra temas recorrentes nos romances do autor e aponta para a abertura de novos caminhos a partir da obra de 2006. Num momento em que o escritor moçambicano começa a ficar mais conhecido que a própria obra, espera-se colaborar para uma reflexão aprofundada da obra romanesca.The essay aims to reflect about the work of the Mozambican writer Mia Couto, with emphasis to the questions brought by two of his most representative novels: Terra sonâmbula (1992) e O outro pé da sereia (2006). The essay shows themes that always appear in the author’s work and signalize new approaches that brings the 2006 novel. In a moment when the Mozambican writer begin more famous that his work, we expect to collaborate to a profound view of the author’s novels.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    A REESCRITA DO PASSADO EM GALANTES MEMÓRIAS E ADMIRÁVEIS AVENTURAS DO VIRTUOSO CONSELHEIRO GOMES, O CHALAÇA

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    La propuesta de este trabajo es analizar las relaciones entre la literatura y la historia presentes en la novela Galantes memórias e admiráveis aventuras do virtuoso Conselheiro Gomes, o Chalaça (1994), de José Roberto Torero. Esta obra recrea las aventuras del Conselheiro Gomes, más conocido como Chalaça, secretario particular y de alcoba del Imperador Pedro I. Al ficcionalizar un personaje histórico que participó de relevantes acontecimientos de la historia brasileña, pero que por ser considerado un antihéroe fue marginalizado por la historiografía oficial, la novela permite que los lectores penetren en los bastidores de la historia nacional a través de la mirada periférica de su protagonista. De ese modo, nos proponemos a examinar la referida narrativa a partir del dialogo entre el discurso histórico y el literario en la citada narrativa de Torero, investigando como el autor reescribe un importante período del pasado brasileño. Para nuestra lectura utilizaremos como punto de partida las teorías del crítico uruguayo Fernando Aínsa que apunta en su texto “La nueva novela histórica latinoamericana” algunas marcas comunes a diversas producciones contemporáneas que reescriben el pasado, clasificándolas como Nueva Novela Histórica Latinoamericana. Así, abordaremos la narrativa de Torero bajo la perspectiva presentada por Aínsa, verificando si el libro Galantes memórias e admiráveis aventuras do virtuoso Conselheiro Gomes, o Chalaça puede ser inserido en la categoría propuesta por el crítico uruguayo.: A proposta deste trabalho é analisar as relações entre a literatura e a história presentes no romance Galantes memórias e admiráveis aventuras do virtuoso Conselheiro Gomes, o Chalaça (1994), de José Roberto Torero. Esta obra recria as aventuras do Conselheiro Gomes, mais conhecido como Chalaça, secretário particular e de alcova do Imperador Pedro I. Ao ficcionalizar um personagem histórico que participou de relevantes acontecimentos da história brasileira, mas que por ser considerado um anti-herói foi marginalizado pela historiografia oficial, o romance permite que os leitores penetrem nos bastidores da história nacional através do olhar periférico de seu protagonista. Desse modo, nos propomos a examinar a referida narrativa a partir do diálogo entre o discurso histórico e o literário na citada obra de Torero, investigando como o autor reescreve um importante período do passado brasileiro. Em nossa leitura, usaremos como ponto de partida as teorias do crítico uruguaio Fernando Aínsa que aponta em seu texto “La nueva novela histórica latinoamericana” algumas marcas comuns a diversas produções contemporâneas que reescrevem o passado, classificando-as de Novo Romance Histórico Latino-americano. Assim, abordaremos a narrativa de Torero sob a perspectiva apresentada por Aínsa, verificando se o livro Galantes memórias e admiráveis aventuras do virtuoso Conselheiro Gomes, o Chalaça pode ser inserido na categoria proposta pelo crítico uruguaio

    Entre ficção e história: a organização estética no romance de José Saramago

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    This article aims to understand the discussion of the role of the History of Portugal in the mode of aesthetic organization in José Saramago's novel that generates the materialization of the aesthetic object. For analysis, the novel "The History of the Siege of Lisbon" will be used as an artistic object of analysis, as it is believed that the organization of the Saramaguiano aesthetic object takes place through the game between fiction and history, fulfilling a compositional aesthetic function determined by the architectural organization designed by the creator author. Getting in touch with this specific form of organization of Saramago is also getting in touch with the image of the tradition that History has in the country and how it is related to the subjects that transit there. Just as, in this article, the study of the novel, postulated by Mikhail Bakhtin (2014), helps to visualize this constitution of this contemporary aesthetic object, the studies of Eduardo Lourenço and Professor Dr. Teresa Cristina Cerdeira help to understand the relationship of the Portuguese with History, and the concept developed by Hayden White (2014) guide the look at the form of constitution of historical discourse, as well as its almost direct relationship with the artistic-literary discourse. In this exhibition, it is intended to conclude that José Saramago's novel is constituted through the relationship established between fiction and history, and this relationship is determined by the valuation placed in the architectural plan elaborated by the author-creator.O presente artigo tem como objetivo compreender a discussão do papel da História de Portugal no modo da organização estética no romance de José Saramago que gera a materialização do objeto estético. Para fins de análise utilizar-se-á como objeto artístico de análise o romance "História do Cerco de Lisboa", pois crê-se que a organização do objeto estético saramaguiano se dá através do jogo entre ficção e história, cumprindo uma função estética composicional determinada pela organização arquitetônica pensada pelo autor criador. Entrar em contato com essa forma de organização específica de Saramago, é entrar também contato com a imagem da tradição que a História tem no país e como isso está relacionado com os sujeitos que ali transitam.  Assim como, neste artigo, o estudo sobre o romance, postulado por Mikhail Bakhtin (2014), ajuda a visualizar essa constituição desse objeto estético contemporâneo, os estudos de Eduardo Lourenço e da Profª Dra. Teresa Cristina Cerdeira auxiliam a entender a relação dos portugueses com a História, e o conceito desenvolvido por Hayden White (2014) guiam o olhar para a forma de constituição de um discurso histórico, bem como a sua relação quase que direta com o discurso artístico-literário. Pretende-se concluir que o romance de José Saramago é constituído por meio da relação estabelecida entre ficção e história, sendo que essa relação é determinada pela valoração posta no plano arquitetônico elaborado pelo autor-criador

    O olho mágico, o abrigo e a ameaça: convulsões – Ruy Guerra filma Chico Buarque

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    Desde a década de 1990, o «cinema da retomada» focaliza a violência social, a corrupção e a crise institucional no Brasil. São poucos os filmes que se afastam desta postura de transparência e de ajuste aos códigos dominantes no mercado, trabalhando dentro de um estilo afinado ao cinema moderno de autor. Um dos melhores exemplos nesta direção é Estorvo (2000), de Ruy Guerra, adaptação do livro de Chico Buarque. O artigo demonstrará como o filme, tal qual a obra original, opta por uma narrativa que nos desconcerta ao trabalhar na própria forma a crise do sujeito na atualidade, repondo nossa interrogação sobre o percurso das personagens – e da ordem familiar – em seupeculiar envolvimento com aspectos contundentes da violência social no Brasil.Since the 90’s, the «cinema of retaken» has focalized social violence, corruption and< institutional crisis in Brazil. There are few dominant codes that stand back from this attitude of transparency in communication and from the settlement to the dominant codes in market, working according to a style tuned with the modern authorial cinema. One of the best examples of this is the movie Estorvo (Turbulence, as released in English) (2000), by Ruy Guerra, adaptation of the book by Chico Buarque. The article is going to demonstrate how the movie, as the book it is originated from, chooses a narrative that disconcerts us on presenting in its form the subject’s contemporary crisis. The movie also replaces our questioning about the characters – and the familial structure – course in their peculiar involvement with scathing aspects of the social violence in Brazil

    Memória e mito dos descobrimentos na literatura do século XX

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    Tese de doutoramento em Língua Portuguesa, no ramo de Investigação e Ensino e na área científica de Literatura, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de CoimbraO construto cultural, que é a nação, radica numa base material alicerçada num sistema de representação simbólica e sociocultural; constitui-se como uma forma superior de identificação, assente num vasto legado de memórias, no desejo de viver junto e perpetuar o valor integral da herança que se recebeu. Tais argumentos confluem na mitificação de certos momentos históricos e na formação de um imaginário coletivo que, no caso português, engloba heroísmo, ousadia, fé e um destino messiânico. A literatura não é alheia à identidade nacional, pelo contrário, contribui decisivamente para a sua formação, ao dar expressão aos temas e mitos que conformam o imaginário da comunidade. No caso português perpetua a ideia de um país em constante viagem, cujo destino transcende o seu território. A glorificação desta mitografia surge na Literatura Portuguesa já na Idade Média e prolonga-se até à atualidade, embora apresente cambiantes, que vão desde a mera descrição, ao elogio, à condenação e ao exorcizar da fantasmagoria coletiva. Este último tópico surge em época mais recente, com uma dimensão nostálgica inerente à memória, oscilando entre a perda e a conservação, a necessidade de lembrar e esquecer os fantasmas (ligados a traumas antigos e modernos, como o desaparecimento de D. Sebastião, ou a perda do Império Colonial). Na história da cultura portuguesa, marcada pelos Descobrimentos, são inseparáveis as ideias de nação e de império. O império que Portugal sonhou, e o que possuiu de facto por cinco séculos e que lhe valeu a criação de uma imagem contraditória: a de um povo predestinado, de senhor dos mares e da conquista, mas também de um país sem um projeto realista de futuro. Tal viria a confirmar-se com a perda das colónias africanas, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, que obrigou a uma reconfiguração do espaço nacional. Seguindo o intertexto camoniano ou recorrendo à paródia e à ironia, a literatura do século XX perpetua o processo de mitificação ou contribui para contestar a versão tradicional dos eventos históricos. Refira-se, do conjunto das obras selecionadas: Mensagem, de Fernando Pessoa, em que, numa linha épico-lírica, perpassa a ideia de Portugal como cabeça da Europa e ao comando do Quinto Império, sob signo messiânico; O Senhor Ventura, de Miguel Torga, cuja narração nos mostra as aventuras de um pícaro português no Oriente, como acontecera com o herói da Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto; Tocata para dois Clarins, de Mário Cláudio, onde, a propósito de uma visita à Exposição do Mundo Português e da glorificação das Descobertas Marítimas, se satiriza a máquina de propaganda salazarista em pleno funcionamento, numa tentativa de justificar a necessidade da permanência nas colónias; As Naus, de António Lobo Antunes, uma antiepopeia paródica em que passado imperial e presente pós-imperial se encontram amalgamados, num retorno improvável de figuras de proa da época das Descobertas, dando lugar a uma atmosfera de miséria social e humana; O Conquistador, de Almeida Faria, reinterpreta a História, parodiando, através do seu protagonista, a figura histórica e mítica do jovem rei desaparecido em Alcácer-Quibir, em 1580; Jornada de África, Romance e Amor e Morte do Alferes Sebastião, de Manuel Alegre, revela um cariz autobiográfico, narrando a desventura de um jovem estudante que acaba, à semelhança do jovem rei seu homónimo, por desaparecer em combate; A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge, realiza uma viagem pela identidade nacional e individual, acompanhando a transformação uma jovem que também assistiu à crueldade da guerra; ou A Jangada de Pedra, de José Saramago, que, através do recurso ao fantástico (imaginando a Península Ibérica a navegar pelo Oceano Atlântico), aponta para a força de união ibérica face à Europa que se agrega em comunidade económica. Confrontando o passado e o presente de um povo que conquistou um império ultramarino notável e que viveu sob o signo da mística desse império durante séculos, a literatura portuguesa contemporânea inspira-se na mitografia para reinventar a imagem da nação.The cultural construct, known as nation, is grounded on a material basis of a system of symbolic and socio-cultural representation. It becomes a superior form of identification based on a wide legacy of memories; on the wish of living together and perpetuating the whole values of the received inheritance. Such arguments result in the mythification of particular historical moments and in the construction of a collective imaginary that, in the specific Portuguese case, includes heroism, audacity, faith and a Messianic destiny. Literature is by no means strange to the national identity; on the contrary, it decisively contributes for its formation, by expressing the themes and myths that compound the community imaginary. In the Portuguese case, it immortalizes the idea of a country in constant journey, whose destination transcends its territory. The glory of historic past appears in the Portuguese Literature during the Middle Ages and is extended on to contemporaneity, even though it presents changes that move from the simple description to praise and condemnation and to the exorcism of a collective phantasmagoria. This last topic appears in a more recent period with a nostalgic dimension that derives from memory, including the sense of loss and preservation, the need to remember heroes and to forget the ghosts (some of them connected to ancient and present traumas as the disappearance of King Sebastian or the loss of the Colonial Empire). In the history of the Portuguese Culture, earmarked by the Discoveries, the ideas of nation and empire are inseparable. The dreamt empire and the one Portugal possessed for over five centuries were responsible for the creation of a contradictory image: on the one hand, the people who were predestined to conquer the seas and rule the world, and, on the other, the one of a country with no real project for the future. This last image would come to be confirmed by the loss of the African colonies, after the Revolution of the 25th of April,1974, that forced a reconfiguration of the national territory. Either by following the path of Camões intertext or by resorting to the parody and irony, the literature of the 20th century perpetuates the mythification process and contributes to the contestation of the traditional version of the historical events. Let us focus on the selected works for analysis: in Mensagem by Fernando Pessoa, there is an epic-lyric line that pervades the idea of Portugal as the head of Europe, the country that commands the Fifth Empire under the Messianic edge; O Senhor Ventura, by Miguel Torga, describes the adventures of a Portuguese picaresque in the Orient, as happened earlier with the hero of Peregrinação, by Fernão Mendes Pinto; Tocata para Dois Clarins, by Mário Cláudio: under the excuse of a visit to the Exhibition of the Portuguese World and the glorification of the Discoveries, the operating propaganda machine of Salazar’s dictatorship is satirized, in an attempt to justify the need to remain in the colonies; As Naus, by António Lobo Antunes, an anti-epic parody where the imperial past and the post-imperial present are melded, in an implausible return to the prominent personalities of the Discoveries, giving rise to a scenario of human and social misery; O Conquistador, by Almeida Faria reinterprets History by making a parody through its main character, inspired in D. Sebastião, a king lost in Alcácer-Quibir, in 1580; Jornada de África, Romance e Amor e Morte do Alferes Sebastião, by Manuel Alegre shows an autobiographical purpose, narrating the misfortune of a young student who ends, similarly to the homonymous king, lost in combat; A Costa dos Murmúrios, by Lídia Jorge performs a journey through the national and individual identity following the transformation of a young woman who also lived the cruelty of war; or A Jangada de Pedra, by José Saramago where through the use of fantastic elements (imagining the Iberian Peninsula navigating through the Atlantic Ocean) points to the strength of the Iberian union during (against) the process of integration in the European Community. By confronting the past with the present of a People who conquered a remarkable oversea empire and lived under the mystic of that empire for centuries, the contemporary Portuguese Literature uses mythography as a means to reinvent the image of the nation
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