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    LOS ESTUDIOS CULTURALES EN AMÉRICA LATINA: INTERCULTURALIDAD, ACCIONES AFIRMATIVAS Y ENCUENTRO DE SABERES

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    El artículo ofrece una propuesta de refundación de los Estudios Culturales en América Latina, retomando el ideario y la postura política crítica que ha sido constitutiva de esa área de estudios desde su creación en los años sesenta en Birmingham. Esa postura crítica fundante se actualiza ahora en el proyecto de un Doctorado en Estudios Culturales en la Universidad de Brasilia, basado en tres ejes: la lucha por cuotas para negros e indígenas en las universidades; la superación del dualismo dominante entre las Humanidades y las Ciencias Exactas a través de las teorías de la complejidad; c) el Encuentro de Saberes. El proyecto de Encuentro de Saberes es un proceso teórico-político que empezó este año en la Universidad de Brasilia y que permite que los maestros y maestras de los saberes tradicionales latinoamericanos (chamanes, payes, artesanos, arquitectos indígenas, artistas, músicos, especialistas en plantas medicinales) entren ahora como profesores a dictar cursos regulares en la universidad. Los Estudios Culturales en cuanto Estudios Críticos de la Cultura deben proveer la fundamentación teórica, metodológica y política para que las universidades latinoamericanas, que fueron constituidas como blancas, excluyentes, racistas y dedicadas a reproducir únicamente el saber eurocéntrico moderno, finalmente se transformen en aquello que ellas deberían haber sido desde su fundación hace siglos: centros multi-epistémicos de estudios, abiertos a todos los saberes creados y vigentes en nuestro continente - saberes occidentales, indígenas, afro-americanos, y de las comunidades tradicionales

    Estética da opacidade e da transparência: Mito, música e ritual No culto Xangô e na tradição erudita ocidental

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    Proponho-me neste trabalho apresentar, em primeiro lugar, uma etnografía da vida musical no culto xangô de Recife, focalizando principalmente as correlações entre os vários estilos musicais praticados e a organização do seu complexo universo ritual. Em segundo lugar, compararei algumas abordagens etnomusicológicas clássicas para se compreender sistemas musicais tradicionais (como é o caso da música xangô) com abordagens tidas como específicas ou exclusivas para se compreender a música erudita ocidental. Nesse contexto, discutirei a análise feita por Lévi-Strauss de um tema musical da tetralogia O Anel dos Nibelungos, de Richard Wagner, bem assim como as teses principais de Max Weber, Theodor Adorno e Fredric Jameson sobre a crescente racionalização dos procedimentos técnicos e compositivos da música ocidental moderna, procurando reler todas essas idéias ”” fortemente ocidentais ”” à luz do material musical xangô

    Usos e abusos da antropologia em um contexto de tensão racial : o caso das cotas para negros na UnB

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    Entro neste debate na condição de autor, junto com Rita Segato, do texto da proposta de cotas para negros e índios aprovada na UnB em 2003. Não escondo que o assunto toca-me diretamente e justamente por isso decidi tentar contribuir para uma ampliação do contexto em que surgiram os fatos mencionados por Maio e Santos e aprofundar as discussões sobre as vinculações (negativas e positivas) da nossa rede de antropólogos com a luta contra o racismo, dentro do qual concebo o esforço das cotas para negros nas universidades brasileiras

    O jogo das bolinhas. Uma simbólica da masculinidade

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    Apesar de sua enorme difusão e vigência, tanto no Brasil como na maioria dos países ocidentais, poucas são as descrições conhecidas do jogo de bolinhas e muito mais raras são as tentativas de interpretação de seu significado cultural especifico. Jogo de milenar antigüidade, já era conhecido pelos gregos antigos (Cascudo, 1972: 137 afirma que era então denominado pila vitrea) e é possível imaginar que fosse um dos jogos infantis que fascinaram os primeiros pensadores ocidentais, principalmente, por sua dimensão intelectual. Tal é, pelo menos, a sugestão contida no belíssimo comentário de Kostas Axelos sobre a vida de Anaxágoras: “Segundo o logos da lenda [Anaxágoras] teria solicitado, pouco antes de morrer, que se organizassem festas infantis em todos os aniversários de sua morte. Parece que esse costume se conservou. Os jogos infantis perpetuaram assim os jogos do pensamento" (Axelos, 1978: 228). É possível, igualmente, supor que o jogo de bolinhas tivesse admitido explicitamente, tempos atrás, uma dimensão sagrada ou cosmológica (assim como o tinha o jogo de pelota no México Antigo; ver Weisz 1986: 72), perdida em um certo momento como se perdeu uma parte do simbolismo do jogo da amarelinha, por exemplo. Entretanto, como pretendo mostrar, parecem existir ainda aspectos do jogo que tocam de perto o mundo do espírito

    La mirada etnográfica y la voz subalterna

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    The essay presents a theoretical and methodological assessment of anthropology and of its place in contemporary thought in the Humanities. To do so, the author develops the metaphor of the metamorphoses of the ethnographic eye and detects some crucial moments of the reception and reproduction of this knowledge created in metropolitan centers in the days of colonialism, in periferal countries. After a review of theorists of postcolonial and subaltern studies, such as Edward Said, Gayatri Spivak and Homi Bhabha, the author discusses the possibilities of a postcolonial ethnography based on the narration of subaltern voices. Finally, he illustrates these discussions with the presentation of a narrative of a woman from the Brazilian state of Maranhão who works as a gatherer of babaçu cocoanut. He compares her text with Heidegger’s reading of one of Hölderlin’s poems.Este artículo propone una evaluación teórica y metodológica de la antropología y su lugar en el pensamiento actual de las ciencias humanas. Para ello, el autor construye la metáfora de las metamorfosis de la mirada etnográfica y detecta momentos importantes de la recepción y reproducción de ese saber generado en los países centrales en los días del colonialismo, en países periféricos. Luego de un recorrido por teóricos del pensamiento poscolonial y los estudios subalternos, como Edward Said, Gayatri Spivak y Homi Bhabha, se discuten las posibilidades de una etnografia poscolonial, centrada en la narración de voces subalternas. Finalmente, ilustra esas discusiones conceptuales con la narrativa de una mujer el estado brasileño de Maranhão y compara ese texto con la lectura que hace Heidegger de un poema de Hölderlin

    A antropologia e o Niilismo filosófico contemporâneo

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    Seja em suas versões mais rasantes e simplificadoras, seja na sua forma mais qualificada e menos destrutiva, pode-se sustentar que o niilismo é uma atitude que caracteriza, no momento presente, uma boa parte do universo intelectual ocidental. Suas raízes podem ser buscadas de diversos modos, dependendo dos fatores que decidamos priorizar como básicos, dos momentos específicos da história européia considerados cruciais para o seu surgimento ou dos locais específicos do continente onde se supõe que ele foi gerado. Teorizar o niilismo, é bom observar, parece já uma saída criativa dentre as poucas que ainda restam, para o pensamento filosófico ocidental neste final de milênio, conforme procuraremos discutir. Pretendo, então, primeiramente, fazer uma avaliação crítica dessa postura niilista e das suas conseqüências para a relação entre Filosofia e Antropologia, focalizando a obra de Gianni Vattimo, El Fin de La Modernidad * que, acredito, deverá ganhar um grande destaque no panorama filosófico moderno. Em uma segunda parte polemizarei, também, com outros antropólogos e filósofos, buscando avaliar, principalmente, se na era chamada pós-moderna essa relação entre as duas disciplinas pode ser colocada de maneira mais frutífera e mais afirmativa

    A antropologia entre as ciências sociais e as humanidades

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    O presente memorial foi apresentado em setembro de 2015 ao Departamento de Antropologia como parte dos requisitos para a ascensão à classe de professor titular. Apresento-o aqui em uma versão revisada, mantendo praticamente a mesma sequência de seções. Todas as publicações que nele menciono podem ser encontradas, com as referências completas, no meu currículo Lattes. Procurei cobrir, de maneira sintética, a minha formação acadêmica e as atividades correlatas ”“ de ensino, pesquisa, extensão e participação na esfera pública ”“ que considero mais significativas e que desenvolvi na Universidade de Brasília (UnB) de junho de 1985 a julho de 2015. Minha trajetória acadêmica foi sempre marcada por uma pluralidade de interesses intelectuais e de pesquisa. Alguns temas me acompanham desde o início, de modo ininterrupto, ainda que intermitente. Já outros temas surgiram muito depois, ampliando ainda mais o leque de interesses, porém sem que nenhum deles tenha representado uma ruptura com quaisquer dos anteriores. Procuro evidenciar, neste memorial, as conexões entre os diversos temas de pesquisa a que me dediquei, na tentativa de mostrar as linhas de coerência subjacentes à minha trajetória, que de outro modo podem não transparecer com facilidade devido a uma nítida diversificação dos assuntos sobre os quais publiquei e ensinei. Acresça-se a isso o fato de que o desenvolvimento desses temas não se deu de forma linear nem contínua, porém simultânea ao longo de décadas. Por todos estes motivos, adotei uma narrativa basicamente cronológica, embora com antecipações e retomadas, de modo a refletir o acúmulo de trabalhos publicados, seguindo a ordem temporal interna de cada um deles

    O confinamento racial do mundo acadêmico brasileiro

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    A implementação recente do sistema de cotas para estudantes negros no ensino superior é um fenômeno que rompe radicalmente com a lógica de funcionamento do mundo acadêmico brasileiro desde a sua origem, no início do século passado. Por um lado, as cotas provocam reposicionamento das relações raciais no nosso meio acadêmico, começando pelo universo discente da graduação, porém com potencial para estender-se à pós-graduação, ao corpo docente e aos pesquisadores. Por outro, a polêmica gerada em torno das cotas apresenta questões teóricas e epistemológicas sobre a legitimidade e o estatuto de verdade das interpretações das relações raciais no Brasil, formuladas no âmbito do universo acadêmico desigual, sob o ponto de vista racial. Propõe-se, então, esboçar reflexão sobre as relações raciais no Brasil pós-cotas que tome em consideração a condição racial dos teóricos e as experiências de interação racial que suscitaram as teorias que produziram

    Transformações da sensibilidade musical contemporânea

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    Este ensaio visa propor uma reflexão sobre as mudanças na sensibilidade musical no mundo ocidental neste fim de século. As profundas transformações na tecnologia da produção musical ocorridas nas últimas décadas provocaram uma alteração dramática do lugar que a música ocupa na sociedade e também para o indivíduo. Interpreto o impacto dessas mudanças através de quatro elementos de análise profundamente interrelacionados: a tecnologia de gravação e reprodução, a execução musical, a recepção do produto musical e as subculturas musicais que condicionam as opções de uma vasta gama de consumidores de música, jovens e velhos. Na tentativa de construir uma sensibilidade musical deveras pluralista, procurei ilustrar esses argumentos com exemplos musicais retirados dos estilos mais diversos: eruditos, tradicionais, populares, massificados, folclóricos, ritualizados, etc. Dialogo também com teorias da música e da cultura contemporânea que cobrem um amplo eixo da Musicologia e da Etnomusicologia, de Béla Bártok, Adorno e Benjamin a John Blacking, Jacques Attali, Jean Baudrillard, Simon Frith, Lawrence Kramer, entre outros.This essay develops a series of reflections about the changes in the musical sensibility in the Western world today. The profound changes in the technology of musical production which occurred in the last decades provoked a substantial shift in the place of music in society and for the individual. I try to interpret the impact of these changes on the basis of four elements of analysis deeply interrelated: technological innovations in recording and reproduction, musical performance, reception of the musical product, and musical subcultures which shape the choices of a vast sector of musical consumers, young and old. In an attempt to set the basis for a truly pluralist musical sensibility I seek to illustrate these new dilemmas with musical examples coming from the most varied and different styles: erudite, popular, traditional, folk, mass-media-oriented, ritualized, etc. Dialogues are established with various theoreticians of music and of contemporary culture, from Adorno, Béla Bártok, Walter Benjamin, to John Blacking, Jacques Attali, Jean Baudrillard, Simon Frith, and Lawrence Kramer,among others
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