221 research outputs found

    A saúde pública como política: o estudo de formuladores de políticas

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    O campo da Saúde Coletiva no Brasil: definições e debates em sua constituição

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    A Saúde Coletiva pode, em um primeiro contato, parecer bastante múltipla e fragmentada. Buscando compreender melhor o que a define como conhecimento e atuação na sociedade, realizou-se uma recuperação de natureza teórica das considerações históricas e epistemológicas desenvolvidas por pesquisadores dedicados a caracterizá-la como campo científico e social. Primeiro, com base nessa produção bibliográfica, foi feita uma breve caracterização da emergência da Saúde Coletiva. É de se destacar que suas origens situam-se no final da década de 1970, em um contexto no qual o Brasil estava vivendo uma ditadura militar. A Saúde Coletiva nasce, nesse período, vinculada à luta pela democracia e ao movimento da Reforma Sanitária. Apontam-se as influências do preventivismo e da medicina social em sua constituição. Ao longo deste estudo, foram exploradas distintas tentativas de sua delimitação como campo de saberes e de práticas. Buscou-se apresentar a Saúde Coletiva não com uma definição única, mas considerando a multiplicidade de construções encontradas, o que permite apontar para uma identidade de difícil elaboração e ainda em desenvolvimento.At first sight, Collective Health might seem to be multiple and fragmented. Aiming to understand better what defines it as knowledge and activity in society, we made a theoretical review of historical and epistemological considerations developed by researchers who dedicated themselves to characterizing it as a scientific and social field. First, based on this literature, we provide a brief panorama of the emergence of Collective Health in Brazil. It is important to notice that its origins date back to the end of the 1970s, in a context in which Brazil was experiencing a military dictatorship. Collective Health emerges, at that moment, connected with the struggle for democracy and with the Health Reform movement. We show the influences of preventive medicine and social medicine in its constitution. Then, we explore different attempts to delimit it as field of knowledge and practice. We sought to present Collective Health not through one single definition, but taking into account the multiplicity of constructions about it that we found. This allows us to point to an identity of difficult development and that is still under construction

    Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica

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    Qualitative research as applied to Public Health and Social Medicine is studied. The project is based upon research into the historical transformation of medical professional autonomy as medicine shifted from the "liberal" practice to recent "technological" medicine. Field research used unstructured recorded interviews to gather perssonal testimonies about the professional histories of physicians who graduated between 1930 and 1955. These testimonies are technically classified as "oral accounts" and were registered as free narratives. This study analysis how accounts can express the physicians' self-representations of their daily work and simultaneously write the history of medical practice. Further, the unstructured interview is evaluated as an instrument yielding free narratives and life accounts.Foi realizada pesquisa qualitativa aplicada à saúde coletiva e medicina social, baseando-se em estudo acerca das transformações históricas da autonomia profissional dos médicos na passagem da medicina liberal para a atual medicina tecnológica. A pesquisa de campo valeu-se de entrevistas abertas e gravadas para colher depoimentos pessoais sobre histórias da vida profissional de médicos formados entre 1930-1955. Caracterizados tecnicamente como "relato oral", os depoimentos foram registrados na forma de narrativas livres. Os relatos são considerados quanto à capacidade de expressarem a auto-representação dos médicos sobre seus cotidianos de trabalho, bem como registrarem a história da prática médica. Avalia-se a entrevista aberta como instrumento de produção de narrativas livres e relatos de vida

    Healthcare needs, public policies and gender: the perspective of professional practices

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    Examina-se a relação entre políticas públicas e práticas dos profissionais, relativamente às necessidades de saúde. Em abordagem teórico-conceitual, as práticas são definidas como desempenhos permeados por determinantes técnico-cien­tíficos e sócio-históricos para a produção social de um trabalho, analisando-se suas possibilidades de mudanças culturais, éticas e políticas, para um agir crítico das desigualdades de gênero. Tomando-se a atenção integral à saúde dos homens, examina-se a relevância da distinção entre necessidades masculinas e femininas, enquanto realidades parciais não necessariamente convergentes na (re)produção daquelas desigualdades. Igualmente se examinam as práticas profissionais, como realidade parcial e distinta das políticas, estabelecendo relações não imediatas. Desenvolve-se que são obstáculos simbólicos e práticos para mudanças: a normalização biomédica redutora das necessidades, a cultura do trabalho autônomo e da abordagem individualizante das necessidades, a cultura tradicional de gênero conservando práticas desiguais para homens e mulheres e a ausência de inscrição dos direitos como parte do agir profissio­nal. Isto exige propostas específicas às práticas de saúde e às necessidades masculinas para maior convergência com as reformas das políticas.This paper examines the relationship between public policies and professional practices with respect to healthcare needs. Taking a theoretical-conceptual approach, practices are defined as acts that are permeated by technical-scientific and socio-historical determinants for the social production of work, and the possibilities for cultural, ethical and political changes were analyzed in order to take critical action regarding gender inequalities. With comprehensive healthcare for men as the reference point, the relevance of a distinction between male and female needs, as partial and not necessarily convergent realities in (re) producing these inequalities, is examined. Likewise, professional practices are examined as partial and distinct realities of policies that establish non-immediate relationships. It is considered that the following are symbolic and practical obstacles to change: the reduction of needs through biomedical normalization; the culture of self-employment and approaches that individualize needs; the traditional gender-based culture that conserves unequal practices for men and women; and the lack of registration of rights as part of professional action. This requires proposals specifically geared to healthcare practices and male needs, in order to achieve greater convergence with policy reforms

    Ciências humanas e medicina: as contribuições da história para a formação e a prática do médico

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    ABSTRACT: Falta This article deals with the contributions of History as a scientific discipline for professionals and students of medicine. It is included inside of the current debate about the importance of teaching the Humanities for future doctor, inside which were identified the particular contributions of History to the knowledge of Medicine as a scientific, a technical and a social practice at the same time. By examining in particular the health care as an outcome of the medical practice in the exercise of this profession, the notion of care is defined, and based on it the approach of studies on health practices is justified for the exam the contributions of History. In this sense, it is pointed out how methodologically the history of health and medical practices differs from the history of science and also of the studies on memory, although having relations with both. Three categoriesof historical analysis were examined: the historical stays, the historical breaks and the circularity, showing how to express themselves with regard to approach the illness as patient experience in interaction with the construction of the disease based on medical experience. Such interaction provided by the historical contributions allows creating the specific setting of the clinical encounter, and of the doctor-patient relationship, necessary to reach a good care.Este artigo trata das possíveis contribuições da História para os profissionais e estudantes da Medicina. Incluindo-se no interior do atual debate acerca da importânciado ensino das Humanidades para a formação do futuro médico, identificam-se as particulares contribuições dessa disciplina científica para aprofundar o conhecimento da Medicina como prática ao mesmo tempo técnico-científica e social. Examinando-se em especial a perspectiva do cuidadocomo produto da prática do médico, no exercício de sua profissão, define-se esta noção de cuidado e justifica-se a tomada dos estudos sobre as práticas de saúde para considerar as contribuições da História. Nesse sentido, mostra-se metodologicamente de que modo a História das Práticas de Saúde diferencia-se dos estudos acerca da História das Ciências e também dos estudos de corte memorialista, ainda que guarde relações com ambos. São examinadas três categorias da análise histórica, a saber, as permanências, as rupturas e a circularidade, mostrando-se como se expressam relativamente à abordagem do adoecimentocomo experiência do paciente em interação com a construção da doença com base na nosografia médica, como experiência do médico. Tal construção interativa, facultada pelos aportes da História, permitem a configuraçãodo encontro clínico e da relação médico-paciente necessários à produção do cuidado

    Atenção primária no sistema de saúde: debates paulistas numa perspectiva histórica

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    Este artigo traz como objetivo central a recuperação histórica, por meio de vestígios e pistas, de dimensões que trataram da organização das práticas de saúde no Brasil, tendo a "Atenção Primária em Saúde" um lugar especial nessa contenda. Para isso, atentou-se para um momento bastante rico e complexo, quando alternativas nesse campo eram propostas, sobretudo, por profissionais da saúde que trabalhavam entre experiências também marcadas em sua "dimensão regional paulista", a partir de seus lugares e vivências institucionais. Nesse sentido, olhar para o passado como ponto de apoio para essa compreensão será de extremo valor, já que essas experiências vividas não se rompem completamente, mas estarão permanentemente sendo recuperadas, quer para que se ultrapassem certos liames conjunturais, quer para utilizá-las como ponto de referência para se pensar desdobramentos futuros do pensamento e das práticas de saúde. Cobriu-se, em especial, o período entre 1970 a 1990, com destaque à proposta da Programação em Saúde como política oficial do Estado de São Paulo para a implantação da atenção primária como projeto de extensão de acesso, primeiro nível do sistema de saúde e produção de cuidados específicos. Examinaram-se complementarmente as propostas paulistas da Ação Programática e da Defesa da Vida como formulações críticas à Programação e base de debate acerca das inovações na assistência à saúde e nas práticas profissionais.The central aim of this paper was to historically retrieve the dimensions relating to the organization of healthcare practices in Brazil based on clues left in records. Primary healthcare had a special place within this context. To accomplish this, attention was focused on a very rich and complex period, during which alternatives within this field were proposed, especially by healthcare professionals whose working experiences were also marked by regional dimensions within the State of São Paulo, through their locations and institutional experiences. In this respect, looking at the past as a point of support for this understanding will be of great value, given that complete ruptures of past experiences do not occur; rather, such experiences are continually retrieved, either to go beyond certain conjectural links, or to use the experiences as points of reference for envisaging future developments in healthcare thinking and practice. The period between 1970 and 1990 was particularly covered, highlighting the Healthcare Program proposal, which was the official policy of the State of São Paulo for implementing primary care as a project for extending access at the first level of the system and for producing specific care. As a complement to this, the proposals of the State of São Paulo for Program Action and Life Protection were examined as formulations that criticized the Program and were the basis for debate on innovations in healthcare and professional practices

    Institutionalization of Public Health Care in Sao Paulo between 1930 and 1940

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    O objetivo do estudo foi interpretar e compreender a institucionalização da saúde pública paulista nos anos 1930-1940, com base na história das especialidades médicas. Foram analisadas novas fontes documentais em diálogo com a literatura existente, levando à identificação de novos indícios relativamente à questão eugênica e à presença de crenças religiosas de médicos como um movimento social. Os médicos, à medida que se especializavam como sanitaristas, propunham um projeto para elevar a raça brasileira, mesclando discursos higienistas com ações sanitárias. São Paulo buscou a primazia nesse projeto, por se acreditar um Estado detentor de uma raça já constituída de “homens historicamente saudáveis”. Crenças religiosas influenciaram o debate e as decisões de época para a ordem sanitária. Historicamente, o discurso sanitário compõe questões técnico-científicas com as político-ideológicas e as culturais, produzindo uma mescla dos diferentes interesses e perspectivas de ordem corporativa da profissão.El objetivo del estudio fue interpretar y comprender la institucionalización de la salud pública paulista en los años 1930-1940, basándose en la historia de las especialidades médicas. Se analizaron nuevas fuentes documentales cónsonas con la literatura existente, llevando a la identificación de nuevos indicios relativos al aspecto eugenesia y a la presencia de creencias religiosas de médicos como un movimiento social. Los médicos, en la medida que se especializaban como sanitaristas, proponían un proyecto para elevar la raza brasileña, mezclando discursos higienistas con acciones sanitarias. Sao Paulo buscó la primacía en este proyecto, por considerarse un Estado detentor de una raza ya constituida “hombres históricamente saludables”. Las creencias religiosas influenciaron el debate y las decisiones de época para la orden sanitaria. Históricamente, el discurso sanitario compone aspectos técnico-científicos con las político-ideológicas y las culturales, produciendo una mezcla de los diferentes intereses y perspectivas de orden corporativa de la profesión.The aim of the study was to interpret and understand the institutionalization of public health care in the state of Sao Paulo over the years 1930-1940, based on the history of medical specialties. The methodology involved analysis of new sources of documents, which were compared with the existing literature, thereby leading to identification of new indices relating to the issue of eugenics and the presence of physicians’ religious beliefs as a social movement. As physicians became public health experts, they proposed a project to elevate the Brazilian race, by merging the hygienist discourse with sanitary actions. Sao Paulo sought primacy in this project, believing that this was a State already constituted by a race of “historically healthy men”. Religious beliefs influenced the debate and the decisions of that time with regard to the established order within public health. In this manner, it could be shown that, historically, public health discourse was constituted by merging technical-scientific issues with political-ideological and cultural issues, producing a mixture of different interests and corporative perspectives of the profession

    Romper com a violência contra a mulher : como lidar desde a perspectiva do campo da saúde

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    Neste trabalho tratamos da violência contra a mulher como questão da Saúde. Considerando como podem mulheres em situação de violência e profissionais da saúde lidar com o problema, discutimos o caráter interativo das decisões e ações relacionadas ao rompimento com a violência. Examinamos alguns obstáculos das mulheres e dos profissionais nesse sentido, como a ideologia e a cultura da desigualdade de gênero, produzindo a invisibilidade da violência e as implicações disto para as práticas em Saúde. Esse exame apontou a recusa tecnológica dos profissionais como nova e relevante questão, que resulta das necessidades de intervenção próprias do campo da Saúde, embasadas no reconhecimento de situações concretas bem delimitadas, e o fato dos profissionais esperarem uma prática culturalmente mais adequada como tecnologia para intervenção. Conclui-se que a pesquisa pode produzir dados nessa direção e subsidiar intervenções mais compatíveis com o campo, atuando ness a recusa tecnológica.In this article we treat violence against women as a health issue. Starting with an account of just how it is that health professionals, and women who are the victims of violence, cope with their situation, we explore the interactive nature of the decisions and actions available to them. We examine some of the obstacles they face in bringing violence to an end: specifically, the constraining force of ideology, and the culture of gender inequality, both of which which render violence invisible, and mask its implications for health practices. We identify technology-based denial caused by the institutional demands of the health professions. Our conclusion is that research can provide relevant data, and support interventions which will help overcome this technological denial
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