11 research outputs found

    O dispositivo bicha : gênero e sexualidade como técnicas de controle prisional

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    A pauta das pessoas LGBT em privação de liberdade é emergente e urgente. O Brasil segue uma tendência latino-americana de reserva de espaços destinados à custódia de travestis, mulheres transexuais e homens cisgênero gays nas prisões masculinas. Esse tipo de prática instaura uma série de regularidades no cotidiano prisional que tomam parâmetros de gênero e sexualidade como orientadores. A partir da análise de narrativas produzidas por travestis, mulheres transexuais, gays e seus maridos na Cadeia Pública de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, além dos brigadianos responsáveis pela administração da unidade prisional, bem como registros de cenas vividas no dia-a-dia da prisão, este trabalho buscou discutir como gênero e sexualidade foram operacionalizados na formação de um amplo e complexo sistema de controle. O nexo estabelecido entre os elementos discursivos, as práticas, as relações de poder, os corpos, até mesmo a configuração interna da prisão, deram origem ao dispositivo bicha, um método particular de regulação, individual e populacional, desenhado a partir das especificidades dessa população nas prisões.The theme of LGBT people deprived of their liberty are emerging and urgent. Brazil follows a Latin American tendency to reserve wings or cells for the custody of travesti, transsexual women and gay men in male prisons. This type of practice establishes a series of regularities in prison daily life that take parameters of gender and sexuality as guiding. Based on the analysis of narratives produced by travestis, transsexual women, gays and their husbands in the Public Prison of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, as well as the brigadians responsible for the administration of the prison unit, as well as records of scenes experienced during the processo of research, this work sought to discuss how gender and sexuality were operationalized in the formation of a broad and complex control system. The nexus established between discursive elements, practices, power relations, bodies, even the internal configuration of the prison, gave rise to the deployment bicha (fagot), a particular method of regulation, individual and populational, drawn from the specificities of this population in prisons

    Uma ala para travestis, gays e seus maridos : pedagogias institucionais da sobrevivência no presídio central de Porto Alegre

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    Esta pesquisa está situada no campo dos Estudos de Gênero, Sexualidade e Educação, a partir de uma perspectiva pós-estruturalista. O fenômeno tomado como objeto é a criação de uma ala específica para agrupar travestis, gays e seus maridos (ala GBT) no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Essa instituição foi considerada a pior prisão do Brasil segundo o relatório da CPI do Sistema Carcerário em 2008. Mesmo levando em consideração o estado aparentemente decadente do PCPA, eis que surge um espaço que abriga um grupo considerado, dentro da hierarquia prisional, o de menor valor. Galerias com até 200% de lotação contrastam com ala GBT que nem mesmo atinge o número máximo de apenados. Essa situação aparentemente paradoxal me levou às seguintes questões: como, em uma instituição extremamente heteronormativa, o estigma que o grupo GBT parece carregar passou a conferir benefícios? Como esse espaço se fez possível agora e não em outro momento? Quais os efeitos que a existência desse espaço tem sobre seus moradores? E sobre os outros apenados? A fim de responder tais questionamentos, optei por realizar entrevistas com 11 indivíduos colaboradores, sendo 6 policiais militares responsáveis pela administração prisional, 2 travestis, 2 maridos e a presidenta da ONG Igualdade-RS. As entrevistas foram iniciadas com uma pergunta norteadora, podendo ser feitas outras perguntas pontuais na tentativa de esclarecer pontos imprecisos nas narrativas. Através da uma análise das narrativas pude identificar alguns vetores discursivos que parecem ter contribuído para o surgimento da ala. A construção do acoplamento entre o sujeito travesti e a posição de vítima parece servir de mote para uma prática institucional que torna a ala possível. Através de uma normativa aqui chamada de Gestão de Risco foi possível mobilizar uma série de práticas institucionais que contribuíram para a emergência e permanência da ala. A emergência da ala desencadeou uma série de efeitos sobre os que nela habitam, sobre os outros apenados, bem como sobre a administração prisional. A imagem do indivíduo a ser protegido institui certas regras de acesso à ala ao mesmo tempo em que designa as normas para a permanência nela. Essas práticas institucionais produzidas a partir de um truque performativo funcionam pedagogicamente como uma tecnologia da produção e governo dos sujeitos. A Pedagogia da Sobrevivência se constitui numa série de estratégias pedagógicas que atuam sobre os sujeitos que desejam ter acesso à ala. É preciso aprender a performar o sujeito metafísico que tem legitimidade de habitar a ala. Essa mesma prática pedagógica produz retroativamente um estado panóptico de constante vigilância de conduta fundamental na manutenção do status de sucesso da ala. A história muito singular de emergência da ala GBT do PCPA é o ponto de partida para a formação de um complexo emaranhado jurídico-discursivo que atua de maneira eficiente na pedagogizaçao dos corpos

    Uma ala para travestis, gays e seus maridos : pedagogias institucionais da sobrevivência no presídio central de Porto Alegre

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    Esta pesquisa está situada no campo dos Estudos de Gênero, Sexualidade e Educação, a partir de uma perspectiva pós-estruturalista. O fenômeno tomado como objeto é a criação de uma ala específica para agrupar travestis, gays e seus maridos (ala GBT) no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). Essa instituição foi considerada a pior prisão do Brasil segundo o relatório da CPI do Sistema Carcerário em 2008. Mesmo levando em consideração o estado aparentemente decadente do PCPA, eis que surge um espaço que abriga um grupo considerado, dentro da hierarquia prisional, o de menor valor. Galerias com até 200% de lotação contrastam com ala GBT que nem mesmo atinge o número máximo de apenados. Essa situação aparentemente paradoxal me levou às seguintes questões: como, em uma instituição extremamente heteronormativa, o estigma que o grupo GBT parece carregar passou a conferir benefícios? Como esse espaço se fez possível agora e não em outro momento? Quais os efeitos que a existência desse espaço tem sobre seus moradores? E sobre os outros apenados? A fim de responder tais questionamentos, optei por realizar entrevistas com 11 indivíduos colaboradores, sendo 6 policiais militares responsáveis pela administração prisional, 2 travestis, 2 maridos e a presidenta da ONG Igualdade-RS. As entrevistas foram iniciadas com uma pergunta norteadora, podendo ser feitas outras perguntas pontuais na tentativa de esclarecer pontos imprecisos nas narrativas. Através da uma análise das narrativas pude identificar alguns vetores discursivos que parecem ter contribuído para o surgimento da ala. A construção do acoplamento entre o sujeito travesti e a posição de vítima parece servir de mote para uma prática institucional que torna a ala possível. Através de uma normativa aqui chamada de Gestão de Risco foi possível mobilizar uma série de práticas institucionais que contribuíram para a emergência e permanência da ala. A emergência da ala desencadeou uma série de efeitos sobre os que nela habitam, sobre os outros apenados, bem como sobre a administração prisional. A imagem do indivíduo a ser protegido institui certas regras de acesso à ala ao mesmo tempo em que designa as normas para a permanência nela. Essas práticas institucionais produzidas a partir de um truque performativo funcionam pedagogicamente como uma tecnologia da produção e governo dos sujeitos. A Pedagogia da Sobrevivência se constitui numa série de estratégias pedagógicas que atuam sobre os sujeitos que desejam ter acesso à ala. É preciso aprender a performar o sujeito metafísico que tem legitimidade de habitar a ala. Essa mesma prática pedagógica produz retroativamente um estado panóptico de constante vigilância de conduta fundamental na manutenção do status de sucesso da ala. A história muito singular de emergência da ala GBT do PCPA é o ponto de partida para a formação de um complexo emaranhado jurídico-discursivo que atua de maneira eficiente na pedagogizaçao dos corpos

    Cicatrizes são documentos em alto-relevo: narrativas de travestis em torno do encarceramento prisional e dos direitos humanos

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    This article is one of the outcomes of a research project that followed, from 2013 to 2018, the everyday life of a group of gays, bisexuals, travesti and transwomen in a prison institution at Porto Alegre, Rio Grande do Sul, and analyzed elements of their narratives in light of the notion of precariousness, by Judith Butler. Our interest here focuses on what we call the visceral narrative of a life, which speaks of suffering that implies bodily marks and abuses committed particularly on travesti’s bodies, and a narrative that is made by quoting the suffering experiences and fragments of a shared history, even if lived in different times. We take the body and its scars as a historical document, which inserts she-males in a long-term chronology and in a collective that is recognized by their shared suffering situation. The lives we dwell on have only had the opportunity to disclose their story because the eyes of power have captured them. The strategy of citing, repeatedly and collectively, the recurring existence of these sufferings and the memory of those who perished during incarceration produced an enunciative materiality, which we focus on. The social movement that created the specific wing for she-males and transsexuals – as well as gay and bisexual people – in the prison institution produced lives not perceived as viable, and sometimes not even perceived as lives, being in the category of precarious lives, in need of care. The political process that we analyzed dialogues with the field of human rights.O presente artigo tem como foco o que denominamos como narrativa de vida visceral, que fala de sofrimentos que implicam em marcas corporais e abusos cometidos particularmente em corpos de travestis, e uma narrativa que se faz citando as experiências de sofrimento de outras travestis, fragmentos de uma história compartilhada, mesmo que vivida em tempos diferentes. Tomamos o corpo e suas cicatrizes como um documento histórico que insere, em especial, as travestis em uma cronologia de longa duração e em um coletivo que se reconhece pela situação de sofrimento que padece. As vidas sobre as quais nos debruçamos só tiveram a oportunidade de ter sua história narrada porque os olhos do poder as capturaram. A estratégia de citar, reiterada e coletivamente, a existência recorrente desses sofrimentos e da memória das que pereceram durante o encarceramento produziu uma materialidade enunciativa, sobre a qual nos debruçamos. Portanto, entrevistamos um grupo de pessoas gays, bissexuais, travestis e mulheres transexuais presas entre os anos de 2013 e 2018 em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, e analisamos elementos de suas narrativas à luz, sobretudo, da noção de precariedade butleriana. Percebemos que a instituição prisional gerenciou vidas não percebidas como viáveis, às vezes sequer percebidas como vidas, estando na categoria de vidas precárias que necessitam de cuidados. O processo político que analisamos dialoga com o campo dos direitos humanos

    Cicatrizes são documentos em alto-relevo: narrativas de travestis em torno do encarceramento prisional e dos direitos humanos

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    This article is one of the outcomes of a research project that followed, from 2013 to 2018, the everyday life of a group of gays, bisexuals, travesti and transwomen in a prison institution at Porto Alegre, Rio Grande do Sul, and analyzed elements of their narratives in light of the notion of precariousness, by Judith Butler. Our interest here focuses on what we call the visceral narrative of a life, which speaks of suffering that implies bodily marks and abuses committed particularly on travesti’s bodies, and a narrative that is made by quoting the suffering experiences and fragments of a shared history, even if lived in different times. We take the body and its scars as a historical document, which inserts she-males in a long-term chronology and in a collective that is recognized by their shared suffering situation. The lives we dwell on have only had the opportunity to disclose their story because the eyes of power have captured them. The strategy of citing, repeatedly and collectively, the recurring existence of these sufferings and the memory of those who perished during incarceration produced an enunciative materiality, which we focus on. The social movement that created the specific wing for she-males and transsexuals – as well as gay and bisexual people – in the prison institution produced lives not perceived as viable, and sometimes not even perceived as lives, being in the category of precarious lives, in need of care. The political process that we analyzed dialogues with the field of human rights.O presente artigo tem como foco o que denominamos como narrativa de vida visceral, que fala de sofrimentos que implicam em marcas corporais e abusos cometidos particularmente em corpos de travestis, e uma narrativa que se faz citando as experiências de sofrimento de outras travestis, fragmentos de uma história compartilhada, mesmo que vivida em tempos diferentes. Tomamos o corpo e suas cicatrizes como um documento histórico que insere, em especial, as travestis em uma cronologia de longa duração e em um coletivo que se reconhece pela situação de sofrimento que padece. As vidas sobre as quais nos debruçamos só tiveram a oportunidade de ter sua história narrada porque os olhos do poder as capturaram. A estratégia de citar, reiterada e coletivamente, a existência recorrente desses sofrimentos e da memória das que pereceram durante o encarceramento produziu uma materialidade enunciativa, sobre a qual nos debruçamos. Portanto, entrevistamos um grupo de pessoas gays, bissexuais, travestis e mulheres transexuais presas entre os anos de 2013 e 2018 em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, e analisamos elementos de suas narrativas à luz, sobretudo, da noção de precariedade butleriana. Percebemos que a instituição prisional gerenciou vidas não percebidas como viáveis, às vezes sequer percebidas como vidas, estando na categoria de vidas precárias que necessitam de cuidados. O processo político que analisamos dialoga com o campo dos direitos humanos

    Uma galeria para travestis, gays e seus maridos: Forças discursivas na geração de um acontecimento prisional

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    Resumo O Presídio Central de Porto Alegre criou em 2012 uma galeria destinada a abrigar a população encarcerada de travestis, gays e seus maridos. Considerando que a instituição prisional é historicamente marcada por forte viés heteronormativo e disciplinador, o objetivo deste artigo é analisar algumas das forças discursivas que se articularam de modo original e produtivo para a emergência da galeria. São explorados, preponderantemente, dois elementos: o acoplamento travesti-vítima e a dinâmica de gestão do risco. O primeiro diz respeito ao processo discursivo de produção da identidade travesti vinculada invariavelmente à posição de vítima e como tal relação influencia no processo de (re)humanização desse sujeito quando na vida encarcerada. O segundo descreve como o funcionamento prisional e os princípios disciplinares que regem o cárcere produziram estratégias institucionais para a instalação da galeria

    Linear correlation between components production and yield of rice upland in no-tillage <br>Correlação linear entre componentes da produção e produtividade do arroz de terras altas em sistema plantio direto

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    The rice is one of the main sources of the humanity’s feeding. During the agricultural year 2009/2010, in Selvíria County, Mato Grosso do Sul State, in the Brazilian Savannah, an experiment was installed with rice upland in a Dystropherric Red Latosol (Typic Acrustox) under no-tillage, irrigated by central pivot, with the purpose of selecting the best components production to explain the variability the irrigated rice yield upland. The geostatistical grid was installed, to collect the data, with 120 sampling points, in an area of 3.0 ha and and homogeneous slope of 0.055 m m-1. The medium rice yield was of the 5980 kg ha-1. For the simple lineal regressions, the number of spikelets grenades for panicle presented the best direct potential correlation with the yield rice, given for: PGO = 115,5.NEG0,770. However, for the multiple lineal regressions, the equation equação PGO = 2754,30-411,55.NEG-461,07.NEC+436,59. NET it was the one that better she came to esteem the yield rice. However, spatial, it was not possible to establish correlation between the yield rice and the components production, once none of those it presented spatial dependence in their data.<p><p>O arroz é uma das principais fontes de alimentação da humanidade. Durante o ano agrícola 2009/2010, no município de Selvíria (MS), no Cerrado Brasileiro, foi instalado um experimento com arroz de terras altas em um Latossolo Vermelho distroférrico sob sistema plantio direto, irrigado por pivô central, com o objetivo de selecionar os melhores componentes da produção para explicar a variabilidade da produtividade do arroz de terras altas irrigado. Foi instalada a malha geoestatística, para a coleta de dados, com 120 pontos amostrais, numa área de 3,0 ha e declive homogêneo de 0,055 m m-1. A produtividade média de grãos de arroz foi de 5980 kg ha-1. Para as regressões lineares simples, o número de espiguetas granadas por panícula apresentou a melhor correlação potencial direta com a produtividade de grãos de arroz, dada por: PGO = 115,5.NEG0,770. Entretanto, para as regressões lineares múltiplas, a equação PGO = 2754,30-411,55.NEG-461,07.NEC+436,59.NET foi a que melhor se apresentou para estimar a produtividade de grãos de arroz. No entanto, espacialmente, não foi possível estabelecer correlação entre a produtividade de grãos de arroz e os componentes da produção, uma vez que nenhum desses apresentou dependência espacial nos seus dados

    CUSTO ANUALIZADO DE PRODUÇÃO DE PINHÃO MANSO NA REGIÃO MÉDIO-NORTE DO ESTADO DE MATO GROSSO - MT

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    A cultura do pinhão manso (Jatropha curcas L.) está entre as principais oleaginosas incluídas no Programa Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB), criado em 2.005 pelo governo federal. Assim, o presente estudo teve por objetivo determinar o custo anualizado e a lucratividade da produção de pinhão manso na região médio-norte do Estado de Mato Grosso. Calculou-se o custo anualizado de produção utilizando a teoria de investimentos, com um horizonte temporal de vida útil da cultura de 15 anos. Os vetores de preços utilizados para as operações e insumos, reportam-se aos preços praticados entre o segundo semestre de 2009 e os primeiros meses de 2.010. Ao longo da vida útil da cultura, a estimativa de custo anualizado foi de R12.205,04ha1,aˋtaxadejurosde6ano,ocustoestimadoprogrediuparaR 12.205,04 ha-1, à taxa de juros de 6% ao ano. À juros de 3% ao ano, o custo estimado progrediu para R 14.862,74 ha-1. A rentabilidade projetada foi de R3.659,49ha1aˋtaxasdeatratividadedocapitalde6lucrodeR 3.659,49 ha-1 à taxas de atratividade do capital de 6% ao ano e para a taxa de 3% ao ano obteve-se um lucro de R5.121,49 ha-1. Tais indicadores permitem concluir que a exploração mostra-se economicamente viável e promissora para a produção familiar da região

    The positive inotropic effect of the ethyl acetate fraction from Erythrina velutina leaves on the mammalian myocardium : the role of adrenergic receptors.

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    Objectives We studied the effects of ethyl acetate fraction (EAcF) obtained from Erythrina velutina leaves on mammalian myocardium. Methods The effect of EAcF on the contractility was studied using guinea-pig left atria mounted in a tissue bath (Tyrode’s solution, 29°C, 95% CO2, 5% O2) and electrically stimulated (1 Hz). Concentration-response curves of EAcF were obtained in the presence of propranolol (1 mm), nifedipine (1 mm) and in reserpinized animals (5 mg/kg). The involvement of l-type calcium current (ICa,L) on the EAcF effect was observed in cardiomyocytes of mice assessed using patch-clamp technique. Key findings EAcF (550 mg/ml) had a positive inotropic effect, increasing the atrial force by 164% (EC50 = 157 44 mg/ml, n = 6), but it was less potent than isoproterenol (EC50 = 0.0036 0.0019 mg/ml, n = 8). The response evoked by EAcF was abolished by propranolol or nifedipine. Reserpine did not alter the inotropic response of EAcF. Furthermore, an enhancement of the ICa,L peak (31.2%) with EAcF was observed. Chemical analysis of EAcF revealed the presence of at least 10 different flavonoid glycoside derivatives. Two were identified as vicenin II and isorhoifolin. Conclusions We conclude that EAcF increases the cardiac contractile force by increasing the l-type calcium current and activating the adrenergic receptor pathway
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