13 research outputs found

    UNESCO e a diversidade cultural: breves aproximações

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    O objetivo deste trabalho é analisar o discurso da diversidade cultural presente nas publicações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a partir dos anos 1990. Metodologicamente, o artigo pauta-se pela pesquisa bibliográfica e documental, além de empregar o método histórico-dialético e análise qualitativa. A partir dos anos 1990 muitos países, notadamente da América Latina e Caribe, concretizaram reformas educacionais. Este processo de remodelamento educacional ocorreu pelo viés de que a educação seria condição estratégica para a redução das desigualdades sociais e pobreza, cada vez mais latentes nestas localidades, por consequência da crise capitalista dos anos 1970. Documentos divulgados internacionalmente, como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990) e a Declaração de Princípios sobre a Tolerância (UNESCO, 1995), ficaram encarregados de disseminar um discurso sobre a importância da educação frente às novas demandas do século XX, como a construção de sujeitos adaptáveis e tolerantes. Conclui-se que, ao depositar na educação a responsabilidade de formar o homem/trabalhador tolerante, recai sobre as questões de intolerância quanto à diversidade cultural o estigma de serem estas as grandes geradoras de guerras e desigualdades, cerceando, assim, da discussão as disparidades econômicas que assolam esses povos, as contradições do sistema capitalista, que são a raiz do problema

    Alfabetização e Aprendizagem da Língua Materna Como Lingua Estrangeira em Escolas Indígenas no Paraná

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    Há estudos sobre os índios Kaingang no Paraná que contribuem para o entendimento da sua história, cultura, organização social e linguística. Entretanto, sobre a escolarização e a apropriação da linguagem escrita, tanto da língua kaingang, como da língua portuguesa, são raras as publicações e pesquisas sobre um tema que é muito relevante, haja vista o ritmo acelerado da perda de línguas minoritárias no mundo e no Brasil, a partir de uma política neoliberal de estado mínimo e pouco investimento em formação de professores para atuarem em áreas socialmente relevantes como as línguas, dentre elas as línguas indígenas que requer investimento na formação de professores e linguistas indígenas. Neste artigo apresentamos aspectos históricos sobre registros desta língua indígena, o projeto de alfabetização bilíngue implementado no Brasil e como esta vem ocorrendo com os povos Kaingang na região do Vale do Ivaí, no Paraná, com crianças do ensino fundamental.  Por meio de pesquisa bibliográfica e empírica foi possível perceber que o ensino da língua materna indígena, mesmo entre crianças monolíngues em kaingang, entra no currículo como ensino de língua estrangeira, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem, a alfabetização, tanto da língua indígena como da língua portuguesa. Evidencia-se que o investimento na formação continuada de professores indígenas é uma das estratégias para a superação de tal situação

    Ensino Médio nas escolas indígenas no Paraná: perspectivas atuais para a educação intercultural | Secondary Education in indigenous schools in the state of Paraná: Current perspectives for intercultural education

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    Os estudos sobre a educação escolar indígena foram incrementados nos últimos anos a partir da expansão do Ensino Superior, com a criação das Licenciaturas Interculturais por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas, e outras formas para o acesso de indígenas às universidades. Destacam-se também, as experiências de programas governamentais que ampliaram as políticas de diversidade, inclusão social e valorização da educação escolar indígena em todo o País. No estado do Paraná, um importante avanço foi a criação de uma política de vagas suplementares para ingresso de indígenas nas universidades públicas, e a estadualização das escolas indígenas em 2009, com a expansão da Educação Básica nas comunidades. Reconhecendo os avanços nas políticas de formação destinadas aos povos indígenas, por meio de estudo documental, neste texto são discutidas as perspectivas atuais para o Ensino Médio. Observam-se poucos progressos em relação a esta etapa, que requer ações específicas e diferenciadas, interculturais e bilíngues, visando à inovação e à melhoria, em atendimento aos anseios dos povos e jovens indígenas

    O acesso de mulheres indígenas à universidade: trajetórias de lutas, estudos e conquistas

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    Embora os povos indígenas requeiram “educação superior” no Brasil desde o final do século XIX demonstrando seu intenso protagonismo, data dos anos de 1990 a formulação da política de inclusão de indígenas nas universidades públicas. Neste artigo, discutimos trajetórias de resistência, lutas e demandas dos povos indígenas, que resultaram no acesso ao ensino superior, consubstanciado por orientações internacionais e legislações nacionais. Abordamos o papel e presença da mulher nesse processo discutindo dificuldades vivenciadas e ações que empreendem para ingressar e concluir a formação. Com base em estudo documental, pesquisa de campo e dados do programa de inclusão indígena no Ensino Superior do Paraná, conclui-se que as mulheres, mesmo com um histórico de invisibilidade e todas as dificuldades vivenciadas para acessar e permanecer nas universidades distantes das suas famílias extensas, têm obtido resultados relevantes em termos de conclusão dos cursos e ampliação dos seus espaços de atuação e participação.Palavras-chave: Mulheres indígenas. Ensino superior. Protagonismo Indígena

    Políticas de inclusão e formação de educadores indígenas Xetá no Paraná: aprendizagem e revitalização cultural

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    Results of an inter-institutional and multidiscipline experience are provided on the formation of indigene educators and socio-cultural renewal of the Xetá population in the state of Paraná, Brazil, together with CEEI/SEED – Paraná Education Department, through an acknowledgement and social inclusion project funded by MINC/CAPES. The 2010 - 2012 formation course comprised the identification and systemization of studies and sources on the Xetá, reports on new field information, the establishment of Work Groups, courses, technical visits, preparation of bilingual vocabulary and didactic material. The participating Xetá indigenes, who are socially and culturally reorganizing themselves and striving for territory demarcation, founded a specific and differentiated educational institute in which they maintain study programs and develop cultural and linguistic revitalization activities. Results show that such formation actually contributed towards a greater independence and research organization involving their history, language and culture undertaken by the indigenes themselves.En este texto se presentan resultados de una experiencia interinstitucional y multidisciplinaria en formación de educadores indígenas y revitalización sociocultural con el pueblo Xetá en la província de Paraná, en asociación con gestores de la CEEI / SEED - Secretaría del Estado de la Educación de Paraná com un proyecto de reconocimiento y inclusión social, por el MINC / CAPES. La formación se produjo en el período 2010 a 2012, contó con la identificación y sistematización de estudios y fuentes existentes sobre los Xetá, registro de nuevas informaciones del campo, formación de Grupo de Trabajo, cursos, visitas técnicas, elaboración de vocabulario y materiales didácticos bilingües . En consecuencia de la participación en el proyecto, los Xetá, que se encuentran en proceso de reorganización sociocultural y lucha por la demarcación del territorio, crearon una escuelita específica y diferenciada, donde hacen la gestión de los estudios y desarrollan acciones de revitalización cultural y lingüística. Los resultados apuntan que la formación contribuyó con la mayor autonomía y organización de investigaciones, hechas por los propios Xetá, sobre su historia, lengua y cultura.Apresentamos neste texto resultados de uma experiência interinstitucional e multidisciplinar em formação de educadores indígenas e revitalização sociocultural com o povo Xetá no Paraná, em parceria com gestores da CEEI/SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná por meio de um projeto de reconhecimento e inclusão social, financiado pelo MINC/CAPES. A formação ocorreu no período de 2010 a 2012, contou com a identificação e sistematização de estudos e fontes existentes sobre os Xetá, registro de novas informações de campo, formação de Grupo de Trabalho, cursos, visitas técnicas, elaboração de vocabulário e materiais didáticos bilíngues. Em decorrência da participação no projeto, os Xetá, que se encontram em processo de reorganização sociocultural e luta pela demarcação do território, criaram uma instituição educativa específica e diferenciada, onde fazem a gestão dos estudos e desenvolvem ações de revitalização cultural e linguística. Os resultados apontam que a formação contribuiu com a maior autonomia e organização de pesquisas, que estão sendo feitas pelos próprios Xetá, sobre sua história, língua e cultura

    A presença indígena na universidade: Acesso e permanência de estudantes Kaingang e Guarani no ensino superior do Paraná

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    Este artigo analisa a política do Estado do Paraná de inserção dos indígenas no Ensino Superior, incluída nas políticas para a educação escolar indígena em âmbito nacional a partir da década de 1990. Para tanto, o texto está organizado em três momentos. O primeiro aborda as discussões realizadas acerca da inserção dos indígenas no Ensino Superior em âmbito nacional. Na sequência, discute-se a política que vem sendo implantada no Paraná desde 2001, com a Lei Estadual nº. 13.134/2001, e por fim, analisa-se a presença de indígenas Kaingang e Guarani na Universidade Estadual de Maringá e as ações que esta vem desenvolvendo para a permanência e conclusão dos estudos superiores.Palavras-chave: Educação Superior indígena; indígenas Kaingang e Guarani; ações afirmativas."The indigenous presence in the university: Access and permanence of Kaingang and Guarani students in higher education in ParanáThis article analyzes the Paraná State’s policy to the insertion of indigenous people in higher education within the prospects for indigenous education nationwide from the 1990s. For this purpose, the text will be organized into three parts: The first part deals the discussions concerning the inclusion of indigenous people in higher education nationwide, Following, we discuss the policy that has being" implemented in Parana since 2001 from the Law no. 13.134/2001 and, finally , analyzes the presence of indigenous Guarani and Kaingang in the State University of Maringa and the actions that comes developing for the maintenance and completion of higher studies.Keywords: Indigenous Higher Education. Kaingang and Guarani Indians. Affirmative Actio

    Formação inicial de professores indígenas: ações desenvolvidas no estado do Paraná

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    The 1970s saw the beginning of the process of initial formation of indigenous teachers, forming bilingual monitors. As of the 1988 Constitution and Decree No. 26 of 1991, the policy of indigenous school education becomes the responsibility of the Ministry of Education, enabling the creation of a wide and specific legislation for this type of teaching, among them Guidelines that define and guide the formulation of specific programs and courses aimed at the training of indigenous teachers. In this text, which seeks to analyze the advances and challenges of the initial training of indigenous teachers, we present the actions developed in the state of Paraná based on qualitative and quantitative research of bibliographic and documentary nature. We note that the state has advanced, however, there is still a need to increase the number of teachers trained at a higher level to work at indigenous schools, as well as the offer of specific and intercultural teaching degrees that enable the wholesome formation of the indigenous individual in their aspects of territory, culture, language, methodologies and conceptions of teaching and learning that consider the proper ways of learning in relation to ethnographic knowledge.Os anos de 1970 tem como marco histórico o início do processo de formação de professores indígenas, formando monitores bilíngues. A partir da Constituição de 1988 e do Decreto nº 26 de 1991, a política da educação escolar indígena passa a ser de responsabilidade do Ministério da Educação, possibilitando a formulação de uma vasta legislação específica para esta modalidade de ensino, entre elas Diretrizes que definem e orientam programas e cursos específicos para a formação de professores indígenas. Nesse texto, cujo objetivo é analisar os avanços e desafios para a formação inicial de professores indígenas, apresentamos as ações desenvolvidas no estado do Paraná para essa política, a partir de pesquisa qualitativa e quantitativa de cunho bibliográfico e documental. Verificamos que o estado tem avançado, entretanto, ainda há necessidade de aumentar os números de professores formados em nível superior para atuar nas escolas indígenas, bem como a oferta de licenciaturas específicas e interculturais que possibilitem a formação integral do sujeito indígena em seus aspectos de territorialidade, cultura, língua, metodologias, concepções de ensino e de aprendizagem que considerem os modos próprios de aprender, inter-relacionados com os etnosaberes.La década de 1970 vio el início del proceso de formación de maestros indígenas, monitores bilíngues. Com la Constitución de 1988 y el Decreto nº 26 de 1991, la política de educación escolar indígena pasa a la responsabilidad del Ministerio de Educación, permitiendo la formulación de una amplia legislación hacia esta enseñanza, entre ellos lineamientos que definen y orientan programas y cursos para la formación de maestros indígenas. En este texto, el objetivo es analizar los avances y desafíos para la formación inicial de maestros indígenas. Presentamos las acciones desarrolladas en la província de Paraná/Brazil para esta formación, com una investigación cualitativa y cuantitativa de carácter bibliográfico y documental. Observamos que el estado ha avanzado, sin embargo, aún existe la necesidad de incrementar el número de docentes capacitados en un nivel superior para trabajar en escuelas indígenas, así como la oferta de titulaciones específicas e interculturales hacia la la formación integral del sujeto indígena en sus aspectos de territorialidade, cultura, lenguaje, metodologías, concepciones de la enseñanza y el aprendizaje que consideren las formas adecuadas de aprendizaje, interrelacionadas con los etnosaberes

    Polí­ticas e programas para a formação de professores indí­genas: a contribuição do Programa PIBID Diversidade

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    Neste texto, discutimos a polí­tica de formação inicial de professores indí­genas e as ações desenvolvidas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência para a Diversidade (Pibid Diversidade) com estudantes indí­genas no Paraná. Refletimos sobre as implicações desse programa para a formação intercultural de acadêmicos indí­genas, apresentando a polí­tica de ação afirmativa implementada no Estado com a Lei Estadual nº 13.134/2001. Analisamos a inclusão indí­gena no Ensino Superior e as contribuições dos estudos e das intervenções pedagógicas sistematizadas, a partir de práticas escolares, para a formação docente de acadêmicos que integraram o Pibid Diversidade. A metodologia configura-se pela abordagem bibliográfica, documental e de campo, com o aporte da Teoria Histórico-Cultural. Os resultados evidenciam a relevância da formação superior em diferentes cursos concomitante ao desenvolvimento de programas interculturais especí­ficos, que articulem discussões epistêmicas, teoria e prática para o empoderamento e a autonomia dos povos indí­genas
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