7 research outputs found

    Sintaxe e semântica dos adjectivos graduáveis em português

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    Doutoramento em LinguísticaEsta investigação representa um fragmento da gramática do Português, centrado na sintaxe e semântica do adjectivo. Depois da procura inicial de uma definição consensual do termo, em que se percorre a sua extensa genealogia, um primeiro conjunto de propostas desponta da observação de vários domínios do léxico em que a fronteira categorial entre adjectivos e nomes aparenta alguma fragilidade, sobretudo no caso dos "nomes adjectivos", dos "adjectivos nomes" e das "elipses do nome". Justifica-se então uma reformulação da tipologia das categorias lexicais adstrita à sintaxe generativa, no sentido de delimitar um conjunto de traços estritamente adjectivais e conclui-se que o adjectivo é uma "categoria emergente" no sentido em que a sua identidade lexical é parcialmente determinada pelas categorias funcionais com as quais compõe a estrutura sintáctica. A sintaxe interna dos predicados adjectivais graduáveis é então explorada. Resulta dessa análise que o sistema adjectival constitui, à semelhança dos domínios frásico, verbal e nominal, já descritos por autores como Abney (1987) e Pollock (1989) e ilustrado para as línguas germânicas por Corver (1997), um campo de aplicação aberto aos princípios minimalistas herdados de Chomsky (1995). Assim, pressupõe-se que a sintaxe da categoria que é tradicionalmente designada Sintagma Adjectival contém um Sintagma de Grau, um Sintagma Quantificador e um Sintagma de Concordância, além da categoria lexical A. A existência do conjunto de categorias funcionais adjectivais QA, DegA e AgrA não só descreve de forma convincente a gramática dos predicados graduáveis e justifica as restrições semânticas e sintácticas na sua combinação com expressões de medição, como permite ainda integrar a descrição da categoria na teoria subjacente. Sugere-se, no seguimento deste estudo sobre as construções adjectivais, que a linguagem manifesta propriedades de emergência típicas dos sistemas complexos. Os fenómenos subsequentes, como a auto-organização informacional, a retroacção entre níveis da estrutura de constituintes ou a irreversibilidade dos sistemas composicionais, devem em consequência, como se ilustra no fragmento de gramática adjectival aqui elaborado, ser considerados parte integrante da teoria gramatical.This research project centres on the syntax and semantics of gradable adjectives in European Portuguese. Once the quest for a consensual definition of the adjective is achieved in terms of historical genealogy, from origins of grammar to present theory, we first explore some edge-problematic domains of the adjectival category, namely those in which adjectives act as nouns and nouns act as adjectives, as well as some noun ellipsis data. A modification of the typology of lexical categories as used in generative syntax, aimed at identifying a set of adjective-specific features, is then proposed and it is claimed that the adjective is an "emergent category" in that its lexical identity is partially determined by merging with functional categories. We then explore the internal syntax of gradable adjectival predicates and conclude that the adjectival system, as has been proposed for the phrasal, verbal and nominal domains since Abney (1987) and Pollock (1989) and explored by Corver (1997) for Germanic languages, is an opened field to most minimalist assumptions based on Chomsky (1995). We then propose that the syntax of the so-called Adjective Phrase contains a Degree Phrase, a Quantifier Phrase and an Agreement Phrase. We argue that the set of specific functional categories QA, DegA and AgrA can provide a strong description of the grammar of gradable predicates and fully justifies most semantic and syntactic restrictions in merging them with Measure Phrases in EP, and it is proposed that this category can be fully integrated in the previous theory. Following these hypothesis on adjectival constructions, we claim that language itself may exhibit emergency properties typical of all known complex systems. Derived phenomena, like information auto-organisation, downward causation between levels of phrase structure or irreversibility of compositional systems should then enter the core of the linguistic theory, as is shown in this fragment of adjectival grammar

    A Elipse Nominal em português e em francês

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    No âmbito da elipse nominal em Português e em Francês, este trabalho considera que a elipse tem uma exigência fundamental de identidade com um antecedente, que a aproxima dos pronomes e das anáforas. A natureza dos mecanismos de "elipse do nome", como categoria vazia gerada em Sintaxe, implica condições de legimitação inspiradas dos pronomes. A elipse nominal pode ser encarada como um pronome nulo gerado em Sintaxe. A sua legimitação indica que o nome elíptico é uma categoria vazia de tipo "pro", e que os legitimadores de "pro" nominal elíptico ocupam posições de especificadores funcionais. Os elementos especificadores presentes nas projecções alargadas do nome legitimam, nas duas línguas, nomes vazios, sendo o mecanismo relevante a relação de Concordância Especificador-Núcleo, derivada de Chomsky (1993). Existem paralelamente diversas estratégias de identificação do nome nulo. No caso dos quantificadores, é desencadeada no DP elíptico uma interpretação específica/partitiva que possibilita a recuperação do seu conteúdo junto de um antecedente. No caso de demonstrativos e possessivos, a reconstituição do significado do nome vazio é associada à verificação de traços morfológicos. Por fim, no caso dos adjectivos, estes devem expressar uma propriedade discreta, significativa do ponto de vista cognitivo, que os torne sufucientemente específicos para identificarem o nome vazio

    Mensagem - Casa dos Estdantes do Império 1944-1994, Número Especial

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    A Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi criada em 1944 pelo então Ministério das Coló- nias e pelo Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa sendo destinada ao enquadramento dos estudantes oriundos das Colónias portuguesas (de África, Índia, Macau e Timor). O eco das independências africanas ocorridas ao longo da década de 50 repercutiu-se no império colonial português, onde o regime do Estado Novo registava então grande contestação. Neste contexto histórico muitos jovens estudantes associados à CEI procuraram caminhos de descoberta / construção da identidade dos territó- rios de que eram originários com diversas iniciativas culturais, entre as quais a atividade editorial. A Associação Casa dos Estudantes do Império (ACEI), constituída por associados da CEI, em 1994 e com existência até 1997, reeditou, pela passagem do 50.o aniversário da Casa, dois volumes das Antologias de Poesia de Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe e elaborou um Nú- mero Especial da MENSAGEM, um Boletim publicado pela CEI, de forma irregular, de acordo com as vicissitudes vividas, entre 1948 e 1964. A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) deliberou levar a efeito uma homenagem aos associados da CEI, iniciada numa cerimónia que teve lugar no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, em outubro de 2014, ano em que se perfizeram 70 anos da criação da CEI. Nessa homenagem iniciou-se a distribuição das reedições das referidas Antologias, com novo formato e ainda a distribuição de uma pen com os nomes de todos os associados da CEI, resultado de uma pesquisa levada a efeito na Torre do Tombo. Para 2015, ano em que se perfazem 50 anos sobre a extinção da CEI pela PIDE programaram-se vários eventos. De entre esses eventos constam debates, um Colóquio Internacional, a realizar na Fundação Calouste Gulbenkian, uma exposição na Câmara Municipal de Lisboa e, por fim, a sessão de encerramento no dia 25 de maio, Dia de África, em que intervirão como oradores todos os associados da CEI que vieram a ser Presidentes da República ou Primeiros Ministros dos territórios de onde eram originários. A reedição deste Número Especial da Revista MENSAGEM integra-se nesta justa homenagem.À Memória de Amílcar Cabral Mário de Andrade Carlos Ervedosa e daqueles que partiram cedo demais. Ao Dr. Arménio Ferreira, cuja generosidade e apoio nos anos difíceis prolongaram a existência da Casa. Aos ESTUDANTES AFRICANOS de hoje e do futuro.Ministério dos Negócios Estrangeiros, CPLP, Instituto Camões, Câmara Municipal de Lisboainfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Geoeconomic variations in epidemiology, ventilation management, and outcomes in invasively ventilated intensive care unit patients without acute respiratory distress syndrome: a pooled analysis of four observational studies

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    Background: Geoeconomic variations in epidemiology, the practice of ventilation, and outcome in invasively ventilated intensive care unit (ICU) patients without acute respiratory distress syndrome (ARDS) remain unexplored. In this analysis we aim to address these gaps using individual patient data of four large observational studies. Methods: In this pooled analysis we harmonised individual patient data from the ERICC, LUNG SAFE, PRoVENT, and PRoVENT-iMiC prospective observational studies, which were conducted from June, 2011, to December, 2018, in 534 ICUs in 54 countries. We used the 2016 World Bank classification to define two geoeconomic regions: middle-income countries (MICs) and high-income countries (HICs). ARDS was defined according to the Berlin criteria. Descriptive statistics were used to compare patients in MICs versus HICs. The primary outcome was the use of low tidal volume ventilation (LTVV) for the first 3 days of mechanical ventilation. Secondary outcomes were key ventilation parameters (tidal volume size, positive end-expiratory pressure, fraction of inspired oxygen, peak pressure, plateau pressure, driving pressure, and respiratory rate), patient characteristics, the risk for and actual development of acute respiratory distress syndrome after the first day of ventilation, duration of ventilation, ICU length of stay, and ICU mortality. Findings: Of the 7608 patients included in the original studies, this analysis included 3852 patients without ARDS, of whom 2345 were from MICs and 1507 were from HICs. Patients in MICs were younger, shorter and with a slightly lower body-mass index, more often had diabetes and active cancer, but less often chronic obstructive pulmonary disease and heart failure than patients from HICs. Sequential organ failure assessment scores were similar in MICs and HICs. Use of LTVV in MICs and HICs was comparable (42\ub74% vs 44\ub72%; absolute difference \u20131\ub769 [\u20139\ub758 to 6\ub711] p=0\ub767; data available in 3174 [82%] of 3852 patients). The median applied positive end expiratory pressure was lower in MICs than in HICs (5 [IQR 5\u20138] vs 6 [5\u20138] cm H2O; p=0\ub70011). ICU mortality was higher in MICs than in HICs (30\ub75% vs 19\ub79%; p=0\ub70004; adjusted effect 16\ub741% [95% CI 9\ub752\u201323\ub752]; p<0\ub70001) and was inversely associated with gross domestic product (adjusted odds ratio for a US$10 000 increase per capita 0\ub780 [95% CI 0\ub775\u20130\ub786]; p<0\ub70001). Interpretation: Despite similar disease severity and ventilation management, ICU mortality in patients without ARDS is higher in MICs than in HICs, with a strong association with country-level economic status. Funding: No funding

    Homenagem Casa dos Estudantes do Império - 50 Anos | Testemunhos, Vivências, Documentos

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    Os textos incluídos nesta obra são transcrições das intervenções feitas pelos participantes nas diversas sessões da homenagem à Casa dos Estudantes do Império, realizadas entre 2014 e 2015. Estas intervenções foram gravadas através de meios audiovisuais e posteriormente editadas para efeitos de publicação. A presente edição segue a grafia do Acordo Ortográfico, exceto nos casos em que os autores quiseram manter a antiga grafia.CML – Câmara Municipal de Lisboa; Camões – Instituto da Cooperação e da Língua; Fundação Calouste Gulbenkianinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    A Bibliographic Contribution to the Study of Portuguese Africa (1965–1972)

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    Geoeconomic variations in epidemiology, ventilation management, and outcomes in invasively ventilated intensive care unit patients without acute respiratory distress syndrome: a pooled analysis of four observational studies

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    Background: Geoeconomic variations in epidemiology, the practice of ventilation, and outcome in invasively ventilated intensive care unit (ICU) patients without acute respiratory distress syndrome (ARDS) remain unexplored. In this analysis we aim to address these gaps using individual patient data of four large observational studies. Methods: In this pooled analysis we harmonised individual patient data from the ERICC, LUNG SAFE, PRoVENT, and PRoVENT-iMiC prospective observational studies, which were conducted from June, 2011, to December, 2018, in 534 ICUs in 54 countries. We used the 2016 World Bank classification to define two geoeconomic regions: middle-income countries (MICs) and high-income countries (HICs). ARDS was defined according to the Berlin criteria. Descriptive statistics were used to compare patients in MICs versus HICs. The primary outcome was the use of low tidal volume ventilation (LTVV) for the first 3 days of mechanical ventilation. Secondary outcomes were key ventilation parameters (tidal volume size, positive end-expiratory pressure, fraction of inspired oxygen, peak pressure, plateau pressure, driving pressure, and respiratory rate), patient characteristics, the risk for and actual development of acute respiratory distress syndrome after the first day of ventilation, duration of ventilation, ICU length of stay, and ICU mortality. Findings: Of the 7608 patients included in the original studies, this analysis included 3852 patients without ARDS, of whom 2345 were from MICs and 1507 were from HICs. Patients in MICs were younger, shorter and with a slightly lower body-mass index, more often had diabetes and active cancer, but less often chronic obstructive pulmonary disease and heart failure than patients from HICs. Sequential organ failure assessment scores were similar in MICs and HICs. Use of LTVV in MICs and HICs was comparable (42·4% vs 44·2%; absolute difference -1·69 [-9·58 to 6·11] p=0·67; data available in 3174 [82%] of 3852 patients). The median applied positive end expiratory pressure was lower in MICs than in HICs (5 [IQR 5-8] vs 6 [5-8] cm H2O; p=0·0011). ICU mortality was higher in MICs than in HICs (30·5% vs 19·9%; p=0·0004; adjusted effect 16·41% [95% CI 9·52-23·52]; p<0·0001) and was inversely associated with gross domestic product (adjusted odds ratio for a US$10 000 increase per capita 0·80 [95% CI 0·75-0·86]; p<0·0001). Interpretation: Despite similar disease severity and ventilation management, ICU mortality in patients without ARDS is higher in MICs than in HICs, with a strong association with country-level economic status
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