A Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi
criada em 1944 pelo então Ministério das Coló-
nias e pelo Comissariado Nacional da Mocidade
Portuguesa sendo destinada ao enquadramento dos
estudantes oriundos das Colónias portuguesas (de
África, Índia, Macau e Timor).
O eco das independências africanas ocorridas
ao longo da década de 50 repercutiu-se no império
colonial português, onde o regime do Estado Novo
registava então grande contestação.
Neste contexto histórico muitos jovens estudantes
associados à CEI procuraram caminhos de
descoberta / construção da identidade dos territó-
rios de que eram originários com diversas iniciativas
culturais, entre as quais a atividade editorial.
A Associação Casa dos Estudantes do Império
(ACEI), constituída por associados da CEI, em
1994 e com existência até 1997, reeditou, pela
passagem do 50.o aniversário da Casa, dois volumes
das Antologias de Poesia de Angola, Moçambique
e São Tomé e Príncipe e elaborou um Nú-
mero Especial da MENSAGEM, um Boletim
publicado pela CEI, de forma irregular, de acordo
com as vicissitudes vividas, entre 1948 e 1964.
A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa
(UCCLA) deliberou levar a efeito uma homenagem
aos associados da CEI, iniciada numa cerimónia
que teve lugar no Auditório da Reitoria da
Universidade de Coimbra, em outubro de 2014, ano
em que se perfizeram 70 anos da criação da CEI.
Nessa homenagem iniciou-se a distribuição das
reedições das referidas Antologias, com novo formato
e ainda a distribuição de uma pen com os nomes
de todos os associados da CEI, resultado de
uma pesquisa levada a efeito na Torre do Tombo.
Para 2015, ano em que se perfazem 50 anos
sobre a extinção da CEI pela PIDE programaram-se
vários eventos. De entre esses eventos constam
debates, um Colóquio Internacional, a realizar na
Fundação Calouste Gulbenkian, uma exposição na
Câmara Municipal de Lisboa e, por fim, a sessão
de encerramento no dia 25 de maio, Dia de África,
em que intervirão como oradores todos os associados
da CEI que vieram a ser Presidentes da
República ou Primeiros Ministros dos territórios
de onde eram originários.
A reedição deste Número Especial da Revista
MENSAGEM integra-se nesta justa homenagem.À Memória de Amílcar Cabral
Mário de Andrade
Carlos Ervedosa
e daqueles que partiram cedo demais.
Ao Dr. Arménio Ferreira, cuja generosidade e apoio
nos anos difíceis prolongaram a existência da Casa.
Aos ESTUDANTES AFRICANOS de hoje e do futuro.Ministério dos Negócios Estrangeiros, CPLP, Instituto Camões, Câmara Municipal de Lisboainfo:eu-repo/semantics/publishedVersio