48 research outputs found

    Aspectos sincrônicos e diacrônicos do imperativo gramatical no português brasileiro

    Get PDF
    Este texto apresenta o fato gerador dos estudos variacionistas sobre a expressão gramatical do imperativo no português brasileiro, traça as dimensões geográficas deste fenômeno variável, discute a relação entre as formas gramaticais imperativas e outras formas verbais portuguesas e latinas e sintetiza tendências da variação e da mudança do imperativo no português brasileiro

    Concordância nominal e funcionalismo

    Get PDF
    Neste trabalho defendemos que a variação na concordância de número no sintagma nominal em português do Brasil não se explica pelo princípio de economia lingüística, no sentido de que "quanto mais impredizível a informação, mais material que a codifique é necessário" (Haiman, 1983, p.802), ou em outras palavras, "o que é predizivel requer menos codificação do que o que não é" (p.807). Apresentamos uma análise de cinco variáveis independentes e concluímos que os elementos flexionais do sintagma nominal apresentam + marcas explícitas de plural se (1) estão em um contexto de mais pluralidade; (2) apresentam mais coesão sintagmática; e (3) apresentam o arquitraço [+saliente]. A partir daí, defendemos que o fenômeno analisado pode ser mais bem explicado por princípios não-informacionais, como o princípio de saliência de Naro, o princípio de coesão de Cornish (1986) e o princípio de processamento com paralelismo (Scherre, 1988a)

    Padrões sociolinguísticos do português brasileiro: a importância da pesquisa variacionista

    Get PDF
    O objetivo deste texto é apresentar tendências gerais e particulares do português brasileiro e explicitar a importância da pesquisa variacionista para o conhecimento da realidade sociolinguística. Inicialmente, sintetizamos pressupostos da Teoria da Variação e da Mudança Linguística e discutimos a ferramenta estatística mais usada neste tipo de análise - o programa de regra variável (VARBRUL). Como tendências gerais, abordamos o uso de pronomes átonos, do futuro do presente perifrástico, da expressão pronominal a gente e da concordância verbal, em especial, os casos de sujeito de estrutura complexa em dados escritos. Como tendências particulares, abordamos a expressão gramatical do imperativo, com dados da fala e da escrita. Fechamos nosso texto, apontando novas perspectivas de pesquisa variacionista, a saber, os usos de pronomes pessoais de segunda pessoa na fala de jovem capital brasileira, Brasília, de 52 anos em 2012, que exibe processos de focalização dialetal

    Perceptual vs. Grammatical Constraints and Social Factors in Subject-Verb Agreement in Brazilian Portuguese

    Get PDF
    The earliest studies of variable subject/verb concord in Brazilian Portuguese showed that some sorts of verbs tend to show more frequent use of concord than others. Specifically, according to the saliency hypothesis (Naro 1981), when there is little difference in phonetic realization of plural with respect to singular, use of non-agreeing forms is much more frequent. Thus, in eles come/comem feijão ‘they eat beans’, where the singular differs from the plural only in nasalization of the final vowel, lack of agreement is much more frequent than in eles fez/fizeram as pazes ‘they made up’, where the two forms are very different. The distribution of saliency is highly overlaid with tense/mood: most high saliency forms are preterit, whereas most low saliency forms are present or imperfect. But there are exceptions, such as high saliency present é/são ‘is/are’ and dá/dão ‘gives/give’. In an attempt to discover whether saliency or tense is the most important variable, we made a very detailed coding of both saliency and tense/mood of over 7,000 tokens in two random samples of the speech community separated by an interval of about twenty years (Silva and Scherre 1996, Paiva and Duarte 2003). Both saliency and tense/mood are highly significant in separate analyses, but saliency overcomes tense/mood when both are posited in the same analysis, showing that a cognitive/perceptual factor is stronger than a grammatical factor. Furthermore, our social results in real time suggest that, in a counter-flow to earlier tendencies of loss, resurgence in use of concord is underway, with women in the lead, independently of social orientation as measured by contact with media, a possibility foreseen in Naro 1981, almost thirty years ago. Thus, language-external factors take on importance in the analysis and interpretation of flows and counter-flows in the dynamics of verbal concord in Brazilian Portuguese

    Sociolinguistic Correlates of Negative Evaluation: Variable Concord in Rio de Janeiro

    Get PDF
    Variable agreement in Brazilian Portuguese is subject to social stigma, under strongly negative evaluation, brought to the public’s attention in 2011 in a heated nation-wide sociolinguistic debate triggered by TV Globo, the principal national television network. In order to isolate objective factors underlying this debate, we examine the variable ‘years of schooling’ in a trend study of Rio de Janeiro speech from 1980 and 2000. Analysis of relative weights and their corresponding ranges reveals that distance between effects of each level of education has increased over time. Polarization of the education variable in 1980 was moderate, while in 2000 polarization becomes extreme in an increasingly uneven social distribution of marked forms. The results reveal massive exacerbation of sociolinguistic apartheid, showing that nothing has changed in human interaction with respect to language despite many years of language studies. For this reason, we suggest that our sociolinguistic studies ought to trigger legal action, with creation of laws against linguistic prejudice, modeled on laws against other forms of prejudice, so that society can profit from results of sociolinguistic research in a humanistic and emancipatory way

    The role of verb type in subject/verb agreement in Brazilian Portuguese

    Get PDF
    Discutimos neste texto o efeito do tipo de verbo na concordância verbal no português brasileiro em confronto com o efeito da posição e da animacidade do sujeito. Analisamos 4601 dados (64 falantes) com os verbos categorizados numa perspectiva tradicional (nocional, de ligação e auxiliar) e também dados com os verbos categorizados em outras perspectivas tradicionaias e gerativistas (transitivo, intransitivo, de ligação, auxiliar/modal, existencial). Em momento algum, o tipo de verbo revelou significância estatística. Posição e animacidade são as variáveis que revelam efeitos. A única característica específica do verbo que influencia a concordância verbal é a saliência fônica da oposição singular/plural.In this article we discuss the effect of verb type on subject/verb agreement in Brazilian Portuguese and compare its effect with subject position and animacy. We analyze a sample of 4601 tokens (64 speakers) with verbs categorized along traditional lines (main, linking, and auxiliary) as well with verbs categorized along other traditional and generative lines (transitive, intransitive, linking, auxiliary/modal, and existential). None of the verb-type variables were selected as statistically significant. Subject position and animacy are the variables that reveal significant influence on subject/verb agreement; the only characteristic of the verb chosen is phonetic salience of the singular/plural opposition

    Nós e a gente em quatro amostras do Português Brasileiro: revisitando a escala da saliência fônica

    Get PDF
    Sob a perspectiva da Sociolinguística Variacionista, analisamos três construções com a primeira pessoa plural: padrão antigo – nós com -mos (nós moramos); não padrão – nós sem -mos (nós mora); padrão emergente – a gente sem -mos (a gente morou/a gente mora). Os dados analisados são de quatro amostras do português brasileiro – Santa Leopoldina-ES, Baixada Cuiabana -MT, Goiás e Vitória-ES – e foram analisados em oposições binárias e ternárias, por programas estatísticos da série Varbrul. Os resultados indicam que a restrição mais importante é o grau de facilidade da percepção da diferença entre formas com e sem o morfema -mos, conhecida como saliência fônica: quanto maior a saliência fônica, mais a possibilidade de usar a forma com -mos. Uma vez que as formas do pretérito tendem a ocupar altos níveis de saliência, há distribuição parcialmente sobreposta entre tempo e saliência. Para a terceira pessoa plural, pesquisas anteriores mostram que a saliência é um preditor melhor do que tempo. Para a primeira pessoa plural, a distribuição sobreposta tende a conduzir, em alguns contextos estruturais e sociais, a uma reanálise de tal forma que o morfema -mos é usado preferencialmente para marcar pretérito perfeito. Isto resolve a ambiguidade entre presente e pretérito nos casos padrão de nós com -mos (nós moramos, preferencialmente pretérito) e não padrão nós sem -mos (nós mora, presente). Como parte de um fl uxo de padronização, a construção nominal a gente, do substantivo latino singular gens gentis ‘tribo’, é inserida no sistema pronominal como primeira pessoa do plural. Isto cria um padrão emergente, a gente sem -mos. Estas questões nos levaram a (1) propor uma hierarquia da saliência levemente modifi cada, denominada de hierarquia da proeminência, (2) discutir análises binárias e ternárias e (3) concluir que processos diacrônicos de séculos passados emergem da análise sincrônica de dados hoje disponíveis

    Reflections on imperative forms in portuguese

    Get PDF
    O estudo examina o uso variável de formas verbais do imperativo no português brasileiro, em comparação com línguas que apresentam o imperativo com morfologia e sintaxe próprias, o chamado imperativo verdadeiro, além das formas derivadas do subjuntivo. Argumentamos que formas do imperativo no português brasileiro atual correspondentes ao imperativo verdadeiro nas línguas citadas não manifestam propriedades morfológicas e sintáticas específicas, bem como não são restringidas pelo traço discursivo [+ proximidade]. Demonstramos que há diferenças geográficas com relação ao fenômeno variável no português brasileiro, especialmente com relação à sintaxe da negação, dos pronomes objeto, e do vocativo, em oposição ao sujeito.This study examines the variable use of imperative forms in Brazilian Portuguese, in comparison with languages that display a special morphology and syntax for imperatives (so-called true imperatives), along with forms derived from the subjunctive (found also in European Portuguese). It is argued that in Brazilian Portuguese the imperative forms corresponding to true imperatives show neither morphological or syntactically specific features, nor are they restricted by the discourse-linked feature [+proximity]. As we show, there are geographical differences in this variable phenomenon in Brazilian Portuguese, which correlate with the syntax of negation, object pronouns, and with vocatives as opposed to subjects
    corecore