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    O início da ruptura entre Espinosa e Descartes

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    This article is an analysis of the moment of rupture between Spinoza and Descartes on the concept of will. The will or free will in Descartes involves the assertion of degrees of freedom, the freedom of indifference and “the best freedom”. We analyze Spinoza’s first published works, Principles of Cartesian Philosophy and Metaphysical Thoughts, to point out this moment of rupture. In these early works, Spinoza aims to expose only the Cartesian philosophy without entering into controversy with prevailing cartesianism, but this does not prevent him of adding statements not contained in the Descartes’s works. So, we will verify whether Spinoza adds or omits statements connected to the cartesian concept of will. We will reach the conclusion that the rupture occurs only in Metaphysical Thoughts, and differently than we had thought, it happens through the concept of mind. More precisely, it will be through the different options regarding the order of geometric research, the analytical one in Descartes and the synthetic one in Spinoza, that the concept of mind will reverse the consequences of both philosophies on the concept of freedom.Este artigo é uma análise do momento de ruptura entre Espinosa e Descartes sobre o conceito de vontade. A vontade ou livre-arbítrio em Descartes envolve a afirmação de graus de liberdade, a liberdade de indiferença e “a melhor liberdade”. Analisaremos as primeiras obras publicadas de Espinosa, os Princípios da Filosofia Cartesiana e os Pensamentos Metafísicos, para precisar este momento de ruptura. Nessas primeiras obras, Espinosa tem o objetivo apenas de expor a filosofia cartesiana sem entrar em polêmica com o cartesianismo vigente, porém isso não o impede de acrescentar afirmações que não constavam nas obras de Descartes. Por isso verificaremos se Espinosa acrescenta ou omite afirmações em relação ao conceito de vontade cartesiano. Chegaremos à conclusão de que a ruptura ocorre apenas nos Pensamento Metafísicos, e diferentemente do que pensávamos, ela se dá através do conceito de mente. Mais precisamente, serão pelas opções distintas em relação à ordem de investigação geométrica, a analítica em Descartes e a sintética em Espinosa, que o conceito de mente inverterá as consequências de ambas as filosofias em relação ao conceito de liberdade

    ENTRE A ESSÊNCIA E A EXISTÊNCIA: A CORRESPONDÊNCIA DE ESPINOSA A HUDDE

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    O objetivo deste artigo é analisar o conteúdo das Cartas 34, 35 e 36 da Correspondência de Espinosa a Hudde. Nele podemos perceber o esforço e engenhosidade do filósofo em conduzir o seu interlocutor a assentir à primeira definição da Ética, a definição de causa sui. Hudde, matemático de formação, se esforça em compreender como o filósofo pode demonstrar que a unicidade de Deus possa ser deduzida exclusivamente do fato de que sua natureza ou essência envolve existência necessária. É através do estatuto causal da definição verdadeira que Espinosa poderá conduzi-lo, e evitar, assim,  que caia nos paradoxos do uno e do múltiplo, da distinção real e da numérica. Dada a incapacidade do matemático em assentir à definição genética de Deus, o filósofo o conduzirá a assentir indiretamente à definição através do procedimento de demonstração negativa ou por redução ao absurdo. Esse movimento intelectual explicitará os propria de Deus: a eternidade, a simplicidade, a infinitude, a indivisibilidade, a perfeição e a unicidade. 

    A complex approach to technology-mediated task-based learning

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    O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa como segunda língua na área de CALL, com ênfase na interação oral em um ambiente mediado pela tecnologia síncrona de comunicação usando a Aprendizagem Baseada em Tarefas (ABT), sob a perspectiva da Teoria da Complexidade. Além disso, visa a analisar e definir o ciclo da tarefa como um Sistema Adaptativo Complexo. A metodologia deste estudo possui caráter netnográfico uma vez que esse modelo de fazer pesquisa permite lidar com questões relativas à teoria e à prática, adaptando a pesquisa etnográfica a fim de incluir a influência da internet nos ambientes mediados pela tecnologia. Os dados foram construídos usando as gravações de cinco aulas em um ambiente mediado pela ferramenta Zoom de comunicação síncrona. Os participantes eram alunos do curso de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas e foram selecionados em razão da necessidade de realizarem reuniões com pesquisadores de universidades internacionais. Com base em uma perspectiva complexa e netnográfica para observação dos dados, foi possível constatar que o ciclo da tarefa neste novo ambiente de aprendizagem é sensível às condições iniciais, imprevisível, aberto, dinâmico, adaptativo, complexo, caótico, não-linear, auto-organizável e sensível ao feedback. Este estudo visa a contribuir para o desenvolvimento de uma nova área de investigação em CALL, devido à necessidade de se entender melhor as implicações pedagógicas das interações que acontecem dentro desse novo contexto de maneira complexa e não reducionista, baseando-se em uma teoria robusta, como é a da Complexidade.The focus of this study is the process of teaching/learning English as a second language in CALL, emphasizing oral interaction in an environment mediated by a synchronous communication tool using Task-Based Learning (TBL) under the perspective of the Complexity Theory. It aims to analyze and define the task cycle as a Complex Adaptive System. The current study adopts a netnographic methodology that deals with theory and practice adapting the ethnographic method to include the influence of the internet in technology-mediated environments. We built the dataset using video recordings of five classes carried out in an environment mediated by Zoom. The participants were students from the Biotechnology program at the Federal University of Pelotas selected due to their need to have online meetings with researchers from international universities. Based on a complex and netnographic perspective for data observation, it was possible to demonstrate that the task cycle, in this new learning environment, is sensitive to initial conditions, unpredictable, open, dynamic, adaptive, complex, chaotic, nonlinear, self-organizing, and sensitive to feedback. This study attempts to contribute to developing a new area of investigation in CALL due to the need to understand better the pedagogical implications of the interactions in this unique learning context in a complex and non-reductionist manner using a robust theory as the Complexity Theory

    O conatus imaginativo em Espinosa: : a produção da contingência e da ideia de finalidade

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    The scope of this article is to explain the logic of the production of passions through the imaginative conatus in Spinoza. This logic involves the understanding of the primitive affections of joy, sadness and desire that will compose the passions for which we are determined to think and act, and at the same time, produce the illusion of freedom of undetermined choice. We will see how this logic of the imaginative conatus, when suffering the vacillation of mind, will produce the contingent and possible modalities that are responsible for the illusion of indeterminate choice, that is, of free will. We will try to demonstrate that the experience of freedom as the power of opposites for which men believe to determine the ends for which the appetite/desire changes in passions is reduced to the experience of the vacillation of mind. This illusion of undetermined freedom arises because men do not adequately know their essence (conatus), a fact that leads them to identify the efficient causes of the production of affections as final causes.O escopo desse artigo é explicitar a lógica da produção das paixões através do conatus imaginativo em Espinosa. Essa lógica envolve a compreensão dos afetos primitivos de alegria, tristeza e desejo que irão compor as paixões pelas quais somos determinados a pensar e agir, e ao mesmo tempo, produzem a ilusão da liberdade de escolha indeterminada. Veremos como essa lógica do conatus imaginativo, ao sofrer a flutuação do ânimo, produzirá as modalidades de contingente e possível que são responsáveis pela ilusão da escolha indeterminada, isto é, da vontade livre. Tentaremos demonstrar que a experiência da liberdade como poder dos contrários pela qual os homens acreditam determinar os fins pelos quais o apetite/desejo se modifica em paixões reduz-se à experiência da flutuação do ânimo. Essa ilusão da liberdade indeterminada surge porque os homens desconhecem a sua essência (conatus) de maneira adequada, fato que os leva a identificar as causas eficientes da produção dos afetos como causas finais

    ESPINOSA COMO EDUCADOR

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    Causalidade divina e determinação humana na Ética I de Espinosa

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    Spinoza defines God in the Part I of Ethics as the efficient immanent cause of all things and not transitive, a necessary being, infinite and eternal for the cause. God is the cause of himself and involves in its essence the existence and at the same time is the efficient cause not only of the existence of things but also of their essence. So any effect that follows in nature has a determinate cause, in the nature of things nothing is given of contingent, everything is determined by the necessity of the divine nature to exist and to operate of certain way. Yet there is no purpose for the individual to do what he does. Perhaps Spinoza’s most striking criticism is to deny the purpose in nature and refute those who uncover its purpose. Therefore, to affirm that all that is produced is the effect of a divine’s free will is to admit the possibility of everything being different from what it is through an anthropomorphic projection. Imagination, through finality, transforms God into the absolute monarch of the universe, which places all natural means at the service of human ends. However, through the idea of destiny, men think of an unknown need that governs their lives. We will try to show in this article that when anthropomorphizing God men think of a fatalism blinder than the determinism espoused by Spinoza.Espinosa define Deus na Parte I da Ética como a causa eficiente imanente de todas as coisas e não transitiva, um ser necessário, infinito e eterno pela causa. Deus é causa de si mesmo e envolve em sua essência a existência e ao mesmo tempo é causa eficiente não apenas da existência das coisas, mas também da essência. Assim, qualquer efeito que segue na natureza possui uma causa determinada, na natureza das coisas nada é dado de contingente, tudo é determinado pela necessidade da natureza divina a existir e operar de maneira certa. Todavia não há uma finalidade que destine o indivíduo a fazer aquilo que ele faz. Talvez a crítica mais contundente de Espinosa é negar a finalidade na natureza e refutar aqueles que desvendam a sua finalidade. Sendo assim, afirmar que tudo o que é produzido seja efeito de uma vontade livre divina é admitir a possibilidade de tudo ser diferente do que é através de uma projeção antropomórfica. A imaginação, através do finalismo, transforma Deus no monarca absoluto do universo, o qual coloca todos os meios naturais a serviço dos fins humanos. Entretanto, através da ideia de destino os homens pensam numa necessidade desconhecida que rege as suas vidas. Tentaremos mostrar nesse artigo que ao antropomorfizar Deus os homens pensam num fatalismo mais cego do que o próprio determinismo defendido por Espinosa

    Identidade entre ideia e volição na Ética de Espinosa

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    O objetivo desse artigo é explicitar, na medida do possível, as críticas formuladas por Espinosa em relação a Descartes, notadamente em sua doutrina do livre-arbítrio. As críticas são fundamentadas nas proposições 48 e 49 da parte II da Ética, além das objeções que a complementam. Essa análise se deterá especialmente na identificação que Espinosa realiza entre ideia e volição, sendo a ideia concebida como um ato de afirmação ou negação, de modo que a volição é constitutiva da ideia. Com essa análise, tentaremos evidenciar que a identidade entre ideia e volição não elimina o caráter voluntário da ação cognitiva do homem na filosofia espinosana. A crítica de Espinosa em relação ao conceito de vontade, entendida como uma faculdade abstrata, isto é um universal abstrato, visa a romper com a ideia de que a vontade é absolutamente livre. A vontade deixa de ser a faculdade que afirma a liberdade entre contrários e torna-se a afirmação da livre necessidade. É essa concepção de uma faculdade universal e abstrata que acarretará ilusão do livre-arbítrio

    Do latifúndio à empresa: unidade e diversidade do capitalismo no campo

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    Este estudo se inscreve num conjunto mais amplo que visa a esclarecer as formas diversas assumidas pela reprodução do capital no campo brasileiro
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