165 research outputs found

    Eastern European migration to Portugal: from an unexpected migration to an uncertain future

    Get PDF
    In Portugal, Eastern European immigrants only become numerically significant at the end of the 1990s. Until that time, the Portuguese immigration landscape was mainly characterized by the presence of citizens from former Portuguese colonies in Africa and from Brazil. The study of this phenomenon is particularly interesting because it allows to analyse the constitution and development of a new immigration flow and of new immigrant communities in the country and, since the 2008 crisis, to investigate the strategies that immigrants use to face an economic situation that seems to hinder the fulfilment of their initial motivations for migration. Considering the importance of economic motives, it should be expected that, if the reason that justified migration can no longer be satisfied in Portugal,migrants would adopt strategies to attain their economic wellbeing elsewhere. By focusing on the possibilities that migrants consider when planning their future trajectories in a context marked by an economic downturn, this analysis intends to shed light on some of the factors that could impact on these possibilities. It will be shown that these are not limited by the dichotomy of staying or returning, but are spread over a continuum of mobility options in-between the two extreme options (staying or returning). The objective of this article is twofold. First, it presents the evolution of immigration in Portugal giving special attention to the inflow of Eastern European immigrants at the beginning of the twenty-first century. Second, it intends to analyse the effects of the 2008 economic crisis on this immigration flow and the various options that immigrants could follow in their response to a downturn in the economic situation.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Nation, State, and Economy: 'True Science' as a Foundation for Ideology

    Get PDF
    Thomas Carlyle famously called economy the 'dismal science.' In fact, technocratic views are often used as foundations for the existence of wide worldviews or ideologies. This relationship can be observed in the early writings of Ludwig von Mises around the First World War. Although Mises was, at all times in his career, explaining and describing economic processes, his writings acquire a decisive political-narrative emphasis in Nation, State, and Economy (1919). As we will try to show, his attempts to ground political solutions in epistemology go far beyond economic scientific work. Can 'true science' serve as a foundation for an ideology? By analysing his political thought (1907-1919), it is argued that Mises shifted in this respect as a reaction against the First World War. Socialism, according to Mises, is based on ideological choices devoid of solid scientific foundations. However, we will argue that Mises is, in the end, conceptually mimicking the socialists he criticizes, notably in both ideologies' claim that they represent a 'true science.' Mises himself seemed more or less aware of this fact.Ficou celebre a expressão de Thomas Carlyle de que a economia é a ‘ciência funeste.’ Na verdade, bases tecnocráticas são frequentemente utilizadas como fundações de ideologias ou vastas mundivisões. Podemos observar um bom exemplo disso nas primeiras obras de Ludwig von Mises, escritos na altura da Primeira Guerra Mundial. Apesar de Mises ter explicado e descrito fenómenos económicos durante toda a sua carreira, as suas obras adquirem uma ênfase decisivamente política e narrativa em Nation, State, and Economy (1919). Como tentaremos demonstrar, as suas tentativas para fundamentar soluções políticas na epistemologia vão muito além da ciência económica. Será que uma ‘verdadeira ciência’ pode servir de fundação para uma ideologia? Através de uma analise do seu pensamento político, argumentaremos que Mises, em reacção à Primeira Guerra Mundial, mudou nesse aspecto. Segundo Mises, o Socialismo baseia-se sobre escolhas ideológicas sem qualquer tipo de fundações científicas. No entanto, conforme argumentamos Mises, no final, está a espelhar conceptualmente os socialistas que ele crítica, nomeadamente quando ambas as ideologias dizem representar uma ‘verdadeira ciência.’ Mises parecia estar mais ou menos consciente desse facto

    Political radicalism as a genre : towards a non-relational understanding of radicalism and moderation

    Get PDF
    The years after the fall of the USSR were times of great optimism for proponents of constitutional democracy, of a Third Way between market and welfare state, and of a politics of moderation. However, this last decade has seen the emergence of antagonistic forms of politics: left and right populisms, uncompromising forms of free market liberalism, minority rights activism, and a recent nativist explosion that has caught everyone by surprise. We try to understand the ideas behind these phenomena by articulating a conception of political radicalism and of its opposite, political moderation. Radicalism in the past has often been understood as the negative contrary of moderation (especially because of the previous dominance of Marxism as the main paradigm of radical politics). It has been understood as a body of ideas that are opposed to democracy, to the rule of law, to pluralism, or that are in favor of revolution and violence. The new radical trends of today, however, do not seem so straightforwardly anti-democratic or revolutionary as Marxism once was. Instead of defining radicalism “negatively” as a collection of ideas, policies, or attitudes that deviate from a given state of “normality” (such as anti-pluralism, anti-democracy, anti-constitutional aims, or anti-traditionalism), we instead compare it to a literary genre that a group or individual can use in order to create dichotomies and a sense of “us versus them.” By describing and analyzing the thoughts of Georg Lukács, Ludwig von Mises, and Ernesto Laclau, we give examples of some “literary genres” (Marxist, free market libertarian, and postmodern), of the tropes they use to establish these dichotomies, and the way they can reinforce their arguments by using these dichotomies. In turn, we try to understand political moderation as an “anti-genre” that breaks with these attempts to create dichotomies.Os anos que se seguiram à queda da URSS foram tempos de grande otimismo para os defensores da democracia constitucional, de uma Terceira Via entre o mercado e o Estado social e de políticas de compromisso. Nesta última década surgiram, porém, vários movimentos políticos antagónicos que vieram abalar este status-quo: populismos de esquerda e de direita, ideologias a favor da completa liberalização do mercado, movimentos ativistas a favor dos direitos das minorias e até uma explosão “nacionalista” que apanhou o Ocidente de surpresa. O presente projeto de investigação visa estudar algumas das ideias por detrás destes fenómenos. Neste estudo, esboçamos dois conceitos para tentar perceber melhor esta nova situação: uma conceção de radicalismo político e uma conceção de moderação política. O radicalismo político foi frequentemente entendido como o contrário da moderação, pois o radicalismo era frequentemente definido à luz do paradigma dominante naquela altura, o marxismo. O radicalismo era entendido como um conjunto de ideias que se opõem à democracia, ao Estado de Direito, ao pluralismo—ou que são a favor da revolução e da violência. As novas tendências radicais de hoje, no entanto, não parecem tão antidemocráticas ou revolucionárias como o marxismo. Uma conceção diferente de radicalismo pode ajudar a entender as ideias por detrás desses movimentos. E essas ideias podem ser melhor compreendidas se conseguirmos caracterizar o radicalismo por si mesmo, de forma substantiva, em alternativa a um agregado de políticas, ideias e atitudes, como o anti-pluralismo, anti-democracia, anti-tradicionalismo, ou em vez de recorrer a outros critérios que definem o radicalismo como um desvio em relação a um certo estado de “normalidade”. Podemos compreender melhor estes novos movimentos radicais contemporâneos se olharmos para a maneira como criam dicotomias e desenvolvem um sentimento de “nós” contra “eles”. Defendemos neste trabalho que as abordagens do radicalismo que o tendem a definir negativamente, identificando o que este rejeita, podem ser complementadas com uma abordagem mais “positiva” que analisa o que o radicalismo oferece. Sugerimos ainda na sequência desta 10 investigação que poderíamos entender a moderação política como um conjunto de meios que tentam romper com as tentativas extremistas ou radicais de criar dicotomias. No decurso deste estudo, começamos por descrever as variadas formas como o radicalismo e o extremismo têm sido teorizados recentemente. De seguida, vemos como, subjacente à conceção de radicalismo que estamos a tentar evitar (como um desvio em relação a determinada forma de normalidade), parece haver uma abordagem bottom-up que tenta identificar as componentes constituintes do “radicalismo” (ideias, políticas ou atitudes). Nessa abordagem de baixo para cima, o grau de radicalidade do objeto de estudo é avaliado pelos elementos radicais (ideias, políticas ou atitudes) que comporta e pela sua intensidade. Em vez de considerar o radicalismo em termos de elementos constituintes, ou em alternativa, em função da dimensão da mudança social que os radicais propõem, argumenta-se nesta dissertação que se deve adotar uma abordagem top-down (de cima para baixo), quando analisamos o grau de dependência de um argumento em relação a uma narrativa radical que opera em segundo plano. Designa-se esta abordagem, de modo metafórico, como “literária”: como um género literário. Os radicalismos (como o marxismo, mas outros também) podem ser vistos como histórias “familiares” cujas referências “literárias” (“a burguesia”, “o trabalhador”, “a revolução”) podem ser usadas como indicações que apontam para a história do movimento marxista, tal podendo reforçar os argumentos de quem a utiliza. Dentro deste paradigma, quando um “autor” usa o “género” do radicalismo, os “leitores” situam-se e condicionam as suas expectativas em função de uma história cujo enredo contém dois lados, uma situação presente insatisfatória, e uma solução para resolvê-la que leva a um “final” do enredo em que a solução insatisfatória é resolvida. No exemplo clássico do marxismo, temos uma história tão conhecida que esta pode muitas vezes mergulhar intuitivamente o “leitor” na história que lhe é familiar do proletariado, a sua luta contra a burguesia e a crescente opressão de classe que eventualmente leva a uma revolução e traz a instauração do socialismo. Um autor pode usar palavras-chave – a que chamamos referências – da história do marxismo – a que chamamos metanarrativa – para referenciar a história do marxismo e reforçar os seus argumentos. Rotulando um determinado autor, grupo ou argumento como “burguês” ou "reacionário" ou, inversamente, 11 rotulando-o como "proletário" ou "revolucionário", um autor coloca o elemento atribuído num dos dois lados da história do marxismo. Graças a essa atribuição e ao uso desse termo de referência, o leitor é capaz de definir as suas expectativas em conformidade e continuar a ler desse modo, ao mesmo tempo que (1) lê esse argumento condicionado pela metanarrativa do marxismo em segundo plano e (2) que o autor, grupo (ou argumento que o autor acabou de atribuir) está do lado “errado” ou “certo” da história. A fim de aprofundar a noção de radicalismo que esboçamos na primeira parte, exploramos subsequentemente um dos primeiros pensadores que analisaram exaustivamente o marxismo como uma metanarrativa, Eduard Bernstein. Descrevemos as críticas de Bernstein à ortodoxia do SPD e, especialmente, as suas críticas à metanarrativa do marxismo e às suas “referências”. No mesmo capítulo, analisamos o argumento oposto de Georg Lukács em História e Consciência de Classe e examinamos a maneira como ele se esforçou por reconectar as diferentes partes da metanarrativa do marxismo que Bernstein separou (referências como “ciência”, “totalidade”, “classe”, “proletariado” e “revolução”). Com essa reconstrução, Lukács tentou abafar o ceticismo de Bernstein e gerar novamente uma história com dois lados. Graças a essa metanarrativa binária e estruturante que guia o “texto” político e as expectativas do leitor, Lukács é capaz de fazer saltos inferenciais rápidos de uma referência para a seguinte. Analisamos especificamente seções da História e Consciência de Classe, onde esses saltos são evidentes. Graças a tal metanarrativa de fundo, Lukács consegue utilizar duas estratégias centrais do género radical: usa essa metanarrativa para excluir elementos que são relegados para o lado “burguês” da história do marxismo (por exemplo, afirmando que Bernstein era “burguês” porque adotou uma pseudociência burguesa) ou consegue fazer alinhamentos com o lado “socialista” da história (por exemplo, dizendo que Rosa Luxemburgo era “marxista” porque adotou a verdadeira ciência marxista). Para entender completamente a noção de radicalismo político no sentido de género “literário” e como pode ser usada por outros, analisamos com detalhe e profundidade dois autores que constroem extensivamente o seu pensamento político dentro do que caracterizámos como “género radical”. Primeiro, analisa-se como Ludwig von Mises constrói uma metanarrativa radical na qual opõe o liberalismo, a ciência e a 12 racionalidade ao socialismo, à pseudociência e à irracionalidade. Como no caso de Lukács, analisa-se cuidadosamente como os termos de cada “lado da história” estão ligados a tal ponto que Mises é capaz de ligar perfeitamente um termo ao outro sem interromper a “leitura” da sua teoria ou narrativa. Também analisamos um segundo aspeto que permite essa leitura subtil, que é a maneira como Mises é capaz de opor estritamente cada grupo de termos. É graças ao facto de Mises estar a escrever tendo em mente uma narrativa com dois lados que o seu “leitor” é capaz de fazer a transição de uma referência para outra. Graças a essa dicotomia como plano de fundo dos seus textos, Mises usa referências em rápida sucessão e enquadra o seu argumento numa estrutura rígida, dicotómica, enquanto continuamos a lê-lo ininterruptamente. Também tentamos perceber qual a metanarrativa subjacente de Mises e as referências que esta produz e que podem ser usadas por outros autores que partilham a metanarrativa liberal. Depois de explorar as metanarrativas de Lukács e Mises abordamos a metanarrativa anti-essencialista de Ernesto Laclau. Procedemos de maneira semelhante ao que fizemos com Mises e descrevemos como Laclau constrói uma “narrativa de narrativas” formalizando cada passo da história do marxismo. Em seguida, examinamos mais de perto como a metanarrativa de Laclau funciona na prática e analisamos como seu anti-essencialismo é uma fonte de muitas operações de exclusão através do uso da referência “essencialismo”. Abordamos especificamente a maneira pela qual a metanarrativa de Laclau permite que utilize um tom iconoclástico nos seus escritos. Ao descrever a ingenuidade das crenças essencialistas dos seus opositores, Laclau é capaz de criar uma linha dicotómica de “tudo-ou-nada”, enquanto passa de uma referência para a seguinte. Na mesma linha, também usamos essa abordagem “literária” para ver como se pode entender a moderação política. Tenta-se muito brevemente observar a moderação política como um género “anti-género” (anti-utopia, anti-dualismo, etc.): a expectativa que transmite é a da crítica a um corpus “literário” estabelecido, do qual no fim de contas está dependente para transmitir o seu distinto sentimento de expectativa. Muitos elementos da literatura e da retórica moderadas parecem apresentar esse mesmo padrão duplo, tal como “ironia” enquanto género ou tendências literárias “realistas”. Para ganhar força, os recursos literários da 13 moderação dependem de um corpus preexistente em relação ao qual (ou contra o qual) obtêm a sua própria eficácia. Caracterizamos a moderação política, pois, como consistindo essencialmente na crítica e prevenção de uma metanarrativa extrema, a fim de romper os alinhamentos e as suas referências. A moderação, portanto, induz ou produz efeitos forçosamente recorrendo a expectativas de outras metanarrativas estabelecidas e, em seguida, oferecendo expectativas em que as referências dessas metanarrativas são separadas. Para exemplificar o “género político” da moderação, descrevemos sucintamente esta característica específica que atravessa o pensamento de alguns liberais da Guerra Fria, e especialmente de Raymond Aron

    Imigrantes Qualificados em Portugal

    Get PDF

    Imigrantes de Leste em Portugal

    Get PDF
    corecore