14 research outputs found

    Zygoparity in Characidae: the first case of internal fertilization in the teleost cohort Otomorpha

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    Most teleosts are externally fertilizing, with internal fertilization occurring as a relatively rare event. Until now, Euteleosteomorpha is the only teleost cohort known to undergo internal fertilization. In the teleost cohort Otomorpha, it has been recorded the presence of sperm in the ovaries of some species of Characiformes and Siluriformes, but no fertilized eggs have been found so far in the female reproductive tract. It has been presumed that oocytes can be released into the water with associated spermatozoa and only there becomes fertilized, and the term insemination has been used to characterize the strategy adopted by these fish. Here, we present the discovery of the first case of internal fertilization in the teleost cohort Otomorpha, in Compsura heterura (Characiformes: Characidae). In the course of spawning, the eggs form the perivitelline space and the animal and vegetative poles within the ovaries, evidencing oocyte fertilization. The newly spawned eggs then continue to form the animal and vegetative poles and increase the perivitelline space. These eggs are in the zygotic stage. These data indicate that fertilized eggs are only retained for a short period, providing evidence that C. heterura is a zygoparous fish.A maioria dos teleósteos são espécies com fecundação externa, sendo a fecundação interna um evento relativamente raro. Até o momento, Euteleosteomorpha é a única coorte de teleósteos conhecida com espécies de fecundação interna. Na coorte de teleósteos Otomorpha, tem sido registrada a presença de esperma nos ovários de algumas espécies de Characiformes e Siluriformes, porém nenhum ovo fecundado foi encontrado até agora no trato reprodutor feminino. Presume-se que os oócitos possam ser liberados na água associados aos espermatozoides e que somente lá são fecundados, e o termo inseminação tem sido empregado para caracterizar a estratégia adotada por esses peixes. Apresentamos aqui a descoberta do primeiro caso de fecundação interna na coorte de teleósteos Otomorpha, em Compsura heterura (Characiformes: Characidae). Durante a desova, os ovos formam o espaço perivitelino e os polos animal e vegetal dentro dos ovários, evidenciando a fecundação interna. Os ovos recém-desovados continuam a formação dos polos animal e vegetal e aumentam o espaço perivitelino. Esses ovos estão na fase zigótica. Estes dados indicam que os ovos fertilizados são retidos por um curto período, fornecendo evidências de que C. heterura é um peixe zigóparo

    New species of Scleromystax Günther, 1864 (Siluriformes:Callichthyidae) : extending the meridional distribution of genera endemic to the Atlantic Forest

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    The genus Scleromystax includes species occurring in several coastal river basins from southern Bahia to southern Santa Catarina States. Examination of Scleromystax specimens sampled from the laguna dos Patos drainage revealed a new taxon, further extending the distribution of the genus to the southern border of the Atlantic forest. The new species differs from its congeners by the second infraorbital ventrally expanded. It is also distinct, except from S. macropterus and S. salmacis, by roughly oblique, elongate, dark brown blotches along body; large specimens displaying cranial fontanel completely occluded, leaving just a shallow fossae; and sexually dimorphic features inconspicuous, i.e. preopercular (cheek) region similar in males and females, and dorsal and pectoral fins of males slightly longer than in females. Herein, we also extend the record of Scleromystax salmacis to the rio Tramandaí drainage.O gênero Scleromystax inclui espécies distribuídas nas diversas bacias hidrográficas costeiras entre o sul do Estado da Bahia e o sul do Estado de Santa Catarina. O exame de exemplares de Scleromystax coletados nos sistema da laguna dos Patos revelou um novo táxon, estendendo a distribuição do gênero para o limite austral da Mata Atlântica. A nova espécie difere de seus congêneres pelo segundo infraorbital expandido ventralmente. Também se distingue, exceto de S. macropterus e S. salmacis, por manchas castanho-escuras alongadas e oblíquas ao longo do corpo; espécimes grandes apresentando a fontanela craniana completamente oclusa, restando somente uma depressão superficial; e características de dimorfismo sexual inconspícuas, i.e. região pré-opercular semelhante em machos e fêmeas, e nadadeiras dorsal e peitoral dos machos sutilmente mais longa que das fêmeas. No presente estudo, o registro de S. salmacis é estendido até a drenagem do rio Tramandaí

    Ictiofauna da Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sul do Brasil: composição e diversidade

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    The ichthyofauna of the Estação Experimental Agronômica of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul was inventoried. We sampled three localities in the arroio Calombos and nine small dams. Overall 10,786 specimens were collected, belonging to seven orders, 18 families, 34 genera, and 51 species. Additional samples were taken in swampy and temporary areas, besides the analysis of fish collection records, resulting in a total of 61 species in 42 genera of fishes in the EEA/UFRGS. Orders Characiformes and Siluriformes predominated in richness and abundance. Most abundant species were Hyphessobrycon igneus, H. meridionalis, H. luetkenii, Cheirodon interruptus, Geophagus brasiliensis, and Crenicichla lepidota, respectively. The sites of the stream presented higher species richness (39 spp.) than small dams (25 spp.), being 13 species common to both environments. The record of Micropterus salmoides (black bass) in three of the small dams is associated with the lowest richness, demonstrating the impact of the presence of a predatory exotic species over native species. The seine net presented the best results to capture a larger number of species and a wider range of size of specimens. As an area of university education, the EEA/UFRGS serves as an important source for fish diversity studies. The conservation of the physical-chemical and biological integrity of the water environments is recommended to conserve this biodiversity. A key to identification of fish species is presented here.A ictiofauna da Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi inventariada. Foram amostrados três pontos no arroio Calombos e nove açudes. No total foram coligidos 10.786 exemplares, distribuídos em sete ordens, 18 famílias, 34 gêneros e 51 espécies. Analisando amostragens adicionais em áreas de brejos e de inundação temporária, além do exame de material depositado em coleção, encontramos 61 espécies e 42 gêneros de peixes na EEA/UFRGS. As ordens Characiformes e Siluriformes dominaram em riqueza e abundância. As espécies mais abundantes foram Hyphessobrycon igneus, H. meridionalis, H. luetkenii, Cheirodon interruptus, Geophagus brasiliensis e Crenicichla lepidota, respectivamente. Os pontos do arroio apresentaram maior riqueza (39 spp.) que os açudes (25 spp.), sendo 13 espécies em comum aos dois ambientes. O registro de Micropterus salmoides (black blass) em três açudes, associado aos menores valores de riqueza, evidenciou a ação predatória dessa espécie sobre as espécies nativas locais. Entre as artes de pesca empregadas, o picaré apresentou melhor resultado em termos de riqueza de espécies e amplitudes maiores de tamanho dos exemplares. Como área de formação universitária, a EEA/UFRGS serve como importante fonte para estudos de diversidade ictiofaunística. A conservação da integridade físico-química e biológica dos corpos d’água é recomendada como mantenedores dessa biodiversidade. Uma chave para identificação dos peixes da EEA/UFRGS é apresentada

    Comportamentos reprodutivos em Mimagoniates inequalis (Eigenmann, 1911) (Characidae: Stevardiinae: Glandulocaudini)

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    A fecundação interna é um evento relativamente raro entre os teleósteos. Dentre os caracídeos, todas as espécies da tribo Glandulocaudini possuem uma estratégia reprodutiva alternativa denominada inseminação, onde o macho transfere o esperma para o ovário das fêmeas. Contudo, o momento da fecundação e a forma como ocorre a transferência dos espermatozóides para os ovários são ainda desconhecidos. Este estudo tem por objetivo esclarecer aspectos reprodutivos de espécies inseminadoras de Characidae, através da análise do comportamento reprodutivo de Mimagoniates inequalis, descrevendo a corte, a competição entre os machos e como ocorre a inseminação e a desova. Em laboratório, quatro aquários foram montados com dois machos e três fêmeas cada. Foram realizadas 19 filmagens com oito horas de duração. Três filmagens (24 h) foram utilizadas para reconhecer os comportamentos mais frequentes. As outras 16 filmagens (128 h), 4 por aquário, foram divididas em sessões de 60 minutos, para registro dos comportamentos, a duração e horário das atividades. Identificamos 16 atos comportamentais, sendo seis de corte, nove agonísticos e um de desova. Evidenciamos uma hierarquia entre os machos, onde um macho conquista a dominância através de elaboradas interações agonísticas e inibe o acesso dos machos submissos às fêmeas. Os machos realizam um intenso investimento em corte, através de quatro sequências de atos comportamentais. Em um destes atos identificamos um movimento junto à superfície da água, onde o casal fica unido pela região ventral, sendo o único comportamento observado que pode resultar na inseminação. As fêmeas desovam um ou poucos ovos de cada vez na face abaxial das folhas de diferentes plantas, caracterizando um grande investimento parental. A seleção do local de desova pode ter consequências significantes para o fitness da prole através da criação de condições para o desenvolvimento larval

    Suposto feromônio dos órgãos da nadadeira causal de machos de Glandulocaudini : comunicação química? Atração sexual, agressão e reconhecimento coespecífico?

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    Todas as espécies da tribo Glandulocaudini possuem tecido hipertrofiado de células “club” na nadadeira caudal (órgão caudal). Pelo fato desta estrutura estar presente somente em machos maduros, formulou-se a hipótese que estas células secretem um tipo de feromônio relacionado à reprodução. Em Mimagoniates inequalis, testamos as hipóteses de: (i) órgão caudal tem função secretora; (ii) os peixes percebem as substâncias químicas do órgão caudal; (iii) as células “club” da pele e do órgão caudal produzem/contêm substâncias diferentes; (iv) as fêmeas são atraídas por substâncias químicas do órgão caudal; (v) as fêmeas tem preferência por substâncias químicas secretadas na água pelo órgão caudal; (vi) as fêmeas tem preferência pelo estímulo químico-visual de machos com órgão caudal; (vii) as substâncias químicas do órgão caudal aumentam a afinidade/receptividade da fêmea à corte; (viii) as substâncias químicas do órgão caudal aumentam a agressividade dos machos nas disputas; (ix) o macho pode discriminar/reconhecer o estímulo químico do órgão caudal de machos famíliares e não familiares. As fêmeas Mimagoniates inequalis foram atraidas pelo extrato das células “club” do órgão caudal e possuem preferência pela água em que machos foram aclimatados individualmente (água condicionada) somente quando não há o estímulo visual de machos. Entretanto, os estímulos químicos do órgão caudal reduziram o número de corte de casais e aumentaram o número de comportamento agonístico. Na disputa entre machos, por outro lado, as substâncias químicas do órgão caudal de machos familiares não aumentaram a agressividade, mas os machos submissos tiveram menor tempo de atividade com estímulo químico de machos familiares do que com estímulo químico de machos não familiares. O comportamento de casais não diferiu entre o extrato de órgão caudal e da água condicionada, e diferiu entre o extrato das células “club” da pele e do órgão caudal. Esses dados suportam a hipótese de machos e fêmeas perceberem o estímulo químico do órgão caudal, desta estrutura ser secretora e especializada na comunicação química e de diferença nas substâncias químicas das células “club” da pele e do órgão caudal

    Suposto feromônio dos órgãos da nadadeira causal de machos de Glandulocaudini : comunicação química? Atração sexual, agressão e reconhecimento coespecífico?

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    Todas as espécies da tribo Glandulocaudini possuem tecido hipertrofiado de células “club” na nadadeira caudal (órgão caudal). Pelo fato desta estrutura estar presente somente em machos maduros, formulou-se a hipótese que estas células secretem um tipo de feromônio relacionado à reprodução. Em Mimagoniates inequalis, testamos as hipóteses de: (i) órgão caudal tem função secretora; (ii) os peixes percebem as substâncias químicas do órgão caudal; (iii) as células “club” da pele e do órgão caudal produzem/contêm substâncias diferentes; (iv) as fêmeas são atraídas por substâncias químicas do órgão caudal; (v) as fêmeas tem preferência por substâncias químicas secretadas na água pelo órgão caudal; (vi) as fêmeas tem preferência pelo estímulo químico-visual de machos com órgão caudal; (vii) as substâncias químicas do órgão caudal aumentam a afinidade/receptividade da fêmea à corte; (viii) as substâncias químicas do órgão caudal aumentam a agressividade dos machos nas disputas; (ix) o macho pode discriminar/reconhecer o estímulo químico do órgão caudal de machos famíliares e não familiares. As fêmeas Mimagoniates inequalis foram atraidas pelo extrato das células “club” do órgão caudal e possuem preferência pela água em que machos foram aclimatados individualmente (água condicionada) somente quando não há o estímulo visual de machos. Entretanto, os estímulos químicos do órgão caudal reduziram o número de corte de casais e aumentaram o número de comportamento agonístico. Na disputa entre machos, por outro lado, as substâncias químicas do órgão caudal de machos familiares não aumentaram a agressividade, mas os machos submissos tiveram menor tempo de atividade com estímulo químico de machos familiares do que com estímulo químico de machos não familiares. O comportamento de casais não diferiu entre o extrato de órgão caudal e da água condicionada, e diferiu entre o extrato das células “club” da pele e do órgão caudal. Esses dados suportam a hipótese de machos e fêmeas perceberem o estímulo químico do órgão caudal, desta estrutura ser secretora e especializada na comunicação química e de diferença nas substâncias químicas das células “club” da pele e do órgão caudal
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