Suposto feromônio dos órgãos da nadadeira causal de machos de Glandulocaudini : comunicação química? Atração sexual, agressão e reconhecimento coespecífico?

Abstract

Todas as espécies da tribo Glandulocaudini possuem tecido hipertrofiado de células “club” na nadadeira caudal (órgão caudal). Pelo fato desta estrutura estar presente somente em machos maduros, formulou-se a hipótese que estas células secretem um tipo de feromônio relacionado à reprodução. Em Mimagoniates inequalis, testamos as hipóteses de: (i) órgão caudal tem função secretora; (ii) os peixes percebem as substâncias químicas do órgão caudal; (iii) as células “club” da pele e do órgão caudal produzem/contêm substâncias diferentes; (iv) as fêmeas são atraídas por substâncias químicas do órgão caudal; (v) as fêmeas tem preferência por substâncias químicas secretadas na água pelo órgão caudal; (vi) as fêmeas tem preferência pelo estímulo químico-visual de machos com órgão caudal; (vii) as substâncias químicas do órgão caudal aumentam a afinidade/receptividade da fêmea à corte; (viii) as substâncias químicas do órgão caudal aumentam a agressividade dos machos nas disputas; (ix) o macho pode discriminar/reconhecer o estímulo químico do órgão caudal de machos famíliares e não familiares. As fêmeas Mimagoniates inequalis foram atraidas pelo extrato das células “club” do órgão caudal e possuem preferência pela água em que machos foram aclimatados individualmente (água condicionada) somente quando não há o estímulo visual de machos. Entretanto, os estímulos químicos do órgão caudal reduziram o número de corte de casais e aumentaram o número de comportamento agonístico. Na disputa entre machos, por outro lado, as substâncias químicas do órgão caudal de machos familiares não aumentaram a agressividade, mas os machos submissos tiveram menor tempo de atividade com estímulo químico de machos familiares do que com estímulo químico de machos não familiares. O comportamento de casais não diferiu entre o extrato de órgão caudal e da água condicionada, e diferiu entre o extrato das células “club” da pele e do órgão caudal. Esses dados suportam a hipótese de machos e fêmeas perceberem o estímulo químico do órgão caudal, desta estrutura ser secretora e especializada na comunicação química e de diferença nas substâncias químicas das células “club” da pele e do órgão caudal

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