21 research outputs found

    Do grego antigo ao português contemporâneo: o sortilégio da língua e a epifania da cultura

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    Quando Martin Heidegger publica o decisivo Sein und Zeit (Ser e Tempo), em 1927, na revista de Husserl Jahrbuch f. Phil. Und phänomelog. Forschung, afirma-se, acima de tudo, um esforço singular para libertar das garras aduncas do esquecimento a questão do ser, num gesto titânico e prometeico do próprio pensamento. O centro da reflexão de Heidegger é o homem e o sentido do ser, o modo como aparece a si mesmo e se revela como passo na caminhada para a compreensão do ser em geral. Assim, o filósofo utiliza o método fenomenológico de modo a analisar a ontologia fundamental a fim de descobrir as estruturas ontológicas do Dasein (ser - aí). Por outro lado, há que pensar as relações entre o homem e o mundo pois ele é um ser-no-mundo (In - der - Welt - sein) constituindo este um verdadeiro horizonte a partir do qual reflecte e compreende as coisas e a si próprio

    Luís António Verney e o Verdadeiro Método de Estudar: Um Pensamento Inovador entre Portugal e a Europa.

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    Em Portugal, o século XVIII apresenta uma dimensão multímoda relativamente a estilos de época que nos possibilita identificar uma estética barroca retardatária, um neoclassicismo arcádico, um estilo rococó e um pré-romantismo em germinação que se irá afirmar progressivamente. Esta riqueza eclética de valores constitui, por excelência, uma epifania da renovação mental que se operou neste século e que perdurará ad aeternum em conexão íntima com esse movimento úbere que foi o Iluminism

    Humanismo e Erasmismo no Renascimento português. Pedro Sanches e a musa de Roterdão: o (des)velado Cálamo de pendor Erasmista

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    O Manuscrito F.G. 6368 da Biblioteca Nacional de Lisboa, relicário da obra de Pedro Sanches, inclui um poema em 161 hexâmetros dactílicos, com o título De Superstitionibus Abrantinorum, ou seja, «Acerca das Superstições dos Abrantinos», que mereceu aturado estudo por parte do Doutor Américo da Costa Ramalho 1 e que se revela um texto basilar para a compreensão da personalidade do nosso humanista. Este poema denota um pendor erasmista se tivermos em mente um desvelado cálamo que ousou entrar nos domínios da crítica do exercício da religião. Porém, se o texto pode atestar o perfume da Musa de Roterdão, o autor, talvez devido às suas grandes responsabilidades na Corte - «Supremi Senatus a Secretis, rege Sebastiano», de acordo com o Ms. F.G. 6368 da B.N.L. - não o publicou, nem a outros semelhantes que talvez tivesse escrito, pelo que o cálamo erasmista de Sanches se apresenta velado, em relação à sua época e em relação ao próprio perfil do humanista, no que concerne à sua simpatia para com Erasmo

    Duas nótulas queirosianas: II - Eça de Queirós e Emile Zola - do palimpsesto ao autógrafo, entre Les Rougon-Macquart e os Maias

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    Em literatura, não raro encontramos posições críticas pautadas pelo maniqueísmo simplista que resvalam para o depauperamento do objecto de análise. Todavia, o leitor crítico deve procurar a compreensão multímoda que enforma uma reflexão pertinente e atenta. Esta premissa ilumina esta nótula sobre o autor de Os Maias, riquíssimo exemplo de um polifacetado percurso estético-ideológico. De facto, a obra de Eça conheceu reflexões e leituras baseadas na descoberta do texto que existe sob outro texto, em busca dos caracteres realistas e naturalistas. Porém, um leitor atento deve conciliar o fenómeno palimpséstico com o percurso do autor, demandando o autógrafo da originalidade

    José Cardoso Pires: um delfim da escrita dialéctica e transparente

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    Se as suas palavras despojadas de cultismos já não bastassem per se para afirmar a marca indelével no panorama narrativo contemporâneo português de José Cardoso Pires, talvez ousássemos iniciar esta singela homenagem evocando, prosaicamente para o autor, a memória de alguns dos prémios que recebeu. Na verdade, Cardoso Pires viu O Delfim figurar na lista dos Melhores Romances Estrangeiros do Ano e ser citado por publicações distintas (La Quinzaine Littéraire, Le Monde, L’Observateur, Sunday Times), recebeu galardões como o Prémio Camilo Castelo Branco (O Hóspede de Job, 1964), Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (A Balada da Praia dos Cães, - um dos melhores romances estrangeiros do ano, para Alan Sillitoe do Sunday Times), prémio de Criação Literária (Centro Português da Associação Internacional de Críticos), de Vida Literária (APE), D. Dinis (Fundação da Casa de Mateus) bem como o prestigiante Prémio Pessoa

    Duas nótulas queirosianas: I - O Crime do Padre Amaro como reflexo da evolução estético-ideológica de Eça de Queirós

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    Polémico e atemporal, O crime do padre Amaro configurará ad aeternum a sinergia de contributos estéticos e ideológicos que presidiu ao processo da sua publicação, bem como representará, na prática, um percurso da evolução literária. Encetemos uma subtil peregrinação de modo a equacionarmos, não com um pensativo cigarro, mas tão só com uma sinóptica pena, o itinerário da obra e do autor

    José Saramago , um prémio Nobel levantado do chão : uma escrita de subversão na subversão da escrita

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    A Literatura Portuguesa, qual universo riquíssimo em constelações com mundos e estrelas de criação estética, recebe agora um reconhecimento inequívoco e decisivo. A Língua Portuguesa, Pátria cultural de autores notáveis espalhados pelas estradas da lusofonia, pode encontrar agora em José Saramago um arauto universal, como o poderia encontrar, também como justo prémio, em muitos outros escritores que mereciam esse galardão, tal é a profusão de possíveis homenageados. Num mundo em que um reconhecimento público premeia com glória (ainda que fugaz) um vulto das Letras nacionais, é lícito que a cultura de expressão portuguesa se sinta orgulhosa. Mais ainda, como cidadãos e amantes da Cultura Portuguesa, devemos encontrar em Saramago não um autor mas sim um fautor, um verdadeiro arauto, um embaixador dos séculos de labor e criatividade espiritual. Não se nos afigura fácil tecer algumas singelas considerações relativas a José Saramago, ele próprio uma figura complexa e polémica . Talvez possamos começar com um episódio elucidativo

    SARS-CoV-2 introductions and early dynamics of the epidemic in Portugal

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    Genomic surveillance of SARS-CoV-2 in Portugal was rapidly implemented by the National Institute of Health in the early stages of the COVID-19 epidemic, in collaboration with more than 50 laboratories distributed nationwide. Methods By applying recent phylodynamic models that allow integration of individual-based travel history, we reconstructed and characterized the spatio-temporal dynamics of SARSCoV-2 introductions and early dissemination in Portugal. Results We detected at least 277 independent SARS-CoV-2 introductions, mostly from European countries (namely the United Kingdom, Spain, France, Italy, and Switzerland), which were consistent with the countries with the highest connectivity with Portugal. Although most introductions were estimated to have occurred during early March 2020, it is likely that SARS-CoV-2 was silently circulating in Portugal throughout February, before the first cases were confirmed. Conclusions Here we conclude that the earlier implementation of measures could have minimized the number of introductions and subsequent virus expansion in Portugal. This study lays the foundation for genomic epidemiology of SARS-CoV-2 in Portugal, and highlights the need for systematic and geographically-representative genomic surveillance.We gratefully acknowledge to Sara Hill and Nuno Faria (University of Oxford) and Joshua Quick and Nick Loman (University of Birmingham) for kindly providing us with the initial sets of Artic Network primers for NGS; Rafael Mamede (MRamirez team, IMM, Lisbon) for developing and sharing a bioinformatics script for sequence curation (https://github.com/rfm-targa/BioinfUtils); Philippe Lemey (KU Leuven) for providing guidance on the implementation of the phylodynamic models; Joshua L. Cherry (National Center for Biotechnology Information, National Library of Medicine, National Institutes of Health) for providing guidance with the subsampling strategies; and all authors, originating and submitting laboratories who have contributed genome data on GISAID (https://www.gisaid.org/) on which part of this research is based. The opinions expressed in this article are those of the authors and do not reflect the view of the National Institutes of Health, the Department of Health and Human Services, or the United States government. This study is co-funded by Fundação para a Ciência e Tecnologia and Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (234_596874175) on behalf of the Research 4 COVID-19 call. Some infrastructural resources used in this study come from the GenomePT project (POCI-01-0145-FEDER-022184), supported by COMPETE 2020 - Operational Programme for Competitiveness and Internationalisation (POCI), Lisboa Portugal Regional Operational Programme (Lisboa2020), Algarve Portugal Regional Operational Programme (CRESC Algarve2020), under the PORTUGAL 2020 Partnership Agreement, through the European Regional Development Fund (ERDF), and by Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio
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