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    Projeto PortVix: a fala de Vitória/ES em cena

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    Os objetivos centrais do presente artigo são (1) apresentar à comunidade científica o projeto PortVix, que trata da fala da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo; (2) sintetizar os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento, com base nos dados deste projeto; e (3) tecer considerações sobre o alinhamento da fala de Vitória ao cenário nacional e sobre traços que a caracterizam. A Teoria da Variação e de Mudança Linguística norteia a organização da amostra e, de forma geral, a análise de diversos fenômenos variáveis, a saber, alternância entre futuro do pretérito e pretérito imperfeito; a expressão variável do futuro do presente; usos do gerúndio; variação sintática das orações adverbiais finais; alternância nós/a gente; a expressão do objeto direto anafórico; concordância nominal; concordância verbal; expressão gramatical do imperativo; alternância indicativo/subjuntivo; alternância você/cê/ocê; ausência/presença de artigo diante de antropônimos e de possessivos. Observações do senso comum e resultados das análises permitem evidenciar que, ao lado de aspectos que alinham a fala de Vitória-ES ao cenário nacional, corroborando a generalidade de diversos fenômenos, há outros aspectos que permitem inferir a caracterização da fala capixaba face aos três estados com os quais o Espírito Santo estabelece fronteiras: Rio de Janeiro, Bahia e, especialmente, Minas Gerais

    Prática de letramento no ensino superior: leitura do gênero artigo acadêmico

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    O objetivo deste texto é relatar os resultados de uma prática pedagógica adotada para o ensino de leitura do gênero artigo acadêmico, contribuindo para o letramento dos novos sujeitos que têm acessado o ensino superior com o processo de expansão e interiorização das universidades públicas federais. A prática foi realizada na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com estudantes da 2ª fase do curso de Engenharia de Aquicultura, e fundamentou-se em uma concepção de leitura resultante de uma tessitura entre porções epistemológicas advindas de autores como Freire (1994), Meurer (2000; 2008), Goulemot (2001), Motta-Roth (2008), Hila (2009) e Geraldi (2010). O resultados indicam que a prática de leitura, embora influenciada pela história prévia e contemporânea dos estudantes, pode ser desenvolvida através da imersão dos sujeitos em práticas medidas por ela. Além disso, uma ação coletiva entre (a) docentes, com adequada orientação epistemológica e organização metodológica e (b) universitários, com dedicação aos novos objetos de ensino, é imprescindível para a consolidação do tipo de leitura requerida na universidade

    A GRAMATICALIZAÇÃO DO VERBO IR E A VARIAÇÃO DE FORMAS PARA EXPRESSAR O FUTURO DO PRESENTE: UMA FOTOGRAFIA CAPIXABA

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    Esta pesquisa verifica o estágio do processo de gramaticalização do verbo IR, que tem assumido a função de auxiliar em construções perifrásticas para expressar tempo. Para isso, investiga-se a variação entre as formas sintética e perifrástica com IR para expressão do futuro do presente. Temos por hipótese que a forma perifrástica já atinge todos os gêneros das duas modalidades da língua, uma vez que já se especializou pura codificar tempo. São examinados dois gêneros, tomando-os como prototípicos do continuum oral/escrito: entrevistas com informantes universitários e editoriais de jornal. Partindo de uma orientação teórica Funcionalista, num quadro mais geral, concebe-se a língua como flexível ao uso, passível de influências cognitivas, sociais e também individuais, embora haja nela forças que atuam no sentido de regularizar a estrutura. Seguindo algumas pesquisas que têm se mostrado frutíferas, o modelo funcionalista estará em diálogo com outro modelo que procura dar conta da heterogeneidade estruturada da língua e de seus processos de mudança: a Teoria Variacionista. Num quadro mais específico, os fundamentos que orientam a pesquisa são os da Gramaticalização. Os dados extraídos dos gêneros selecionados serão submetidos ao programa computacional GOLDVARB 2001 e, em seguida, interpretados à luz das teorias linguísticas que fundamentam esta pesquisa

    Uma proposta de articulação teórico-metodológica entre os campos variacionista, funcionalista e dialógico para o tratamento de variação/mudança: reflexões a partir da expressão do futuro do presente

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2017.A literatura dos campos variacionista e funcionalista, particularmente o de vertente norte-americana, tem se voltado, em suas tendências atuais, para compreensão, dentre outros aspectos e respectivamente, (i) da variação estilística, compreendida de diferentes modos a depender da fase variacionista que se toma como referência para investigação desse tipo de variação, e (ii) das condições de produção e de recepção dos usos efetivos da língua. Com isso, esses dois campos, ora implícita ora explicitamente, aproximam-se de questões relacionadas ao estudo de gêneros textuais/discursivos. No que diz respeito a fenômenos em variação/mudança no Português do Brasil, a literatura sobre a expressão do futuro do presente indicia pontos ainda não investigados e que também evocam, em alguma medida, tópicos de abordagens de análise de gênero. Frente a esse duplo cenário, nesta tese apresentamos uma proposta de articulação teórico-metodológica entre os campos variacionista, funcionalista e dialógico para constituição de uma abordagem transdisciplinar para tratamento de fenômenos em variação/mudança, com o objetivo de promover uma nova chave de leitura, suficientemente ampla para acomodar preceitos dos três campos teóricos mencionados, especialmente para exame da expressão do futuro do presente e de fenômenos similares. A pesquisa baseia-se na literatura sobre (i) esse fenômeno, visto sob uma ótica funcionalista; (ii) o campo funcionalista que orienta a literatura sobre esse fenômeno; (iii) o campo variacionista, considerando mais detidamente aspectos históricos do surgimento e do desenvolvimento desse campo, que enseja, em termos prototípicos, três diferentes fases epistemológicas; e (iv) o campo bakhtiniano, com menção a alguns de seus principais aspectos filosóficos, teóricos e metodológicos. A partir da revisão dessa literatura e de problematização de alguns de seus tópicos, tecemos um diálogo entre os campos, levando-se em conta pontos passíveis de serem conjugados, apesar das especificidades com que são abordados em cada campo. O diálogo promovido orienta-se, então, pelos seguintes tópicos de discussão: (i) concepção sobre o fazer científico; (ii) concepção sobre sujeito e cognição; (iii) concepção sobre língua; (iv) concepção sobre a relação entre língua, indivíduo e sociedade; (v) explicações sobre a mudança linguística. Da articulação entre os campos em tela, por essas via, propomos uma nova abordagem, designada nesta tese de sociofuncionalismo enunciativo-discursivo. Dentre os aspectos que caracterizam essa abordagem, destacam-se: (i) inscrição dos usos linguísticos no âmbito das práticas sociais, com reconhecimento de que eles constituem uma prática estilística e distintiva; (ii) concepção de que a ideologia é o centro das práticas de uso da língua; (iii) circunscrição do estudo da língua aos gêneros do discurso; (iv) eleição do estilo dos gêneros como objeto de estudo; (v) exame das formas/funções de fenômenos em variação/mudança sob a perspectiva de que elas integram o estilo dos gêneros; (vi) visão de que a mudança linguística percorre um caminho de experimentação de gêneros e de estilos; (vii) design metodológico multidimensional e multinível (do tipo top down). Sob esse novo olhar, indicamos o modo como algumas facetas sobre a expressão do futuro do presente ainda podem ser examinadas, bem como vislumbramos a possibilidade (i) de potencialização do estudo de fenômenos em variação/mudança, quando esses são tomados em relação a dinâmicas sociais particulares, por meio da eleição dos gêneros do discurso como locus de análise da variação linguística (/estilística), considerando ser nesse âmbito que se dá a relação entre formas, funções e significado social da variação, e (ii) de produção de respostas para o papel do significado das práticas sociais para os usos efetivos da língua e, reversamente, o papel desses para a constituição daquele.Abstract : The literature of variation and functionalism, particularly in North America, has been currently trending towards understanding: (i) stylistic variation, understood differently depending on the variationist phase taken as reference to investigate this variation type, and (ii) conditions of production and reception of actual language use. Thus, these two fields approach issues related to the study of textual/discursive genres - sometimes implicitly, at other times explicitly. Regarding variation or change phenomena in Brazilian Portuguese, the literature on the expression of simple future tense shows paths not yet investigated that also evoke topics of genre analysis approaches to some extent. Facing this double-phenomena scenario, we propose in this dissertation a theoretical-methodological reasoning between the variationist functionalist, and dialogical fields to compose a transdisciplinary approach to deal with variation and change phenomena. Such proposal intends to promote a new reading key that is broad enough to include precepts of the three theoretical fields, especially to examine the expression of simple future tense and similar phenomena. The research is based on literature about (i) this grammatical phenomenon from a functionalist standpoint; (ii) the functionalist field that guides literature on this phenomenon; (iii) variation field in which we need closer consideration on historical aspects of emergence and development, which entails three different epistemological phases, in prototypical terms; and (iv) the Bakhtinian field, regarding some of its main philosophical, theoretical, and methodological aspects.We weave dialogue between the fields from the review of this literature and the problematization of some of its topics, considering points that can be combined despite the specifics with which they are approached in each field. The following concepts of discussion guided this dialogue: (i) scientific doing; (ii) subject and cognition; (iii) language; (iv) the relationship between language, individuals, and society; (V) explanations on linguistic change. From the articulation between the fields, we thus propose a new approach designed in this thesis of Enunciative-discursive sociofunctionalism. Among the aspects that characterize this approach, the following stand out: (i) linguistic uses entries within the scope of social practices, with the knowledge that they constitute a stylistic and distinctive practice; (ii) the concept that ideology is at the center of language use practices; (iii) circumscription of language study to discourse genres; (iv) election of genre styles as an object of study; (v) a revision of forms/functions of variation/change phenomena from a perspective that integrates genre styles; (vi) view that linguistic change follows a path of experimentation of genres and styles; (vii) multidimensional and multilevel methodological design (top down style). In view of this new perspective, we indicate how some facets of the expression of simple future tense can still be examined, as well as glimpse the possibility (i) of potentializing the study of variation/change phenomena, when these are taken into account with particular social dynamics, through the choice of discourse genres as locus of linguistic variation (/stylistic) analysis, considering that the relationship between forms, functions, and social meaning of variation is set in this context, and (ii) of production of definitions for the role of social practices meaning for the actual uses of language and, reversely, their role in the constitution of the language

    Projeto PortVix: a fala de Vitória/ES em cena

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    Os objetivos centrais do presente artigo são (1) apresentar à comunidade científica o projeto PortVix, que trata da fala da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo; (2) sintetizar os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento, com base nos dados deste projeto; e (3) tecer considerações sobre o alinhamento da fala de Vitória ao cenário nacional e sobre traços que a caracterizam. A Teoria da Variação e de Mudança Linguística norteia a organização da amostra e, de forma geral, a análise de diversos fenômenos variáveis, a saber, alternância entre futuro do pretérito e pretérito imperfeito; a expressão variável do futuro do presente; usos do gerúndio; variação sintática das orações adverbiais finais; alternância nós/a gente; a expressão do objeto direto anafórico; concordância nominal; concordância verbal; expressão gramatical do imperativo; alternância indicativo/subjuntivo; alternância você/cê/ocê; ausência/presença de artigo diante de antropônimos e de possessivos. Observações do senso comum e resultados das análises permitem evidenciar que, ao lado de aspectos que alinham a fala de Vitória-ES ao cenário nacional, corroborando a generalidade de diversos fenômenos, há outros aspectos que permitem inferir a caracterização da fala capixaba face aos três estados com os quais o Espírito Santo estabelece fronteiras: Rio de Janeiro, Bahia e, especialmente, Minas Gerais

    Projeto PortVix: a fala de Vitória/ES em cena

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    Os objetivos centrais do presente artigo são (1) apresentar à comunidade científica o projeto PortVix, que trata da fala da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo; (2) sintetizar os trabalhos desenvolvidos e em desenvolvimento, com base nos dados deste projeto; e (3) tecer considerações sobre o alinhamento da fala de Vitória ao cenário nacional e sobre traços que a caracterizam. A Teoria da Variação e de Mudança Linguística norteia a organização da amostra e, de forma geral, a análise de diversos fenômenos variáveis, a saber, alternância entre futuro do pretérito e pretérito imperfeito; a expressão variável do futuro do presente; usos do gerúndio; variação sintática das orações adverbiais finais; alternância nós/a gente; a expressão do objeto direto anafórico; concordância nominal; concordância verbal; expressão gramatical do imperativo; alternância indicativo/subjuntivo; alternância você/cê/ocê; ausência/presença de artigo diante de antropônimos e de possessivos. Observações do senso comum e resultados das análises permitem evidenciar que, ao lado de aspectos que alinham a fala de Vitória-ES ao cenário nacional, corroborando a generalidade de diversos fenômenos, há outros aspectos que permitem inferir a caracterização da fala capixaba face aos três estados com os quais o Espírito Santo estabelece fronteiras: Rio de Janeiro, Bahia e, especialmente, Minas Gerais
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