46 research outputs found
Educação da infância negra: legislação e políticas
A Educação Infantil é hoje uma conquista importante de todos os movimentos sociais engajados na luta pela educação da primeira infância, em especial o Movimento de Mulheres. A criança é na atualidade um sujeito social de direitos dentre eles o direito à Educação. No entanto a legislação que regula a garantia desses direitos trata as crianças, como universais, não levando em consideração as dimensões identitárias desses sujeitos; não consideram suas origens, pertencimento etnicorracial, identidade de gênero, dentre outras. A invisibilidade dessas identidades tanto no campo da legislação quanto nas áreas que atuam com este público podem causar discriminações. Assim, esse texto propõe fazer uma discussão sobre as políticas públicas educacionais e os instrumentos legais relacionados ao direito à educação de crianças de zero a cinco anos, a partir da história da Educação Infantil, destacando o papel dessas políticas e instrumentos na (re) produção das desigualdades etnicorraciais
Educação da infância negra: legislação e políticas
A Educação Infantil é hoje uma conquista importante de todos os movimentos sociais engajados na luta pela educação da primeira infância, em especial o Movimento de Mulheres. A criança é na atualidade um sujeito social de direitos dentre eles o direito à Educação. No entanto a legislação que regula a garantia desses direitos trata as crianças, como universais, não levando em consideração as dimensões identitárias desses sujeitos; não consideram suas origens, pertencimento etnicorracial, identidade de gênero, dentre outras. A invisibilidade dessas identidades tanto no campo da legislação quanto nas áreas que atuam com este público podem causar discriminações. Assim, esse texto propõe fazer uma discussão sobre as políticas públicas educacionais e os instrumentos legais relacionados ao direito à educação de crianças de zero a cinco anos, a partir da história da Educação Infantil, destacando o papel dessas políticas e instrumentos na (re) produção das desigualdades etnicorraciais
A primeira infância negra e a gestão das instituições de educação infantil
O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre o papel da gestão educacional no enfrentamento ao racismo nas Instituições de Educação Infantil, e aponta algumas ações pedagógicas e de gestão desenvolvidas no CMEI Vovô Zezinho, a fim de superação de algumas ideologias. Podemos afirmar que a estreita relação entre o racismo e a gestão, são relevantes para compreensão das infâncias que vêm sendo produzidas e proporcionadas às crianças negras e brancas, em contextos pedagógicos.Palavras-chave: Infância Negra; Gestão; Instituições de Educação Infanti
Pequenas Mahins: culturas infantis das meninas negras na Escola Comunitária Luiza Mahin em Salvador, Bahia
The writing of this thesis is based on the affirmation that young black girls are announcers of other worlds, which is, they are messengers of black ancestry, and they bring continuity. These girls are not old, they are not young, and they are not future. These girls are in the present, in here and now. They go! They follow in inventions, fissure, insurgencies and disobediences. Following the route created by black girls that I found in this thesis construction, I aimed understand how child’s culture are produced in everyday experiences lived by young black girls that attend the Comunitária Luiza Mahin School, in Salvador, Bahia. Through this aim, I produced an ethnography with an eight- girl- group composed by girls that were 5 years old in a kid’s garden classroom on Comunitária Luiza Mahin School in 2021, year that we faced the pandemics occasioned by Coronavirus. In order to find myself and research with young black girls, I brought Childhood Sociology Studies dialoguing with Decolonial studies in an attempt to dewhiten Childhood Sociology. Besides these two theoretical fields, this work also anchors itself in ethnic-racial, gender and childhood’s social studies. The context that these black girls live in their childhood, as far the territory as the school was presented as a way of demonstrate that child’s culture do not exist in the social empty and, as consequence forms and is formed by it. This thesis points to the girls that participated in the research build cultures between pairs and between women and men marked by racial, gender and generation issues, prominently to crossing between childhood’s culture and diasporic black culture highlighting Hapiness/Alacrity concepts’ (Muniz Sodré, 2006) and Odara (Marco Luz, 2018). In addition to this appointment discussions about bodies and black childhood gain emphasis in the work demonstrated by young black girls that use them to express their wishes, feelings and produce culture. This research announces the importance of embodiment in the process, through which the black girls participate in the social life. Young black girls bodies’ were understood in this work as biological, historic, cultural and social, but also localized in a black majority territory, this is how it is constituted body-territory-child.A feitura desta tese parte da afirmação de que as meninas negras pequenas são anunciadoras de outros mundos, ou seja, são mensageiras da ancestralidade negra, trazem a continuidade. Elas não são velhas, não são novas e não são futuras. Elas são no presente, no aqui e no agora. Elas vão! Seguem em invenções, fissuras, insurgências, desobediências. Seguindo o caminho trilhado pelas meninas negras que encontrei na construção da tese, objetivei compreender como são produzidas culturas infantis nas experiências cotidianas vivenciadas por meninas negras pequenas que frequentam a Escola Comunitária Luiza Mahin, em Salvador, Bahia. A partir desse intento produzi uma etnografia junto a um grupo de oito meninas negras de 5 anos de idade numa turma de Educação Infantil na Escola Comunitária Luiza Mahin, no ano de 2021, ano em que vivíamos a pandemia provocada pelo Coronavírus. Para me encontrar e pesquisar com as meninas negras pequenas trouxe os estudos da Sociologia da Infância (SI), em diálogo com os estudos Decoloniais, numa possibilidade de desembranquecer a SI. Além desses dois campos teóricos, este trabalho também se ancora nos estudos das relações étnico-raciais, estudos de gênero e estudos sociais da infância. Os contextos em que as meninas negras vivenciam suas infâncias, tanto o território quanto a escola, foram apresentados como formas de evidenciar que as culturas infantis não se dão no vazio social e, por conseguinte, formam e são formadas por ele. A tese aponta que as meninas que participaram da pesquisa constroem culturas entre pares e entre adultas e adultos marcadas(os) por questões raciais, de gênero e geração, com destaque para o entrecruzamento entre culturas das infâncias e cultura negra em diáspora, evidenciando os conceitos de Alegria/Alacridade (Muniz Sodré, 2006) e Odara (Marcos Luz, 2018). Além deste apontamento, as discussões sobre corpo e infâncias negras ganham destaque no trabalho demonstrando que as meninas negras pequenas o utiliza para expressar seus desejos, sentimentos e produzirem cultura. A pesquisa anuncia a importância da corporificação nos procedimentos por meio dos quais as meninas negras participam da vida social. O corpo das meninas negras pequenas foi entendido neste trabalho como biológico, histórico, cultural e social, mas também localizado num território de maioria negra, assim se constituindo como um corpo-território-criança
MULHERES QUILOMBOLAS EM FEIRA DE SANTANA: NARRADORAS DE SABERES
O que se aprende sobre a luta do feminismo negro quando ouvimos histórias narradas pelas mulheres quilombolas de Feira de Santana? Este questionamento é a base central deste plano de trabalho que procura mapear e divulgar as histórias da tradição oral contadas por mulheres quilombolas do município de Feira de Santana. Entende-se que a contação de histórias é um dos mais antigos e eficazes modos de transmitir conhecimentos, por isso, é preciso um olhar crítico sobre a necessidade de se manter viva a cultura popular das tradições orais como afirma Amadou Hampâté Bâ: “A tradição oral baseia-se em uma certa concepção do homem, do seu lugar e do seu papel no seio do universo”(HAMPATÊ BÂ, 2010, p.2). Com isso, a participação das mulheresquilombolas como narradoras na experiência da contação de histórias mobiliza saberesque podem promover a representatividade do feminismo negro dentro dessascomunidades
MULHERES QUILOMBOLAS: CONTRIBUIÇÕES DOS SABERES POPULARES PARA A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA
No âmbito educacional voltado ao ensino de química e outras ciências naturais, a alfabetização científica (AC) tem certo protagonismo quando o assunto é ensino-aprendizagem, sendo considerada um recurso necessário para uma prática pedagógica bem efetivada. Áttico Chassot (2003) defende que “a ciência seja uma linguagem; assim, ser alfabetizado cientificamente é saber ler a linguagem em que está escrita a natureza”
Das comunidades afrodescendentes à academia: encruzilhadas possíveis dos saberes tradicionais e acadêmicos
A presente produção textual visa promover reflexões sobre os saberes oralmente compartilhados entre os povos afro-brasileiros, aqui especificamente, pelas mulheres negras quilombolas e de terreiro no município de Feira de Santana (BA). Recorrendo a metodologia da pesquisa (auto)biográfica e entendendo as trajetórias e vivências destas Mestras como ponto de partida, dialogamos com discussões envolvendo a Modernidade e Decolonialidade para pensarmos de que forma estes saberes tradicionais e a oralidade atravessam nossas existências. Além de fomentar o fortalecimento dessa identidade afro-brasileira nos campos dos estudos acadêmicos e formais, percebemos como os saberes existentes nesses espaços possuem suas cientificidades apagadas pelas colonialidades. Acreditamos nas valias da tradição oral numa dimensão que cultive as poéticas orais e promova aprendizagens vivas e diretas. Para que a partir delas, possa constituir-se novos olhares para as individualidades, para as comunidades, para a docência, para o resguardo de uma herança, e principalmente para a contribuição em fomentar os espaços formativos com a cultura de matriz africana. Assim, a aproximação teórica com a decolonialidade foi intencionalmente relacionada com a ancestralidade afro-brasileira. Nossa pesquisa então, questiona, busca e se desenvolve em perspectivas africanas, bem como visa evidenciar a oralidade e as memórias como estratégias de resistências viáveis na contemporaneidade
GÊNERO E SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPERIÊNCIA FORMATIVA COM PROFESSORAS
Este texto apresenta uma experiência formativa junto as professoras de escolas comunitárias da PenínsulaItapagipana de Salvador/BA no âmbito de um projeto de intervenção, produto do curso de especializaçãoem Gênero e Sexualidade na Educação ofertado pela Universidade Federal da Bahia. Estaformação teve como tema central as discussões sobre gênero e sexualidades na Educação Infantil.Os aportes teóricos utilizados se centram nas discussões sobre os feminismos negros e a interseccionalidade(ASSIS, 2009). Nos encontros com as professoras buscamos refletir com elas as concepçõespessoais e profissionais acerca de gênero e sexualidade em suas vidas a fim de rompermos osestereótipos de gênero e sexualidade presente na sociedade e nas práticas pedagógicas e elegermospedagogias outras que favoreçam o respeito às diferenças.As abordagens metodológicas utilizadas na formação foram orientadas a partir dos estudosde Virgínia Kastrup (1999; 2005) e Amanaiara Conceição Miranda (2018), trazendo uma discussãosobre aprendizagem inventiva, evidenciando os deslocamentos, as desaprendizagens e problematizaçõesnuma ação pedagógica transgressora de um fazer junto as crianças pequenas. Formações deprofessoras como a apresentada neste texto podem contribuir para que as crianças pequenas vivamsuas vidas permeadas pelo afeto e respeito as suas escolhas cotidianas
Pontes entre colonialidade e a autoafirmação: construindo reflexões para o ensino de ciências e biologia
Este artículo relata la experiencia vivida por estudiantes de graduación en Ciencias Biológicas de la Universidad Estadual de Feira de Santana durante un viaje de campo a las ciudades de Cachoeira y São Félix, en Bahía, promovido por el componente curricular Relaciones Étnico-Raciales en la Escuela. A través de la observación sensible, los estudiantes registraron la realidad de estas ciudades en forma de fotografías y discursos. Durante el recorrido se pudo constatar el predominio de una población negra, cuya cotidianidad está íntimamente ligada a una diversidad de religiones que, si bien son percibidas como antagónicas en el imaginario popular, conviven armónicamente en la realidad local. Además, hubo un fuerte vínculo con figuras históricas relacionadas, o no, con la independencia de Bahía y Brasil, así como con el legado del período colonial. A partir de estas observaciones se tejieron reflexiones sobre las observaciones realizadas, presentando datos relevantes sobre la historia, estructura, religión, cultura, entre otros aspectos de las ciudades. El trabajo contribuyó a ampliar la comprensión y establecer relaciones entre la experiencia vivida y la formación decolonial de los futuros profesores de Ciencias y Biología, con el objetivo de promover una enseñanza descolonizada de las Ciencias Naturales.This article reports the experience lived by undergraduate students in Biological Sciences at the State University of Feira de Santana during a field trip to the cities of Cachoeira and São Félix, in Bahia, promoted by the curricular component Ethnic-Racial Relations at School. Through sensitive observation, students recorded the reality of these cities in the form of photographs and speeches. During the trip, it was possible to verify the predominance of a black population, whose daily lives are closely linked to a diversity of religions that, although they are perceived as antagonistic in the popular imagination, coexist harmoniously in the local reality. In addition, there was a strong link with historical figures related, or not, to the independence of Bahia and Brazil, as well as the legacy of the colonial period. From these observations, reflections were woven about the observations made, presenting relevant data on the history, structure, religion, culture, among other aspects of the cities. The work contributed to broadening the understanding and establishing relationships between the lived experience and the decolonial training of future Science and Biology teachers, with the aim of promoting a decolonized teaching of the Natural Sciences.O presente artigo relata a experiência vivenciada por estudantes de graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana durante uma viagem de campo às cidades de Cachoeira e São Félix, na Bahia, promovida pelo componente curricular Relações Étnico-raciais na Escola. Por meio da observação sensível, os estudantes registraram a realidade dessas cidades no formato de fotografias e discursos. Durante a viagem, foi possível constatar a predominância de uma população negra, cujas vidas diárias estão intimamente ligadas a uma diversidade de religiões que, embora sejam percebidas como antagônicas no imaginário popular, coexistem de forma harmoniosa na realidade local. Além disso, observou-se um forte vínculo com figuras históricas relacionadas, ou não, à independência da Bahia e do Brasil, bem como à herança do período colonial. A partir dessas observações, teceu-se reflexões acerca das observações realizadas, apresentando dados relevantes sobre a história, estrutura, religião, cultura, entre outros aspectos das cidades. O trabalho contribuiu para ampliar a compreensão e estabelecer relações entre a experiência vivenciada e a formação decolonial de futuros professores de Ciências e Biologia, com o objetivo de promover um ensino descolonizado das Ciências da Natureza.O presente artigo relata a experiência vivenciada por estudantes de graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Feira de Santana durante uma viagem de campo às cidades de Cachoeira e São Félix, na Bahia, promovida pelo componente curricular Relações Étnico-raciais na Escola. Por meio da observação sensível, os estudantes registraram a realidade dessas cidades no formato de fotografias e discursos. Durante a viagem, foi possível constatar a predominância de uma população negra, cujas vidas diárias estão intimamente ligadas a uma diversidade de religiões que, embora sejam percebidas como antagônicas no imaginário popular, coexistem de forma harmoniosa na realidade local. Além disso, observou-se um forte vínculo com figuras históricas relacionadas, ou não, à independência da Bahia e do Brasil, bem como à herança do período colonial. A partir dessas observações, teceu-se reflexões acerca das observações realizadas, apresentando dados relevantes sobre a história, estrutura, religião, cultura, entre outros aspectos das cidades. O trabalho contribuiu para ampliar a compreensão e estabelecer relações entre a experiência vivenciada e a formação decolonial de futuros professores de Ciências e Biologia, com o objetivo de promover um ensino descolonizado das Ciências da Natureza
Chronic heart diseases as the most prevalent comorbidities among deaths by COVID-19 in Brazil
Age, sex and presence of comorbidities are risk factors associated with COVID-19. Hypertension, diabetes and heart disease are the most common comorbidities in patients with COVID-19. The objective of this study was to estimate the prevalence of patients with comorbidities who died of COVID-19 in Brazil. Searches of data were carried out on the official pages of the 26 State health departments and the federal district. The random-effect method was used to calculate the prevalence of patients with comorbidities who died. From the beginning of the pandemic in Brazil until May 20, 2020, 276,703 cases of COVID-19 were notified in Brazil, 6.4% died, 58.6% of whom were male. The prevalence of comorbidities among deaths was 83% (95% CI: 79 - 87), with heart disease and diabetes being the most prevalent. To our knowledge, this study represents the first large analysis of cases of patients with confirmed COVID-19 in Brazil. There is a high prevalence of comorbidities (83%) among patients who died from COVID-19 in Brazil, with heart disease being the most prevalent. This is important considering the possible secondary effects produced by drugs such as hydroxychloroquine