5,403 research outputs found

    O esperma sagrado. Algunas ambiguidades da homoparentalidade em contextos euro-americanos contemporâneos

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    A história da patenidade no Ocidente está marcada por uma tensâo entre paternidade biológica, paternidade social e paternidade legal. Esta tensâo é comun a hetero e homossexuais em situaçôes ou projectos familiares, mas é alguma forma dramatizada nas situaçôes, na sua maior parte homossexuais, em que nâo exista provisâo legal, por parte do Estado, da legalidade das situaçôes homoparentais. Igualmete, quanto menos provisâo legal exista, menos parece haver una cultura de como fazer e proceder em situaçoes de disputa de paternidade entre gays e lésbicas, assistindo-se ao recurso ou à normativade legal, ou à normatividade moral (e necessariamente heteronormativa, androcêntrica e patrilinear) a ela associada

    A study about a fixed coupon express certificate linked to the Euro Stoxx 50 index : backtesting and performance assessment

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    Mestrado Bolonha em FinançasThis Master’s Final Work aims to study and value a Fixed Coupon Express Certificate linked to the EURO STOXX 50 Index, an autocallable structured product issued by Deutsche Bank on the 4th of February 2020. In this analysis, two paths are followed: a Monte Carlo Simulation with 10,000 trials, considering three different volatilities (σ = 7.01%; σ = 12.78%; σ = 29.25%), and a comparison between the aforementioned Monte Carlo Simulation and Historical Data on the index’s performance since its inception in 1998. Aside from the valuation itself, this project also includes a probability and average lifespan analysis on the Express Certificate. From the Monte Carlo Simulation process, we observe that a higher volatility results in a lower product’s average present value and a lower probability of the investor earning back more than he or she paid for the product. From the comparison between Historical Data and the Monte Carlo Simulation, we infer that the Monte Carlo Simulation appears to be too optimistic when dealing with the possibility of the Certificate surviving until its full maturity. Additionally, the Simulation returns a higher product’s average present value and a higher probability of the investor earning back more than he or she paid for the product when compared to Historical Data on the performance of the index. Taking into account both sets of results, the product seems slightly overpriced.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Mass loss in Open Cluster Populations

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    Tese de Mestrado, Física (Astrofísica e Cosmologia), 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de CiênciasCrê-se que a maior parte das estrelas é formada em grupos (Lada and Lada, 1991) que, mais tarde, se dissolvem e cujas estrelas passam a integrar a população de campo. Este processo de dissolução determina a distribuição de massa e idade dos grupos de estrelas observadas e, também, as propriedades da população de campo. Neste contexto, determinar a distribuição de massa e idade dos aglomerados na nossa galáxia irá impor constrangimentos sobre os modelos teóricos de dissolução e aumentar o nosso conhecimento sobre os processos de perda de massa dos grupos de estrelas. Estes grupos de estrelas formam-se devido ao colapso gravitacional nas regiões mais densas das nuvens moleculares gigantes que se encontram no disco galático. Como as estrelas de cada grupo formamse ao mesmo tempo, essas estrelas partilham a mesma idade, distância e composição química que faz delas objetos ideais para estudar não só a formação e evolução estelar, como também a estrutura espacial da nossa galáxia. A massa é o elemento que governa a dinâmica interna e, também, a interação com o campo de maré da galáxia, pelo que é de extrema importância saber qual a distribuição de massa dos aglomerados na nossa galáxia. Contudo, um catálogo de massas homogéneo e de larga escala ainda não está disponível, pelo que um dos objetivos principais deste trabalho é a determinação das massas para aglomerados abertos com fotometria de elevada precisão que agora é possível graças à missão Gaia. A nossa amostra vem do catálogo de Dias et al. (2021) que contém a idade e distância de aglomerados abertos, determinadas a partir de dados da missão Gaia (Gaia Data Release 2, Gaia Collaboration et al. (2018)). Os dados da missão Gaia fornecem-nos movimentos próprios, posições e fotometria (no visível) para cada estrela. Esta missão revolucionou o campo da astronomia ao trazer dados de elevada precisão para mais de 1 bilião de estrelas. Isto tem permitido estudar a estrutura e dinâmica da Via Láctea com um nível de detalhe nunca antes visto. No total, a amostra proveniente do catálogo de Dias et al. (2021) é composta por 1743 aglomerados abertos que têm idades entre alguns milhões a alguns biliões de anos e distâncias até alguns milhares de parsecs à volta do Sol. Considerando que o limite de cada aglomerado pode ser definido como o raio até ao qual as estrelas ainda estão gravitacionalmente ligadas a este, por vezes chamado de "raio de maré", foi necessário começar pela determinação do raio de maré de cada aglomerado. Este é o raio onde a força de maré da galáxia onde o aglomerado se encontra é igual a atração gravitacional do próprio aglomerado. As estrelas fora do raio de maré do aglomerado estão a dissipar-se para a população de campo e já não devem ser consideradas parte deste. Cada aglomerado possui um perfil de densidade cuja parametrização mais usada é o perfil de King (King, 1962) que nos permite obter o raio de maré e o raio do núcleo de cada aglomerado. Os nossos resultados mostram um raio de maré mediano de 10 parsec (excludindo os resultados de má qualidade) e um raio do núcleo mediano de 2 parsec que é compatível com os valores encontrados na literatura (Piskunov et al., 2007; Kharchenko et al., 2013). Contudo, o ajuste do perfil de King apresentou algumas dificuldades que se traduziram em incertezas elevadas para o raio de maré embora as incertezas medianas para o raio do núcleo sejam da ordem de 20%. Através de modelos de evolução estelar e usando a Função de Massa Inicial, que nos dá o número de estrelas de cada massa que se formam inicialmente num aglomerado, é possível saber o número de estrelas que um aglomerado com uma certa massa tem de cada magnitude. Isto constitui a função de luminosidade que varia de acordo com a idade de cada aglomerado. Através da comparação entre a distribuição de luminosidade observada e a função de luminosidade teórica, obtida através dos modelos de evolução estelar de Padova, podemos determinar a massa luminosa. Os nossos resultados mostram uma distribuição logarítmica de massa que apresenta uma forma gaussiana com valor médio 2.7 dex e desvio-padrão de 0.4 dex. A distribuição linear tem uma massa média de 797 M⊙. Os erros associados ao nosso método de determinação da massa foram obtidos através de bootstrapping e são cerca de 4%. Para avaliar o efeito das incertezas elevadas no raio de maré, determinámos a massa usando o valor máximo e mínimo do raio de maré e comprovámos que o efeito na determinação da massa não é significativo. Uma vez que nem todos os resultados são de boa qualidade, classificámos cada aglomerado com base na qualidade da determinação do raio de maré, massa e ajuste da isócrona no diagrama cor-magnitude e selecionámos uma amostra com os resultados de qualidade elevada e intermédia. Para podermos caraterizar não só a forma como as estrelas passam de um ambiente em que estão aglomeradas para uma população de campo bastante uniforme, como também estudar o campo de maré da nossa galáxia, é necessário entender o processo de disrupção que atua sobre os aglomerados. Para determinar os parâmetros relacionados com a disrupção dos aglomerados, simulámos a formação e evolução de uma população de aglomerados abertos que perde massa ao longo do tempo de acordo com as equações obtidas por Lamers et al. (2005b) e comparámos a distribuição simulada de idades e massas com as observações. No nosso modelo, assumimos uma taxa de formação constante e uma função de massa inicial exponencial, comumente utlizada na literatura, obtida usando os aglomerados imersos nas nuvens moleculares onde são formados (Gieles, 2009). Percorrendo várias combinações para os parâmetros do nosso modelo de disrupção e, comparando as simulações com as observações, foi possível obter os mesmos valores que existem na literatura que indicam uma escala de tempo de disrupção de cerca de 5 milhões de anos (Lamers et al., 2004; Boutloukos and Lamers, 2003). Obtivémos também uma zona adicional, que parece estar degenerada, onde são favorecidas escalas de tempo de disrupção mais pequenas. Estas zonas verificam-se também quando comparamos as simulações com as observações vindas de uma amostra com os aglomerados que apresentam apenas resultados de qualidade elevada e também para uma amostra de menor dimensão (contendo apenas aglomerados num raio de 1500 parsec à volta do Sol). Apesar de existir compatibilidade entre as observações e as simulações para a distribuição de idades usando os valores da literatura, o mesmo não acontece para a distribuição de massas cujo pico das massas simuladas se verifica para valores de massa mais pequenos que o pico das massas observadas. Esta incompatibilidade na distribuição das massas era inesperada e verifica-se para todas as combinações de parâmetros consideradas. Uma vez que o nosso modelo apenas considera a evolução dos aglomerados após sairem das nuvens moleculares, a distribuição de massa inicial usada deverá refletir a distribuição de massa dos aglomerados jovens. Para que a distribuição de massa simulada se aproximasse das observações, testámos uma função de massa inicial modificada obtida através do ajuste de uma gaussiana à distribuição logarítmica de massa dos aglomerados jovens (com idades inferiores a 50 milhões de anos). Embora este ajuste tenha sido feito apenas como um teste heurístico, os resultados mostram que o pico da distribuição das massas simuladas se aproxima do pico das observações, mantendo o bom ajuste na distribuição das idades. Isto indica que a função de massa inicial utilizada na literatura, obtida a partir dos aglomerados imersos, poderá não ser adequada para os aglomerados expostos.Mass is the main quantity driving the formation, structure, and evolution of stars but it also governs the dynamics of stellar systems such as open clusters (OCs) that provide crucial information about the dynamical evolution of the Galactic disc where they are formed. Recently, several large-scale OC studies have been published (Cantat-Gaudin et al. (2018), Monteiro et al. (2020) and others). However, high quality and systematic mass determinations for those OCs are not available so, in our work, we performed homogeneous determinations of luminous mass for 1724 OCs from the catalogue of Milky Way OCs of Dias et al. (2021). We also determined the tidal and core radii by fitting the density profile of each cluster with the King profile (King, 1962) which was required to determine the mass of each cluster. Using the resulting mass distribution, we attempted to constrain the disruption experienced by clusters in the solar neighbourhood by simulating the build up and mass evolution of a population of OCs using the equations derived by Lamers et al. (2005a). Comparing the simulated age and, for the first time, mass distributions to the observations, we recover the same parameter values related to disruption obtained in the literature with an additional optimal area for smaller disruption timescales. However, despite the reasonable agreement for the age distribution, the simulations do not generate a mass distribution similar to the observations. To improve the simulated mass distribution, we tested a different Cluster Initial Mass Function (CIMF) obtained from the mass distribution of clusters with age under 50 million years (Myr), which led to an improvement of the agreement with the observed mass distribution. This suggests that the CIMF of non-embedded clusters might be different from the one universally used, which is determined using embedded clusters

    Análise de factores que influenciam a classe energética de uma fracção autónoma

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    O conforto térmico nas habitações e nos locais de trabalho é uma condição essencial para o bem-estar e produtividade. O novo Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios identifica as características fundamentais para esse conforto, e estabelece um patamar mínimo para todos os edifícios de habitação novos. A nova legislação sobre a certificação energética permitirá que cada fracção autónoma apresente um “Certificado de Desempenho Energético e do Ar Interior”, que dependerá das soluções adoptadas a nível construtivo e de projecto. Neste contexto, o principal objectivo deste estudo é o de sensibilizar todos os intervenientes do meio da construção, desde a fase de projecto até à fase final de obra, das opções mais vantajosas, levando em consideração os investimentos e respectivos períodos de retorno, que proporcionem um melhor desempenho energético dos edifícios do nosso país. Para tal, estudou-se o comportamento de duas fracções autónomas diferentes, mediante a consideração de várias características que influenciem a sua classificação energética, obtendo-se variações significativas

    Tecnologia flextec aplicada ao sector da construção

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    Na primeira parte do presente estudo, são apresentadas, resumidamente, as tecnologias de adesivos e vedantes, que servem de base para a apresentação da tecnologia Flextec®, uma tecnologia que junta o melhor destes dois tipos de materiais. Relativamente aos adesivos apresentam-se algumas das teorias de adesão, a ligação adesiva ao longo dos tempos, as vantagens e desvantagens da utilização de adesivos e por fim, os diversos tipos de adesivos e suas principais aplicações. Relativamente aos vedantes, a introdução é semelhante, referindo-se os seus tipos, classificação e aplicações, nomeadamente a aplicação em juntas. Uma vez que a tecnologia em estudo, é um exclusivo Henkel, foi dedicada uma parte da introdução para a apresentação da empresa e do seu portfólio de produtos, destacando-se aqueles que se apresentam como soluções recentes e inovadores, nas suas gamas, dentro da divisão de construção. Após esta introdução, é apresentada a tecnologia Flextec®, com as suas vantagens, campos de aplicação e gama de produtos associados. Na segunda parte, apresentam-se os resultados do trabalho experimental realizado nas instalações da Henkel, com um dos produtos com tecnologia Flextec® - Sista Solyplast SP-301 Fachadas, em que foram elaborados 42 provetes com diferentes tipos de materiais utilizados em fachadas e o adesivo. Os provetes foram sujeitos a ensaios qualitativos de tracção e a maioria deles apresentou ruptura coesiva, resultado que garante que o produto cumpre os requisitos do certificado CIDEMCO apresentado pelo produto. Nesta segunda parte, são também apresentados outros trabalhos relacionados com utilização da tecnologia Flextec®, em novas soluções de construção

    A importância do plano de trabalhos à luz do novo código dos contratos públicos sob o ponto de vista do empreiteiro

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    O Plano de Trabalhos é a previsão do desenvolvimento futuro de um empreendimento, devidamente quantificado no tempo, no espaço e nos respectivos custos de execução de uma obra. O Planeamento de uma obra, com a sequência de execução das suas actividades, estabelece os menores dos prazos de execução parciais, a identificação de todas as actividades, referenciando as que são chave em termos de prazos e custos, os meios necessários: financeiros, mão-de-obra, materiais, equipamentos, subempreitadas, etc. A presente dissertação tem como objectivo apresentar uma possível forma de elaborar, controlar, actualizar, alterar, etc., o plano de trabalhos. Apresenta-se seguidamente uma análise do CCP nos artigos que podem ser influenciados pelo plano de trabalhos, nomeadamente os prazos de execução, prorrogações de prazo, multas, suspensões de obra, etc., sob o ponto de vista do Empreiteiro

    Cu(I)-based electrodes for glucose monitoring in biofermentation processes

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    In this document, Cu2O, was widely studied due to its amazing electrodeproperties that will be discuss later. It was modified a total of four sensors (SPCE-DropSens), despite that two of them (P25 and HS-1), due to lack of preparationmethod and characterization were not main focus. Nevertheless, NC-9 and NC-10structured crystalline nanocubes were deeply worked on. Electrochemical testswere run in all four sensors.The structured nanocubes previously referred, NC-9 and NC-10, present sizesof 150-200 nm and 200-900 nm, respectively. The size differences is the mainjustification of the following NC-10 results conclusions. It was visible the lixingof NC-10 modified sensor material to the solution, which were probably due tosort of adherent difficulties.Cuprous oxide in cubic nanostructured material, NC-9, shown a sensitivity,which is the main parameter to characterize the sensor yield, of 840μA mM−1cm−2. Comparing this value with others in the literature is a competitive valuedue to the simplicity of the process and the high sensitivity value. Likewise selec-tivity and repeatibility parameters were also consider good to probably proceedto further future work. The electrooxidation reaction of this sensor that spikesthe current signal undergoes in absorption controlled reaction, against the othersthree sensors.NC-10 electrochemical trials were performed, firstly CV test were successfullyran but later trials were no more consider viable due to the lixing phenomenonreferred previously. That is the reason why it was not calculated NC-10 sensitivity

    Role of neurotrophic factor receptors in Innate Lymphoid Cell immunity

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    Tese de mestrado, Bioquímica (Bioquímica Médica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015O intestino humano é considerado o maior compartimento do sistema imunitário, tendo constantemente de enfrentar e responder de forma eficiente a sinais e perigos externos, como antigénios e moléculas imunomodulatórias provenientes de várias fontes, incluindo o nosso próprio microbioma intestinal (1). Isto deve-se ao lúmen intestinal estar em contato direto com tudo aquilo que é ingerido, funcionando como uma porta seletiva entre o meio-ambiente e o corpo e até mesmo como um potencial nicho onde bactérias patogénicas se podem desenvolver e levar a situações de doença, podendo inclusive ser considerado uma parte exterior do nosso corpo. Adicionalmente, o sistema imunitário tem de integrar e modular os sinais provenientes do microbioma intestinal, que coevoluiu com os seus hospedeiros, estabelecendo uma relação simbiótica com eles de várias formas (2, 3), ajudando na manutenção da homeostasia, metabolizando compostos que de outra forma seriam indigeríveis, competindo e prevenindo que outras bactérias colonizem o trato intestinal e sendo até capaz de modular o próprio sistema imunitário (4). Em troca, nós oferecemos-lhes uma fonte estável e constante de nutrientes e um ambiente relativamente estável onde podem crescer e proliferar. (4). No entanto, em certas condições, quando o sistema imunitário não consegue regular e controlar devidamente as bactérias comensais, algumas delas podem tornar-se patogénicas (5). Ainda assim, é notável a forma como o sistema imunitário consegue lidar simultaneamente com as bactérias comensais e bactérias patogénicas, de forma a garantir a homeostasia intestinal em situações simultaneamente tão semelhantes e diversas. É fácil de imaginar que o que observamos hoje em dia foi o resultado de uma enorme pressão evolutiva para garantir o bom funcionamento do nosso sistema imunitário intestinal. Entre as várias células que fazem parte do sistema imune inato e adaptativo e que têm um papel fundamental na regulação e manutenção da homeostasia, existe uma família emergente de células inatas de morfologia linfoide, as Innate Lymphoid Cells (ILCs). O seu papel em processos biológicos tem vindo a ser revelado ao longo destes últimos anos. Sabe-se atualmente que as ILCs tem um papel na iniciação, mediação e resolução de estados inflamatórios, integram sinais do microbioma, têm um papel na formação e reparação de órgãos linfoides, reconhecem e produzem citocinas imunomodulatórias e são inclusive capazes de modular a resposta do sistema imune adaptativo. As ILCs identificam-se pela ausência de marcadores clássicos de células B, T, mieloides ou granulócitos. No entanto, expressam alguns marcadores presentes noutros leucócitos, como no caso da cadeia gamma (γc, CD132), IL-7Rα (CD127), IL-2Rα (CD25), e Thy1 (CD90). Esta família de células foi recentemente dividida em 3 grupos, de acordo com a expressão de fatores de transcrição específicos e perfis de expressão de citocinas. Atualmente, considera-se existirem ILCs de tipo 1, 2 e 3 (6-14). As ILCs de tipo 3 são um grupo relativamente heterogéneo de células, encontrando-se divididas em ILC3s e em células Lymphoid Tissue Inducer (células LTi). Estas células fazem parte do sistema imunitário das mucosas, estando presentes no intestino delgado e grosso e sendo produtoras de IL-22 (15). As ILC3s são definidas em ratinhos como sendo Lin- RORγt+ (e também Thy1+ IL-7Rαint C-Kitint CCR6-, com uma percentagem sendo NKp46+), enquanto que as células LTi são caracterizadas como Lin- RORγt+ NKp46- (e também Thy1+ IL-7Rαhi C-Kithi CXCR5+ CCR6+), com uma percentagem sendo CD4+. Este subtipo de células foi considerado como o grupo mais importante na produção de IL-22 numa situação de estado estacionário (16) e como tendo um papel extremamente importante na organogénese linfoide no feto (17-19), sendo ainda potentes produtores de IL-22 na fase adulta em ratinhos (20). No nosso laboratório, foi verificado que estas células expressam um recetor de fatores neurotróficos – RET (21). Também observámos que a percentagem de ILC3s IL-22+ se encontra reduzida em ratinhos com uma deleção condicional de RET em células RORγt+ (Rorc-Cre Retflox/flox). Estes ratinhos foram denominados RetΔ. Em contraste, ratinhos com uma mutação genética em que existe um ganho de função de RET (RetMEN2B/MEN2B), em que o recetor se encontra ativo de forma constitutiva, apresentavam uma maior percentagem de ILC3s IL-22+. Isto correlacionou-se com a reatividade epitelial destes ratinhos, sendo que a ausência de RET especificamente em ILC3s levava a que existisse uma menor expressão de genes associados à integridade epitelial. Pelo contrário, ativação constitutiva de RET levava a que existisse uma maior expressão de genes associados à reatividade epitelial. Isto fez-nos pensar que o RET tem um papel na produção de IL-22 em ILC3s, e que seria essa proteína a principal responsável pelas diferenças observadas, o que faz sentido se tivermos em conta o efeito que a IL-22 tem no epitélio. Esta proteína está descrita como tendo um papel antimicrobiano, regeneração de feridas e tecidos (22-24) e como sendo necessária para evitar a disseminação microbiana. (8, 25) Com este trabalho, pretendemos portanto analisar se era esta alteração na produção de IL-22 que levava às diferenças observadas entre ratinhos mutantes e wild type, e não outro fator (igualmente dependente de RET) que não estava a ser tido em conta. Para conseguir isto, decidimos inicialmente induzir a produção de IL-22 em células ILC3 de ratinhos RetΔ de forma independente de RET, e verificar se seria possível “recuperar o fenótipo” observado em ratinhos wild type. Para tal, criámos um vírus capaz de infetar este tipo de células e induzir uma produção constitutiva de IL-22. Embora tenhamos conseguido infetar uma percentagem de ILC3s, tendo efetivamente desenvolvido, de acordo com o nosso conhecimento, o primeiro método para inserir genes neste tipo de células, o processo é relativamente stressante para as mesmas e não nos foi possível recuperar um número suficiente de células para realizar um ensaio in vivo. Paralelamente, desenhámos um método in vitro que nos permitiu estudar a interação de ILC3s com o epitélio intestinal. Foi-nos possível purificar estas células diretamente de ratinhos e realizar uma co-cultura com organoides intestinais (também conhecidos como “mini guts” - modelos ex-vivo do epitélio (26)), medindo a expressão de vários genes que são upregulated pela IL-22. Foi possível observar uma upregulation bastante evidente de alguns destes genes após uma co-cultura com ILC3s de ratinhos wild type, tanto constitutivamente como após uma estimulação com IL-23, o que nos permitiu validar o método de co-cultura e mostrar que as ILC3s tinham, de forma autónoma, a capacidade de estimular um aumento na reatividade epitelial. Esta estimulação encontrava-se bastante reduzida na presença de um anticorpo capaz de neutralizar o efeito de IL-22, o que indica que os efeitos observados dependiam diretamente da atividade de IL-22. De seguida, estimulámos as células com ligandos de RET, e conseguimos observar um aumento na expressão destes mesmos genes, encontrando-se igualmente reduzida na presença do anticorpo anti-IL-22. Este efeito não se verificou em células cuja expressão de RET se encontrava afetada, o que fortaleceu a hipótese de que esta citocina é o fator que se encontra downstream de RET e que é responsável pelas alterações verificadas na reatividade epitelial de ratinhos com mutações neste recetor, indicando portanto que o RET tem um papel na produção de IL-22 em ILC3s e que essa produção está afetada quando a função de RET se encontra alterada, pelo que esta é a causa pelos diferentes fenótipos observados e descritos anteriormente.The mammalian immune system has evolved to simultaneously allow for a peaceful cohabitation with the beneficial commensal bacteria, to provide defense against infectious agents and to initiate the repair and remodeling processes that restore and maintain tissue homeostasis. Innate lymphoid cells (ILCs) are an emergent family of effector immune cells which display a lymphoid morphology, lack rearranged antigen receptors and are most abundant at mucosal surfaces. The combined expression of lineage-specific transcription factors along with specific cytokine profiles led to the formal classification of this family in three distinct ILC subsets: Group 1, 2 and 3 ILCs. In the lab, it had previously been shown that RORγt+ ILC3s express the neurotrophic factor receptor RET. Furthermore, when the guts from RetGFP/+ mice (where GFP is knocked-in in the Ret locus) were analyzed by stereo microscopy, it was observed that GFP+ cells were located in aggregates, called Cryptopatches (CPs). It was also shown that RET is dispensable for the development of ILC3s (data not shown). We have then shown that mice with a specific Ret deletion in RORγt-expressing cells (RetΔ) show a decreased IL-22 production by ILC3s. Accordingly, mice with a gain-of-function mutant form of RET (RetMEN2B, where RET is constitutively active) have an increased percentage of IL-22+ ILC3s. Since IL-22 is known to induce the production of proteins and peptides (such as mucins and antimicrobial peptides) important for the maintenance of the epithelial barrier, we have also analyzed the gut of RetΔ and RetMEN2B mice and have found a strong reduction in the expression at the mRNA level of those genes in RetΔ mice and a marked increase in their expression in RetMEN2B mice. This data has shown that RET has a role in controlling innate IL-22 production and that the RET expression/activity modulates the epithelial reactivity. We hypothesized that IL-22 was the link between RET and the changes in epithelial reactivity. In order to prove this, we have developed a virus capable of infecting these cells and inducing the constitutive expression of IL-22 in both RetΔ cells and Wild type (WT) cells, since we were interested in recovering the expression of IL-22 that is partially lost in cells that lack RET. In theory, this would allow us to recover the expression of genes that are upregulated by IL-22 either in vivo or in vitro. This would provide strong evidence that IL-22 is the molecular link downstream of RET, being directly responsible for controlling the epithelial reactivity. We were able to develop a method of ILC3s transduction (to the best of our knowledge, the first one), but it was not efficient enough for our planned in vivo trials. In parallel, we have developed a novel co-culture system of intestinal organoids and ILC3s that allows us to study the interaction between them. The model was validated both by a rIL-22 stimulation and by a standard IL-23 stimulation of ILC3s, which showed that IL-22 is able to have a measurable effect on intestinal organoids and that stimulation of ILC3s was sufficient to increase some epithelial reactivity-related genes in this system in an IL-22-dependent manner. We have also shown than RET stimulation is enough to induce the upregulation of those same genes. This upregulation was reduced in the presence of an IL-22-neutralizing antibody, which indicates that ILC3-autonomous RET signals are able to modulate the epithelial reactivity, maintaining the integrity of the epithelial barrier in an IL-22-dependent manner
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