54 research outputs found

    A criança frente à doença e à morte : aspectos psiquiátricos

    Get PDF
    O atendimento da criança com doença grave ou terminal é uma situação bastante delicada e complexa, que envolve questões psicológicas importantes do paciente, de sua família e de todos os envolvidos no seu cuidado. A partir da revisão das etapas evolutivas das crianças, este artigo tem o objetivo de auxiliar a identificar as reações que elas apresentam diante da sua própria doença e/ou morte, ilustrando com alguns exemplos clínicos. Destaca-se a importância da participação da consultoria psiquiátrica na internação hospitalar em pediatria, que pode ser requisitada para avaliar e/ou atender, do ponto de vista psiquiátrico, a criança portadora de doença grave ou terminal e, também, a família do paciente. Cabe ainda ao consultor psiquiátrico o desafio de proporcionar atenção à equipe assistente, visto que o estresse a que são submetidos os “profissionais da linha de frente” é de tamanha intensidade, que alguns autores o compararam ao vivido no campo de batalha. A busca de um conhecimento profundo sobre si mesmos e sobre os aspectos relacionados à doença e à natureza do paciente sob seus cuidados pode permitir que os profissionais de saúde se posicionem com tranquilidade diante de uma criança gravemente doente e sua família. Quaisquer decisões que venham a ser tomadas precisam estar de acordo com os princípios éticos que cada indivíduo adota, mas também de acordo com os princípios éticos vigentes na contemporaneidade

    Comparison between serum levels of Cocaine and Amphetamine Regulated Transcript (CART) from umbilical cord blood and peripheral blood of pregnant crack users

    Get PDF
    Introdução: No Brasil, o uso de crack permanece um desafio à saúde pública devido à facilidade de aquisição da droga e sua elevada capacidade de induzir dependência. A exposição intrauterina (EIU) à cocaína está associada a alterações neurocomportamentais durante a infância e adolescência. Em estudo prévio do nosso grupo, achou-se menor nível de estresse oxidativo (EO) em recém-nascidos (RN) com EIU. Uma possível explicação pode ser a Cocaine and Amphetamine Regulated Transcript (CART), um antioxidante endógeno presente desde o período embrionário e ativado por maiores níveis de dopamina. Objetivo: Verificar a correlação entre os níveis de CART no sangue de cordão umbilical (SCU) e sangue periférico de 57 gestantes com exposição ao crack. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com amostragem consecutiva, em que o desfecho primário foi a correlação entre os níveis de CART no SCU e sangue periférico materno no pós-parto imediato. Dados gestacionais e perinatais foram sistematicamente coletados. Resultados: Houve correlação significativa entre os níveis de CART no sangue de cordão umbilical e sangue periférico materno (rs= 0,350 e p<0,05). Conclusões: Estes achados demonstram que os níveis de CART no sangue materno e no SCU se correlacionam. Todavia, não se pode afirmar de quem é a produção, ou se é produzida por ambos. O presente trabalho pode ajudar a elucidar os caminhos neurobiológicos responsáveis pelas alterações de neurodesenvolvimento, contribuindo para a ampliação das possibilidades de intervenções precoces.Introduction: In Brazil, the use of crack cocaine remains a public health challenge, due to easy drug acquisition and its high ability to induce dependence. Intrauterine exposure (IUE) to crack cocaine is associated with neurobehavioral changes during childhood and adolescence. In a previous study of our group, lower levels of oxidative stress (OS) were found in newborns with IUE. One possible explanation may be the Cocaine and Amphetamine Regulator Transcript (CART), an endogenous antioxidant present since the embryonic period activated by higher levels of dopamine. Objective: The aim of this study is to investigate the correlation of CART levels between umbilical cord blood (UCB) and peripheral blood samples of 57 pregnant women exposed to crack. Methods: This is a cross-sectional study with a consecutive sampling, in which the primary outcome was the correlation between CART levels at UCB and peripheral blood of their mothers in immediate postpartum. Gestational and perinatal data were systematically collected. Spearman correlation test was performed after checking the pattern of distribution, being considered a 0.05 significance level. Results: There was a significant correlation between CART levels in umbilical cord blood and peripheral blood (rs = 0.350 and p <0.05). Conclusions: These findings suggest a correlation between CART levels at UCB and mother´s blood. However, it remains unclear whether it is produced by the mother, the fetus, or both. This study may help to elucidate the neurobiological pathways responsible for neurodevelopmental changes, providing a rationale for early interventions

    Socio-demographic and clinical characteristics of pregnant and puerperal crack-cocaine using women: preliminary data

    Get PDF
    Background The literature provides several studies on the effects of cocaine when exposed to the fetus. However, the majority of these data comes from animal models. Objective The objective of this study is to present socio-demographic and clinical data in crack-cocaine using pregnant women and their babies, as compared to non-users. Methods Cross-sectional study, comprised by 56 dyads of crack-cocaine using mothers-babies and 89 control dyads. In addition to the socio-demographic data and the babies’ information, data collection was based on ABIPEMI for socioeconomic level, WAIS for IQ, MINI for psychopathology and ASSIST for drug use. Results Most crack users, in comparison to non-users, did not have a partner (10.52% vs 4.4%, P = 0.001) and presented lower IQ (78.15, +/-8.07 vs 84.27 +/- 9.87; P = 0.002). The prevalence of antisocial personality disorder and suicide risk in users was higher than in non-users (24.44% vs none, P < 0.001; 28.26% vs 10.46% P = 0.01). Most of the users did not participate in prenatal care (75%). The babies that the crack-cocaine using mothers gave birth to weighed significantly less than the controls (2.858 g vs 3.240 g, P = 0.002). Discussion Users had a higher degree of psychopathology and lower attendance in prenatal care. There was an overlap of adverse factors, both for exposed mothers and babies. The sum of these vulnerabilities could result in significant harm to the developing infant

    lnfluence of early separation on the interaction between mother and newborn infant

    Get PDF
    O presente estudo tem como objetivo avaliar a interação mãe-bebê a partir de diferentes tempos de contato no período pós-parto imediato. A idéia inicial do estudo era a comparação de dois grupos: um que seguiria a rotina do Centro Obstétrico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e outro ao qual se ofereceria um tempo extra de contato. Devido à ocorrência de efeito Hawthorne, perdeu-se o grupo-controle (não houve diferença no tempo de contato das duplas em cada um dos grupos durante o período sensível). Assim, as 29 duplas que efetivamente entraram na pesquisa foram acompanhadas, sendo avaliadas as interações, como um único grupo, já que o tempo extra de contato e o apoio às mães no período de pósparto imediato foram os mesmos, o que pode ter contribuído para os bons resultados das interações. Após o primeiro, o sexto e o 12º meses de vida do bebê, as duplas apresentaram, respectivamente, taxa de 95%, 100% e 92,8% de boas e muito boas interações. Investigações futuras nesta área, com amostras maiores, devem ser realizadas, fornecendo outras contribuições aos profissionais da saúde, gerando conhecimento capaz de auxi liar na prevenção de doenças mentais, abandono e abuso, a baixo custo.The aim of the study was to assess mother-infant interaction regarding different amounts of contact during the immediate post partum period. The original idea was to compare two groups: one lha! would follow normal routine of the Obstelrical Center of Hospital de Clínicas de Porto Alegre, and the other that would receive additional time together. Due to the loss ofthe control group (Hawthorne effect), the 29 dyads that consisted the sample were followed as a whole group. After the first, sixth and twelveth months, lhe dyads presented a rate of95%, 100% and 92.85%, respectively, of good and very good relationships. Once matched the groups, there is evidence that the interventian (extra time together and support to mothers during the immediate post partum period) might have contributed to the good results on the interaction. Future research on this area, with larger samples, will be needed in order to allert health professionals of developing countries to this possibility of low cost prevention of mental disorders

    Associação entre depressão na vida adulta e trauma psicológico na infância

    Get PDF
    Objetivos: Avaliar a associação entre depressão (DSM IV) na vida adulta e trauma psicológico na infância em uma amostra clínica de pacientes do ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Por trauma na infância considerou-se abuso sexual, maus tratos, exposição a violência e perdas, por morte ou separação da criança de seus pais, antes dos 18 anos de idade. Métodos: Em um estudo caso controle, foram avaliados pacientes deprimidos (n = 90) e pacientes não deprimidos (n = 50). Através do M.I.N.I. e M.I.N.I plus (Mini International Neuropsychiatric Interview / Brazilian Version 5.0.0.) avaliou-se a presença de depressão e comorbidades. Utilizou-se as escalas Screening Survey of Children's Exposure to Community Violence Richters & Martinez, 1993 Modified by Osofsky, 1995 and Zeannah, 1996 e a Familial Experiences Interview 1988 de Naomi Ogata para avaliar traumas na infância. Resultados: encontrou-se uma maior prevalência de abuso sexual (P = 0,018), história de maus tratos físicos por parte dos pais ou cuidadores (P = 0,005) e exposição à violência (P = 0,007) no grupo de pacientes deprimidos em relação ao grupo de pacientes não deprimidos. Quanto a perdas na infância não se encontrou diferença entre os dois grupos. Quando estas variáveis foram controladas para potenciais fatores confundidores (sexo, etnia, estado civil, doença mental na família, e renda per capita), somente a exposição a múltiplos episódios de violência e história de maus tratos físicos por parte dos pais ou cuidadores se mantiveram como variáveis independentes. Conclusões: Nossos achados, à semelhança de outras pesquisas, encontraram uma associação entre traumas psicológicos na infância e depressão na vida adulta, sugerindo que múltiplos estressores, em maior ou menor grau, na infância, se encontram associados a depressão na vida adulta
    corecore