16 research outputs found

    ALMEIDA, Leonardo Oliveira de. Eu sou o ogã confirmado da casa: ogãs e energias espirituais em rituais de umbanda. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2018. 214 p.

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    O tambor tinha voz própria e gemeu o perigo. E quando o rapaz, envergonhado, montou na caminhonete e acelerou para ir embora com o carro cheio de mulheres a quem queria impressionar, dois pneus estouraram de uma vez. Ele entendeu o recado e, com medo do que ainda podia acontecer, teve que colocar o tambor na cabeça e levá-lo a pé para a ngoma, passando pelas encruzas sagradas como as curvas do rio e as pontas de areia.Tambor das minas, conto de Cidinha da Silva (2018, p. 70). É bonito de se v..

    Convivendo com seres encantados : Encontros e percursos da encantaria de Rei Sabá em São João de Pirabas, Pará

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    Essa tese é sobre os desdobramentos da convivência entre pessoas e seres encantados nas religiões afro-brasileiras e da encantaria em São João de Pirabas, Pará, Amazônia. A pesquisa de campo que fundamenta essa pesquisa aconteceu entre os anos de 2018 e 2020, na cidade do salgado paraense, junto a terreiros e pessoas que traçam o percurso da encantaria na região. Para acompanhar as múltiplas relações de convivência entre pessoas e seres encantados, houve a participação nas festas e festejos organizados em Pirabas, principalmente o festejo para Rei Sabá, que acontece todo 20 de janeiro. Rei Sabá, ou Rei Sebastião, é o principal encantado de Pirabas, possui uma pedra encantada na Ilha da Fortaleza, onde foram instaladas, ao seu redor, imagens de Tóia Jarina, Cabocla Mariana, Caboclo Zé Raimundo e Iemanjá. Para além desse assentamento-monumento, segundo os terreiros, Rei Sabá possui relações estreitas com três encantadas: as já citadas Cabocla Mariana e Tóia Jarina, e a Cabocla Herondina. Esses seres encantados ganharam centralidade na pesquisa, ao surgirem nos terreiros, demandando ações e protegendo filhas e filhos de santo, enfim, participando ativamente em suas vidas. Dada a centralidade de Rei Sabá para as religiões afro-brasileiras e a encantaria em Pirabas, o argumento central da tese é de que conviver com o encantado é traçar uma política cósmica. Assim, a encantaria manifestada em territórios, assentamentos-monumentos, seres e corpos, mobiliza e constitui a vida das pessoas em Pirabas. A possibilidade de ser encantado ou atravessado pela encantaria é uma iminência que constrói a vida cotidiana e dá o ritmo anual da vida das pessoas que fazem parte desse percurso.This thesis is about the unfolding of the coexistence between people and enchanted beings in Afro-Brazilian and Encantaria religions in São João de Pirabas, Pará, Amazon. The fieldwork took place between the years 2018 and 2020, in a city situated in State of Pará, with terreiros and people who trace the path of Encantaria in the region. To accompany the multiple relationships of coexistence between people and enchanted (encantado) beings, the researcher participated in the parties and festivities organized in Pirabas, mainly the celebration for Rei Sabá, which takes place every January 20th. Rei Sabá (King Sabá), or Rei Sebastião (King Sebastian) is the main enchanted being of Pirabas and has an enchanted stone on Fortaleza Island, where images of Tóia Jarina, Cabocla Mariana, Caboclo Zé Raimundo and Iemanjá were installed around it. In addition to this monument-settlement, according to the terreiros, Rei Sabá has close relationships with three enchanted beings: the aforementioned Cabocla Mariana and Tóia Jarina, and Cabocla Herondina. The research focused on these enchanted beings, when they appeared in the terreiros, demanding actions and protecting its followers, in short, actively participating in their lives. Given the centrality of Rei Sabá to Afro-Brazilian religions and Encantaria in Pirabas, the central argument of the thesis is that living with enchanted beings involves a cosmic policy. Thus, the enchantment manifested in territories, settlements monuments, beings and bodies, mobilizes and constitutes people’s existence in Pirabas. The possibility of being enchanted or crossed by enchantment is an imminence that builds everyday life and gives the annual rhythm of the lives of the people who are part of this journey

    CORDOVIL, Daniela (Org.). Religião, gênero e poder: estudos amazônicos. São Paulo: Fonte Editorial, 2015. 206 p.

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    Li boa parte dessa coletânea nos ônibus, transitando pela Grande Belém. Certo dia, um vendedor de trufas, que subira no coletivo para vendê-las, olhou para a capa e me disse que não tinha nenhuma religião, pois ela seria a responsável por todos os males do mundo. Gostaria de ter tido tempo de lhe indicar a leitura da presente obra, que tem a importância de reunir pesquisas, preliminares e concluídas, sobre religião na Amazônia. Os autores e autoras dos textos foram todos alunos do Programa de..

    Galos e quintais: um estudo do sacrifício na mina nagô paraense

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    Nesse artigo trago a etnografia do ritual de sacrifício realizado em um terreiro de nação Mina Nagô, na Grande Belém, Pará. Sugiro que esse ritual agrega diversas teorias nativas onde humanos, animais e divindades entram em diálogo, descrevendo concepções a respeito da comensalidade, sacrifício, convívio, noções de pessoa, materialidade e imaterialidade, compreendendo que essas concepções são feitas no infinito processo ritualístico. Concluo apontando a possibilidade de se refletir o sacrifício também como um amplo sistema ritual de contágio, mediador entre povo de santo, suas divindades e as diversas instâncias mundanas, tais como a dita sociedade envolvente e/ou a própria academia

    O sacerdote e “suas” entidades ou por uma crítica ao par Indivíduo/Sociedade

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    O presente artigo traz parte de material etnográfico construído em um terreiro de Mina Nagô, localizado na Grande Belém, Pará; em especial, um texto biográfico sobre o sacerdote da casa, Álvaro Pizarro, considerado aqui como um personagem etnográfico. A partir do texto biográfico, construído e negociado com o Sacerdote, algumas questões são problematizadas, tais como o conceito de Indivíduo/Sociedade, problemática mais abrangente da antropologia, assim como as relações entre nações de matriz africana e indígena na Amazônia e o trânsito religioso, temática mais específica da antropologia das religiões afro-brasileiras. Com o cruzamento de questões etnográficas e teóricas, o presente artigo conclui que temas das religiões de matriz africana e indígena estão conectados com a atual crítica aos conceitos Indivíduo/Sociedade.This article brings part of ethnographic material built in terreiro of Mina Nago, located in the metropolitan region of Belém, Pará; in particular, a biographical text about the priest of the house (terreiro), Álvaro Pizarro, considered here as an ethnographic character. From the biographical text, constructed and negotiated with the Priest, some issues are raised, such as the concept of Individual/Society, broader problems of anthropology, as well as relations between nations of African and indigenous in the Amazon and the religious transit, more specific thematic of the anthropology of afro-brazilian religions. With the intersection of ethnographic and theoretical questions, this article concludes that issues of African and indigenous religions are connected to the current criticism of Individual/Society concepts

    O santo visita o rei: festividade afrorreligiosa em São João de Pirabas e o complexo da encantaria na Amazônia oriental

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    No dia 20 de janeiro, afrorreligiosos se mobilizam para cultuar Rei Sabá, entidade encantada que, segundo uma de muitas histórias, se petrificou na Praia do Castelo, região insular da cidade São João de Pirabas, localizada no nordeste do estado do Pará, na Amazônia oriental. Embarcações saem da cidade para a ilha, levando afrorreligiosos, pessoal de apoio e outras pessoas interessadas em assistir e participar da festividade. O ápice da atividade é quando se entrega oferendas na pedra onde se reconhece o encantado. O ato é acompanhado de giras coletivas, juntando as comunidades de terreiros participantes. Por acontecer no dia do mártir da igreja católica, São Sebastião, os afrorreligiosos celebram-no em uma missa no dia anterior, na paróquia de São João Batista. Em 2019, o Templo de Umbanda Oxóssi e Mamãe Oxum, liderado por Mãe Rita, levou um andor em forma de barquinha, com a imagem de São Sebastião para a pedra do Rei Sabá (Rei Sebastião), assim, o santo se encontrou com o rei encantado, eclodindo na multiplicidade dessa entidade

    O santo e o encantado: a procissão afro umbandista para São Sebastião em São João de Pirabas

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    Every year on January 19th and 20th the municipality of  São João de Pirabas celebrates Rei Sabá. Rei Sabá. As a version of  of the King Sebastian (Rei Sebastião), he is an entity that belongs to the pantheon of the encantados, beings who did not know the experience of death. These encantados transform themselves into entities that have their own territory – the encantaria – and manifest themselves from Rei Sabá and others agents. Based on an ongoing research, the article presents the rituals that precede the main feast of Rei Sabá, dedicated to St. Sebastian (São Sebastião). The purpose is to describe how the religions of encantaria mark and produce the city itself.Todos os dias 19 e 20 de janeiro, em São João de Pirabas, celebra-se uma festividade para Rei Sabá. Rei Sabá, corruptela de Rei Sebastião, é uma entidade que pertence ao panteão dos encantados, seres que não conheceram a experiência da morte. Transformando-se em entes que possuem seu próprio território – a encantaria - esses seres se manifestam a partir de Rei Sabá e de outros agentes. Por meio de uma etnografia em andamento, o artigo apresenta os rituais que antecedem a festividade principal do Rei Sabá, dedicadas a São Sebastião. O objetivo é descrever como as religiões da encantaria marcam e produzem esta cidade no nordeste paraens
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