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    Distúrbios do metabolismo de ácidos graxos de cadeia muito longa em pacientes com insuficiência adrenal e tetraparesia

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    A adrenoleucodistrofia ligada ao cromossomo X (X-ALD) é um distúrbio hereditário do metabolismo peroxissomal, bioquímicamente caracterizado pelo acúmulo dos ácidos graxos de cadeia muito longa ("very long chain fatty acids" - VLCF A) em diferentes tecidos. O acúmulo destes ácidos graxos está associado com desmielinização cerebral, anormalidades em nervos periféricos e insuficiência adrenocortical e testicular. A incidência desta condição é estimada em 1 para 25.000 homens. Pelo menos seis fenótipos podem ser distinguidos, sendo adrenoleucodistrofia cerebral infantil (cALD) e adrenomieloneuropatia (AMN) os mais freqüentes. O gene X-ALD foi identificado e diversas mutações identificadas, mas a relação genótipo-fenótipo não parece clara. O diagnóstico é relativamente fácil e o diagnóstico pré natal é possível em famílias afetadas. Embora não exista ainda um tratamento específico para a doença, várias opções terapêuticas são utilizadas nestes casos. Neste trabalho foram analisados 21 indivíduos com insuficiência adrenal e 26 indivíduos com tetraparesia ou paraparesia com suspeita de X-ALD, todos do sexo masculino. Dezessete casos de X-ALD (13 ALD e 4 AMN) foram diagnosticados, dos quais 7 aderiram a protocolos de tratamento. Treze famílias (incluindo 88 familiares) foram investigadas, tendo sido encontrados 5 casos adicionais de X-ALD (1 ALD e 4 AMN) ainda assintomáticos e 35 mulheres heterozigotas. Cinquenta e sete porcento dos pacientes encaminhados por insuficiência adrenal e 19% dos pacientes referidos por tetraparesia/paraparesia foram identificados como afetados por X-ALD. Leucodistrofia foi o sintoma mais freqüente, ocorrendo em 80% dos casos. Deficiências na visão, na fala, na escrita e no aprendizado, convulsões, e distúrbios de comportamento foram sinais também freqüentes. A idade média de diagnóstico foi de 10 anos para ALD e de 29 anos para AMN, sendo o intervalo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico de 2,4 anos para ALD e de 7 anos para AMN. O grande intervalo observado entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico parece indicar que os neurologistas e outros especialistas parecem não estar familiarizados com as muitas facetas da X-ALD, mas podem também refletir as dificuldades enfrentadas para o diagnóstico laboratorial da doença em nosso meio. Nossas principais conclusões foram: a) a X-ALD é bastante freqüente em homens com insuficiência adrenal (57%) e com tetraparesia/paraparesia (19%), e que estes sinais são importantes para levantar a suspeita diagnóstica; b) a freqüência de mulheres heterozigotas detectada foi alta, assim como foi significativa a ocorrência de portadores assintomáticos, o que justifica a investigação familiar de X-ALD para a prevenção e tratamento precoce da doença; c) diferentes formas clínicas foram encontradas em diferentes membros das famílias estudadas, o que confirma a heterogeneidade fenotípica da doença; d) leucodistrofia foi o sintoma mais freqüente, sendo, portanto, o mais importante para a suspeita diagnóstica; e) os médicos devem estar mais atentos às diferentes facetas da X-ALD, o que permitirá diagnósticos mais precoces; f) não parece haver uma clara correlação entre efeitos bioquímicos e clínicos na X-ALD, sendo que o tratamento com dieta e óleo de Lorenzo produz um efeito bioquímico relativamente adequado com resposta clínica pobre, não revertendo a sintomatologia pré-existente; g) novas terapias mais eficazes são necessárias para que se possa obter um melhor prognóstico para os pacientes com X-ALD, sendo para tanto fundamental o desenvolvimento de centros de referência como o estabelecido ao longo deste trabalho

    Encefalopatia diabética e depressão: dano oxidativo no cérebro

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    O diabetes é um distúrbio complexo e heterogêneo caracterizado por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção e ação da insulina. Tem sido reconhecido que, além do comprometimento de órgãos como rins, olhos, fígado e coração, o sistema nervoso central é suscetível aos efeitos deletérios da hiperglicemia em longo prazo. A encefalopatia diabética representa uma das complicações do diabetes, na qual os danos são caracterizados por alterações do funcionamento cognitivo, modificações estruturais e neurofisiológicas no cérebro. Existe uma associação bem reconhecida entre a depressão e o diabetes, uma vez que a prevalência de depressão é maior na população diabética comparada com a população geral. Porém, os mecanismos atribuídos a essa relação ainda estão em fase de investigação. O estresse oxidativo desempenha um papel importante nas complicações do diabetes e pode ser um mecanismo biológico envolvido na relação entre a depressão e o diabetes, relacionado à encefalopatia diabética. Neste artigo de revisão, apresentamos uma visão geral dos principais conceitos relacionados ao assunto, bem como dos dados clínicos e experimentais que suportam a relação entre o dano oxidativo no cérebro e a depressão relacionada com encefalopatia diabética. Diabetes is a complex and heterogeneous disorder characterized by hyperglycemia resulting from defects in the secretion and action of insulin. It has been recognized that, in addition to the involvement of organs such as kidney, eye, liver, and heart, the central nervous system is susceptible to the deleterious effects of hyperglycemia in the long term. Diabetic encephalopathy is one of the complications of diabetes, in which the damage is characterized by changes in cognitive functioning, structural and neurophysiologic changes in the brain. There is a well-known association between depression and diabetes, since the prevalence of depression is higher in the diabetic population compared to the general population. However, the mechanisms assigned to this relationship are still under investigation. Oxidative stress plays an important role in the complications of diabetes and can be a biological mechanism involved in the relation between depression and diabetes related to diabetic encephalopathy. This review article is an overview of key concepts related to the subject, as well as of the clinical and experimental data supporting the relationship between oxidative damage in the brain and depression related to diabetic encephalopathy.

    Encefalopatia diabética e depressão: dano oxidativo no cérebro

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    O diabetes é um distúrbio complexo e heterogêneo caracterizado por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção e ação da insulina. Tem sido reconhecido que, além do comprometimento de órgãos como rins, olhos, fígado e coração, o sistema nervoso central é suscetível aos efeitos deletérios da hiperglicemia em longo prazo. A encefalopatia diabética representa uma das complicações do diabetes, na qual os danos são caracterizados por alterações do funcionamento cognitivo, modificações estruturais e neurofisiológicas no cérebro. Existe uma associação bem reconhecida entre a depressão e o diabetes, uma vez que a prevalência de depressão é maior na população diabética comparada com a população geral. Porém, os mecanismos atribuídos a essa relação ainda estão em fase de investigação. O estresse oxidativo desempenha um papel importante nas complicações do diabetes e pode ser um mecanismo biológico envolvido na relação entre a depressão e o diabetes, relacionado à encefalopatia diabética. Neste artigo de revisão, apresentamos uma visão geral dos principais conceitos relacionados ao assunto, bem como dos dados clínicos e experimentais que suportam a relação entre o dano oxidativo no cérebro e a depressão relacionada com encefalopatia diabética.   Diabetes is a complex and heterogeneous disorder characterized by hyperglycemia resulting from defects in the secretion and action of insulin. It has been recognized that, in addition to the involvement of organs such as kidney, eye, liver, and heart, the central nervous system is susceptible to the deleterious effects of hyperglycemia in the long term. Diabetic encephalopathy is one of the complications of diabetes, in which the damage is characterized by changes in cognitive functioning, structural and neurophysiologic changes in the brain. There is a well-known association between depression and diabetes, since the prevalence of depression is higher in the diabetic population compared to the general population. However, the mechanisms assigned to this relationship are still under investigation. Oxidative stress plays an important role in the complications of diabetes and can be a biological mechanism involved in the relation between depression and diabetes related to diabetic encephalopathy. This review article is an overview of key concepts related to the subject, as well as of the clinical and experimental data supporting the relationship between oxidative damage in the brain and depression related to diabetic encephalopathy

    Acidúrias D-2-hidroxiglutárica e L-2-hidroxiglutárica: uma revisão da literatura

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    As acidúrias D-2-hidroxiglutárica (D-2-HGA) e L-2-hidroxiglutárica (L-2-HGA) são raras doenças neurometabólicas que constituem um grupo de erros inatos do metabolismo. Essas doenças são causadas pela deficiência das atividades enzimáticas da D-2-hidroxiglutarato desidrogenase na D-2-HGA do tipo I ou isocitrato desidrogenase na D-2-HGA do tipo II, e da L-2-hidroxiglutarato desidrogenase na L-2-HGA. Os principais achados clínicos nos pacientes caracterizam-se por sintomas neurológicos, como convulsões, coma e atrofia cerebral. Também ocorrem lesões cerebrais nos gânglios da base (D-2-HGA, L-2-HGA) e cerebelo (L-2-HGA). Bioquimicamente, essas acidúrias caracterizam-se por acúmulo em tecidos e elevada excreção urinária dos ácidos D-2-hidroxiglutárico (na D-2-HGA) e L-2-hidroxiglutárico (na L-2-HGA). Ainda, uma terceira variante bioquímica da acidúria, a D,L-2-hidroxiglutárica (D,L-2-HGA), é caracterizada por excreção aumentada de ambos enantiômeros do ácido 2-hidroxiglutárico. Em modelo animal, estudos de toxicidade dos ácidos D e L-2-hidroxiglutárico mostraram injúria cerebral, mas não foi elucidado o mecanismo exato causador do dano. Além disso, altos níveis dos ácidos D e L-2-hidroxiglutárico foram encontrados em tumores cerebrais. No entanto, a relação entre a acidúria e o câncer ainda precisa ser esclarecida. Tendo em vista a gravidade da doença, este trabalho teve como objetivo fazer uma revisão bibliográfica acerca do tema, enfatizando as consequências do metabolismo, principalmente para o tecido cerebral, bem como apontar possíveis abordagens terapêuticas.Palavras-chave: Ácido D-2-hidroxiglutárico; acidúria D-2-hidroxiglutárica; dano cerebral; ácido L-2-hidroxiglutárico; acidúria L-2-hidroxiglutárica; tumor

    Acidúrias D-2-hidroxiglutárica e L-2-hidroxiglutárica: uma revisão da literatura

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    As acidúrias D-2-hidroxiglutárica (D-2-HGA) e L-2-hidroxiglutárica (L-2-HGA) são raras doenças neurometabólicas que constituem um grupo de erros inatos do metabolismo. Essas doenças são causadas pela deficiência das atividades enzimáticas da D-2-hidroxiglutarato desidrogenase na D-2-HGA do tipo I ou isocitrato desidrogenase na D-2-HGA do tipo II, e da L-2-hidroxiglutarato desidrogenase na L-2-HGA. Os principais achados clínicos nos pacientes caracterizam-se por sintomas neurológicos, como convulsões, coma e atrofia cerebral. Também ocorrem lesões cerebrais nos gânglios da base (D-2-HGA, L-2-HGA) e cerebelo (L-2-HGA). Bioquimicamente, essas acidúrias caracterizam-se por acúmulo em tecidos e elevada excreção urinária dos ácidos D-2-hidroxiglutárico (na D-2-HGA) e L-2-hidroxiglutárico (na L-2-HGA). Ainda, uma terceira variante bioquímica da acidúria, a D,L-2-hidroxiglutárica (D,L-2-HGA), é caracterizada por excreção aumentada de ambos enantiômeros do ácido 2-hidroxiglutárico. Em modelo animal, estudos de toxicidade dos ácidos D e L-2-hidroxiglutárico mostraram injúria cerebral, mas não foi elucidado o mecanismo exato causador do dano. Além disso, altos níveis dos ácidos D e L-2-hidroxiglutárico foram encontrados em tumores cerebrais. No entanto, a relação entre a acidúria e o câncer ainda precisa ser esclarecida. Tendo em vista a gravidade da doença, este trabalho teve como objetivo fazer uma revisão bibliográfica acerca do tema, enfatizando as consequências do metabolismo, principalmente para o tecido cerebral, bem como apontar possíveis abordagens terapêuticas. Palavras-chave: Ácido D-2-hidroxiglutárico; acidúria D-2-hidroxiglutárica; dano cerebral; ácido L-2-hidroxiglutárico; acidúria L-2-hidroxiglutárica; tumo
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