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    O idioma da apostasia judaica na Holanda do século XVII: a Bíblia de Ferrara e a reinvenção da cultura sefardita

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    This article presents a study on the conversion of the Portuguese New Christians to Judaism in Amsterdam as well as in Recife under the Dutch rule, during the first half of the seventeenth century. New Christians, which, due to their ambivalent identity amidst the Sephardic Judaism and Catholicism, were defined by the historian Yosef Kaplan as New Jews. Based on processes of the Inquisition of Lisbon against Portuguese Jews caught in Pernambuco´s war, the author analyzes the jewish rites reported by the prisoners, in particular the use of the Castilian language, or its variant, the ladino, in the synagogal daily prayers. The article sustains that this doctrinal method, conceived in the early seventeenth century by the Portuguese Jewry in Amsterdam, was an adaptation of the first translation of the Old Testament into Spanish – the Bible of Ferrara. Composed in the 1550s by the Portuguese Daniel Pinel and by the Spanish Jeronimo Vargas, both Sephardic exiles, in Italy, the ferraresca bible proves the decisive role of the traditional Sephardic culture, restored in the Mediterranean Diaspora – as the case of Ferrara shows – for the Iberian Judaism reconstruction in the Netherlands.Este artigo apresenta um estudo sobre a conversão dos cristãos-novos portugueses ao judaísmo em Amesterdã, bem como no Recife sob o domínio holandês, durante a primeira metade do século XVII. Cristãos-novos, que, devido à sua identidade ambivalente entre o judaísmo e o catolicismo sefardita, foram definidos pelo historiador Yosef Kaplan como Judeus novos. Com base em processos da Inquisição de Lisboa contra judeus portugueses capturados na guerra de Pernambuco, o autor analisa os ritos judaicos relatados pelos prisioneiros, em particular o uso da língua castelhana, ou sua variante, o ladino, nas orações diárias sinagogais. O artigo sustenta que este método doutrinário, concebido no início do século XVII pelo judaísmo português em Amsterdã, foi uma adaptação da primeira tradução do Antigo Testamento para o espanhol – a Bíblia de Ferrara. Composta na década de 1550 pelo português Daniel Pinel e pelo espanhol Jeronimo Vargas, ambos exilados sefarditas na Itália, a bíblia ferraresca comprova o papel decisivo da cultura sefardita tradicional, restaurada na diáspora mediterrânica – como mostra o caso de Ferrara – para a reconstrução do judaísmo ibérico na Holanda

    Intolerância em perspectiva

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    História cultural e historiografia brasileira

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    The article offers a panoramic view of the cultural approach in theBrazilian historiography, stressing the bibliography published duringthe last thirty years. It analyses the conceptual debates on the Culturalhistory in Brazil related to the French history of the mentalities and theItalian micro-analysis.O artigo traça visão panorâmica da abordagem cultural na historiografiabrasileira, com ênfase na bibliografia produzida nos últimos trinta anos.Analisa os debates conceituais acerca da história cultural no Brasil esuas relações com a história das mentalidades francesa e a micro-históriaitaliana

    INQUISIÇÃO E JUDEUS NOVOS NO CONTEXTO DAS GUERRAS HOLANDESAS

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    O artigo dedica-se à análise da documentação referente à passagem, pelo Tribunal da Inquisição de Lisboa, dos "dez cativos do Rio Francisco", expressão pela qual ficaram conhecidos os 10 judeus presos após a tomada do Forte Maurício, em 18 de setembro de 1645, durante a Insurreição Pernambucana. A adoção do termo judeu novo auxilia no entendimento da intrincada trama na qual esses homens foram envolvidos, permitindo que se esclareça importantes pontos referentes a suas formações, assim como a existência de redes parentais ou de amizade voltadas à socialização de judeus em fuga

    Sacralidade erótica em processos inquisitoriais portugueses

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    A partir do processo da Inquisição Portuguesa contra Joseph Rodrigues Manteigas, nos primeiros anos do século XVIII, o artigo examina as relações entre fornicação, sacralidade e relações de gênero no Portugal do Antigo Regime. Compara o caso em foco com o de frei Luis de Nazaré, carmelita estudado por Laura de Mello e Souza, em artigo pioneiro (1986) e com os processos de solicitação analisados por Lana Lage da Gama Lima em sua tese de doutorado (1991). O foco do texto reside na discussão sobre a mentalidade misógina da cultura lusitana, bem como a imbricação concreta entre sexualidade e religiosidade no cotidiano da época

    Misticismo, sexualidade e relações de gênero no quietismo radical de Miguel de Molinos

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    O artigo examina a doutrina de Miguel de Molinos, exposta no Guia espiritual (1675), sua difusão em Roma e condenação pela Igreja (1687), bem como a do próprio teólogo pela Inquisição romana. Insere a citada doutrina no pensamento místico do século XVII, em particular no quietismo. Discute o caráter herético desta doutrina, relacionando-a à busca da santidade e da contemplação como meios de salvação espiritual. Avalia se a liberação dos desejos sexuais por esta doutrina é o ponto central de sua condenação como heresia. Expõe o caso do «grupo de Viseu», em particular o de Joana Maria de Jesus, baseado no processo do Santo Ofício de Lisboa. Relaciona a doutrina e a prática do chamado Molinosismo, uma espécie de Quietismo radical, com o modelo católico das relações de gênero e o combate à pastoral do medo em favor da desculpabilização dos pecados, ideal que muito favorecia as mulheres

    SANTO ANTÔNIO NA AMÉRICA PORTUGUESA: RELIGIOSIDADE E POLÍTICA

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    History of private life: dilemmas, paradigms, and scales

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