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    DESCONSTRUINDO DICOTOMIAS: A ARTICULAÇÃO DE SABERES NA ESCOLARIZAÇÃO DE PESSOAS JOVENS E ADULTAS

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    Tendo como pressuposto a centralidade da escolarização em nossa sociedade (FLEURI, 2003; LAHIRE, 2006; UNESCO, 2009), tomada como via para o compartilhamento de saberes, práticas sociais e produções culturais valorizadas, a distribuição de oportunidades para acessar e permanecer neste processo é marcada por uma grande disparidade. Tal quadro agudizase quando nos referimos ao campo da educação de pessoas jovens e adultas (EPJA), seja pela demanda potencial por esta modalidade, seja pela necessidade de criar respostas educativas articuladas a outras políticas sociais e educativas,viáveis à permanência e compatíveis aos interesses e às necessidades dos sujeitos envolvidos. Este trabalho aborda indicações fundadas nos Estudos do Letramento (STREET, 2008; KLEIMAN, 1995; KALMAN, 2004) a fim de contribuir com a meta de integrar plenamente grupos destituídos de seus direitos educativos por meio dos processos de escolarização e alfabetização, orientados por uma perspectiva emancipatória e sensivelmente cultural

    Desigualdade escolar e vulnerabilidade social no território

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    Este texto discute resultados de pesquisas sobre a influência da vulnerabilidade social nos territórios das grandes cidades na produção da desigualdade escolar, realizadas em duas metrópoles brasileiras. Tais pesquisas têm recorrido à literatura da Cepal, da Sociologia da Educação francesa e norte-americana na busca de referências para lidar com um fenômeno recentemente transformando em problema de pesquisa. As pesquisas evidenciam que a vulnerabilidade social do território interfere nas oportunidades educacionais. Detectaram mecanismos capazes de produzir vínculos entre vulnerabilidade social do território e produção da desigualdade escolar, tais como relações de interdependência competitiva entre escolas, falta de investimento do Estado na Educação Infantil, representações sociais desfavoráveis às populações residentes nessas áreas das cidades e falta de equipamentos públicos nos territórios vulneráveis. Os estudos mostraram que os contornos das políticas educacionais podem fomentar a desigualdade escolar em territórios vulneráveis: professores com mais experiência e formação migram para escolas de territórios menos vulneráveis devido à legislação dos concursos de remoção; os alunos com menor capital sociocultural, cujos pais têm menos conhecimento do tipo de capital social valorizado pela escola, que desconhecem seus direitos e residem em territórios mais estigmatizados, como favelas, podem ser preteridos em momentos de matrícula dificultando seu acesso à escola. Em atos de expulsão de alunos, esses estigmas podem contribuir para a decisão, uma vez que escolas parecem buscar alunos mais adaptados a um ambiente escolar menos conturbado.

    Inclusão e letramento digital na educação de jovens e adultos: Uma análise teórica sob a perspectiva decolonial

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    Este artículo se caracteriza por ser un estudio teórico-conceptual que busca promover aproximaciones entre los campos de alfabetización, inclusión digital y educación de jóvenes y adultos (EJA). El artículo propone verificar posibilidades y límites de adoptar una perspectiva descolonial para la reflexión sobre la alfabetización digital en la educación de jóvenes y adultos. Los conceptos de inclusión digital, alfabetización y EJA se entienden, cada uno en su propio campo, desde una perspectiva crítica. EJA en una perspectiva no compensatoria, inclusión digital en una perspectiva no instrumental y alfabetización basada en el modelo ideológico. El intertexto entre los diferentes campos nos permitió concluir que las posibilidades de comprender los tres campos bajo un enfoque descolonial son fructíferas y que los estudios de caso pueden contribuir a verificar empíricamente el transgresor potencial de la perspectiva descolonial en la inclusión y la alfabetización digital en EJA.O presente artigo caracteriza-se como um estudo teórico-conceitual que procura promover aproximações entre os campos de estudos do letramento, da inclusão digital e da educação de jovens e adultos (EJA). O artigo propõe-se a verificar possibilidades e limites de se adotar uma perspectiva decolonial para a reflexão sobre o letramento digital na educação de jovens e adultos. Os conceitos de inclusão digital, letramento e EJA são compreendidos, cada um em seu campo, sob o enfoque crítico. A EJA em uma perspectiva não compensatória, a inclusão digital em uma perspectiva não instrumental e o letramento a partir do modelo ideológico. O intertexto entre os diferentes campos permitiu concluir que são profícuas as possibilidades de compreensão dos três campos sob o enfoque decolonial e que estudos de caso podem contribuir para verificar empiricamente o potencial transgressor da perspectiva decolonial na inclusão e letramento digital na EJA

    Discursos sobre a leitura: entre a unidade e a pluralidade

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    Este artigo discorre sobre enfoques acerca da leitura que atravessam e constituem discursos correntes sobre essa prática social e seus significados, portanto influentes nos modos como se focalizam objetos e nas análises tecidas em pesquisas sobre letramentos (STREET, 1984; KLEIMAN, 1995; BARTON; HAMILTON; IVANIC 2000; GEE, 2000, 2004). A matriz epistemológica assumida compreende a leitura como prática cultural produzida nas/pelas relações entre grupos humanos, em tempos e espaços sociais específicos, sendo, portanto, variável. Como tal, é perpassada por fenômenos que trazem em seu bojo a necessidade da leitura como prática cultural desejável: o da legitimidade (de crenças coletivas que edificaram a leitura como prática necessária) e o da desigualdade, que diz respeito à distribuição de oportunidades de acesso, à difusão de práticas, competências e objetos (LAHIRE, 2002, 2006). Abordar tais discursos correntes e os enfoques a eles correspondentes permite, por um lado, compreender em que bases os discursos da tradição e do cânone foram produzidos e converteram-se em divisores de águas capazes de distinguir grupos e pessoas, de definir o que conta, o que tem valor, de escalonar e classificar leitores e leituras e, de outro, organizar planos a partir dos quais se pode examinar as práticas de leitura, os sentidos e significados atribuídos a esse fazer e os artefatos culturais acessados pelos sujeitos envolvidos

    Literatura, letramento escolar e alfabetização: história & atualidade

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    Os trabalhos reunidos nesta coletânea resultam de investigações realizadas no âmbito do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas sobre Ensino de Língua e Literatura (NIPPEL), criado em 2017 e sediado desde então na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Organiza-se em duas partes: a primeira reúne estudos de abordagem histórica sobre obras literárias publicadas ao longo do século XX, sobre projetos, políticas e propostas curriculares para o ensino da leitura e da alfabetização e sobre proposta pedagógica para o ensino da língua inglesa na formação de professores; a segunda reúne estudos sobre alfabetização e letramento, pensando políticas, programas e práticas em processos de educação formal e não formal. Dessa maneira, busca-se contribuir para a compreensão dos movimentos históricos de constituição do campo ao mesmo tempo em que possibilita que se observem as tensões que se produzem nos processos atuais de ensino e de aprendizagem na escola pública de ensino fundamental.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES
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