24 research outputs found

    Práticas alimentares atuais e pregressas em mulheres recuperadas da anorexia nervosa: uma abordagem qualitativa

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    OBJECTIVE: The aim of this study was to analyze qualitatively how women, who have recovered from anorexia nervosa, perceive and describe their current eating practices, as well as the ones developed during the eating disorder period. METHODS: Seven women were interviewed individually with the objective of investigating their eating practices, transition phases and all relevant aspects that somewhat contributed to the habit-forming; experiences, feelings and perceptions related to mealtime and the influence that food has had over the present subjects' life. The interviews were analyzed by the discourse of the collective subject method. RESULTS: The results brought up the following topics: a) control; b) concerns and feelings; c) deprivation d) beauty dictatorship; e) eating competence; f) importance of food; g) food cacophony. CONCLUSIONS: What stands out is a multiplicity of eating practices, which during the eating disorder were similar to and characterized by restriction; however, after recovery, part of the subjects seem to have developed a higher eating competence, whereas others show a practice similar to the one acquired during the anorexia nervosa, such as the difficulty in realizing when they are satisfied and a feeling of discomfort when facing social interactions.OBJETIVO: Este artigo teve como objetivo analisar qualitativamente como mulheres que se recuperaram da anorexia nervosa percebem e relatam suas práticas alimentares atuais, bem como as práticas vigentes no período do transtorno. MÉTODOS: Foram feitas sete entrevistas individuais com mulheres que vivenciaram a anorexia nervosa. Estas abordaram: hábitos alimentares das entrevistadas; mudanças e fatores importantes para a formação destes; vivências, sentimentos e percepções associados ao momento da refeição; e a influência que a alimentação exerce na vida das participantes hoje. A análise dessas deu-se a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. RESULTADOS: Os resultados trouxeram os seguintes temas: a) controle; b) preocupações e sensações; c) privação d) ditadura da beleza; e) competência alimentar; f) importância da alimentação; g) cacofonia alimentar. CONCLUSÕES: Destaca-se nesses a multiplicidade das práticas alimentares, que durante o transtorno se assemelham e se caracterizam pela restrição; no entanto, após a recuperação dos sujeitos, alguns parecem ter desenvolvido maior competência alimentar, enquanto outros apresentam práticas semelhantes às vigentes na anorexia nervosa, além de dificuldade de perceberem quando estão satisfeitos e sensação de desconforto em situações de interação social.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Campus Baixada SantistaUniversidad Nacional de Buenos Aires Facultad de Filosofía y Letras Cátedra de AntropologiaUNIFESP, Campus Baixada SantistaSciEL

    Cross-cultural Adaptation Of The State And Trait Food Cravings Questionnaires (fcq-s And Fcq-t) Into Portuguese

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    Este estudo objetivou apresentar a adaptação transcultural dos Questionários de Desejos Intensos por Comida – Estado ou Traço (QDIC-E e QDIC-T) dos State and Trait Food-Cravings Questionnaires (FCQ-S and FCQ-T) para o Português. Fez-se a tradução e a retradução dos instrumentos, a avaliação da equivalência conceitual, operacional e de itens por especialistas da área e a avaliação dos instrumentos por uma amostra de universitários, por meio da avaliação do grau de compreensão e análise da consistência interna dos instrumentos pelo coeficiente Alpha de Cronbach. Ademais, fez-se a avaliação da equivalência semântica pelo coeficiente de correlação intraclasse entre os escores obtidos por bilíngues em cada questão das versões em inglês e português. Os instrumentos foram considerados de fácil compreensão (para os especialistas foi de 95,4% e 97%, para o QDIC-T e QDIC-E, respectivamente, e, para os universitários, 81,8% os consideraram de fácil compreensão), e demonstraram valores de consistência interna satisfatórios (QDIC-T: variaram de 0,6 a 0,8; QDIC-E: variaram de 0,5 a 0,8). A partir do processo de adaptação transcultural, os resultados satisfatórios possibilitam a recomendação da versão brasileira dos QDICs22240341

    Culinary practices of women living in Cruzeiro do Sul, Acre: a qualitative and feminist approach

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    A culinária doméstica é uma prática social imbricada em um sistema de gênero que (re) produz ideias de trabalhos diferenciados para homens e mulheres, bem como comportamentos considerados “adequados” para as pessoas. Este trabalho objetiva descrever e discutir o trabalho culinário doméstico realizado por mulheres a partir da perspectiva de performatividade de gênero da filosofa Judith Butler. Trata-se de um estudo qualitativo e feminista. Realizamos entrevistas em profundidade semiestruturadas com 14 mulheres casadas ou que residem com os cônjuges, com idade entre 25 a 41 anos e que cozinhavam em domicílio pelo menos 1 vez por dia; e 05 cônjuges com idade entre 28 a 51 anos. Analisamos os dados com análise de conteúdo, codificamos as entrevistas com especial atenção para os status atribuídos às mulheres e aos homens no núcleo familiar, às diferenças e aos jogos de poderes, aos privilégios que permitem às diferentes pessoas exercerem ou se beneficiarem do poder, às forças e aos processos que emergem dos itens supracitados. Em nossa pesquisa, as mulheres eram as principais responsáveis por realizar os trabalhos culinários domésticos, executando-os sozinhas ou compartilhando com outras figuras femininas. Enquanto seus cônjuges eram praticantes secundários ou terciários da culinária doméstica, realizando essas atividades apenas na ausência de figuras femininas. Todas as mulheres entrevistadas reconheciam a culinária doméstica como uma obrigação social e familiar atribuída à “mãe”, à “esposa” e à “dona de casa”. Elas realizavam diariamente e continuamente uma série de atividades físicas e cognitivas relacionadas ao trabalho culinário doméstico com intuito de contribuir com a família, cuidar do marido e das crianças, e evitar reclamações ou crítica dos maridos ou outros membros da família. Em relação aos cônjuges, eles identificavam que negar que homens e mulheres deveriam realizar as mesmas atividades domésticas indicaria um pensamento “machista” de sua parte. Contudo, eles afirmavam que os homens deveriam cozinhar apenas quando: morassem sozinhos, não trabalhassem fora de casa, soubessem cozinhar, tivessem “dom” para culinária, gostassem e/ou tivessem o interesse em cozinhar. Dentro de tantas condições e restrições socioculturais para a participação masculina no trabalho culinário doméstico, os maridos e companheiros que realizavam essa atividade em maior frequência se reconheciam como desviantes de uma norma hegemônica por estarem executando uma atividade considerada feminina. Concluímos que as mulheres e os homens disputam ativamente poderes, privilégios, controles e autonomia com intuito de implementar modelos de práticas culinárias que possam performar dentro das suas conjunturas de vidas atuais

    Cross-cultural adaptation of the State and Trait Food Cravings Questionnaires ( FCQ-S and FCQ-T) into Portuguese

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    This study aimed to present the cross-cultural adaptation of the State and Trait Food Cravings Questionnaires (FCQ-S and FCQ-T) into Portuguese. Tools were translated and back-translated, field experts evaluated the conceptual, operational and item-based equivalence and a sample of students assessed tools, evaluating the level of understanding and analyzing internal consistency through Cronbach's coefficient. In addition, the semantic equivalence was assessed though the intraclass correlation coefficient between the bilingual scores in each question of both versions (English and Portuguese). Tools were considered easy to understand (experts scored 95.4% and 97% for the FCQ-T and FCQ-S, respectively, and 81.8% of students considered them easy to understand), and showed satisfactory internal consistency values (FCQ-T ranged from 0.6 to 0.8 and FCQ-S ranged from 0.5 to 0.8). From the cross-cultural adaptation process, the satisfactory results enable the recommendation of the Brazilian version of FCQs.Univ Sao Paulo, Dept Nutr, Fac Saude Publ, Av Dr Arnaldo 715, BR-01246904 Sao Paulo, SP, BrazilUniv Fed Sao Paulo, Inst Saude & Soc, Sao Paulo, SP, BrazilUniv Sao Paulo, Escola Educ Fis & Esporte, Sao Paulo, SP, BrazilUniv Estadual Campinas, UNICAMP, Fac Ciencias Aplicadas, Limeira, SP, BrazilUniv Estadual Campinas, Fac Educ Fis, Campinas, SP, BrazilUniv Fed Sao Paulo, Inst Saude & Soc, Sao Paulo, SP, BrazilWeb of Scienc

    Women eat, mothers cook: motherhood and cooking practices in Western Brazilian Amazon

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    Este artigo objetiva descrever e discutir as maneiras como a maternidade é praticada e representada nas práticas culinárias domésticas das mulheres na Amazônia ocidental brasileira. Desenvolvemos um estudo qualitativo descritivo, conduzimos entrevistas em profundidade com 16 mulheres que eram mães e que cozinhavam em domicílio. Os dados foram analisados identificando as unidades de significância regulares, expressivas e significativas coletadas por meio das entrevistas. Essas mulheres, quando não tinham filhos, realizavam práticas culinárias atendendo suas demandas pessoais e horários do trabalho extradomiciliar. A partir da gestação, porém mais marcadamente após o parto, as mulheres modificam suas práticas culinárias se apropriando das ideias hegemônicas pré-construídas do que é ser uma mãe, desenvolvendo atividades culinárias mais rotineiras, não discricionárias, focadas no cuidado dos membros da família e com maior investimento de tempo e esforço. Estas mudanças reforçam a concepção de que a relação mãe e criança deve estar orientada para uma maternidade intensiva.This paper describes and discusses how motherhood is practiced and represented in women’s domestic cooking practices in Western Brazilian Amazon. A descriptive and qualitative study was conducted with 16 women cooks using in-depth interviews. Data were analyzed by identifying the regular, expressive and significant units of significance. These women, when childless, cooked to meet their individual needs and out-of-home work schedules. During pregnancy, but specially after birth, women modify their cooking practices, appropriating the preconceived hegemonic ideas on what it means to be a mother, focused on homemaking and greater investment of time and effort. Such changes reinforce the belief that mother-child relations should involve intensive motherhood

    Health and Wellness in Obesity: Paradox or Possibility?

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    The present manuscript briefly reports on the history of a community program aimed to provide non-pharmacological interventions to overweight women. Focus is given to the current format of the program, which presents a multidisciplinary health team able to providing full support to the obese woman who faces trouble to find the society's beauty standards. In our program, we propose a health and quality of life-oriented approach, without a focus on weight loss, following the philosophical principles from “Health at Every Size”. The quantitative and qualitative findings reveal that such approach is promising and may provide an alternative mode of intervention to the traditional one, which is focused on the concept of "weight loss at any cost". The advances on teaching, research and community services will be also addressed throughout the manuscript.O presente artigo relata, brevemente, a história de um curso comunitário destinado a oferecer intervenções não farmacológicas a mulheres com excesso de peso. Ênfase é dada ao formato atual do curso, que conta com equipe multidisciplinar na área de Saúde apta a oferecer suporte amplo à mulher obesa que encontra dificuldade para se enquadrar o padrão de beleza requerido pela sociedade. Em nosso curso, propomos um programa centrado na saúde e na qualidade de vida do indivíduo obeso, sem foco na perda de peso, de acordo com os princípios da filosofia “Health at Every Size”. Os resultados qualitativos preliminares indicam que tal abordagem é promissora, oferecendo aos profissionais de saúde uma alternativa à proposta vigente de "perda de peso a qualquer custo". Os avanços no ensino, na pesquisa e na extensão associados ao curso também são discutidos ao longo do artigo

    The Effects of a “Health at Every Size®”-Based Approach in Obese Women: A Pilot-Trial of the “Health and Wellness in Obesity” Study

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    This study explored the effects of Health at Every Size®-based intervention on obese women by qualitatively evaluating participants’ perception towards the program and quantitatively evaluating changes related to psychological, behavioral and body composition assessments. A prospective one-year quasi-experimental mixed-method trial was conducted. The mixed method design was characterized by a spiral method, and quantitative and qualitative findings were combined during the interpretation phase. The qualitative data involved three focus groups; and quantitative data comprised physiological, psychological and behavioral assessments. Initially, 30 participants were recruited; 14 concluded the intervention. From the focus groups, the following interpretative axes were constructed: the intervention as a period of discoveries; shifting parameters: psychological, physical and behavioral changes; eating changes, and; redefining success. Body weight, body mass index, total body fat mass and body fat percentage were significantly decreased after the intervention (-3.6, -3.2, -13.0, and -11.1%, respectively; p≤0.05, within-time effect). Participants reported being more physically active, and perceiving better their bodies. Eating-wise, participants reported that the hunger and satiety cues and the consumption of more frequent meals facilitated their eating changes. Finally, participants reported that they could identify feelings with eating choices and refrain from the restrained behavior. These qualitative improvements were accompanied by modest but significant improvements in quantitative assessments. Clinicaltrials.gov registration: NCT02102061

    “É lá, perto da moça gorda”: estudo qualitativo sobre as percepções de mulheres gordas acerca de seus corpos e discriminações relacionadas ao peso corporal

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    We investigated fat women’s perceptions of their own bodies and their experiences with weightrelated discriminations, and how these situations affected their well-being. Thirty-nine obese women were interviewed, and three axes of analysis were identified: (1) repercussions of being fat, (2) living with a fat body, and (3) am I a person or just a fat body? These axes were composed of eight themes which had similar meaning or complemented each other. The results showed our participants had mechanisms to diminish the magnitude of their stigmatized bodies (e.g., attempting to lose weight and changing their current food choices). Participants also reported being fat had physical and psychological consequences for them. Most notably, their larger bodies influenced their self-evaluation, making them feel devalued, unlovable, incapable, and incomplete. They reported stigmatizing experiences in familiar situations, at the workplace and in public spaces, and reported being stigmatized by both close and unknown individuals, including healthcare professionals. These professionals were reported to treat patients disrespectfully, which urges attention to health care inequalities for obese people. Our results stress stigmatizing attitudes towards fat people and their own considerations about themselves have negative consequences in their physical and mental well-being.Investigamos a percepção de mulheres gordas sobre seu próprio corpo e suas experiências com discriminações relacionadas ao peso e como essas situações afetavam seu bem-estar. Trinta e nove mulheres obesas foram entrevistadas, sendo identificados três eixos de análise: (1) repercussões de ser gorda, (2) vivendo com um corpo gordo, e (3) eu sou uma pessoa ou apenas um corpo gordo? Esses eixos eram compostos por oito temas que se complementavam ou tinham significado semelhante. Os resultados mostraram que nossas participantes utilizavam mecanismos para diminuir a magnitude de seus corpos estigmatizados (por exemplo, tentando perder peso e modificando suas escolhas alimentares atuais). As participantes também relataram que ser gorda teve consequências físicas e psicológicas para elas. É importante ressaltar que seus corpos maiores influenciaram sua autoavaliação, fazendo com que se sentissem desvalorizadas, incapazes, incompletas e sem possibilidade de se sentirem amadas. Elas relataram experiências estigmatizadoras em situações familiares, no local de trabalho e em espaços públicos, e relataram serem estigmatizadas por pessoas próximas e desconhecidas, bem como por profissionais de saúde. Foi relatado que esses profissionais tratam os pacientes com desrespeito, o que exige atenção quanto às desigualdades na assistência à saúde de pessoas obesas. Nossos resultados enfatizam que atitudes estigmatizadoras em relação às pessoas gordas e suas próprias considerações sobre si mesmas têm consequências negativas para seu bem-estar físico e mental

    Análise qualitativa das vivências de obesas ao longo de uma intervenção não prescritiva e multidisciplinar, baseada na filosofia “health at every size”

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    Objective: To analyze the experiences of obese women regarding a non-prescriptive nutritional intervention, inserted in a multidisciplinary program based on the Health at Every Size philosophy. Design: This study consisted of an action research, with a qualitative design, which involved 3 focus groups, conducted at every fourth month during the intervention, which lasted one year. Participants: Fourteen participants, with 25 to 50 years old, concluded the intervention; 12 of them participated of the focus groups. Analysis: The discourse of the collective subject method was used to analyze the oral material transcribed from the focus groups. Results: From this analysis, six interpretative axes were built, being them: 1) conflicts and perceptions; 2) gaining motivation, perspectives and positioning; 3) shifting the expectations; 4) becoming autonomous eaters; 5) acquiring tools and; 6) the meeting between counselor and participant. In those, there was highlighted the fact that some participants declared to have approved the nutritional intervention proposed immediately, while others, initially, alleged to prefer a diet. Regarding their food habits, the participants stressed improvements in its quality and quantity, besides a higher concern with the food planning, fractioning and administration; they also reported a decrease in restrictive behaviors. The participants declared to have a positive and flexible attitude regarding their eating, what seemed to have helped them to respond effectively to hunger and satiety cues, to emotional triggers and to manage different food contexts. Conclusions: There were highlighted the different levels of readiness with which our participants have adapted to the non-prescriptive intervention and the valuing of achievements related to eating and health regardless body-weight changes. The participants reported to have benefited from the intervention and approved it. Regarding their diet, there were highlighted positive changes on the quality, structure, consumption, behavior and on eating attitudes. Finally, our participants seemed to have turned into “better autonomous eaters”, demonstrating to be positive, confident, comfortable and flexible about eating.Objetivo: Analisar as vivências de participantes obesas sobre a intervenção nutricional não prescritiva, inserida em um programa multidisciplinar baseado na filosofia “Health at Every Size”. Desenho: Este estudo consistiu em uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa e exploratória, que envolveu três grupos focais conduzidos quadrimestralmente ao longo da intervenção, que durou um ano. Participantes: Catorze mulheres, de 25 a 50 anos, concluíram a intervenção; 12 delas participaram dos grupos focais. Análises: Utilizou-se o método do Discurso do Sujeito Coletivo para analisar o material verbal transcrito dos grupos focais. Resultados: a partir desta análise, seis eixos interpretativos foram construídos, sendo eles: 1) conflitos e percepções; 2) ganhando motivação, perspectivas e posicionamentos; 3) mudando as expectativas; 4) tornando-se comedoras autônomas; 5) adquirindo ferramentas e; 6) o encontro entre o terapeuta nutricional e a participante. Neles, destacou-se o fato de que algumas participantes aprovaram a intervenção nutricional proposta prontamente, enquanto que outras, inicialmente, alegaram preferir uma dieta. Acerca da alimentação, as participantes destacaram melhoras na qualidade e quantidade, além de uma maior preocupação com o planejamento, fracionamento e administração da mesma; elas também relataram a diminuição do comportamento restritivo. As participantes relataram ter uma atitude positiva e flexível em relação à alimentação, o que pareceu as ter auxiliado a responder efetivamente aos sinais de fome e saciedade, aos gatilhos emocionais e a gerenciar diferentes contextos alimentares. Conclusões: Destacaram-se os diferentes graus de prontidão com que as participantes se adaptaram à intervenção não prescritiva e a valorização de conquistas relacionadas à alimentação e saúde independentemente da mudança no peso corporal. As participantes destacaram ter se beneficiado com a intervenção e a aprovado. Quanto à alimentação, foram relatadas mudanças positivas na qualidade, na estrutura, no consumo, no comportamento e nas atitudes alimentares. Finalmente, nossas participantes pareceram ter se tornado “comedoras mais autônomas” uma vez que mostraram-se positivas, confiantes, confortáveis e flexíveis em relação à sua alimentação.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2013 a 2016

    The effects of an interdisciplinary intervention based on the \"Health at Every Size®\" approach: an evaluation of food choices using the mixed methods model

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    Introdução: A abordagem \"Health at Every Size®\" (HAES®) vem sendo utilizada para o cuidado de pessoas com obesidade. Objetivo: Compreender os efeitos de uma nova intervenção interdisciplinar baseada na abordagem HAES®, especialmente acerca dos processos de escolhas alimentares. Métodos: Este foi um ensaio clínico prospectivo randomizado controlado, de sete meses, que empregou o desenho de métodos mistos. Cinquenta e oito mulheres obesas compuseram a amostra e foram alocadas aleatoriamente nos grupos intervenção (I-HAES®, n = 39) ou controle (CTRL, n = 19). A intervenção do grupo I-HAES® consistiu em uma nova proposta de cuidado baseada na abordagem HAES®, consistindo de atividade física três vezes por semana, atendimento nutricional individual quinzenal e cinco oficinas filosóficas. Já a intervenção do grupo CTRL consistiu em uma intervenção tradicional baseada nesta abordagem, consistindo de palestras bimestrais. Para ambos os grupos foram feitos ao início e final da intervenção exames de sangue, testes de função muscular, aferição de peso corporal e das circunferências da cintura e quadril, além do preenchimento de escalas e questionários autoaplicados. Duas entrevistas individuais semiestruturadas e dois grupos focais foram conduzidos com todas as participantes. Os dados qualitativos foram analisados pela técnica da análise de conteúdo e os quantitativos pelos softwares estatísticos SAS e SPSS. Resultados: Embora ambos os grupos tenham reportado melhoras na qualidade da alimentação, estas foram mais expressivas no grupo I-HAES®. Essa melhora se relacionou com o maior engajamento com experiências culinárias e com o aumento no planejamento da alimentação. Outras estratégias que impactaram positivamente nas escolhas alimentares desse grupo foram comer com atenção, com tempo adequado e de acordo com as sensações de fome e saciedade. Inicialmente, as participantes de ambos os grupos relataram que seus corpos traziam consequências físicas e psicológicas negativas, impactavam na sua autoavaliação e eram alvo de estigmatização. Posteriormente, grande parte do grupo I-HAES® reportou que, embora a perda de peso ainda fosse uma expectativa, elas estavam satisfeitas com outros ganhos que tiveram, não colocavam mais a perda de peso como central para sua felicidade e entenderam que as mudanças se dariam em longo prazo. O peso corporal, o índice de massa corporal e as circunferências da cintura e quadril não diferiram significativamente intra ou entre grupos (p > 0,05). O grupo I-HAES® apresentou aumento no consumo de oxigênio máximo e no teste funcional -timed-stand? (P = 0,004 e P = 0,004, comparação entre grupos). Não foram observadas diferenças intra ou entre grupos para as medidas objetivas de atividade física, embora a maioria das participantes do grupo I-HAES® tenha reportado estar engajadas ou ter planos para incluir atividades físicas em suas rotinas. Ambos os grupos apresentaram melhoras relacionadas à qualidade de vida, mas no grupo I-HAES® estas foram mais expressivas. Conclusões: Uma nova intervenção baseada na abordagem HAES® pareceu superior a uma intervenção tradicional. Embora não tenham sido observadas mudanças no peso corporal e em níveis de atividade física, essa nova intervenção melhorou as escolhas, atitudes e práticas alimentares das participantes, sua percepção de imagem corporal, capacidade física e qualidade de vida.Introduction: The \"Health at Every Size®\" (HAES®) approach is being more and more used to the care of people with obesity. Objective: To understand the effects of a new interdisciplinary intervention based on the HAES® approach, especially regarding food choice processes. Methods: This was a prospective, seven-month, randomized, controlled, mixed-method, clinical trial. Fifty-eight obese women composed the sample and were randomly allocated into the intervention (I-HAES®) or control (CTRL) groups. The I-HAES® intervention consisted of a new proposal of care based on the HAES® approach, comprising physical activity classes three times a week, biweekly individual nutritional sessions, and five philosophical workshops. The CTRL intervention consisted of a traditional intervention based on this approach, comprising bimonthly lectures. Both groups were assessed at the beginning and after the intervention for blood tests, aerobic condition, body weight and waist and hip circumferences, muscle function, in addition to the filling of scales and questionnaires self-administered. Two semi-structured individual interviews and two focus groups were conducted with all participants. The qualitative data were analyzed using the content analysis technique, whereas the quantitative data were analyzed using the statistical software SAS and SPSS. Results: Although both groups reported improvements in food quality, they were more expressive in the I-HAES® group. It seems that this improvement was related to this group higher engagement with culinary experiences and the increase in food planning. Other strategies that positively impacted on the food choices of this group were eating mindfully, deliberately, and in response to hunger and satiety cues. Initially, participants of both groups reported that their bodies had negative physical and psychological consequences, impacted their self-assessment, and were subject to stigmatization. After the intervention, most of the I-HAES® group reported that although weight loss was still an expectation, they were satisfied with other gains they had, no longer placed weight loss as central to their happiness and understood that the changes would take place in the long term. Body weight, body mass index, and waist and hip circumferences did not differ significantly within or between groups (p > 0.05). I-HAES® showed increased peak oxygen uptake and improved performance in the timed-stand test (P = 0.004 and P = 0.004, between-group comparisons). No significant within- or between-group differences were observed for objectively measured physical activity levels, although most participants in the I-HAES® group reported that they were engaged in or had plans to include physical activities in their routines. Both groups presented improvements related to quality of life, but in the I-HAES® group these were more expressive. Conclusions: A new intervention based on the HAES® approach seemed superior to a traditional intervention. Although no changes were observed in body weight and physical activity levels, this new intervention improved participants\' food choices, eating attitudes and practices, their perception of body image, physical capacity and quality of life
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