Análise qualitativa das vivências de obesas ao longo de uma intervenção não prescritiva e multidisciplinar, baseada na filosofia “health at every size”

Abstract

Objective: To analyze the experiences of obese women regarding a non-prescriptive nutritional intervention, inserted in a multidisciplinary program based on the Health at Every Size philosophy. Design: This study consisted of an action research, with a qualitative design, which involved 3 focus groups, conducted at every fourth month during the intervention, which lasted one year. Participants: Fourteen participants, with 25 to 50 years old, concluded the intervention; 12 of them participated of the focus groups. Analysis: The discourse of the collective subject method was used to analyze the oral material transcribed from the focus groups. Results: From this analysis, six interpretative axes were built, being them: 1) conflicts and perceptions; 2) gaining motivation, perspectives and positioning; 3) shifting the expectations; 4) becoming autonomous eaters; 5) acquiring tools and; 6) the meeting between counselor and participant. In those, there was highlighted the fact that some participants declared to have approved the nutritional intervention proposed immediately, while others, initially, alleged to prefer a diet. Regarding their food habits, the participants stressed improvements in its quality and quantity, besides a higher concern with the food planning, fractioning and administration; they also reported a decrease in restrictive behaviors. The participants declared to have a positive and flexible attitude regarding their eating, what seemed to have helped them to respond effectively to hunger and satiety cues, to emotional triggers and to manage different food contexts. Conclusions: There were highlighted the different levels of readiness with which our participants have adapted to the non-prescriptive intervention and the valuing of achievements related to eating and health regardless body-weight changes. The participants reported to have benefited from the intervention and approved it. Regarding their diet, there were highlighted positive changes on the quality, structure, consumption, behavior and on eating attitudes. Finally, our participants seemed to have turned into “better autonomous eaters”, demonstrating to be positive, confident, comfortable and flexible about eating.Objetivo: Analisar as vivências de participantes obesas sobre a intervenção nutricional não prescritiva, inserida em um programa multidisciplinar baseado na filosofia “Health at Every Size”. Desenho: Este estudo consistiu em uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa e exploratória, que envolveu três grupos focais conduzidos quadrimestralmente ao longo da intervenção, que durou um ano. Participantes: Catorze mulheres, de 25 a 50 anos, concluíram a intervenção; 12 delas participaram dos grupos focais. Análises: Utilizou-se o método do Discurso do Sujeito Coletivo para analisar o material verbal transcrito dos grupos focais. Resultados: a partir desta análise, seis eixos interpretativos foram construídos, sendo eles: 1) conflitos e percepções; 2) ganhando motivação, perspectivas e posicionamentos; 3) mudando as expectativas; 4) tornando-se comedoras autônomas; 5) adquirindo ferramentas e; 6) o encontro entre o terapeuta nutricional e a participante. Neles, destacou-se o fato de que algumas participantes aprovaram a intervenção nutricional proposta prontamente, enquanto que outras, inicialmente, alegaram preferir uma dieta. Acerca da alimentação, as participantes destacaram melhoras na qualidade e quantidade, além de uma maior preocupação com o planejamento, fracionamento e administração da mesma; elas também relataram a diminuição do comportamento restritivo. As participantes relataram ter uma atitude positiva e flexível em relação à alimentação, o que pareceu as ter auxiliado a responder efetivamente aos sinais de fome e saciedade, aos gatilhos emocionais e a gerenciar diferentes contextos alimentares. Conclusões: Destacaram-se os diferentes graus de prontidão com que as participantes se adaptaram à intervenção não prescritiva e a valorização de conquistas relacionadas à alimentação e saúde independentemente da mudança no peso corporal. As participantes destacaram ter se beneficiado com a intervenção e a aprovado. Quanto à alimentação, foram relatadas mudanças positivas na qualidade, na estrutura, no consumo, no comportamento e nas atitudes alimentares. Finalmente, nossas participantes pareceram ter se tornado “comedoras mais autônomas” uma vez que mostraram-se positivas, confiantes, confortáveis e flexíveis em relação à sua alimentação.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2013 a 2016

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