19 research outputs found

    A free-fighter in a hundred years war: Fr. Pedro Borges in Rome and the question of parishes in the Counter-Reformation Goa

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    Embora em Goa tenha sido criado em 1541 um seminário para formar clero nativo, os sacerdotes diocesanos eram aí ainda escassos no terceiro quartel de Quinhentos. Isso levou el-rei D. Sebastião a pedir ao papa um indulto, autorizando que fossem confiadas paróquias ao clero regular, que nessa época começava a afluir do Reino em grande número. Isso criou uma situação de conflito com os arcebispos que, logicamente, preferiam o clero secular nativo, que deles dependia diretamente, aos regulares que tinham os seus próprios superiores e superiores-gerais em Roma, onde moviam influências para obter privilégios que os eximiam parcialmente da jurisdição dos arcebispos. Para mais, a despeito das determinações dos sucessivos concílios provinciais de Goa, os religiosos, quase todos reinóis, raramente falavam a língua local, o concanim, pelo que chegavam a extremos como ouvir confissões por meio de intérprete. Os arcebispos tentaram a partir da última década de Quinhentos retomar o controlo sobre as paróquias, mas devido às manobras dos religiosos e às suas maquinações quer junto da Coroa quer junto do papado, só em 1767, após 172 anos de luta surda, o lograram inteiramente. Foi no contexto desta luta que em 1657 um padre goês de origem bramânica, o Pe. Pedro Borges, antigo notário da Inquisição e cura da paróquia suburbana de Santa Luzia, se dirigiu secretamente a Roma pela via do Próximo Oriente, a fim de expor diretamente o assunto ao Papa. Não obteve plena satisfação, pois as mais das paróquias continuaram confiadas aos religiosos, mas obteve pelo menos um breve pelo qual o pontífice proibia os maus tratos aos cristãos nativos e outros excessos dos religiosos. Publica-se em apêndice o discurso que pronunciou na presença de Alexandre VII, bem assim como o breve papal e o decreto, no mesmo sentido, da Sagrada Congregação De Propaganda Fide.Though a Seminary had been created in Goa, in order to prepare native clergy, at the third quarter of the XVI century local priests were still scanty. This led the Portuguese King Dom Sebastian (r. 1557-1578) to apply for an indult of the Pope authorizing that parishes be entrusted to regular clergy that came in great profusion from the mother country. This created a series of conflicts with the archbishops, since only secular clergymen were under their direct rule, the regular having their own superiors, and even superior-generals in Rome, where they could move influences to obtain privileges that partially exempted them from the archbishop’s jurisdiction. Moreover, in spite of the determinations of the successive Goa Provincial Synods, most of the regulars, mostly European, never strove for learning the local language, Konknni, and therefore reached the extreme of hearing confessions trough interpreters. Since the last decade of the XVI century archbishops tried, but in vain, to retake the control over parishes; but owing to the manœuvres of the regular orders in Lisbon as well as in Rome, only in 1767, after 172 years of struggle they succeeded in getting all the parishes under their control. In was in this context that Fr. Pedro Borges, a Goan priest of brahminic origin, who had been notary of the Goa Inquisition and then parish priest of the suburban parish of Saint Lucia, decided to go secretly to Rome, by the way of the Near East, to talk directly with the Pope. He did not obtain a full satisfaction, since most parishes continued entrusted to the regulars, but succeeded at least to obtain a papal brief forbidding the bad treatment inflicted by the Friars to local Christians and other abuses. His discourse before the Pope, as well as the text of the brief and that of a decree of the Sacred Congregation De Propaganda Fide thereabout are published here .info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    O glossário malaio do cavaleiro Pigafetta

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    Of the many texts that narrate the first circumvention of the globe, it is, in fact, Antonio Pigafetta’s that is the most complete, rigorous, and reliable. Among its peculiarities is the inclusion of small glossaries for four different languages from tribes the travellers met. One is comprised of only eight words, from indigenous people of Brazil in the región of Guanabara; another, somewhat more developed, is from the “Patagonian Giants”, neighbouring the Strait of Magellan; the third is an Austronesian language of the natives of Cebu, in what is now the Philippines; and, finally, there is an extensive glossary of 426 Malay terms used throughout Insulindia, or present-day South-East Asea, as a lingua franca or trading language. The following is a detailed notation for the Malayan glossary.Dos numerosos textos que relatam a primeira volta ao mundo é, de facto, o de Antonio Pigafetta o mais completo, rigoroso e fidedigno. Entre as suas peculiaridades conta-se a de incluir pequenos glossários de quatro diferentes línguas de povos com que os viajantes toparam: um, de oito vocábulos apenas, dos índios brasileiros da região de Guanabara; outro, um pouco mais desenvolvido, dos «gigantes patagões» vizinhos do Estreito de Magalhães; um terceiro da língua austronésica dos nativos da Cebu, nas atuais Filipinas; e, finalmente, um extenso glossário de 426 termos do malaio, usado em toda a Insulíndia como língua veicular e de comércio. Desenvolve-se aqui a notação pormenorizada deste glossário malaio

    Amchi Bhas: o paradoxo linguístico de goa

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    The Malaysian glossary by the knight pigafetta

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    Dos numerosos textos que relatam a primeira volta ao mundo é, de facto, o de Antonio Pigafetta o mais completo, rigoroso e fidedigno. Entre as suas peculiaridades conta-se a de incluir pequenos glossários de quatro diferentes línguas de povos com que os viajantes toparam: um, de oito vocábulos apenas, dos índios brasileiros da região de Guanabara; outro, um pouco mais desenvolvido, dos «gigantes patagões» vizinhos do Estreito de Magalhães; um terceiro da língua austronésica dos nativos da Cebu, nas atuais Filipinas; e, finalmente, um extenso glossário de 426 termos do malaio, usado em toda a Insulíndia como língua veicular e de comércio. Desenvolve-se aqui a notação pormenorizada deste glossário malaio.Of the many texts that narrate the first circumvention of the globe, it is, in fact, Antonio Pigafetta’s that is the most complete, rigorous, and reliable. Among its peculiarities is the inclusion of small glossaries for four different languages from tribes the travellers met. One is comprised of only eight words, from indigenous people of Brazil in the region of Guanabara; another, somewhat more developed, is from the “Patagonian Giants”, neighbouring the Strait of Magellan; the third is an Austronesian language of the natives of Cebu, in what is now the Philippines; and, finally, there is an extensive glossary of 426 Malay terms used throughout Insulindia, or present-day South-East Asea, as a lingua franca or trading language. The following is a detailed notation for the Malayan glossary.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    D. Manuel, a Índia e o Brasil

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    O grande projeto de d. Manuel (r. 1495-1521) era, na sua essência, um projeto de cruzada, visando o ataque ao Império Mameluco pelo mar Roxo e a recuperação de Jerusalém. O Brasil não podia representar nele senão o modesto papel de escala técnica para as naus da Índia. Embora haja múltiplos indícios de que, pelo menos ca. 1492, conhecia-se já vagamente a existência de terras naquela zona do globo e de que o desvio de Pedro Álvares Cabral para ocidente foi intencional, este não parece imputável a instruções secretas de d. Manuel, mas antes a manobras da corte, majoritariamente adversa aos planos de cruzada do soberano.The project of expansion cherished by the Portuguese king d. Manuel (r. 1495-1521) was that of a Crusade against the Mamluk Empire, by the Red sea route, which would enable him to recover Jerusalem. Brazil only could act therein as a place of call in the way to the Indies. Albeit there are many signs that the existence of emerged lands in that zone was more or less known ca. 1492, and that the diversion of the fleet of Pedro Álvares Cabral thereto, the latter cannot be ascribed to secret instructions of d. Manuel, but rather to manuvres of the court, which was mainly against the plans of crusade of the sovereign

    Uma visão cristã do hinduísmo na primeira metade de Seiscentos

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    Como Barros, e ao contrário de Couto, Faria e Sousa é um escritor europeu, que escreveu sobre Ásia sem jamais a ter visitado. Fala assim, por exemplo, dos templos da Índia sem os ter visto, apenas pelo que deles ouvia dizer ou via representado em gravuras.Mas é talvez esse distanciamento que lhe permite encarar o hinduísmo sem a postura polémica e militante que assumiram as mais das vezes os que, empenhados na evangelização da Ásia, se preocuparam sobretudo com extirpar práticas que lhes pareciam incompatíveis com o cristianismo e refutar o que na filosofia bramânica se lhes afigurava erróneo.A dissertação sobre a religião hindu que intercala ao fim do tomo segundo da sua obra, é, sem dúvida, a mais completa exposição do tema dada à estampa em Portugal, quiçá em toda a Europa, antes dos eruditos do século XVIII terem começado a estudá-lo em moldes já científicos

    Catolicismo e multiculturalismo

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    Enobrecimento, trajetórias sociais e remuneração de serviços no império português: a carreira de Gaspar de Sousa, governador geral do Estado do Brasil

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