26 research outputs found

    Penas e medidas alternativas: ética como caminho

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    A Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas da Grande Vitória (ES) vem utilizando um Curso de Educação em Direitos Humanos como maneira de seus munícipes cumprirem Penas e Medidas Alternativas (PMAs), com um projeto intitulado “Exercendo Cidadania”. Dessa forma, por meio de uma pesquisa-intervenção, acompanhamos o Projeto, analisando como se efetuam as PMAs na região, visando conhecer as práticas existentes e os efeitos do seu cumprimento sobre os modos de vida dos beneficiários. Utilizamos, como metodologia, vivências no curso, diários de campo e entrevistas com cinco apenados. Os dados foram analisados por meio da análise arqueogenealógica. Como resultado, percebemos o curso ora como um espaço de intensa troca de experiências, no qual a ética era o elemento norteador das discussões; ora um espaço onde a moralização de comportamentos e formas de vida eram priorizados, não restando espaço para a reflexão

    Pesquisa como acontecimento: exercícios de escreverCOM / Research as event: exercises of writing WITH

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    ResumoO desafio que apresentamos neste artigo é de pensar outras políticas de pesquisa em Psicologia que incluam um pesquisar em rede, uma colaboração e comprometimento em pesquisa, uma composição de arranjos inéditos/intensivos/afetivos que possibilitem novas modalidades de experiência de si e do mundo. Perscrutamos uma política de pesquisa entendida como um pesquisarCOM, que favoreça acontecimentos. Lançando mão de duas experiências em pesquisa, buscamos compartilhá-las pensando-as como exercícios de constituição do pesquisarCOM, que são, ainda, práticas de uma escrita científica outra: uma escrita que compõe o campo de pesquisa. Discutimos um instrumental de investigação que acompanha processos e seus múltiplos e difusos efeitos, que é sempre local e situado e que é elaborado/pensado em redes. Os exercícios de escrita são apresentados como experiências de pesquisas guiadas pela vivência institucional e pela análise de implicação.Palavras-chave: PesquisarCOM; escrita científica; acontecimento; vivência institucional; análise de implicação. AbstractThe challenge we face in this article is the thinking of ‘other’ policies of research in Psychology that include networked research, collaboration and commitment in research, and a composition of unrestricted/intensive/affective arrangements that allow new modes of experience of self with the world. We scrutinize a research policy known as researchWITH which aligns itself with the event and we share our experience of two research projects using researchWITH as practice of an ‘other’ scientific writing—a mode of writing which composes the field of research. We discuss the instrumental in research that accompanies processes and its multiple and diffuse effects; these are always local and situated and elaborated/thought through networks. The written exercises are presented as instances of research guided by institutional experience and by implication analysis. Keywords: ResearchWITH; scientific writing; event; institutional experience; implication analysis

    As masmorras capixabas e o ronco surdo da batalha

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    Partindo da publicização nacional da realidade prisional capixaba, este artigo visa discutir a função política da prisão, na tentativa de evidenciar transformações sócio-históricas que possibilitam a manutenção do estado de dominação presente nas prisões brasileiras e, ao mesmo tempo, as insistentes expressões de combate à tal lógica, encampadas por movimentos dos direitos humanos. A discussão baseia-se em revisão bibliográfica sobre o tema, a análise do Relatório do Conectas Direitos Humanos de 2010 sobre a situação prisional do Espírito Santo e a observação participante na Penitenciária Regional de Linhares e no Complexo Penitenciário de Viana. Constata-se que as prisões funcionam como dispositivos do biopoder contemporâneo que tem como uma de suas facetas a produção de vida zoé, insacrificável e matável.  Por seu turno, as práticas de liberdade se apresentam cotidianamente nos movimentos sociais, subvertendo a lógica do medo encampada no estado de dominação

    “Uma hora não é uma hora na cidade dos catadores”

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    O presente artigo é parte de pesquisa de mestrado realizada no período de 2009 e 2010 que teve o propósito de problematizar a emergência de modos singulares de viver as/nas cidades. Entendemos as cidades contemporâneas como dispositivos que engendram processos de subjetivação e, nesse sentido, interrogamos os liames do tempo que envolvem os catadores de recicláveis e a cidade de Vitória (ES). As reflexões baseiam-se em andanças pela cidade de Vitória em companhia de sete catadores de recicláveis, personagens infames da cidade. Eles compartilharam conosco pequenos fragmentos de vida, narrativas que foram devidamente registradas em Diário de Campo. Concluímos que, apesar da aceleração capitalística desenhar mapas nas cidades contemporâneas, criando formas hegemônicas de vida e necessidades, a cidade, assim como o tempo, é passível de múltiplas experimentações.

    Corpo e processos formativos em tempos de pandemia

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    Este artigo discute processos formativos partindo da análise do corpo e do movimento nas artes performativas para pensar um ethos de aprendizagem inventiva. As limitações impostas pela pandemia da COVID-19 compuseram o debate, tornando a investigação uma análise de experiência, na medida em que as pesquisadoras envolveram seu corpo e seu conhecimento, focalizando seu próprio processo formativo em meio ao isolamento social e ao uso das mídias digitais. Utilizou-se a pesquisa-intervenção para acompanhar os processos de transformação aos quais as pesquisadoras estavam sujeitas na medida em que investigavam. Indica-se novos modos de aprender, lançando mão do dispositivo grupal num ethos de aprendizagem inventiva

    Acolhimento Institucional no Município de Serra (ES):: desconstruindo vilões e mocinhos

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    O artigo discute a política de atenção à criança ao adolescente do Município de Serra (ES), efetuando uma análise das tramas dessa política que mantêm e atualizam a forma-abrigo naquele município. Procurou-se conhecer seus discursos/práticas, seus desdobramentos e seus movimentos de resistências. A análise é fruto de pesquisa intervenção na qual os trabalhadores sociais da área foram os parceiros convidados: pais e mães sociais, educadores, assistentes sociais, psicólogos e conselheiros. Foram realizadas visitas aos quinze estabelecimentos de serviço de Acolhimento Institucional; três encontros com os atores da política; e, por fim, um encontro de restituição. O discurso dos trabalhadores aponta diversos “vilões”: o “abrigo-lobo”, a “família desestruturada”, o judiciário lento, o conselho tutelar omisso. Convidar os atores a discutirem a forma-abrigo foi a oportunidade de provocar estranhamentos em sua prática, desnaturalizando as formas dicotômicas de conceber o abrigo, a criança, a família e a política

    Vinculação e Trabalho na Assistência Social: vivenciando um CRAS

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    Entendemos que o trabalho do psicólogo no campo da assistência social pode ser concebido como processo político inventivo e dinâmico que não se cristaliza em uma posição cientificista – a fim de meramente classificar e diagnosticar disfuncionalidades. A partir disso, este artigo propõe discutir a atuação profissional do psicólogo no SUAS. Através da extensão universitária em um CRAS do Município de Cariacica/ES – tendo os registros de diário de campo como material de análise –, percebeu-se a potência do trabalho na formação de rede, na formação continuada, que comparecem como modos de resistência capazes de fomentar espaços públicos de luta por direitos. A ideia de vínculo presente na política de assistência social, também foi alvo das análises: diante de um trabalho no qual o objetivo é fortalecer vínculos, vincular-se é algo indispensável. Mesmo diante de um cenário de sucateamento dos serviços socioassistenciais, o maior recurso ainda são os afetos

    Sobre olhares e práticas psicológicas na assistência social

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    Em face da crescente entrada do psicólogo nos serviços de assistência social, este artigo visa analisar as práticas psicológicas no campo da infância e da juventude, buscando trazer à luz a complexidade e a historicidade de concepções correntes desse saber-fazer. O artigo constitui-se de estudo teórico que discute a atuação profissional do psicólogo, considerando os olhares e as práticas como constituídas na realidade e criadoras dessa realidade. Utilizando-se da biologia do conhecimento e da análise institucional francesa, reflete sobre as concepções de ser social, instituição, política e subjetividade. Considerando as formas de olhar como constituídas nas interações sociais e condicionadas aos contextos sociais e históricos, aponta para a reflexão sobre as práticas cotidianas a partir da problematização dos olhares sobre o mundo, e indagando sobre a inadequação das práticas psicológicas na assistência social, reporta-se ao campo das visibilidades nos serviços sociais e à diminuta aptidão da Psicologia para manejá-lo, em função de sua própria história clínica. Desse modo, conclui pontuando a análise das implicações e a intervenção nas instituições como tarefa ética do psicólogo

    Sobre olhares e práticas psicológicas na assistência social

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