135 research outputs found
Can the History of Communication and Media Research Proceed without the Philosophy of Technology?
UIDB/05021/2020 UIDP/05021/2020Historians of communication and media studies have never been very interested in technology, but surely there is thinking about technology in media studies, even if it is not often explicit. Consider the case of uses and gratifications research as developed by Herta Herzog and later elaborated by Elihu Katz, which tended to regard psychological and sociological variables as real and primary, and the media as a second-hand factor and manifestation of those variables. Does this approach not contain the assumption that media technologies are merely technical things used to accomplish certain ends? And consequently, that these things are value-neutral—that technological objects do not play a primary role in culture? Consider the case of Harold A. Innis: Does he deserve the pejorative “technological determinist” for emphasizing that the specific technological characteristics of a prevalent medium in a given society condition the social practices of communication, institutions, and systems of social organization and power? Is it plausible to think that certain technologies might themselves have political properties?publishersversionpublishe
La abordaje cultural de la Comunicación de James W. Carey
A perspectiva cultural ou ritual de James W. Carey, expoente dos estudos culturais
críticos nos EUA, para pensar a Comunicação, os media e o Jornalismo permanece
praticamente desconhecida na língua portuguesa. Carey integra um conjunto
de teóricos que, a partir da década de 1960, na Europa e nos EUA, procuraram
caminhos alternativos à tradição de investigação norte-americana dominante,
centrada nos efeitos, funções e usos dos
mass media
. Este artigo incide no ensaio
fundador da sua proposta
A cultural approach of communication
(1975), embora não
se confine ao mesmo. Três questões fundamentais são abordadas: Comunicação,
Comunicação e modernidade e a visão cultural ou ritual da Comunicação. A
hermenêutica crítica é a metodologia utilizada. Procura-se ir além das respostas
de Carey ao seu contexto, destacando a sua contribuição para um entendimento
da Comunicação como um ritual participatório no qual e através do qual os seres
humanos geram, mantêm e transformam a cultura em que vivem.ABSTRACT: James W. Carey is renowned as the founder of critical cultural studies in the US
even though his theoretical approach to Communication, Journalism and the
new media remains little known in the Portuguese academic world. Carey is part
of a wide group of academics who, in the 1960s in both Europe and the US,
sought out alternative approaches to mainstream mass communication research
and its excessive focused on the effects, functions and usages of mass media. We focus our attention here on his seminal article
A Cultural Approach to Commu
nication
(1975) – but not exclusively. This article presents Carey’s answers to
three main questions: Communication, Communication and modernity as well
as the cultural or ritual approach to Communication. Critical hermeneutics
was chosen as the methodological framework. We seek to reach beyond Carey’s
responses to his context by highlighting his contribution to the understanding
of communication as a participatory ritual in and through which human beings
construct, maintain and transform their culture.La perspectiva cultural o ritual de James W. Carey, exponente de los estudios
culturales críticos en los EUA, para reflexionar sobre la Comunicación, los media
y el periodismo, permanece prácticamente desconocida en la lengua portuguesa.
Carey integra un conjunto de teóricos que, a partir de la década de 1960, en
Europa y los EUA, procuraron caminos alternativos a la tradicional investiga
-
ción norte-americana predominante, centrada en los efectos, funciones y usos
de los
mass media
. Este artículo incide en el ensayo fundador de su propuesta
A
cultural approach of communication
(1975), a pesar de no confinarse al mismo.
Tres cuestiones fundamentales son abordadas: Comunicación, Comunicación y
modernidad y una visión cultural o ritual de la Comunicación. La hemenéutica
crítica es la metodología utilizada. Se procura ir más allá de las respuestas de
Carey a su contexto, destacando su contribución para un entendimento de la
Comunicación como un ritual participatorio en el cual y a través del cual los
seres humanos generan, mantienen y transforman la cultura en la que viven
James W. Carey. Uma voz que clamou por mais e melhor democracia
A notícia da morte de James W. Carey, aos 71 anos, no passado dia 23 de Maio
de 2006 deixou um profundo vazio na comunidade de estudiosos da comunicação
e do jornalismo. Considerado nos EUA como um dos mais influentes pensadores
do último terço do século XX nesta área de estudo, embora pouco conhecido
na Europa, Carey foi e será uma referência para quem, nos tempos actuais,
insiste, mesmo que romanticamente, em pensar a comunicação como ritual
cultural de cooperação e democracia
O meio é a mensagem, de Harold A. Innis a Marshall McLuhan
Os contributos para pensar a comunicação, os media e a cultura de Harold A. Innis e
Marshall McLuhan foram durante muitas décadas ou praticamente esquecidos ou
ignorados, no caso de Innis, ou olhados com desconfiança ou fascínio, no caso de
McLuhan, no seio do que se designa hoje por ciências da comunicação. Nos últimos
anos, essa situação alterou-se significativamente e hoje Innis desperta um enorme
interesse na teoria da comunicação e na economia política dos media.
Estes dois autores canadianos, o primeiro escrevendo entre os anos 20 e 40 do século
XX e o segundo a partir dos anos 50 e até ao final da década de 70, centraram a sua
atenção nas formas/suportes técnicos através dos quais comunicamos e como esses
dispositivos produzem efeitos a longo prazo na sociedade, na cultura, na política e na
ordem do sensorium humano. Como se está já a ver, ao contrário das tradições
mainstream norte-americanas do mesmo período, centradas na análises quantitativas de
curto-médio prazo dos efeitos e usos dos contéudos das mensagens, Innis e McLuhan,
optaram por formas ensaísticas, de história das civilizações, mobilizando recursos da
cultura, da literatura, da economia e da tecnologia, que privilegiam a reflexão de longo
prazo (mudanças na ordem social e no sensorium operadas à escala histórica,
civilizacional). Embora esta perspectiva de largo alcance temporal tenha tido diversos
cultores durante o século XIX e XX, como são exemplos Auguste Comte, Karl Marx,
Arnold Toynbee, Oswald Spengler, entre outros, nos estudos de comunicação, ela tinha
muito pouca tradição.
O impacto destes teóricos radica na introdução na investigação em comunicação e media
de uma problemática que durante muito tempo se encontrou ausente da quer na Europa,
quer na América do Norte (particularmente nos EUA) que é a relação entre os modos
(meios, técnicas) de comunicação e a sociedade. O seu maior contributo para os estudos
sociológicos da comunicação foi chamar a atenção para os efeitos a longo prazo das
formas técnicas de comunicação na sociedade e na cultura. Pela primeira vez, se
questionou a dimensão técnica da comunicação. Ou seja, exploraram a ideia de que as
técnicas de comunicação são responsáveis pela configuração das sociedades e da
cultura; que os processos de comunicação e as instituições a eles associadas têm efeitos
penetrantes na natureza das sociedades e no curso da sua história, erguendo novas
constelações culturais; mudam os meios/os suportes técnicos através dos quais
comunicamos, muda a cultura, muda a sociedade. Defendem que a história da
comunicação é uma das grandes chave da historia universal, o que os faz ler a história
universal à luz da história da comunicação. Há quem afirme que exploram uma certa
determinação comunicacional da sociedade (perspectiva que já se encontrava presente
nos economistas políticos alemães e nos primeiros sociólogos americanos, como Albion
Small, William Sumner e Edward Ross, entre outros), segundo a qual a sociedade é um
organismo, mas muito mais complexo do que propunha Herbert Spencer, um organismo
com formas de consciência forjadas através da comunicação.
Eu diria que isto é basicamente aquilo que une estes dois autores, tudo o resto tende a
afastá-los como vou tentar mostrar de seguida
As Guerras Mundiais e as mutações na teoria social da comunicação e dos media
Se a guerra é a continuação da política por outros
meios, então certamente que nela a comunicação, em
sentido lato, esteve sempre presente e desempenhou
um papel chave. As guerras não implicam apenas
a violência, mas também a persuasão, a contrainformação,
o convencimento e o combate ideológico.
Nas guerras modernas, os media têm sido um
elemento fundamental para mobilizar nações
moldadas por dinâmicas de desenraizamento e
desterritorialização com vista a um esforço conjunto
de apoio popular à ação bélica do Estado. Este artigo
incide nas transformações que a própria teoria e
investigação em comunicação e media sofreram no
período entre as duas Guerras Mundiais do século
XX. Trata-se de um contexto histórico decisivo para
compreender como a institucionalização do campo da
comunicação num país central como os EUA ocorreu
em condições sociais e políticas que contribuíram para
o seu perfil epistemológico, posições teóricas e para a
configuração do poder no próprio sistema científico
universitário, cujas repercussões continuam a fazer-se
sentir de diversas e complexas formas.If war is the continuation of politics by other means,
there is no doubt that communication was always
a key part of it. Wars involve not only violence, but
also persuasion, counter-information, ideological
conviction and confrontation. In modern wars, the
media have played a fundamental part in mobilizing
nations shaped by the dynamics of uprooting and
de-territorialization into collective efforts designed to
achieve popular support the State’s war actions. This
paper discusses the change that theory and research
in communication and media underwent in the
period between the two world wars of the twentieth
century. This is a historical context that is crucial for
an understanding of how the institutionalization of
the field of communication in a major country like the
US took place in a social and political context which
shaped its epistemology and theoretical positioning,
and contributed to the way power was established
in the system of research in the universities. Its
repercussions are still being felt today in diverse and
complex ways
Tecnologia, economia e política: o telégrafo como antecessor da Internet
Na história da comunicação moderna, após o desenvolvimento da imprensa, o telégrafo desencadeou uma revolução nas comunicações da qual a Internet é a herdeira contemporânea. A reflexão sobre o telégrafo pode abrir perspectivas sobre as tendências, as possibilidades e os problemas colocados pela Internet.
O telégrafo tem sido objecto de estudos que tendem a privilegiar sobretudo a história desta tecnologia, o contexto social e o seu significado institucional (ex. Thompson, 1947; Standage 2007 [1998]). James W. Carey, no seu ensaio “Technology and Ideology. The Case of the Telegraph”, propõe uma abordagem distinta. No telégrafo, vê o protótipo de muitos impérios comerciais de base científico-tecnológica que se lhe seguiram, um modelo pioneiro para a
gestão de empresas complexas; um dos promotores da configuração nacional do mercado e de um sistema nacional de comunicações; e um catalisador de um pensamento futurista e utópico das tecnologias da informação.
Tendo no horizonte a revolução das comunicações promovida pela Internet, o artigo revisita aquele ensaio seminal para explorar o alcance, mas também os problemas de uma perspectiva que concebe a inovação do telégrafo como uma metáfora para todas as inovações que anunciaram o período histórico da modernidade e que tem determinado até aos nossos dias as principais linhas de desenvolvimento das comunicações modernas.In the history of modern communication, after the development of the printing press, the
telegraph unleashed a revolution in communications. Today, Internet is in many wys its heir. Reflections on the telegraph may open up perspectives concerning tendencies, possibilities and
pitfalls of the Internet.
The telegraph has been well explored in literature on communication and media which tends to emphasize the history of this technology, its social context and institutional meaning (e.g. Thompson, 1947, Standage, 2007 [1998]). James W. Carey, in his essay “Technology and
Ideology. The Case of the Telegraph” (2009 [1983]), suggests a distinctive approach. In the telegraph, Carey sees the prototype of many subsequent commercial empires based on science
and technology, a pioneer model for complex business management; an instigator of the national market and the national communications system; and a promoter of a futurist and utopian thought of information technologies.
Having in mind a revolution in communications promoted by the Internet, this paper revisits this seminal essay to explore its attainment, as well as the problems of this kind of approach which conceives the innovation of the telegraph as a metaphor for all the innovations announcing modernity and determining still today the main lines of development in modern communication systems
Harold Innis é traduzido para o português [recensão crítica]
Resenha do livro "Innis, H.(2011[1951]) O viés da comunicação. Petropólis, Vozes".O Viés da Comunicação, tradução de The Bias of Communication,um livro de Harold A. Innis, publicado pela primeira vez em 1951, e que é hoje considerado canônico nos estudos da Comunicação e dos Media,está finalmente disponível em Língua Portuguesa, na colecção Clássicos da Comunicação Social, da Editora Vozes
Tendências e desafios do jornalismo de cinema na televisão portuguesa: o caso do Cinebox
O jornalismo de cinema, visto aqui como subgénero do jornalismo cultural, tem pouca expressão nos meios de comunicação audiovisuais em Portugal, embora no caso da imprensa escrita, o cinema seja um dos temas mais tratados no âmbito da divulgação de eventos culturais. Apesar da sua escassa presença nos espaços informativos da televisão portuguesa, resta ainda um programa inteiramente dedicado ao cinema no canal TVI24 – o Cinebox. Este magazine semanal é o único programa de informação televisiva especializado em cinema com produção integrada numa redação jornalística em Portugal. Esta comunicação propõe-se discutir a atividade jornalística deste programa à luz das principais tendências que a literatura académica, neste campo de estudos, tem vindo a identificar: a relação do jornalismo com a indústria; o desaparecimento da crítica cinematográfica; o espaço crescente ocupado pelas celebridades; às quais acresce ainda o impacto do meio digital, que embora ofereça novas possibilidades, está simultaneamente a desestruturar o campo de ação do jornalismo, e neste caso particular, do jornalismo de cinema. A estratégia metodológica desenvolveu-se a partir de duas técnicas de recolha de informação documental e não documental: análise de conteúdo temática aos programas emitidos entre 21 de novembro de 2015 e 19 março de 2016 e participação-observação realizada no mesmo período. Conclui-se que as opções editoriais deste magazine de cinema seguem em larga medida as tendências que têm vindo a ser identificadas no âmbito dos estudos jornalísticos. Saliente-se, todavia, o compromisso da equipa responsável do programa com a cinematografia nacional, dando-lhe particular destaque através de peças jornalísticas de produção própria
Cluster de Maubara : de instrumento da cooperação portuguesa a um exemplo de economia social solidária?
Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação InternacionalA presente dissertação aborda o modelo de Economia Social Solidária como uma forma de organização económica alternativa, através da sua conceptualização e da disposição dos pressupostos teóricos em que se sustentam as práticas conhecidas do modelo, o que servirá como base teórica para a análise do cluster de Maubara - estudo de caso desta dissertação.
A partir do debate sobre a possível inclusão da Economia Social Solidária no discurso estratégico das instituições de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, é estabelecida a ponte entre o modelo social solidário e o cluster da cooperação internacional portuguesa. Denominado por Programa Mós Bele, este tem sido apresentado como um modelo de inovação e transformação social, dada a sua concepção holística e o seu modelo de criação de valor partilhado. Conseguindo promover uma autêntica apropriação da missão do programa por parte da comunidade, este instrumento da cooperação portuguesa tem gerado um impacto amplamente positivo em termos democráticos, económicos, sociais e ambientais.
A leitura desse impacto à luz da bibliografia teórica da Economia Social Solidária além de permitir compreender qual o nível de integração do cluster de Maubara no conjunto das experiências sociais solidárias, oferece ainda uma visão sobre as limitações ou desafios que poderá enfrentar a integração do modelo social solidário nas directrizes da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.The present dissertation addresses the model of Social Solidarity Economy as an alternative model of economical organization by conceptualizing and outlining the theoretical assumptions in which the known practices of the model are sustained. These assumptions will serve as the theoretical bases of analysis for the Maubara Cluster - the case study for this dissertation.
The argument that it is possible to include the Social Solidarity Economy in the strategic discourse of the international cooperation institutions for development is the starting point from where a link is established between the social solidary model and the Portuguese international cooperation cluster "Programa Mós Bele". This cluster has been presented as a model of social innovation and transformation, given its holistic conception and its model driven to build shared value. By being able to promote an authentic ownership of the mission of this program by the community, this tool used by the Portuguese cooperation program has been generating a widely positive impact, democratically, economically, socially and environmentally speaking.
Interpreting this impact in light of the theoretical bibliography of the Social Solidarity Economy helps us not only to assess the integration level that the Maubara Cluster achieves in the already existing social solidary experiences, but also gives us a perspective on the limitations and challenges that the social solidary model might face when it is integrated in the guidelines of the international cooperation program for development
A Cidade e as Serras enquanto peça radiofónica: a semântica de uma paisagem sonora
Dos três meios de comunicação tradicionais, a rádio apresenta-se como aquele em que a investigação académica é quantitativamente menos significativa. Esta constatação é verdadeira para o panorama nacional, mas também internacional. As análises denotam uma maior preponderância para o aprofundamento de estudos relativos à informação que é veiculada pelo meio radiofónico, ou para os desafios impostos pela tecnologia digital, mas pouco interesse tem existido para a questão da relação criativa implicada entre o ouvinte e o som.
A presente comunicação tem como principal objectivo destacar o poder da sonoplastia no desencadear de uma multiplicidade de significações. Desta forma, pretende-se explorar a estética sonora de uma reportagem radiofónica sem nunca esquecer o modo como o som complementa a palavra falada. Para tal, analisar-se-á a peça A Cidade e as Serras, da autoria de João Paulo Guerra, construída com base no último romance de Eça de Queirós. Ao nível sonoro, o enfoque desta apresentação privilegiará a exploração das categorias classificatórias que delinearam o World Soundscape Project – concebido no final da década de 1960, por um grupo de investigadores da Simon Fraser University do Canadá –, e a consequente viabilidade do entrosamento do conceito de paisagem sonora na análise da reportagem radiofónica
- …