19 research outputs found

    As culturas infantis indígenas e os saberes da escola: uma prática pedagógica dos (des)encontros

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    O objetivo deste texto é estabelecer, a partir das falas das crianças Sateré-Mawé, o cruzamento entre os saberes vividos por elas no cotidiano de sua comunidade indígena e os saberes instituídos pela escola regular, destacando os (des)encontros que foram emergindo no processo da pesquisa e que configuraram a distinção entre os lugares das culturas indígenas, totalmente ausentes no contexto escolar, e a lógica da escola que determina a existência de uma hierarquia de saberes em que os padrões da vida social urbana devem ser seguidos como o modelo hegemônico vigente

    O Novo Fundeb e a Garantia do Direito à Educação das Crianças Manauaras

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    After more than two decades of the insertion of Early Childhood Education and Care (ECEC) as the first stage of Basic Education, this article will discuss how compliance with the legislation on access and quality of care for children from zero to five years of age to public education has occurred, with a view to a preliminary analysis of the new Fundeb and the social quality of ECEC in Manaus. This is a documentary research, in which already available sources will be analyzed, demonstrating how Fundeb resources are used to guarantee or not the rights of children. The city of Manaus concentrates a significant child population, among them there are indigenous children, from different peoples that inhabit the Amazon, Venezuelan children, newcomers to the city, Haitian and riverside children. Do these children have their right to education guaranteed? Do Fundeb resources prioritize quality education and care for these populations? Such issues will be addressed in the course of the text, which seeks a first approach to understand how the city of Manaus, in this dramatic health, political, cultural and educational crisis, has directed public resources to ensure the fundamental rights of young children.Después de más de dos décadas de la inserción de la Educación Inicial como la primera etapa de la Educación Primaria, se problematizará, en este artículo, cómo se ha producido el cumplimiento de la legislación sobre el acceso y la calidad de la atención a los niños manauaras de cero a cinco años de edad a la educación pública, con miras a un análisis preliminar del nuevo Fundeb (Fondo Público) y la calidad social de la Educación Inicial en Manaus. Se trata de una investigación documental, en la que se analizarán las fuentes ya disponibles que demuestran cómo se utilizan los recursos del Fundeb para garantizar o no el derecho de los niños. La ciudad de Manaus concentra una importante población de niños, entre los que se encuentran niños indígenas, de diferentes pueblos que habitan en la Amazônia, niños venezolanos, recién llegados a la ciudad, niños haitianos y ribeirinhas. ¿Se garantiza a estos niños su derecho a la educación? ¿Los recursos del Fundeb priorizan el servicio de calidad a estas poblaciones?  Tales cuestiones serán abordadas a lo largo del texto, que busca una primera aproximación para entender cómo el municipio de Manaus, en esta dramática crisis sanitaria, política, cultural y educativa, ha dirigido los recursos públicos para garantizar los derechos fundamentales de los niños pequeños.Passadas mais de duas décadas da inserção da Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, problematizar-se-á, neste artigo, como tem ocorrido o cumprimento da legislação acerca do acesso e qualidade do atendimento às crianças manauaras de zero a cinco anos de idade à educação pública, com vistas a uma análise preliminar do novo Fundeb e a qualidade social da Educação Infantil em Manaus. Trata-se de uma pesquisa documental, na qual serão analisadas fontes já disponíveis que demonstram como os recursos do Fundeb são utilizados na garantia ou não do direito das crianças. A cidade de Manaus concentra uma expressiva população infantil, entre elas há crianças indígenas, de diferentes povos que habitam a Amazônia, crianças venezuelanas, recém-chegadas ao município, crianças haitianas e ribeirinhas. Essas crianças têm seu direto à educação garantido? Os recursos do Fundeb priorizam o atendimento com qualidade a essas populações?  Tais questões serão abordadas no decorrer do texto, que busca uma primeira aproximação para compreender como o município de Manaus, nesta dramática crise sanitária, política, cultural e educacional, tem direcionado os recursos públicos para assegurar os direitos fundamentais das crianças pequenas

    FORMACIÓN DE PROFESORES INDÍGENAS: RETOS Y PERSPECTIVAS DESDE EL CURRÍCULO DEL CURSO DE PEDAGOGÍA INTERCULTURAL INDÍGENA

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    The purpose of this article is to reflect on the process of training indigenous teachers, taking as reference the Curriculum of the Indigenous Intercultural Pedagogy Course of the State University of Amazonas, within the scope of Parfor. The course was built on an arduous dialectical process, which involved the local indigenous population, social movements, educational institutions, in addition to the effective participation of intellectuals and researchers on this topic. There were several moments of intense conversations, discussion and socialization aiming the building the Course Project and consequently the curriculum, which took place through meetings with indigenous teachers Kanamari, Marubo, Matis and Mayoruna/Matsés peoples, in the years 2014, 2015 and 2016, as well as from the discussions between the different partner institutions: FUNAI, Municipal Education Secretary-SEMED Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença and Amazonas State University / UEA. The used methodology was the documental analysis, in the qualitaty perspective, wich aimed to historicize and reflect about the process of building of the course Curriculum.O objetivo deste artigo é refletir sobre o processo de formação de professores indígenas, tomando como referência o Currículo do Curso de Pedagogia Intercultural Indígena, da Universidade do Estado do Amazonas, no âmbito do Programa Nacional de Formação de Professores (Parfor). O curso foi construído num árduo processo dialético, que envolveu a população indígena local, os movimentos sociais, as instituições de ensino, além da participação efetiva dos intelectuais e pesquisadores dessa temática. Foram vários momentos de intensas conversas, discussão e socialização, visando à construção do Projeto do Curso e, consequentemente, do currículo, as quais aconteceram por meio de assembleias com os professores indígenas dos povos Kanamari, Marubo, Matis e Matsés, nos anos de 2014, 2015 e 2016, bem como a partir das discussões entre as diferentes instituições parceiras: Fundação Nacional do índio (Funai), Secretaria Municipal de Educação (Semed) Atalaia do Norte e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A metodologia utilizada foi a análise documental, na perspectiva qualitativa, que visou historicizar e refletir sobre o processo de construção do currículo do curso.El propósito de este artículo es reflexionar sobre el proceso de formación de docentes indígenas, tomando como referencia el Currículo del Curso de Pedagogía Intercultural de la Universidad Estadual de Amazonas, en el ámbito del Programa Nacional de Formación Docente (Parfor). El curso se construyó sobre un arduo proceso dialéctico, que involucró a la población indígena local, movimientos sociales, instituciones educativas, además de la participación efectiva de intelectuales e investigadores en este tema. Fueron varios momentos de intensas conversaciones, discusión y socialización, encaminadas a la construcción del Proyecto del Curso y, en consecuencia, el currículo, que se llevó a cabo a través de encuentros con los maestros indígenas de los pueblos Kanamari, Marubo, Matis y Matsés, en 2014 , 2015 y 2016, así como de discusiones entre las diferentes instituciones socias: Fundación Nacional del Indio (Funai), Secretaría de Educación Municipal (Semed) Atalaia do Norte y Universidad Estatal de Amazonas (UEA). La metodología utilizada fue el análisis de documentos, desde una perspectiva cualitativa, que tuvo como objetivo historizar y reflexionar sobre el proceso de construcción del currículo del curso

    Vozes infantis

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    Tese [doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciencias da Educação, Programa de Pós-graduação em Educação, Florianópolis, 2009A presente tese consiste na apresentação dos resultados da pesquisa realizada junto à comunidade indígena da etnia Sateré-Mawé à partir de uma objetivação participante e uma pesquisa etnográfica em seus contextos cotidianos. A comunidade pesquisada se localiza em uma área urbana na cidade de Manaus, estado do Amazonas, Brasil, tendo como sujeitos um grupo de 12 crianças entre 04 e 12 anos, que durante 12 meses foram nossas interlocutoras e nos evidenciaram, através de diversas linguagens: desenhos, escritas, falas, fotografias, vídeos, como elas vivem e constroem suas culturas da infância, tendo tanto os elementos tradicionais da cultura de seu povo quanto as diversas influências do meio urbano, elencados nos seus jeitos de viver a infância. O texto reflete juntamente com as crianças a importância da valorização da cultura Sateré-Mawé através das brincadeiras, dos rituais, das músicas tradicionais e da língua, e como neste "entre-lugar", o espaço urbano, são construídas estratégias para garantir seus jeitos próprios de ser indígenas, de viver e construir suas culturas da infância, de ser da etnia Sateré-Mawé e, ainda de se relacionar com o mundo e a "escola do branco". A pesquisa nos demonstrou a importância de olhar e compreender a infância sob o ponto de vista das crianças Sateré-Mawé, entendendo que neste grupo indígena o conceito de infância é distinto dos conceitos veiculados nos espaços acadêmicos, e o quanto, a partir desta compreensão, passamos a respeitar o seu direito de ser criança. Não aquela criança que se enquadra nos padrões das sociedades de consumo e que tem no brinquedo industrial e na mídia, a definição da imagem de si mesma. Mas as crianças, que ao valorizarem suas culturas, mostram-nos o quanto vale a pena ser diferente num mundo que tanto impõe a padronização. Elas nos ensinaram que viver a infância é uma atividade plena e que se constrói nas relações mais intensas vividas no dia-a-dia. Aos que se encorajarem nessa aventura, a ida é sem volta, felizmente, pois ao escutarmos o que elas têm a nos dizer, jamais seremos os mesmos. Mais do que o direito, enquanto prática normativa, que sem dúvida é importantíssimo de ser conquistado, elas e seu povo, lutam a cada dia pelo direito social de ser quem são. O desafio está lançado, a tese é um convite a entrarmos nos seus mundos infantis

    Metodologias de investigação com crianças: outros mapas, novos territórios para a infância

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    O objetivo deste texto é fazer uma reflexão acerca dos outros mapas e dos novos territórios que estão se sedimentando em relação às crianças e suas infâncias e evidenciar a necessidade de serem consolidados espaços em que elas sejam protagonistas nas transformações das formas de entendimento da realidade. Isto implica numa efetiva participação e se torna lócus privilegiado para a construção das suas culturas infantis, o que, sem sombra de dúvidas, requer a emergência de um campo metodológico que possa abrir caminhos para que o testemunho das crianças seja reconhecido como fonte de verdade e suas vozes sejam ouvidas e escutadas para a redefinição de uma sociedade com elas e para elas

    Violência Simbólica e Práticas Escolares: um estudo com crianças indígenas

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    The objective of this article is to present a reflection on the work of ethnographic research carried out in an indigenous community in the city of Manaus/Amazonas/Brazil, and in two public schools that serve a group of 12 children of the Sateré-Mawé ethnic group, residing in the urban area of the city. The research was in the children's daily life and in the observation of the pedagogical practices of the teachers and the school curriculum its main elements of analysis. As a more comprehensive foundation, we sought to work with the concept of Symbolic Violence in Pierre Bourdieu, intertwining and relating it to the voices of teachers and children “generated” during the field research process, both in the indigenous community and in the school, which allowed us to take a more vigilant look at this childhood social group, and the educational practices aimed at it, in which Symbolic Violence is very present.O objetivo deste artigo é apresentar uma reflexão acerca do trabalho de pesquisa etnográfica realizada em uma comunidade indígena na cidade de Manaus/Amazonas/Brasil, e em duas escolas públicas que atendem um grupo de 12 crianças da etnia Sateré-Mawé, residente na zona urbana da cidade. A pesquisa teve no cotidiano das crianças e na observação das práticas pedagógicas dos professores e do currículo escolar seus elementos principais de análise. Como base de fundamentação mais abrangente, procuramos trabalhar com o conceito de Violência Simbólica em Pierre Bourdieu, entrecruzando e relacionando-o com as vozes dos professores e das crianças “geradas” durante o processo da pesquisa de campo, tanto na comunidade indígena quanto na escola, o que nos possibilitou um olhar mais vigilante sobre esse grupo social da infância, e as práticas educativas destinadas a ele, em que a Violência Simbólica se faz bastante presente

    Globalização e infância: outros desafios para a escolarização das crianças

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    O objetivo deste texto é fazer uma reflexão acerca dos novos desafios que estão se sedimentando em relação às crianças e suas infâncias e evidenciar a necessidade de serem consolidados espaços em que elas sejam protagonistas nas transformações das formas de entendimento da realidade tanto social quanto educacional. Isto implica numa efetiva participação e se torna lócus privilegiado para a construção das suas culturas infantis, o que, sem sombra de dúvidas, requer a emergência de outras possibilidades e práticas que possam abrir caminhos para que o testemunho das crianças seja reconhecido como fonte de verdade e suas vozes sejam ouvidas e escutadas para a redefinição de uma sociedade com elas e para elas. Uma sociedade menos homogeneizadora – como tanto decanta os ditames da globalização – e que caminhe em direção à diversidade e aos cotidianos das crianças em seus múltiplos e diversos contextos

    BRINCANDO DE “SER SATERÉ-MAWÉ”: CONTEXTOS LÚDICOS DIVERSIFICADOS COMO ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO DAS CULTURAS INFANTIS.

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    O presente artigo consiste na apresentação dos resultados da pesquisa realizada junto à comunidade indígena da etnia Sateré-Mawé – a partir de uma inserção participante e de viés etnográfico em seus contextos cotidianos. A comunidade pesquisada se localiza em uma área urbana na cidade de Manaus, estado do Amazonas, Brasil, tendo como sujeitos um grupo de 12 crianças entre 04 e 12 anos que durante 08 meses foram nossas interlocutoras e nos evidenciaram, através de diversas linguagens – desenhos, escrita, fala, músicas e brincadeiras – como elas vivem e constroem suas culturas da infância, tendo tanto os elementos tradicionais da cultura de seu povo quanto as diversas influências do meio urbano, elencados nos seus “jeitos de viver” sua cultura de maneira lúdica. O texto reflete juntamente com as crianças a importância da valorização da cultura Sateré-Mawé através das brincadeiras, dos desenhos, das músicas tradicionais e da língua, e como neste “lugar fronteiriço” – o espaço urbano – são construídas estratégias para garantir seus “jeitos” próprios de ser indígenas, de viver e construir suas culturas da infância, de ser da etnia Sateré-Mawé e, ainda de se relacionar com o “mundo” e a escola do “branco”. A pesquisa nos demonstrou a importância de olhar e compreender a infância sob a ótica das crianças Sateré-Mawé, entendendo que neste grupo indígena o conceito de infância é bastante distinto dos conceitos veiculados nos espaços acadêmicos, e o quanto, a partir desta compreensão, passamos a respeitar os seus modos de viver como crianças. Não aquela criança que se enquadra nos padrões das sociedades de consumo e que tem no brinquedo industrial e na mídia, a definição da imagem de si mesma. Mas, a visão das próprias crianças, que ao valorizarem suas culturas lúdicas, mostraram-nos o quanto vale a pena ser diferente num mundo que tanto impõe a padronização. Elas nos ensinaram que viver a infância é uma atividade plena e que se constrói nas relações mais intensas vividas no dia a dia cujas brincadeiras são fundamentais. Nada mais rico do que aprender com elas a olhar o mundo. Nada mais fascinante do que caminhar pelos seus imaginários. Aos que se encorajarem nessa “aventura”, a ida é sem volta, felizmente, pois ao escutarmos o que elas têm a nos dizer, jamais seremos os mesmos. Mais do que acompanhá-las nessa trajetória, aprendemos com elas e seu povo, que todo esse movimento, representa uma possibilidade diária de lutarem pelo direito social de ser quem são. O desafio está lançado, o texto é um convite a “entrarmos” nos seus mundos infantis
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